terça-feira, 22 de novembro de 2011

Aluno custa menos que detento

Gastos revelam subinvestimento e má gestão na Educação e ineficiência do sistema prisional

Enquanto o país investe mais de R$40 mil por ano em cada preso em um presídio federal, gasta uma média de R$15 mil anualmente com cada aluno do ensino superior - cerca de um terço do valor gasto com os detentos.

Já na comparação entre detentos de presídios estaduais, onde está a maior parte da população carcerária, e alunos do ensino médio (nível de ensino a cargo dos governos estaduais), a distância é ainda maior: são gastos, em média, R$21 mil por ano com cada preso - nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio por ano, R$2,3 mil.

Para pesquisadores tanto de segurança pública quanto de Educação, o contraste de investimentos explicita dois problemas centrais na condução desses setores no país: o baixo valor investido na Educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional.

Apenas considerando as matrículas atuais, o chamado investimento público direto por aluno no país deveria ser hoje, no mínimo, de 40% a 50% maior, aponta a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que desenvolveu um cálculo, chamado custo aluno-qualidade, considerando gastos (de salário do magistério a equipamentos) para uma oferta de ensino de qualidade.

- Para garantir a realização de todas as metas do Plano Nacional de Educação que está tramitando no Congresso, seriam necessários R$327 bilhões por ano, o que dobra o investimento em Educação - afirma Daniel Cara, coordenador da campanha.

Verbas minguadas para Educação 
Para Cara, não seria o caso de falar em sobreinvestimento no preso, "até porque vemos como é precária a situação das penitenciárias brasileiras", e porque, lembra ele, a prisão é uma "instituição total, o preso vive lá":

- Mas há, sem dúvida, subinvestimento em Educação. O que é mais grave se considerarmos que, nos direitos sociais, a Educação é o que abre as portas para os outros direitos. A violência não vem pela pobreza, vem pela desigualdade. Por isso, um investimento maior no conjunto dos direitos sociais, e aí se inclui a Educação, poderia diminuir a despesa com segurança.

O gasto com Educação poderia melhorar com maior foco na aprendizagem, destaca Mozart Neves Ramos, do Todos pela Educação e do Conselho Nacional de Educação(CNE):

- É verdade que o Brasil ainda investe pouco na Educação básica, e mais dinheiro é fundamental. No entanto, é necessário que a verba chegue à escola e que seja mais bem aplicada. Melhorar a eficiência da gestão dos recursos é importantíssimo. Uma boa gestão pode criar uma escola motivadora. E um aluno que tem sucesso escolar raramente abandona a escola e está mais longe de ser preso.

- Minha mãe, que está presa há três meses, estudou só até a 2ª série. Eu acredito que ela está presa também por conta do pouco conhecimento que tem. Nunca soube que carreira seguir, nunca teve um ensino que a fizesse ter alguma perspectiva - diz Debora Magalhães, filha de Vitânia, presa por tráfico de drogas em Bangu.

Secretário estadual de Educação do Rio, Wilson Risolia diz que o país está preferindo "gastar mais com o sinistro do que com o seguro":

- É uma irracionalidade, um passivo que o Estado precisa resolver. Nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o custo por aluno no nível superior é cerca de três vezes maior do que na Educação básica. No Brasil, é bem maior (mais de seis vezes).

Mas não é suficiente aumentar o gasto, é preciso melhorar a qualidade. No Rio, fizemos uma recontagem de alunos e vimos que havia 120 mil que, apesar de constarem na base de dados, não eram mais da rede.

A verba era passada para alunos que não existiam; um número X de provas ia para o colégio, e parte era jogada no lixo, por exemplo. Corrigindo, foram R$111 milhões alocados em outros lugares.

Apesar de a diferença entre o custo do aluno universitário e o do preso em presídios federais ser menor, ela é o que choca, diz o sociólogo Michel Misse, professor da UFRJ:

- Esse é um dado impressionante, porque o custo de um universitário, pelos gastos que uma universidade deve ter com pesquisa, deveria ser bem maior. É o custo de você formar um cientista, um médico, um engenheiro - afirma Misse, para quem, porém, não se deve pensar que uma prisão custe pouco.

- O preso mora lá, e um aluno não mora na escola. O problema é analisar o gasto que se tem em relação às condições dos presídios.

Presidente do Conselho Nacional de Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej), Carlos Lélio Lauria Ferreira diz que quanto mais baixo o custo com o preso, piores as condições:

- O preço varia de acordo com o tratamento. Se o valor é baixo, desconfie. A alimentação pode ser lavagem. No Brasil, a média de custo de um preso num presídio estadual é de R$1,7 mil por mês. Mas nessa conta não está incluído o custo social e previdenciário.

No presídio federal, o custo é mais elevado. O aparato tecnológico é caro, os salários dos servidores são mais altos e o número de agentes por preso é maior. Graças a isso, o país não gasta menos de 7 mil por preso ao mês.

- Apesar de investirmos tanto, as condições de regenerar alguém são mínimas. A pessoa é, na maioria das vezes, submetida a condições que a torna pior. É como se negássemos outra oportunidade - conclui Mozart. 

Fonte: O Globo (RJ)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PÍSO SALARIAL DOS PROFESSORES

Estados não cumprem lei do piso nacional para professor

Aprovada há mais de três anos, a lei nacional do piso do magistério não é cumprida em pelo menos 17 das 27 unidades da Federação, informa a reportagem de Fábio Takahashi e Luiza Bandeira, publicada na edição desta quarta-feira da Folha.
A legislação prevê mínimo de R$ 1.187 a professores da educação básica pública, por 40 horas semanais, excluindo as gratificações.
A lei também assegura que os docentes passem ao menos 33% desse tempo fora das aulas para poderem atender aos estudantes e preparar aulas.
A regra visa melhorar as condições de trabalho dos docentes e atrair jovens mais bem preparados para o magistério.
O levantamento da Folha mostra que a jornada extra-classe é o ponto mais desrespeitado da lei: 15 Estados a descumprem, incluindo São Paulo, onde 17% da carga é fora da classe. Entre esses 15, quatro (MG, RS, PA e BA) também não pagam o mínimo salarial.
O ministério da Educação afirma que a lei deve ser aplicada imediatamente, mas que não pode obrigar Estados e municípios a isso.
A maior parte dos Estados que descumprem a lei disse que vai se adequar à regra.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação recomendou a seus sindicatos que entrem na Justiça.


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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Professores estão excluídos do debate público sobre política educacional na América Latina, segundo pesquisa

Pesquisa indica que as políticas públicas implantadas, os novos temas, disciplinas e materiais para as aulas são modificados sem que os professores sejam consultados sobre a política educacional

São Paulo – Os professores estão fora do debate público sobre a educação e suas vozes não estão presentes nas coberturas jornalística da América Latina, segundo pesquisa do Observatório da Educação feita em 18 jornais do continente.

Foram analisadas mais de 1.200 reportagens de maio a julho deste ano. As matérias indicam que as políticas públicas implantadas, os novos temas, disciplinas e materiais para as aulas são modificados sem que os professores sejam consultados sobre a política educacional.
“O professor é sempre um personagem e nunca uma fonte para balizar a política pública. E a má qualidade do ensino é sempre atribuída a eles. Estão sendo responsabilizados, mas não têm seu direito de resposta”, disse Fernanda Campagnucci, editora do Observatório da Educação, que participou do lançamento de Rede pela Valorização dos Docentes Latino-Americanos, hoje (9), na capital paulista.
Segundo Fernanda, a análise indicou que entre os temas mais comentados nos jornais estão a qualidade, seguida dos sistemas de avaliação, problemas de infraestrutura e violência nas escolas. Depois aparece a questão das tecnologias de informação na educação.

“Nesse caso, dependendo do enfoque, entra em conflito com o docente, porque tem problemas de informação e uma ideia de que o aluno não precisa do professor para aprender porque consegue aprender sozinho com o computador”. Outro problema destacado nas reportagens analisadas são as greves e paralisações.
A vice-presidente da Internacional de Educação da América Latina, Fátima Aparecida Silva, disse que no geral a categoria dos professores é composta principalmente por mulheres, que chegam a ser 80% no ensino infantil e médio, enquanto no superior há mais homens.

Além disso, apontou que os professores estão envelhecendo ao redor do mundo, já que a média de idade é de 45 anos. “A profissão não atrai mais gente jovem. Nos últimos dez anos, os mais novos ficam cerca de quatro anos dando aula até encontrar outra ocupação melhor.”
A ausência de formação é presente em todos os países, assim como a fata de um processo de negociação que traga valorização para a profissão, com diferenças entre a zona rural e urbana, tanto na formação quanto na remuneração.

“Quando conversamos com os professores que vivem o dia a dia da aula, percebemos que eles reclamam ainda do número excessivo de alunos em sala de aula e da falta de participação nas políticas públicas, além da ausência de plano de carreira e do ressentimento por serem culpados pela má qualidade educacional.”
A coordenadora do Comitê Diretivo da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), Camila Croso, disse que tem notado a tendência de desvalorização dos trabalhadores da educação, além do desprestígio e do processo de culpabilização e criminalização.

“São tendências muito preocupantes, mas há também processos de resistência a tais tendências. Mas se sobressai o conjunto desvalorização, desprestígio e criminalização.”
Ela destacou ainda a tendência à privatização traduzida no nome de parcerias público-privadas, que aponta para outro lado, procurando ser atrativa. Disse também que há um marcante discurso sobre resultados na aprendizagem que não avalia os rumos da educação, mas dentro do foco de escola como fábrica de seres homogêneos montados para o mercado de trabalho.
“Esse sistema de ranqueamento é preocupante porque o resultado é medido sobre o quê? Aí voltamos ao ponto de partida que é perguntar para que serve a educação. Toda análise parte do aluno homogêneo que tem que responder ao mercado de trabalho”, assinalou Camila.
Ele também reforçou que há uma criminalização de professores e até dos alunos. “Há uma perda de noção do coletivo, porque há ataque aos sindicatos. Assim individualiza os professores e coloca o sistema de avaliação com prêmio e castigo. Desvaloriza o professor, porque leva a política de ensinar para o teste, para ir bem na prova. Adapta o currículo, se articula como o não protagonista do fazer pedagógico.”.
Guillermo Williamson, da Universidad de La Frontera, do Chile, disse que em seu país a educação apresenta cifras de desigualdade e que não há gratuidade para o ensino. Lá, as universidades são pagas ou se têm bolsas de estudo para os pobres. “No Chile, 40% dos jovens podem ir à Universidade, mas se a família tem dois filhos precisa escolher qual deles pode ir ter o ensino superior”.
Segundo ele, assim como no Brasil. os jovens estão desistindo de ser professores por conta da precarização do ensino. “Temos que trabalhar fortemente na educação pública estatal e podemos buscar a gestão social com cooperativas mistas com o Estado”.

Para ele é preciso retomar a função do professor, que em sua avaliação é ensinar os alunos e ser um mestre. Além disso ele destacou que é preciso que o professor recupere sua autoridade em sala de aula.

Edição: João Carlos Rodrigues.
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil

Opinião: A Educação no admirável mundo digital

''Afinal, a visão educativa dos novos tempos altamente inovadora e complexa possibilita a reflexão e a compreensão da realidade que o mundo virtual oferece?'', questiona Nylza Osório
Afinal, a visão educativa dos novos tempos altamente inovadora e complexa possibilita a reflexão e a compreensão da realidade que o mundo virtual oferece?

Na era da informação, dos apelos visuais, das relações virtuais, a inclusão digital na Educação ainda é um fato polêmico e um pouco distante daquilo que se concebe como insofismável paradigma a serviço dos fins pedagógicos. Tudo leva a crer que não será a curto prazo um recurso para reverter o analfabetismo e a qualidade do ensino em nosso país.

O mundo planetário que escancarou suas portas às redes sociais produzindo cultura e informação num alcance geográfico sem dimensões ainda encontra entraves em países com altíssima difusão das tecnologias digitais, como por exemplo, nos Estados Unidos onde não há um consenso para o uso em fins pedagógicos por conta da regulamentação específica a programas educativos.

A idolatria à internet, em efervescência no universo Escolar, não possui uma legislação própria para o uso consciente da rede. E isso se deve ao excessivo e diversificado acesso disponível para fins não didáticos.

Virando a página do fantástico mundo novo, a Educação pede passagem. Repensar, pois, a Escola, para lidar com as novas ferramentas digitais e o perfil do aluno que recebe é imposição imediata.

Leve-se em consideração que a criança desde muito cedo explora o computador, o mais novo brinquedo da infância precocemente induzida a esta convivência perversa pelos efeitos que produz: individualismo, sedentarismo, déficit de atenção.

São os “nativos digitais” com domínio absoluto das novas linguagens e das informações obtidas pela internet sem o adequado controle que agregue conhecimentos positivos.

A capacitação dos docentes para competir com “esses gênios digitais” é árdua tarefa para a universidade. Além de laboratórios de informática, a Escola necessita disponibilizar mais tempo para o preparo de aulas e, aos professores, um contínuo apoio pedagógico.

Educar não é um ato efêmero e como tal pressupõe competências: conhecimento, informação e inclusão digital, ética, habilidades, compreensão, limites e afetos.

Na verdade, a Educação foi atingida em suas competências pelo poder das redes sociais que agregam conhecimento e informação, mas o valor educacional não é consensual admitindo-se que pode causar danos éticos contrastando com a finalidade humana da Educação.

Para tanto não se pode menosprezar o jeito tradicional de ensinar nem o jeito moderno de aprender. Nenhum computador na sala de aula substitui a presença insubstituível do professor.

O Brasil, que é pródigo em importar modelos educacionais de outros países, poderia espelhar-se na China, que valoriza e remunera os docentes da Educação básica acima dos docentes universitários, porque, se a base for sólida, a qualificação dos níveis superiores será diferenciada.

É fácil contemplar o admirável mundo novo com o olhar de quem vê a luz no fim do túnel; difícil é direcionar este olhar para aqueles que cavam o túnel à luz de velas.
Fonte: Zero Hora (RS)
* Nylza Osório Jorgens Bertoldi
* Escritora e educadora emérita do Rio Grande do Sul

PROFISSÃO: PROFESSOR

 
Recente estudo de professores da Universidade de São Paulo - USP, com base na Pesquisa por Amostragem de Domicílios (Pnad/IBGE-2009), revelou que cerca de 10% dos/as docentes brasileiros/as da educação básica complementam suas rendas com atividades desempenhadas fora do magistério, sobretudo através de vendas de cosméticos.
Para quem vive o dia a dia das escolas públicas, os resultados da pesquisa surpreendem mais pelo baixo percentual de quem pratica outras ocupações do que em razão de os/as professores/as terem que complementar, de fato, os baixos salários a que estão submetidos na maior parte do país.
Outro dado relevante sobre a complementaridade da renda familiar da categoria do magistério pode ser extraído do Censo do Professor (MEC/INEP-2009). O estudo indica que, pelo menos, 1/3 (um terço) do professorado da educação básica pública desempenha dupla ou tripla jornada de trabalho na profissão. Ou seja: a renda é reforçada por meio do principal instrumento de trabalho, porém de forma que compromete a saúde do/a educador/a e a própria qualidade do ensino.
A recorrente economia de recursos do Estado, que concedeu ao magistério a possibilidade de possuir mais de um vínculo empregatício no setor público e que exime os gestores de investir na formação inicial e continuada e nas condições de trabalho da categoria, cada vez mais colide com a perspectiva de melhorar a qualidade da educação. Pior: ao invés de reverter essa realidade, as administrações públicas - paradoxalmente e com o apoio da parcela da mídia subserviente - investe na responsabilização dos/as educadores/as pela baixa qualidade dos sistemas de ensino, cuja gestão, em sua maioria, não permite a participação da comunidade escolar nos processos de formulação, aplicação e verificação das políticas públicas.
Por óbvio que os problemas inerentes à qualificação profissional do magistério não se restringem ao salário. Mas esse, conjugado com a expectativa de carreira e de valorização social da profissão, é o maior deles. Corroborando essa tese, o diagnóstico da meta 17 do Plano Nacional de Educação, que trata da remuneração do magistério, revela que o/a professor/a com formação de nível médio (curso de magistério) detém renda média 38% acima dos demais trabalhadores brasileiros com escolaridade similar. Contudo, essa relação se inverte, na mesma proporção, quando o/a professor/a com formação de nível superior (maioria no Brasil) tem sua renda comparada com os demais trabalhadores de formação universitária. E isso é um fator de desestímulo à qualificação, ainda mais quando o próprio professor precisa arcar com o ônus financeiro de sua formação ou quando não dispõe de concessão de tempo pelos gestores para fazê-la adequadamente.
Para a CNTE, o piso nacional do magistério - vinculado à carreira - representa um primeiro passo na direção da equidade laboral dos/as educadores/as no país, condição fundamental para elevar a qualidade da educação com equidade. Mas muitos governadores e prefeitos - e, agora, até a justiça de um Estado, o Pará, em confronto com a decisão do Supremo Tribunal Federal - insistem em não observar a norma federal que também prevê jornada de trabalho para o/a professor/a com tempo dedicado às atividades extra-sala de aula (preparação e correção de atividades, reuniões pedagógicas e com os pais, formação no local de trabalho, dentre outras).
Outras questões afetas à qualidade da educação e que desestimulam o ingresso da juventude na profissão, ou que afastam, por doença ou desestímulo, os atuais professores das redes de ensino, consistem nas defasagens da formação inicial (sob responsabilidade majoritária de faculdades privadas, ou provida em cursos à distância), na falta de qualificação permanente ofertada pelo Estado, nas jornadas de trabalho incompatíveis com a profissão, nas deficientes formas de contratação no serviço público e nas precárias condições de trabalho e de vida oferecidas aos profissionais - em sua maioria mulheres, o que denota discriminação de gênero nesse setor de atividade profissional. E, sem que esses pontos sejam devidamente contornados, pouco se avançará na valorização do magistério e dos demais profissionais da educação e na melhoria da qualidade do ensino público.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Escola potiguar ganha prêmio de gestão

De Caraúbas, Escola Estadual Antônio Carlos se destaca por bons índices de aprovação e de avaliação no Ideb

O percentual de aprovação da ordem de 80% e um dos melhores IDEBs do Estado com uma média de 4,2, superior à média nacional, além de um projeto pedagógico focado na leitura e na escrita envolvendo a família e comunidade foram os fatores que mais contribuíram para a Escola Estadual Antônio Carlos, do município de Caraúbas, na região do médio Oeste do Rio Grande do Norte, ganhar o Prêmio Gestão Escolar 2011.

A premiação das 27 escolas brasileiras contempladas foi feita oficialmente anteontem na cidade do Recife. A diretora da escola, a professora Luzinete Jerônimo Fernandes, recebeu a premiação de R$ 6 mil, destinada ao estabelecimento e mais uma viagem de intercâmbio aos Estados Unidos para conhecer experiências de gestão aplicadas nas escolas americanas.

Na cerimônia também foi conhecida a Escola Referência Brasil, ano base 2010, que foi uma escola do interior do estado do Tocantins. A premiação da viagem já aconteceu no dia 12 de outubro, quando a professora Luzinete Fernandes foi a capital Washington e, posteriormente, para a cidade de Bainbridge Island, onde participou de reuniões de dirigentes educacionais e videoconferências.

Em Seattle, maior cidade do estado de Washington, a diretora visitou também a universidade federal e a biblioteca municipal. Na entrega do prêmio, os gestores contaram suas experiências na escola local como também no intercâmbio nos EUA, destacando o esforço das escolas americanas em buscar práticas inovadoras e a oferta de disciplinas que estimulam o talento da criança e do jovem.

"Além das disciplinas base, todas as escolas oferecem oficina de arte, línguas, arte gráfica, cinema, fotografia, e reportagem". Participaram do Prêmio Gestão Escolar 2011, no RioGrande do Norte, 51 escolas da rede estadual e 15 escolas de redes municipais de ensino.

O Prêmio é uma realização conjunta do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Unesco, Ministério da Educação (MEC), Fundação Roberto Marinho, Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Instituto Unibanco e Fundação Victor Civita.

Criada em março de 1909, a Escola Estadual Antônio Carlos tem 638 alunos matriculados, distribuídos em 21 turmas, 38 professores (todos com nível superior), e funciona nos três turnos com Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.

"A vitória da Escola Antonio Carlos deve ser saudada por todos nós como resultado de um trabalho eficiente e voltado para o Ensino e para a formação cidadã. Nosso esforço deve ser no sentido de dar cada vez mais assistência e condições as nossas escolas e aos nossos educadores para expandir as conquistas de nossas escolas estaduais", afirma a secretária de Estado daEducação, professora Betânia Ramalho.

Entrevistada ontem pela reportagem do Diário de Natal, quando estava voltando de Recife, a diretora Luzinete disse que o dinheiro da premiação será investido na climatização das salas de aula da escola, conforme decisão do Conselho Escolar.

Cidade de clima quente, o calor das salas tem sido um verdadeiro desafio enfrentado por alunos e professores em Caraúbas. "Não é raro uma criança passar mal por conta do calor, mas esse é um problema que agora será resolvido com essa premiação que serviu de estímulo para uma cidade pequena e pobre, enchendo de orgulho a todos os caraubenses". 

Fonte: Diário de Natal (RN)
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br

Aulões para descomplicar a língua

Projeto continua nos dias 12, 13 e 20 de novembro no ginásio do colégio Atheneu, no bairro de Petrópolis

Com o objetivo de oferecer uma revisão detalhada dos principais tópicos para as provas de Linguagens, Literatura Brasileira e Redação para o Vestibular 2012 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC) em parceria com o Centro de Aperfeiçoamento da Língua e Linguagem (CALL) deu início no último domingo com o projeto "Descomplicando a Língua".

Através da iniciativa são oferecidos aulões gratuitos aos domingos no ginásio Sylvio Pedroza, na Escola Estadual Atheneu Norte Riograndense, em Petrópolis.

No primeiro aulão realizado no último domingo, centenas de estudantes de escolas públicas e privadas tiveram aulas de Literatura com a professora Ana Cláudia, Gramática com a professora Daniele Barros, Redação com o professor Rosemberg Ramalho, e Inglês com o professor Carlos Henrique.

"Nossa expectativa é fazer com que os alunos tenham um acompanhamento mais detalhado e focado no vestibular nessa reta final que antecede o exame", diz o professor Rosemberg Ramalho, diretor do CALL.

Ao todo, participam do programa, em seu primeiro ano, 12 professores. Os aulões ainda serão ministrados nos dias 12, 13 e 20 de novembro, dando o suporte necessário para os alunos que ainda estão com dificuldades de leitura, produção e interpretação de texto para encarar o vestibular.

Acompanhamento pelo site
Por meio do site www.descomplicandoalingua.com.br, os estudantes poderão enviar redações para que professores especializados do CALL façam as devidas correções e orientações.

Estudantes de todo o estado do Rio Grande do Norte poderão enviar suas redações para a equipe do CALL por meio do site. As redações serão corrigidas e devolvidas aos alunos, em curto espaço de tempo, através da Internet.

O site vai permitir que os estudantes tirem suas dúvidas com uma equipe de professores experientes, baixem material didático de excelência, reflita e debata sobre temas da sociedade, e assista a aulas sobre diversos conteúdos.
Fonte: Diário de Natal (RN)

Prova Brasil é realizada até 18 de novembro em 5,5 mil municípios

Teste com alunos do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º do Médio é usado para avaliar sistema educacional brasileiro

Desta segunda-feira até o dia 18 de novembro, cerca de 6,2 milhões de estudantes de 71 mil escolas públicas e privadas participam da Prova Brasil. O teste aplicado a estudantes do quinto e nono anos (quarta e oitava séries do sistema antigo) do ensino fundamental e terceiro ano do ensino médio é usado para avaliar o sistema educacional brasileiro.

Aplicada em 5.538 municípios, cada escola tem uma data especificada para a realização do teste cujos resultados serão divulgados em julho do ano que vem.

As avaliações do ensino fundamental e médio fazem parte do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que posteriormente serve de subsídio para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado em 2007 para aferir a qualidade do ensino oferecido e usado em várias políticas públicas do Ministério da Educação.
A prova organizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) é aplicada em escolas públicas urbanas e rurais que tenham no mínimo 20 estudantes matriculados no quinto e no nono anos (quarta e oitava séries) do ensino fundamental. Para o ensino médio, a avaliação é feita apenas com uma parcela amostral dos alunos. Nesta edição cerca de 1,9 mil escolas particulares participam dos testes.

Este ano, o Inep realizará também, no mesmo período, a 
edição especial da Prova Brasil direcionada aos municípios que reúnem pelo menos 10 matrículas no quinto ano, mesmo que os estudantes estejam distribuídos em várias escolas. Dessa forma, o Inep atende pedido da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que pede a de maior número de municípios no Ideb.
A participação no exame dispensa inscrição. A partir dos dados coletados por meio do Censo Escolar, o Inep seleciona automaticamente as escolas. No dia das provas, estudantes, professores e gestores respondem a questionários socioeconômicos.

Provas
Cada prova do Saeb é constituída por dois blocos de língua portuguesa e dois de matemática. Os estudantes do quinto ano respondem a 22 questões de língua portuguesa e 22 de matemática. Os do nono ano, a 26 de cada disciplina. Esse número de questões é aplicado também aos estudantes do terceiro ano do ensino médio.
As escolas de ensino fundamental participantes recebem boletim de desempenho com os resultados das séries avaliadas, que também é divulgado pela internet. Como o alvo da avaliação é a unidade de ensino, não são divulgados resultados ou emitidos certificados de desempenho individual dos estudantes.

As instituições que participam da prova no ensino médio não recebem resultados por unidade de ensino, mas as notas contribuem para gerar os resultados agregados por dependência, município, Estado e Brasil.
Fonte: iG