sexta-feira, 19 de outubro de 2012

INICIAÇÃO CIENTIFICA DA UERN TEM JARDINENSE PREMIADA

UERN encerra VIII Salão de Iniciação Científica e I Encontro de Pesquisa e Pós-graduação


SHALINE ARAUJO EM DESTAQUE NA FOTO
Na noite de quarta-feira, 17 de outubro, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) encerrou o VIII Salão de Iniciação Científica e o I Encontro de Pesquisa e Pós-graduação.
O ponto marcante da solenidade foi a entrega da premiação dos melhores trabalhos de iniciação científica inscritos nos eventos. Foram premiadas cinco categorias: Ciência e Tecnologia; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; Literatura, Letras e Artes; Ciências da Vida.
Veja a lista de premiados:

Ciências Exatas e da Terra
Aluno vencedor: Rair Macedo da Silva
Orientador: Thomas Dumelow
Trabalho: “Efeitos Ópticos em Cristais Naturais Devido a Fótons e Magnons no Infravermelho Distante”

Ciências Sociais Aplicadas
Aluno vencedor: Hiago Trindade de Lira Silva
Orientadora: Maria Ivonete Soares Coelho
Trabalho: “Para Decifrar a Esfinge: Considerações Acerca da Avaliação da Efetividade do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) a Partir das Visões e Percepções dos Coordenadores e Gestora do programa em Mossoró-RN”

Ciências Humanas
Aluno vencedor: Isadora Ingrid Augusto da Cruz
Orientador: Karlla Christine Araújo Souza
Trabalho: “Os Heróis e Seus Mitos: A Defesa de Lampião e o Ataque dos Mossoroenses na Literatura de Cordel”

Literatura, Letras e Artes
Aluno vencedor: Jorge Luiz Queiroz Carvalho
Orientador: Rosângela Alves dos Santos Bernadino
Trabalho: “Os Diferentes Tipos de Representação de Fala como Marcas da Responsabilidade Enunciativa em Artigos Científicos”

Ciências da Vida
Aluno vencedor: Shaline Elaide de Araújo

Orientador: Kleberson de Oliveira Porpino
Trabalho: “Revisão Sistemática dos Cingulados Quartenários do Lajedo Soledade e Novas Ocorrências de Pampaheriidade no Estado do Rio Grande do Norte”.

Ao todo foram apresentados 235 trabalhos de iniciação científica. “Todos de excelente nível. Quem venceu foi por uma margem baixíssima”, explica o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Pedro Fernandes. São trabalhos feitos por alunos bolsistas do Programa Interinstitucional de Inciação Científica (PIBIC).

Outro momento importante foi a vídeoconferência com os alunos do curso de Ciências da Computação da UERN, Mariana Araújo e Ewerton Ribeiro, que estão fazendo intercâmbio de graduação sanduíche na Algoma University College, localizada em Sault Ste. Marie no Estado Canadense de Ontario.

Eles falaram da experiência de estudar no exterior e incentivaram os alunos presentes a solenidade tentarem repetir o feito deles. “Nós estamos aprendendo bastante. Como na UERN, os professores são bastante atenciosos. Outra coisa não se exige um nível de proficiência (em língua estrangeira) muito alto”, explica Mariana.

Eles foram cumprimentados pelo Reitor Milton Marques de Medeiros, que os parabenizou pela conquista e disse que intercâmbios são importantes para os estudantes.

Ao avaliar os dois eventos, o prof. Milton Marques de Medeiros disse que ambos refletem o crescimento da UERN nos últimos anos. “Nós estamos avançando nas pós-graduações strictu sensu, criando grupos de pesquisa e parcerias com a CAPES. Tudo isso é fruto do trabalho de estudantes, professores e técnicos. Tivemos também a presença de muitos professores de outras universidades” analisa.

Ao encerrar o evento, o Pró-Reitor Pedro Fernandes avaliou como positivo. “Nesses três dias tivemos aqui excelentes discussões. Tivemos representante da UERJ e da UFRN. Já fizemos muita coisa, mas esses dois alunos (numa referência aos alunos da UERN que estão no Canadá) mostram que nós podemos ir muito além”, acrescentou.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DIA DO PROFESSOR

Café na Escola Dr. Jarques em comemoração ao Dia do Professor

Texto: José Fernandes
Com animação ao vivo de Adão Vidal & Violão os professores da Escola Municipal Dr. Jarques Lúcio da Silva foram recepcionados na manhã dessa terça-feira (16/10/12), por volta das 8h.
Depois de apreciarem belas músicas, os professores receberam as boas vindas da escola em nome da direção: Bernardino, Alisandra, Florêncio e Beta. E em seguida lhes foi servido o baquete matinal.
Logo que terminaram de saborear a deliciosa refeição, os professores receberam cartelas para, surpreendentemente, começar a marcar um bingo. Não sabiam eles, que vários prêmios seriam sorteados nesse bingo. Inclusive na premiação maior, estava uma viagem para uma praia paradisíaca em Natal com direito a hospedagem em um maravilhoso hotel para o professor e família, com no máximo quatro integrantes, com tudo pago. Bastava simplesmente marga o bingo e esperar a sorte lhe favorecer.
Impressionante, que tudo isso era surpresa. Na sala dos professores, antes de tudo acontecer, já havia fotos coladas nas paredes, mostrando o quarto do hotel, a linda paisagem da praia e frases como: “você merece férias”, “descanso” enfim, coisas desse tipo. Eu mesmo pude contemplar que os professores quando entravam na sala e via as fotos, ficavam comentando, desejando e querendo está naquele lugar (risos),
Mas, o grande momento chegou, e após emocionantes suspenses, o professor felizardo que e grande vencedor daquela viagem, ah, se tivesse sido eu, mas não seria justo, não sou professor da Jarques, por nem ousei concorrer (risos). Sim, o grande, ou melhor, a grande felizarda foi a professora Célia Garcia, Uhuuu. Parabéns professora! Se divirta, aproveite, goze, mas muito, essa surpreendente homenagem prestada por sua escola. Faça isso em nome de todos nós professores. Parabéns, a você Bernardino e toda turma que faz a Escolar Dr. Jarques, por valorizarem, a mais nobre de todas as profissões e obrigado pelo convite, para que pudesse partilhar, desse momento especial.
 
FONTE:
http://salveopiranhas.blogspot.com.br/

terça-feira, 16 de outubro de 2012

PRÊMIO DO MEC PARA PROFESSORES TEM INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 27 DE OUTUBRO

Selecionados irão receber R$ 7.000, troféu e certificado

O prêmio professores do Brasil, promovido pela Secretária de educação Básica do MEC (Ministério da Educação), está com inscrições abertas no site oficial até o dia 27 de outubro. Podem participar professores da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio da rede pública.

Os candidatos deverão produzir um vídeo sobre seu projeto e o material será avaliado por uma comissão julgadora selecionada pelo MEC. A banca levará em conta atendimento ao objetivo, clareza e objetividade. A organização irá considerar válidas as atividades que foram aplicadas até o dia 1º de outubro.

Nesta edição, a premiação apresenta novidades entre suas modalidades. A categoria é classificada para projetos da educação integrada, com os seguintes temas: ciência e alfabetização para anos iniciais, e educação digital articulada para o desenvolvimento de currículo. 

Os selecionados receberão prêmio no valor de R$ 7.000, troféu e certificados de instituições parceiras.

A entrega do prêmio aos vencedores acontece no final do ano, em Brasília. Após a cerimônia, os docentes participam do seminário Prêmio Professores Do Brasil, que recebe educadores da rede pública do País. 

Fonte: R7

POR QUE APENAS 2% DOS ESTUDANTES QUEREM SEGUIR A CARREIRA DE PROFESSOR?

No Brasil, os baixos rendimentos, a perda de status e o desgaste do trabalho contribuem para o envelhecimento da categoria e despertam temor em relação ao futuro da profissão

O desafio da Educação brasileira não se resume a estimular crianças e adolescentes a aprender. Exige, também, encontrar quem se disponha a ensiná-los. Nas últimas décadas, a perda de interesse dos jovens pela carreira de Professor dificulta a seleção de Educadores em quantidade e qualidade suficientes para garantir o salto de desempenho que se espera nas Escolas. Ao cativar o interesse de apenas 2% dos estudantes do Ensino médio, conforme demonstrado pela pesquisa A Atratividade da Carreira Docente no Brasil, o magistério segue caminho inverso ao de países desenvolvidos.

Em lugares como Japão, Finlândia ou Coreia do Sul, todos com Ensino de excelência, a atividade oferece bons salários, reconhecimento social e por isso atrai os melhores Alunos. No Brasil, os baixos rendimentos, a perda de status e o desgaste do trabalho contribuem para o envelhecimento da categoria e despertam temor em relação ao futuro da profissão.

Em apenas quatro anos, entre 2007 e 2011, as sinopses estatísticas da Educação básica revelam que o percentual de Docentes com menos de 24 anos caiu de 6% para 5,1%, enquanto a proporção de mestres com mais de 50 subiu de 11,8% para 13,8%. Para a coordenadora do Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Regina Pacheco, as razões vão além dos baixos salários:

– Precisamos repensar o trabalho do Professor e a carreira no setor público, que segue um modelo de 100 anos. Hoje, a concepção de vida é outra, os mais jovens querem ir atrás de oportunidades, enquanto o sistema prevê que fiquem 30 anos fazendo a mesma coisa.

Conforme a pesquisadora, além de dificultar a renovação da categoria, as más condições de trabalho estimulam distorções como excessos de faltas e licenças. Confira, a seguir, um resumo das condições que afugentam novos Professores.

Fonte: realizado pela Fundação Carlos Chagas sob encomenda da Fundação Victor Civita, o estudo A Atratividade da Carreira Docente no Brasil foi concluído em dezembro de 2009 e revelou que, dos 1.501 Alunos do Ensino médio entrevistados em todas as regiões brasileiras, apenas 2% manifestavam o interesse de cursar Pedagogia ou alguma licenciatura – caminhos para a carreira de Professor. Destes, praticamente oito em cada 10 são mulheres.

Artigo: Orgulho de ensinar 
Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, em 2009, por encomenda da Fundação Victor Civita, confirmou tecnicamente o que a maioria dos brasileiros já sabia: quase ninguém mais quer ser Professor. Na verdade, este “quase” está quantificado: dos 1,5 mil Alunos do terceiro ano do Ensino médio ouvidos pelos pesquisadores, apenas 2% confirmaram a intenção de cursar Pedagogia ou alguma licenciatura voltada para o magistério. O dado expressa de forma eloquente a desvalorização de uma profissão que já foi o sonho de consumo das famílias brasileiras nas décadas de 60 e 70 do século passado. E o mais desconcertante é que os Professores continuam sendo tão necessários para o país quanto o eram naquela época. 

Três aspectos prioritários são apontados como causas da rejeição: 1) Falta de reconhecimento social; 2) Salários baixos; e 3) Trabalho desgastante. Entre os 32% de Alunos que chegaram a pensar em ser Professor, muitos encontraram resistência familiar ou foram desaconselhados por pessoas de suas relações.

Há ainda um subproduto cruel desta desvalorização, que é o direcionamento para a carreira de uma parcela de Alunos com mau desempenho nos níveis intermediários. Como não conseguem classificação para os cursos mais disputados, a formação Docente vira um prêmio de consolação. Ainda assim, o país conta com muitos Professores competentes, responsáveis e comprometidos com a Educação. Aí entra aquele conjunto de valores que historicamente compõem a personalidade dos Educadores: vocação, dedicação e profissionalismo.

A Educação tem o poder de transformar as pessoas e de tornar as sociedades mais iguais e mais justas. Sem Professores, não haveria médicos, engenheiros, advogados e outros diplomados em ofícios respeitados por todos os cidadãos. O Brasil deveria orgulhar-se de seus Professores e valorizá-los como merecem, para que os mestres também voltem a ter orgulho da profissão que escolheram.

Fonte: Jornal de Santa Catarina (SC)

CONGRESSO SOB PRESSÃO

Deputados e senadores retornaram nesta semana à rotina de discussões e votações nas comissões do Congresso Nacional; Plano Nacional da Educação está entre os temas

Depois de três meses dedicados aos palanques, caminhadas e carreatas em busca de votos para seus apadrinhados políticos nos municípios, deputados e senadores retornaram nesta semana à rotina de discussões e votações nas comissões do Congresso Nacional com uma agenda cheia de temas controversos.

Na lista de projetos prometidos para serem levados ao plenário até dezembro estão alguns que se arrastam há vários anos, como o que prevê o fim do fator previdenciário e o que institui o Plano Nacional da Educação (PNE). Também deverão entrar na pauta propostas que dividem opiniões dos parlamentares e já renderam grandes embates entre as diversas bancadas que representam os brasileiros, como a mudança na divisão dos royalties do petróleo e o novo Código Penal.

Confira os quatro temas que devem ser votados ainda este ano e a opinião de políticos e especialistas que acompanham de perto essas propostas.

ROYALTIES DO PETRÓLEO 
A pressão das empresas do setor energético para que o governo federal volte a abrir licitações para a exploração de campos de petróleo fez com que o Palácio do Planalto voltasse suas atenções para o tema, que ficou praticamente paralisado desde o início do ano no Congresso. No mês passado, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou que uma nova rodada de licitações começará em maio de 2013 – com 174 blocos sendo colocados em disputa. Já a licitação dos blocos do pré-sal está marcada para serem licitados em novembro do ano que vem. 

No entanto, o processo de exploração só poderá ser negociado com as empresas petrolíferas depois de uma definição do Congresso das regras que serão aplicadas nos novos campos. A última licitação de blocos de petróleo ocorreu em 2008. Desde então, o governo vem atrasando os novos leilões para não criar insegurança jurídica entre as empresas concorrentes.

O projeto aprovado no Senado em outubro do ano passado recebeu duras críticas das bancadas do Rio de Janeiro e do Espirito Santo, estados onde se concentra a produção das empresas, que apontaram a perda de receitas e a quebra de contratos já firmados com empresas exploradoras como problemas do projeto. Segundo o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), independetemente de existir consenso, a nova distribuição dos royalties vai ser colocada em votação na semana que vem. De acordo com o texto, a arrecadação com a exploração em alto-mar seria readequada ano a ano, até 2012.

Riqueza concentrada
"Esperamos que o presidente da Casa cumpra sua palavra e coloque o projeto em votação. Como estamos tendo segundo turno em poucas cidades, o ritmo dos trabalhos na Câmara está voltando ao normal, as bancadas já estão completas e teremos quórum para votar esse projeto. É um tema que vem sendo colocado de lado há pelo menos dois anos e isso representa uma grande perda para todos os municípios e estados brasileiros, com exceção dos fluminenses e capixabas. Não dá aceitar que um recurso importante como o pré-sal, que foi descoberto graças a pesados investimentos da Petrobras, empresa financiada por todo o povo brasileiro, vai gerar riquezas para uma parte mínima do país. Acredito que vamos resolver essa pendência nas próxima semanas”. 

Deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), 
coordenador da Frente Parlamentar da Distribuição dos Royalties do Pré-Sal 

NOVO CÓDIGO PENAL
Acompanhado com muita atenção pela sociedade brasileira, o anteprojeto do novo Código Penal foi elaborado por uma comissão especial de juristas e entregue ao Senado em junho. O texto, que vai modernizar a legislação criada há mais de 70 anos, ainda no governo de Getúlio Vargas, foi organizado em mais de 500 artigos e incorporou aproximadamente 130 leis que abordam temas penais de forma autônoma. O projeto, que começa a ser discutido no Senado ainda este ano e depois será entregue à Câmara, promete ser motivo de discussões acaloradas. Abordando temas polêmicos, como a ampliação das regras para que a mulher possa realizar aborto, a criminalização da homofobia e a descriminalização do plantio, compra e porte de drogas para uso pessoal, o projeto incomoda principalmente integrantes da bancada religiosa, que já se mostraram contrários a algumas medidas propostas. 

As discussões sobre o novo Código Penal na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foram adiadas para o fim do ano para evitar que temas polêmicos se tornassem bandeiras de campanha durante as eleições municipais.

No início do mês passado, antes de adiar as reuniões seguintes, o relator do anteprojeto, senador Pedro Taques (PDT-MT), apontou a importância de discutir cada tema com tempo limitado para que o projeto seja votado ainda este ano, mas foi criticado de bate-pronto pelo senador Magno Malta (PR-ES), um dos representantes da bancada evangélica, que questionou o curto prazo para os debates.

Pedras no caminho
Vamos ter muitas polêmicas pela frente. Como o projeto envolve questões religiosas e até filosóficas, como o caso do aborto e o porte de drogas para uso próprio, teremos discussões de propostas extremamente controvertidas no nosso país. Acredito que, encerradas as eleições, esses debates deverão se iniciar no Senado, onde a tramitação deve ser bem menos complexa do que na Câmara. No Senado haverá críticas, acordos, artigos retirados e outros acrescentados, mas acho que na Câmara é que acontecerão os maiores embates. Como são muitos parlamentares e muitos grupos diferentes, cada um com uma visão sobre nossas leis, será normal os debates sobre o novo código. Entendo que os temas devem ser discutidos com muita calma, já que tratam da segunda lei mais importante do país, ficando atrás somente da Constituição”. 

Luiz Flávio Gomes, 
jurista e ex-promotor de Justiça integrante da Comissão Especial de Juristas que elaborou o anteprojeto 

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
O objetivo inicial do Plano Nacional de Educação (PNE) era definir 20 metas que o país deveria estabelecer para a Educação entre 2011 e 2020 e apontar medidas que tornariam possíveis de serem alcançadas em dez anos. No entanto, já no final de 2012, dois anos depois do inicialmente previsto, o plano ainda não saiu do papel e o prazo para o cumprimento das metas já foi estendido para 2023, caso ele seja aprovado ainda este ano. Entre as medidas que, a partir da sanção presidencial, serão colocadas em prática estão previstas a ampliação das vagas em Creches, a equiparação da remuneração dos Professores com a de outros profissionais com formação superior, oferta do Ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolhas públicas e o aumento gradual dos investimentos previstos no orçamento federal para a Educação, chegando a 10% em 10 anos. 

A proposta já foi analisada e aprovada por uma comissão especial. No entanto, como no projeto não fica estabelecida a fonte dos recursos que serão aplicados na Educação, alguns parlamentares questionaram o texto. Em junho, o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, também demonstrou preocupação com a proposta, ressaltando que uma das mudanças equivale a dobrar em termos reais os recursos para a Educação nos orçamentos das prefeituras, estados e União, tirando R$ 85 bilhões de outros ministérios. Nesta semana, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que a intenção do governo federal seria tratar o PNE e a nova divisão dos royalties de forma casada. “Apesar de estarem separados, nós gostaríamos que esses dois assuntos tivessem essa ligação para garantia dos recursos.”

Correção necessária
Depois de tanto debate o PNE chega para votação com muitos avanços para a Educação. Talvez o excesso de demandas para grupos específicos seja um ponto a se avaliar, uma vez que queremos metas e ações iguais para todos, mas representarão avanços válidos. Um ponto que foi pouco discutido até agora diz respeito às mudanças tecnológicas pelas quais nossa sociedade passa e são vividas diariamente nas Escolas. Talvez no Senado alguns aspectos possam ser acrescentados. O importante é que se esse plano for cumprido teremos uma mudança significativa no nosso panorama, e caso não ocorram muitas alterações, ele poderá seguir para a sanção presidencial o quanto antes. Também temos que entender que não devemos esperar que o aumento de recursos para a Educação sozinho vá transformar nossas Escolas de uma hora para outra. Será preciso também investir melhor e acompanhar como essas políticas públicas vão funcionar na prática”. 

Priscila Cruz, 
diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação 

FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
Acompanhado de perto por milhões de aposentados e por trabalhadores que estão próximos de se aposentar, o projeto que prevê o fim do fator previdenciário – cálculo que serve de base para definir as aposentadorias e leva em consideração o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de vida – ficou para ser votado em novembro, depois do segundo turno das eleições municipais. Segundo o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), no entanto, já na próxima semana começarão discussões com a Receita Federal e o Ministério da Previdência para buscar um acordo com o governo federal sobre o tema. O projeto que pode entrar na pauta de votações foi aprovado no Senado ainda em 2008, mas as negociações entre o Planalto, centrais sindicais e parlamentares não avançaram e a proposta acabou deixada de lado. 

Em abril, a Câmara aprovou o pedido de urgência para o projeto e por isso a proposta pôde ser levada direto para a votação em plenário. No entanto, sem acordo sobre o tema, as discussões ficaram para o segundo semestre. A medida que deve ser analisada pelos deputados prevê a substituição do fator pela regra do 85/95, que condiciona a aposentadoria à soma do tempo de contribuição e à idade do beneficiado. No caso dos homens, passariam a ser necessários 35 anos de contribuição e 60 de idade para que o trabalhador se aposente com o teto do benefício pago pelo INSS. Já as mulheres teriam o benefício quando a soma atingir 85. O governo já deu indicações a parlamentares da base aliada de que concorda com o fim do fator, mas considera fundamental a determinação de uma idade mínima para requerer aposentadoria e apontou problemas com a retroatividade do fim do fator. Dessa forma, aqueles que se aposentaram com as regras atuais não se beneficiariam com a sua extinção.

Promessa de urgência
Essa regra confisca a metade do salário do trabalhador e já prejudicou muita gente nos últimos 13 anos. Durante o período de campanha, em contato mais próximo com a população, em todos os momentos ouvi pedidos para que eu voltasse à tribuna para pedir o fim do fator previdenciário. Tivemos uma conversa com o presidente da Câmara e ficou acertado que o projeto seria votado logo depois da eleição. Então a expectativa voltou a crescer com a possibilidade de acabar com essa injustiça. Vamos acompanhar de perto as negociações, mas sei que no plenário a matéria tem grande apoio dos parlamentares, independentemente de partido ou estado”. 

Senador Paulo Paim (PT-RS), 
autor do projeto que prevê o fim do fator previdenciário. 

Fonte: Estado de Minas (MG)

TECNOLOGIAS PARA O ENSINO

E-book é uma das novas opções de ferramentas na internet

O número de pessoas com acesso à internet no Brasil cresce anualmente, sendo que 83,4 milhões de brasileiros estão conectados à rede mundial de computadores, segundo o Ibope, representando um crescimento de 7% em relação ao segundo semestre de 2011. O aumento impulsiona a venda de livros, principalmente os digitais, chamados e-books, cujo segmento tem mais de 16 mil títulos em português e outros milhares em inglês disponíveis para venda. Algumas editoras já estimam um crescimento de 10% no faturamento até 2014. As estimativas se justificam pela popularização dos tablets, ampliação do uso da internet móvel e também pelo anúncio da chegada da tecnologia 4G no Brasil até 2014.

Atualmente, a internet é utilizada para diversão, relacionamento, trabalho, aquisição de cultura e conhecimento. Os Educadores e gestores precisam perceber que o processo de aprendizagem está mudando, entendendo que os estudantes não se contentam mais apenas com livros e sala de aula. Eles querem explorar a diversidade de recursos que a rede virtual já oferece para aprender por meio de formas inéditas e interativas. Hoje, o estudante pode sair da aula e, enquanto volta para casa, treinar o que aprendeu, ou buscar mais informações, seja por meio de um áudio em MP3 ou de um livro, usando o celular ou o tablet. Se tem alguma dúvida, poderá interagir com o Professor nas redes sociais da Escola ou até mesmo entrar em grupos de bate-papo para treinar a fluência de um novo idioma em curso.

As instituições de Ensino, que, no início, enxergaram esses avanços como ameaças e dispersores da atenção do Aluno, já começam a explorar mais essas ferramentas em favor da Educação. Atualmente, as bibliotecas de grandes universidades, como de Oxford, têm um grande acervo on-line, disponível para Alunos e também para instituições conveniadas. Além de democratizar o acesso à informação, essas novas ferramentas garantem resultados visíveis na otimização do aprendizado, ao exigir mais autonomia do Aluno por ampliar as possibilidades de relembrar o que foi apresentado em sala de aula. Algumas vezes, os investimentos são altos, mas os Alunos estão mais exigentes e valorizam as Escolas que propiciam essa integração on-line e off-line.

É evidente que os hábitos das gerações mudaram e por mais que os Professores estejam atentos, muitos ainda não sabem como explorar as novidades. O e-book é uma dessas novas opções de ferramentas na internet, bastante interessante por permitir que o bom hábito da leitura continue presente na vida de jovens e crianças. Ler é fundamental para o desenvolvimento humano e se os jovens não se sentem muito atraídos pelo papel, vale recomendar o virtual. O que não pode ocorrer é deixar de estimular o gosto pela leitura entre as gerações. No Ensino do inglês, a importância das novas tecnologias para o aprendizado é ainda mais evidente. A assimilação do idioma ocorre, principalmente, por meio da visão e audição e, dessa forma, os recursos audiovisuais são indispensáveis para a familiarização com a língua estrangeira. Ouvir músicas, assistir a filmes e fazer pesquisas na internet são algumas maneiras para melhorar a fluência. 

Fonte: Estado de Minas (MG)

SALÁRIOS BAIXOS PROVOCAM FUGA DE PROFESSORES DA CARREIRA

Piso salarial de R$ 1,4 mil está longe da remuneração de outras profissões, que muitas vezes exigem menos qualificação e dedicação

Rita de Cássia Hipólito desistiu da carreira de projetista para fazer um mestrado e, por acaso, se tornar uma professora. Ensinar era a atividade mais compatível com a jornada de estudos. Apaixonou-se pela profissão e há sete anos trabalha na rede municipal de São Paulo dando aulas de história. A carreira, já tão desvalorizada, está prestes a perder mais uma profissional.

A paulistana de 37 anos, assim como tantos outros colegas, não vê valorização em seu esforço de se capacitar e dar boas aulas. Os alunos – e o carinho que demonstram por ela – são a única razão que a mantém na ativa até agora. Mas o salário, de aproximadamente R$ 2,8 mil por 40 horas de trabalho semanais, a obriga a reavaliar a profissão neste momento. “Eu não tenho reconhecimento de ninguém. Continuo pelo meu aluno, não por mim”, admite.

Meses atrás, Rita adoeceu. O terapeuta recomendava abandonar a profissão. “Eu chorava, porque não conseguia me imaginar longe da escola. Mas, aí, me vejo sendo tão maltratada como profissional, penso em largar”, admite. A professora, que fez bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais e mestrado em sociologia na Universidade de São Paulo, diz que sempre teve dois empregos para conseguir se manter. “Mas quando vi meu primeiro holerite me assustei. Eu ganhava mais dando aula particular”, conta.

A história de Rita, infelizmente, não é isolada. No Dia do Professor, comemorado nesta segunda-feira, muitos profissionais em todo o País lamentam – em vez de celebrar – a escolha de carreira que fizeram . O iG ouviu alguns professores de formação que, mesmo apaixonados pelo trabalho que desenvolviam, desistiram de tentar sobreviver com o salário da função, baixo diante de outras profissões, e mudaram de atividade.

Salários desproporcionais
Manoel, Rosângela e Joelma sentem saudades da sala de aula e dizem que, se as condições de trabalho fossem melhores e a remuneração mais alta, teriam continuado na profissão. É fácil compreender as razões deles. Para ser um professor, por lei, é preciso ser formado em Pedagogia ou em alguma licenciatura, cujo curso dura pelo menos três anos. Há muitos outros cargos que, com a mesma titulação, oferecem salários mais atraentes.

Manoel é servidor público no Senado Federal. Lá, um analista (cargo que exige apenas a graduação) inicia a carreira ganhando R$ 18 mil. Mais de 10 vezes o piso salarial do professor , que hoje é de R$ 1,4 mil e não é pago por muitos redes estaduais e municipais. No Judiciário, onde trabalham Rosângela e Joelma, um técnico (nível médio) e um analista (graduado) ganham, em média, 3,5 mil e R$ 6 mil, respectivamente, no início da carreira.

As diferenças salariais estão também em carreiras mais próximas à realidade do professor. O salário básico de um biólogo ou de um químico, por exemplo, é de seis salários mínimos, um total de R$ 3,7 mil. Há muitos professores dessas áreas que cursaram não só a licenciatura, que habilita a dar aulas, mas também o bacharelado e poderiam atuar como biólogos e químicos.

Para tentar mudar esse cenário, o Plano Nacional de Educação (PNE), que define as metas educacionais para o País nesta década, previu a valorização dos profissionais da área, equiparando os salários . A redação da meta 17, que trata desse tema, diz que o “rendimento médio” dos docentes será equiparado aos “dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano da vigência deste PNE (2016)”. Mas o projeto não define quais profissões seriam comparadas à do professor. E ainda não foi implementado.

Em busca de ascensão social
Ensinar foi a primeira atividade que chamou a atenção, e despertou o interesse, de Manoel Morais, 36 anos. O cearense, aos 10 anos, dava aulas de reforço para os colegas em dificuldade. Estudioso, achava fácil explicar o que sabia aos colegas. Estudante de química industrial na escola técnica de Fortaleza, Manoel não pensava em se tornar um professor até ser convidado, aos 17 anos, a dar aulas em cursinhos pré-vestibulares.

A vocação lhe parecia natural, mas Manoel queria fugir da profissão tão criticada pelos seus professores da rede pública, onde estudou a vida toda. Apesar das aulas no cursinho, fez vestibular para Engenharia Química. No meio do caminho, decidiu fazer licenciatura em Química e se tornar mesmo professor. “Comecei a estudar neurociências para entender como o cérebro aprende e poder ajudar meus alunos melhor”, conta.

Em 2004, no entanto, as ilusões de Manoel com a carreira acabaram. Ele começou a fazer concursos públicos para mudar de área de atuação. Em 2005, chegou a Brasília, após ter sido aprovado no concurso do Ministério Público da União. “Mudei em busca de ascensão social mesmo. O cargo de juiz exige apenas o bacharelado em Direito. Para dar aula em uma faculdade é preciso, no mínimo, um mestrado. E quem ganha mais? Não quis seguir na carreira que eu amo por conta da condição financeira mesmo”, admite.

Hoje, Manoel está prestes a concluir o curso de Direito e pensa em novos concursos. “Por causa da questão financeira, há uma fuga de cérebros do magistério. Teria ficado na escola se tivesse a oportunidade de ganhar a mesma coisa”, desabafa. Para diminuir as saudades da sala de aula, hoje Manoel ensina outras pessoas a estudar. Dá treinamentos aos sábados sobre técnicas de estudo e oratória.

Longe do sacerdócio
Como muitas mulheres de sua idade, Joelma de Sousa, 46 anos, fez o curso normal durante o antigo 2º grau. Antes mesmo de terminar o preparatório para o magistério, Joelma passou em um concurso da Fundação Educacional de Brasília. “Era o caminho mais rápido para o trabalho. Passei cinco anos dando aulas de alfabetização para crianças e adultos. Adorava meu trabalho. Eu via o começo e o fim dele. Um dos mais gratificantes”, analisa.

Como precisava ajudar a família a se manter, Joelma desistiu do curso de pedagogia. Estudou para um concurso e se tornou técnica judiciária. “A questão salarial foi a única razão para ter mudado de profissão. Fiquei muito triste quando sai”, relembra. Ela diz que, na época, o salário de técnica já era três ou quatro vezes maior que o de professora. Já trabalhando no tribunal, Joelma fez Letras-Tradução em Francês, depois cursou Direito.

“Se minha filha quiser ser professora, vou achar sensacional. A minha família não tinha condições de me apoiar nessa decisão à época, mas espero que eu possa. Ser professor não é um sacerdócio, todos precisam de dinheiro para viver. Se quisermos bons profissionais, teremos de pagar bem”, pondera.

Sonho interrompido
Rosângela Pinto Ramos, 51 anos, escolheu ser uma professora ainda criança. Filha de professora, ela admirava a mãe. Percebeu que tinha escolhido a carreira certa logo que terminou o curso de magistério. Começou a dar aulas e se apaixonou pelo ambiente escolar, o trabalho com os alunos. Fez o curso de pedagogia e sonhava em abrir seu próprio colégio.

Mas as diferenças salariais – e a oportunidade de atuar na própria área ganhando mais – a fizeram desistir. Rosângela começou a trabalhar no Judiciário quando os pedagogos ainda eram requisitados para atuar nas Varas de Infância e para trabalhar com jovens infratores.

“Mesmo assim eu continuei dando aulas, por prazer mesmo. Até que a correria me fez desistir das aulas”, conta. A servidora, que já não atua mais com sua área no tribunal em que trabalha, conta que sente saudades da sala de aula até hoje.

Fonte: iG

OPINIÃO: OS DESAFIOS DO NOVO PROFESSOR

"Poucas profissões hoje em dia passam pelas transformações que o magistério vem passando. O que se exige dos professores atualmente é muito diferente do que se exigia há mais de dez anos", afirma Eduardo Deschamps

Poucas profissões hoje em dia passam pelas transformações que o magistério vem passando. O que se exige dos Professores atualmente é muito diferente do que se exigia há mais de dez anos. O Professor de hoje, que frente à tecnologia pode ser classificado como um imigrante digital em comparação à nova geração de Alunos que chegam às Escolas, que podem ser classificados como nativos digitais (ambos os termos definidos em recente palestra pelo Ministro da Educação Aloizio Mercadante), vive a necessidade de transformar sua forma de atuar em sala de aula.Até pouco tempo, o bom Professor era aquele que exibia um elevado grau de conhecimento de sua matéria aliado a uma grande capacidade de impor disciplina no ambiente Escolar. Hoje, existe uma farta disponibilidade de informações nos meios digitais, uma alta conectividade e interatividade e uma nova forma de comportamento baseado na liberdade de expressão.

As características dos novos Alunos exigem que o Professor atue como um mediador de conhecimento e do uso da tecnologia para desenvolver habilidades que permitam aos estudantes serem inovadores, éticos, equilibrados emocionalmente e com conhecimentos que levem a seu sucesso profissional e, principalmente, se tornem seres humanos que façam a diferença no mundo.

Ao mesmo tempo, os profissionais do magistério precisam se tornar, em muitos casos, um pouco psicólogos, assistentes sociais e até substitutos de pais e mães para Alunos vulneráveis socialmente e sem o porto seguro da família.

O desafio de fazer esta transformação dos profissionais do magistério não é simples e merece o reconhecimento da sociedade para que possamos ter a cada dia verdadeiras fontes de inspiração a nossos filhos, que ficam sob seus cuidados durante um tempo tão precioso quanto os anos de estudo nos bancos Escolares. 

Eduardo Deschamps
*Professor E SECRETÁRIO DE ESTADO DA Educação 

Fonte: Diário Catarinense (SC)

ARTIGO: A SOLUÇÃO ESTÁ NA EDUCAÇÃO?

"Muitos professores chegam à sala de aula desestimulados, descompromissados e alheios ao seu valoroso papel", afirma Suzana Mouta Rodrigues de Lemos

Estudei toda minha Educação básica numa Escola pública chamada Camilo Dias. Lembro-me com saudades de minha primeira Professora. Fecho os olhos e a vejo caminhando pela sala, apresentando a “família da Casinha Feliz”. E tantos outros Professores passaram por minha vida, me marcaram e contribuíram para a minha formação. Liderei um jornalzinho estudantil. Fiz, ao lado de meus colegas, denúncias e abusos de Professores. Questionávamos a situação. Buscávamos melhorias e acreditávamos em mudanças positivas. Recordo-me que havia uma forte necessidade de darmos nossa parcela de contribuição para tais mudanças que, quem sabe, revolucionasse nacionalmente a maneira de pensar e agir dos jovens daquela década de 90.

Não passei por palmatórias, castigos em caroços de milho ou coisa parecida, e sempre houve respeito pelos Professores. Não éramos obrigados a amar a todos do mesmo modo, mas nunca esquecíamos quem era a autoridade na sala de aula. Sou Professora. Vivencio o que meus Professores vivenciaram, mas há muita coisa diferente. Percebo que o respeito já quase não existe mais. A postura dos Alunos mudou de forma negativa e, infelizmente, a do Professor também. Presencio condutas de colegas totalmente às avessas do que seria óbvio no processo de educar.

Muitos Professores chegam à sala de aula desestimulados, descompromissados e alheios ao seu valoroso papel. Por outro lado, os Alunos, ignorados pelos pais, ou pela ausência deles, acreditam que a Escola é o complemento do lar, onde se pode fazer tudo o que se quer. Assim, se origina o caos e a descrença de que pode haver um Brasil melhor. O grande mestre, Paulo Freire, disse que “Ninguém nega o valor da Educação e que um bom Professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons Professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam Professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados”.

Há um trabalho árduo mental e físico. Disso, ninguém pode negar, mas, também não podemos negar que muitos de nós ainda ocupamos o cargo e o encaramos como “bico” e, assim, não é possível enxergar o humano que há no Aluno. Então, quase que viramos máquinas e despencamos no processo. Apesar de, lamentavelmente, concordar com Freire, bem sei que um grande fator impede que desejemos esta profissão a alguém: o conceito de Educar ficou delegado somente à instituição Escolar. E a família, onde se encaixa? Praticamente deixou de existir. Alunos chegam à Escola sem saber sua origem, sem identificar autoridade de pai e mãe, sem saber como conceituar o vocábulo Família. Aí, palavras gentis como: por favor, com licença e obrigado vão sumindo e, por conta disso, a relação Professor x Aluno vai ficando cada vez mais gasta e vazia. É necessário que façamos uma reflexão a respeito de nossa postura em sala de aula. Cabe-nos reverter esta apocalíptica situação a nosso favor.

Sofremos pressão de todos os lados por conta das falhas traiçoeiras do nosso Sistema e já passamos da época de reproduzir clichês atribuindo a ele toda culpa: na sala dos Professores- “Falta de material didático? A culpa é do Sistema!” Nos corredores das Escolas- “Salas superlotadas? A culpa é do Sistema!” Não nego que realmente convivemos com um Sistema que pouco se preocupa com a formação crítica do indivíduo e, consequentemente, faz pouco caso da realidade da Educação neste país, mas, se optamos por seguir este caminho, devemos fazê-lo com sabedoria e força de vontade de que as coisas realmente mudem e para melhor. Isso nos compete. É nosso dever romper este ciclo vicioso. 

Dizem que o Professor não conhece seu valor. Eu acredito que muitos de nós desconhecemos o nosso papel vital para a engrenagem da humanidade. Este fator faz a diferença. Queremos mudanças, mas ainda alimentamos nosso troll da ignorância paternalista quando ajudamos a eleger estreantes ou veteranos gananciosos e egoístas que dificilmente estarão interessados em contribuir para uma sociedade melhor. E repetimos que “o povo tem o governo que merece!”

Educadores de meu Estado, bem sei de nossa batalha diária. Ela é árdua, mas, acreditem: ela será satisfatória todas as vezes que você sentir que valeu a pena. Todo esforço é digno quando se vê o resultado final. Sempre quando inicia o ano, faço votos de que eu fique representando para meus Alunos aquilo que meus Professores me representaram: Educação, amizade, compromisso e simpatia. Tudo isso guardado em doces lembranças. Que possamos utilizar o dia 15 de outubro, para refletirmos sobre nossa postura e que possamos modificar o nosso meio de tal modo que seja percebido, não nos números das notas bimestrais, mas nas atitudes transformadoras e inconformadas com a realidade que vivemos. Aí sim, estaremos, de fato, reconhecendo nosso papel e nosso valor. Não é necessário estocarem maçãs em nossas mesas, mas seria muito engrandecedor se os Alunos também reconhecessem a nossa importância singular nessa "ponte" que leva ao Conhecimento. Feliz dia do Educador a todos e, em especial, a os Educadores de minhas doces lembranças.

Suzana Mouta Rodrigues de Lemos
Educadora da Rede Estadual de Ensino 

Fonte: Folha de Boa Vista (RR)

OPINIÃO: PORQUE HOJE TEMOS MUITO A COMEMORAR


"A formação e o aperfeiçoamento dos professores, com a consequente remuneração compatível com os padrões de dignidade, são providências que não podem mais tardar", afirma Marcelo Batista de Sousa

Já dizia Jorge Luís Borges: o tempo é a mais urgente das questões. A frase vem bem a propósito do Dia do Professor, hoje, pois é sabido que, na realidade, atribuir unicamente aos governantes a responsabilidade pela adoção de uma política nacional de valorização dos Professores, especialmente aos que atuam em sala de aula, será mais uma perda de tempo que a sociedade não pode desperdiçar.

A tarefa é para todos nós, que acreditamos ser a Educação o principal caminho para o exercício pleno da cidadania, e os Professores o fio condutor desse processo que gera crescimento econômico e o desenvolvimento social de uma nação. Nossa responsabilidade social se revela no fortalecimento da Escola, na melhor organização do trabalho pedagógico e na busca de fortalecimento da carreira do magistério.

E como muito bem salientou Saramago, no Ensaio sobre a Cegueira, lembremo-nos que Dia do Professor é todo dia, assim como todo dia é dia de pensarmos, elaborarmos e sonharmos com o nosso fazer de maneira transformadora, para a construção de relações mais humanas. 

A importância desta data comemorativa é inegável. Ela entrou no calendário pelo decreto imperial de 15 de outubro de 1827, assinado por Dom Pedro I. Neste ano, mais uma vez, a exemplo do que acontece há décadas, a imprensa poderá dar grande visibilidade ao assunto e colocá-lo novamente na agenda das decisões nacionais.

É fundamental que a Educação seja discutida séria e desapaixonadamente, e que os envolvidos na questão sejam ouvidos. A esperança está na capacidade de ressonância que o tema venha a ter junto à opinião pública, e na cobrança enérgica de providências oficiais.

A formação e o aperfeiçoamento dos Professores, com a consequente remuneração compatível com os padrões de dignidade, são providências que não podem mais tardar.

Marcelo Batista de Sousa
*Administrador e pedagogo, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina e diretor da Confederação Nacional das Escolas Particulares

Fonte: Diário Catarinense (SC)

OPINIÃO: A PERMANÊNCIA DE PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO

"Talvez seja hora de novos pioneiros da educação lançarem novo manifesto dirigido ao governo e ao povo", afirma Ignez Martins Tollini

A busca da qualidade na educação pública foi iniciada por um grupo de notáveis estudiosos nos anos 1930. Ao longo desse século, eles apontaram, ao governo e ao povo, os problemas da educação pública. Infelizmente, não tiveram sucesso nessa ação cívica. Para entender essa problemática, desenvolvemos um trabalho cientifico, “In search of elementary education” (“Em busca da educação elementar”). O trabalho analisa a relação do Estado com a educação, no período 1930-1997. Acreditamos que suas conclusões e recomendações possam ser válidas até hoje. 

Este artigo apresenta algumas conclusões desse trabalho, a saber: o Estado apresentou uma “imagem de ação” em sua relação com a educação durante todo o período. Para produzir a “imagem de ação”, sucessivos governos declaravam sua intenção de reformar a educação. Com isso, eles criavam expectativas de mudanças e adiavam providências para realizá-las. Além disso, essa estratégia garantia, ao Estado, o aumento de sua legitimidade. 

Porém, a criação de uma “imagem de ação” nem sempre era feita por declarações fortes do Estado. Por exemplo: durante a Era Vargas, a “imagem de ação” foi sustentada por meio da organização do sistema educacional. Em seguida, no período de redemocratização, a “imagem de ação” foi transmitida por intermédio da notável expansão da educação. Na época do regime militar, a “imagem de ação” do Estado foi reafirmada pelo aumento de legislações destinadas à educação. 

Com o advento da Nova República, o Estado tentou criar uma “imagem de ação” por meio do aumento de políticas educacionais destinadas às classes sociais mais necessitadas. No breve governo Collor, o Estado se interessou em criar uma “imagem de ação” reformista, com uma agenda social da educação. Em suma, a procura de legitimidade era relacionada com a criação de uma “imagem de ação” do Estado. 

Porém, a maioria das políticas anunciadas não era efetivada, ao menos totalmente. De fato, o Estado não formulou planos de longo prazo para a área de educação. Pelo contrário, a necessidade de o Estado buscar legitimidade fez com que ele formulasse políticas para resolver problemas imediatos na educação básica, tais como campanhas de alfabetização, educação de adultos, criação de escolas rurais, projetos de extensão da educação básica, e debate sobre a complexa Lei nº 5.692/71. 

Essas e outras estratégias ajudaram o Estado a retardar mudanças, evitar conflito e melhorar sua legitimidade com declarações oficiais. Assim ele criou uma “imagem de ação” por meio de estratégias que passavam a impressão de sua capacidade e autonomia. Sérios problemas, tais como a falta de coerência dentro do Estado, foi algo que não o preocupou durante o período examinado. Tal problema permaneceu escondido do público durante a maior parte do período e foi tratado de modo inadequado nos anos 1990, embora o Estado conhecesse o problema desde 1930. O Estado central atribuiu a má gestão e a corrupção na área educacional aos níveis locais da educação. A centralização, ao nível federal, era o corolário da falta de autonomia nos níveis locais. 

Em resumo, essas e outras dificuldades examinadas comprometeram a habilidade do Estado como ator na educação elementar brasileira. O trabalho citado também conclui que suficientes recursos financeiros, ação corporativa dentro do Estado, livre da influência de grupos de interesse, são condições essenciais para a autonomia e a capacidade do Estado como ator efetivo, e que essas condições não estavam presentes no setor educacional do Estado durante o período examinado no trabalho. 

Este resumo se justifica pela crença que possa suscitar argumentos sobre a atual situação da educação brasileira, principalmente no que tange à sua qualidade, problema que permanece sem solução. Análises e considerações existentes no citado trabalho mostram outras facetas do problema examinado. Talvez seja hora de novos pioneiros da educação lançarem novo manifesto dirigido ao governo e ao povo. Talvez, desta feita, educadores possam ter o sucesso que nossos antecessores procuraram, durante um século, mas não conseguiram. 

Ph. D. em educação (Universidade de Londres, Inglaterra), master of sciences in education (Universidade de Purdue, Indiana, EUA), mestre em educação Brasileira (UnB) 

Fonte: Correio Braziliense (DF) 

O GARGALO DO ENSINO

Baixo número de concluintes no Ensino Médio afeta crescimento do nível superior

O ensino superior brasileiro, que vinha crescendo até meados da década passada em ritmo acelerado, dá preocupantes sinais de que está perdendo fôlego, e a causa mais comum apontada por especialistas para esse problema está mais embaixo: na crise do ensino médio. Dados tabulados pelo GLOBO na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, mostram que, de 2006 a 2011, o número de alunos em cursos de graduação cresceu somente 15%, ou 822 mil estudantes a mais. Nos cinco anos anteriores, de 2001 a 2006, essa variação havia sido de 56%, ou 1,9 milhão a mais. Como resultado desse crescimento menor, o percentual de jovens de 18 a 24 anos estudando no ensino superior em 2011 foi de 14,6%, apenas 0,2 ponto a mais em relação a 2009. A meta do governo no Plano Nacional de Educação é chegar a 33% em 2020.

O quadro revelado pela PNAD é ainda mais preocupante se considerado que o país ainda está distante dos países mais ricos. Um relatório divulgado no mês passado pela OCDE (organização que reúne, em sua maioria, nações desenvolvidas) mostra que o Brasil, entre 37 países, é o que apresenta a menor proporção de jovens de 25 a 34 anos com diploma universitário (12%), ficando atrás mesmo de México (20%) e Chile (35%), e bem distante da líder Coreia do Sul (63%).

Destrinchando os dados por setor público e privado, a PNAD mostra que, nesses dois anos, o ensino privado chegou a registrar leve queda de 2%. A boa notícia foi que, do ponto de vista do setor público, o número de alunos aumentou 16%. No entanto, como o setor particular tem muito mais estudantes e, portanto, pesa mais no resultado final, o crescimento do ensino superior como um todo foi de 1,8% nesses dois anos, o menor dos últimos dez anos pela pesquisa.

O MEC divulgará amanhã o Censo da Educação Superior de 2011, que trabalha com metodologia distinta da PNAD, coletando informações diretamente das instituições, e não nos domicílios, como faz o IBGE. Segundo o MEC, o levantamento teve resultado diferente da PNAD, e captou crescimento do número de alunos tanto na rede pública quanto na particular.

— É questão de metodologia. (Essa queda) não bate com os nossos dados. Temos uma expansão acentuada no segmento público e privado. E o censo é mais preciso: sabemos nome por nome, CPF por CPF, onde está cada estudante — diz o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Claudio Costa.

Feito pelo Inep, o censo registra crescimento anual de matrículas até 2010, último dado disponível. Um recorte na primeira metade da década, porém, revela que o ensino superior cresceu 50,4% entre 2001 e 2005 e 30,6% na segunda, de 2006 a 2010. Ou seja, a exemplo da PNAD, o censo administrativo gerenciado pelo Inep também indica perda de velocidade na expansão. E é também pela PNAD, e não pelo censo da educação superior, que o próprio MEC monitora a meta de escolarização universitária de 18 a 24 anos.

Para a pesquisadora Cibele Yhan de Andrade, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, a perda de vitalidade do ensino superior brasileiro é também visível nos dados do MEC, especialmente se for considerado o número de concluintes. Ela pondera que, como nem todo estudante matriculado no ensino superior efetivamente termina o curso, é preciso olhar para o resultado final. E, nesse aspecto, os dados do ministério mostram, em sua avaliação, uma estagnação no número de formados a partir de 2003 que seria ainda pior se não fosse o aumento de cursos à distância.

Estagnação no ensino médio
Os problemas do ensino superior, no entanto, começam na base. Nos últimos dez anos, o número de concluintes no antigo 2º grau ficou praticamente estagnado em torno de 1,8 milhão. Boa parte do crescimento universitário nesse período é explicado por adultos que voltaram a estudar.

Para especialistas, isso é resultado da baixa qualidade e alta reprovação e abandono, que têm como pano de fundo a perda de identidade do ensino médio. Cibele Andrade, da Unicamp, diz que o ensino médio é um gargalo e calculou em estudo feito por ela que o país precisaria dobrar o número de secundaristas para universalizar essa última etapa da educação básica. Ela identificou na PNAD que quase metade dos jovens de 18 a 24 anos sequer concluíram o ensino médio em 2009.

Assim como os problemas do ensino superior são em parte explicados pela base, também no ensino médio é preciso considerar que há falhas em sua etapa anterior: o ensino fundamental.

O consultor e especialista em avaliação Ruben Klein, da Fundação Cesgranrio, observa que, mesmo que, o acesso ao fundamental já tenha sido universalizado, boa parte dos brasileiros é reprovada e abandona a escola antes de terminar o 9º ano (antiga 8ª série). Ele chama atenção para outro aspecto: mais de 99% dos jovens fora da escola dos 15 aos 17 anos chegou a estudar em algum momento.

— O grande dilema é que o pessoal entra na escola e não termina — diz Klein.

Augusto da Silva, de 21 anos e morador de Olinda (PE), é um exemplo disso. Ele fazia o primeiro ano do ensino médio, mas parou há três anos, desde que começou a trabalhar como auxiliar de cozinha em um restaurante de Recife. Estudava pela manhã, mas não conseguiu conciliar as duas atividades.

— Meu pai é caseiro, minha mãe trabalha como empregada e tenho duas irmãs menores. Precisava completar a renda, e fui à luta. No restaurante eu pegava de noite e só saía às 10h da manhã seguinte. Quando chegava em casa, estava um bagaço e não conseguia estudar. Só fazia dormir. Terminei deixando o estudo de lado. Foi ruim ficar sem estudar, mas, em compensação, achei que com a carteira assinada ficaria mais fácil arranjar outro emprego — conforma-se.

A falta de escolaridade, no entanto, agora lhe custa caro. Ele está há seis meses desempregado e tenta conseguir uma ocupação que lhe dê tempo para retomar os estudos e, talvez, seguir uma carreira com melhor qualificação como cozinheiro.

O coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naércio Menezes Filho, é outro que vê estreita ligação entre o que se passa na escola básica e seus reflexos na demanda por ensino superior. Embora reconheça que limitações financeiras também têm impacto no acesso à faculdade, Naércio está convencido de que o nó maior está no caminho da pré-escola ao ensino médio.

— O principal desafio é melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio. Todos os caminhos que a gente analisa acabam batendo nisso — diz.

Segundo ele, a nova classe média buscou a faculdade, principalmente em cursos da área de humanas, que remuneram menos do que no passado. E aí estaria outro gargalo: a baixa qualidade da escola básica não prepara os estudantes para cursos tecnológicos e de exatas, que remuneram melhor, mas que requerem boa formação em matemática e ciências.

— O ensino médio é que não está formando alunos no ritmo dos anos 1990, nem com qualidade para sustentar alunos em cursos mais difíceis da área de exatas, as engenharias, a medicina. As pessoas não tem condições de aprendizado e recursos financeiros para pagar essas faculdades, que são mais caras — afirma Naércio, que é também professor associado da USP.

Problema não é falta de vagas
Membro do Conselho Nacional de Educação, o sociólogo Luiz Roberto Liza Curi concorda que é preciso ampliar o ensino médio. Para ele, no entanto, não é só isso o que trava o crescimento do ensino superior.

— O número de egressos no ensino médio é um fator relevante para a expansão, mas o ensino superior tem espaço para crescer com o tamanho atual do ensino médio. As vagas existem, só que não estão sendo preenchidas — afirma Curi, que foi diretor da Secretaria de Educação Superior do MEC no governo Fernando Henrique e é hoje assessor especial do Sistema Educacional Brasileiro (SEB), um grupo privado.

O presidente do Inep concorda:

— Temos um problema no ensino médio e estamos trabalhando. Mas hoje a demanda pelo ensino superior brasileiro está aumentando. O número de inscritos cresce. Não tenho dúvidas de que vamos atingir as metas quantitativa e qualitativa do novo Plano Nacional de Educação — diz Luiz Claudio.

Curi, por sua vez, afirma que a parcela da população com idade acima de 24 anos e sem diploma universitário responde por boa parte da demanda. Prova disso, argumenta ele, é que cerca de três quartos das matrículas em instituições particulares são noturnas. Para Curi, o crescimento só não é maior porque o curso superior, em alguma medida, perdeu importância em termos de empregabilidade e aumento salarial.

Fonte: O Globo (RJ)

sábado, 13 de outubro de 2012

PISO SALARIAL


O piso nacional dos professores deverá sofrer um reajuste menor que o previsto em razão da queda da arrecadação de tributos pelo governo. A expectativa no início do ano era de que os docentes teriam um aumento de 21% em 2013, mas o índice corre o risco de ficar abaixo dos 7,86% concedidos em 2010. O Ministério da Educação (MEC) diz que a taxa só será definida no fim do ano.

Este ano a categoria recebeu 22% de aumento, o que comprometeu o orçamento de Estados e municípios e reabriu a discussão sobre o cálculo do reajuste. Um acordo entre prefeitos e docentes pode equilibrar a situação. Pela proposta, a atualização dos salários seria feita pela reposição da inflação do ano anterior mais 50% da variação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) nos últimos dois anos.

Para o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a mudança deve acabar com as dificuldades para cumprir a Lei do Piso. "É preciso melhorar os vencimentos iniciais dos professores para tornar a carreira mais atrativa", diz. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apoia a proposta, elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). "O modelo atual torna o salário do professor impagável com o passar do tempo", afirma o prefeito de Vitória (ES), João Coser, presidente da FNP.

Cara chama de "inaceitável" um projeto de lei que aguarda votação na Câmara e determina que a correção do piso seja feita com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "O trabalhador precisa ter aumentos reais", argumenta.

Atualmente os professores da educação básica (ensino infantil ao médio) na rede pública recebem R$ 1.451 mensais. A remuneração vale para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. Entidades ligadas ao magistério, porém, afirmam que nem todos os Estados e municípios cumprem a norma.

Segundo a CNTE, apenas os governos de Acre, Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso e Rondônia obedecem a todos os pontos da Lei do Piso, o que inclui a destinação de 1/3 da jornada para atividades extraclasse.

A lei existe desde 2008 e já foi contestada por alguns governadores na Justiça. No mês passado seis deles questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) a regra em vigor, alegando que perderam a autonomia para determinar os vencimentos de seus servidores. O ministro Joaquim Barbosa será o relator do processo, que ainda não tem data para ir a julgamento.

O piso é atualizado de acordo com a variação no valor mínimo de investimento por aluno previsto no (Fundeb). Com menos tributos alimentando o fundo por conta da desaceleração da atividade econômica, caíram também as projeções de reajuste salarial para os docentes.

Em nota, o MEC diz que a reestimativa de recursos do Fundeb só é definida pelo Tesouro Nacional no fim do ano. "Portanto, qualquer avaliação sobre o volume de reajuste, ou de eventual mudança na fórmula, é precipitada", afirma a pasta.

(Estadão)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Videoaulas para provas do Enem estreiam hoje

Parceria do 'Estado' com o Grupo Positivo terá cem aulas de revisão até a véspera do exame; também haverá conteúdo para candidatos da Fuvest

Cem videoaulas de Professores do Grupo Positivo serão publicadas no canal do Estado no YouTube a partir de hoje para ajudar os estudantes na preparação para o Exame Nacional do Ensino médio (Enem). É a volta das Super Aulas Positivo Estadão, que no ano passado tiveram mais de 1 milhão de acessos. Desta vez também haverá outras 56 aulas com revisão para os vestibulares da Fuvest e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os três exames serão corrigidos ao vivo nos dias de prova.
O material será publicado gradativamente até 2 de novembro, véspera do Enem, a partir das 9 horas. O estudante terá acesso a vídeos diários com quatro aulas e poderá avançar ou retroceder no player. Cada aula tem cerca de 25 minutos. A coleção completa ficará disponível no site até 24 de novembro, véspera da prova de primeira fase da Fuvest.
Na estreia, os Alunos terão acesso a aulas de matemática (limite da soma), química (eletronegatividade), biologia (biologia molecular) e física (relação força e movimento). Os fãs podem curtir a página das Super Aulas no Facebook, em facebook.com/superaulasestadao. A programação completa pode ser vista em www.estadao.com.br/especiais/2012/10/prog_enem.pdf.
O estudante Filipe Miranda, de 18 anos, utilizou as Super Aulas no ano passado em sua preparação para o vestibular de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que seleciona Alunos por meio do Enem. "Assistia às aulas com atenção, sempre buscando correlacionar com o que aprendia na Escola. Quando tinha dúvida, perguntava a meus Professores."
As videoaulas para Fuvest e Unicamp serão publicadas entre 5 e 24 de novembro. "Vamos preparar o Aluno para as questões da segunda fase desses vestibulares, que são mais profundas e exigem mais raciocínio e domínio do conteúdo", diz o diretor-geral do Curso Positivo, Renato Ribas Vaz. Ao todo, 29 Professores participaram da iniciativa.
Para Emerson Santos, diretor-geral da Editora Positivo, responsável pelo Sistema Positivo de Ensino, a audiência das Super Aulas em 2011 foi "maravilhosa". "Queremos ajudar o Aluno a ter um desempenho melhor nas provas e fazemos isso utilizando a internet, uma mídia com a qual o público-alvo está acostumado."

Fonte: O Estado de S.Paulo (SP)

Piso de docente terá reajuste menor em 2013

Com queda na arrecadação, índice deve ficar abaixo de 10%, menos da metade do previsto no início deste ano. Queda reacende debate sobre mudanças na fórmula de cálculo, hoje atrelada a impostos que compõem o Fundeb

Fonte: Folha de S. Paulo (SP)


O reajuste do piso nacional do Professor em 2013 deverá ficar abaixo de 10%, menos da metade dos 21% previstos no início deste ano.
O número, que está sendo finalizado pelos ministérios da Fazenda e da Educação, é usado para corrigir o salário dos Docentes da rede pública que lecionam do Ensino infantil ao médio (Educação básica).
Diante do baixo crescimento da economia brasileira, técnicos do governo já admitem que a correção pode ser até inferior aos 7,86% registrados em 2010, o menor desde a definição do piso nacional, há quatro anos.
O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S.Paulo

Opinião: Brasil discute salário e se esquece da formação do professor
ILONA BECSKEHÁZY
ESPECIAL PARA A FOLHA
Parece óbvio aos brasileiros que tenhamos que aumentar a qualidade (e a equidade) da Educação que oferecemos no país. Para isso, temos que começar respondendo a duas perguntas: quais são os componentes da excelência e da equidade educacional e quanto eles custam em seu conjunto no contexto brasileiro.
O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S.Paulo

Professores da rede pública podem estudar inglês grátis nos EUA

Oportunidade oferecida pela Capes, órgão ligado ao MEC, oferece ao todo 540 vagas

Estão abertas até o dia 15 de outubro as inscrições para o Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Língua Inglesa nos Estados Unidos. A oportunidade oferecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), oferece ao todo 540 vagas para Professores de inglês que atuam na rede pública estudar o idioma por seis meses no exterior. Cada estado tem reserva de, pelo menos, vinte vagas.
Os Professores podem passar seis semanas em uma universidades sediada nos Estados Unidos e participar de atividades acadêmicas e culturais que incentivam o exercício do idioma e favorecem a fluência oral e escrita.
Para se candidatar é preciso ser brasileiro ou ter visto de permanente no país, possuir bacharelado ou licenciatura em Língua Inglesa, ser Professor da rede pública e não estar em estágio probatório.
Os aprovados pelo programa receberão de graça alojamento, alimentação, deslocamento, seguro saúde e passagens aéreas, isenção de taxas Escolares e ainda materiais didáticos usados no curso. Além de uma ajuda de custo no valor de U$ 500,00 (quinhentos dólares).

Fonte: G1
http://www.todospelaeducacao.org.br

sábado, 6 de outubro de 2012

EM BAIXA

Os últimos relatórios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE e da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre investimentos educacionais, reforçam os contrassensos denunciados pela CNTE acerca de medidas em curso no Brasil, a exemplo da que sugere congelar o piso salarial nacional dos professores, seja através da aprovação do PL 3.776/2008, na Câmara dos Deputados, seja por meio do julgamento da nova ação direta de inconstitucionalidade movida por seis governadores de estados contra a lei do piso da categoria.
Ambas as análises internacionais revelam que os/as professores/as das redes públicas de educação básica do Brasil estão entre os profissionais com pior remuneração no mundo, percebendo quase 1/3 da renda de seus colegas europeus. Os cálculos da OCDE e da OIT também corroboram outros estudos e pesquisas nacionais, que mostram os profissionais da educação nas piores colocações em termos remuneratórios no país.
Outro dado chocante: os ganhos anuais dos/as professores/as das escolas públicas estão abaixo da renda per capita do país, e quanto mais anos de trabalho na rede de ensino e maior a qualificação profissional do/a professor/a, menor é sua renda em comparação a outros profissionais da iniciativa privada e do setor público. Ou seja: tudo conspira para uma evasão em massa do magistério!
A Pnad 2010 mostrou que a diferença entre a remuneração dos docentes em relação a outras categorias do país aumentou em relação a 2009, ano em que a atualização do piso salarial do magistério ficou próxima da inflação (7,86% contra 6,46%). Não obstante, o achatamento das carreiras profissionais, nos estados e municípios, tem impedido que a média remuneratória do magistério cresça em relação às demais profissões, sobretudo quando analisado o tempo de serviço (profissionais de nível superior com quinze anos de trabalho no magistério percebem remuneração abaixo da metade de outras categorias profissionais com mesmo nível de formação e tempo de serviço equivalente).
Diante desse tenebroso cenário, a OIT recomenda aos governos do Brasil (Federal, Estaduais, Distrital e Municipais) que valorizem o magistério, especialmente através de melhores salários, de condições de trabalho adequadas e de formação inicial e continuada de qualidade e gratuita. Em suma: o diagnóstico externo sobre a educação brasileira legitima a agenda social interna pela aplicação de 10% do PIB na educação, que é essencial para implantar a política de Custo Aluno Qualidade e para elevar a renda do magistério à luz da meta 17 do PNE.
Historicamente, em nosso país, estudantes e professores têm sido vítimas de um sistema educacional precário, que nega o direito à educação de qualidade por meio de fortes contenções orçamentárias, mas que, por outro lado, cobra resultados de “primeiro mundo” num patamar de investimento por aluno (per capita) que é 5 vezes menor que a média europeia. Um enorme contrassenso!!!
Esperamos que as advertências internacionais sobre a necessidade de se valorizar o magistério, e os demais profissionais da educação, ecoem no Executivo, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, para que todos eles cumpram com suas prerrogativas de defender uma política publica da mais alta importância para a promoção da cidadania e para o crescimento sustentável e inclusivo. Ao Executivo, reivindica-se a execução de políticas emanadas nas conferências de educação; ao Congresso, caberá aprovar o PNE e o mecanismo que mantenha ganho real ao piso salarial nacional do magistério; e, ao STF, espera-se a rejeição integral da Adin 4.848, que visa, anacronicamente, anular a valorização da categoria de forma equânime no país.