quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ACORDO COM SEEC LEVA AO FIM DA GRVE

GREVE DOS PROFESSORES ESTÁ OFICIALMENTE  ENCERRADA

Após negociação realizada no final da tarde desta quarta-feira (28), com a participação da secretária Betania Ramalho, do Procurador Geral do Estado, Miguel Josino, e de interlocutores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, o Sinte resolveu oficializar o fim da greve dos professores, na assembléia que ocorreu na tarde desta quinta-feira (29). Com isso, os 420 professores que aderiram ao movimento devem retornar para suas atividades normais.

Entre os pontos acordados, ficou decidido que a Secretaria de Estado da Educação irá dividir em seis parcelas o pagamento de R$ 6 milhões, referentes às horas suplementares dos professores que ministraram mais que 20 horas em sala de aula durante os meses de abril a julho deste ano. Esse parcelamento será feito a partir do mês de setembro.

Além disso, foram mantidas no acordo, ações já anunciadas pela secretária Betania Ramalho, na última segunda-feira (26), como o envio para a Assembleia Legislativa do projeto de lei que altera o porte das escolas, aumentando o valor da gratificação dos diretores e vice-diretores. Assim como o envio, para apreciação dos deputados, do projeto de lei das promoções horizontais, que autoriza o governo a conceder mais uma letra aos professores.

Ficou acertada ainda a alteração de dois artigos do Plano de Cargos, Carreiras e Salários do Magistério Estadual. Esses artigos tratam de regras para promoção e mudanças na jornada de trabalho, devido à implantação do terço da hora atividade para planejamento. Assim como os demais projetos de lei, a proposta de alteração também será enviada para a Assembleia.

A secretária Betania Ramalho também se comprometeu em suspender o corte de ponto dos professores grevistas, desde que eles apresentem um cronograma de reposição de aulas aos gestores das escolas em que estão lotados. Segundo relatórios da Coordenadoria de Recursos Humanos, da Secretaria da Educação, dos 10 mil professores em sala de aula de todo o Estado, apenas 420 aderiram à greve. O número representa 4% do total.

Para a secretária, a decisão pelo fim da greve foi sensata. “A própria direção do sindicato reconheceu, na assembléia de hoje, que as negociações foram mais fortes do que a própria greve e que a adesão foi muito pequena. Logo, eu agradeço aos que decidiram pelo fim da greve. E agradeço principalmente à grande maioria dos professores que não deixaram suas salas de aula. Vocês foram decisivos para garantir o direito dos alunos aprenderem”, concluiu Betania Ramalho.

Postado por Assecom Educação às 14:51

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Greve 2013

Assembleia decide continuar a greve

A categoria, presente na assembleia de hoje(27), decidiu manter a greve para pressionar por avanços na proposta apresentada pelo governo do Estado. Em documento, o governo reconhece a dívida do terço de férias e promete pagar os valores de abril a julho deste ano, em 10 parcelas, sendo a primeira em setembro próximo.

Fica estabelecido ainda o envio de um projeto de Lei de revisão do Plano de Carreira do Magistério até o mês que vem; o pagamento de uma letra; um projeto de lei que altera o porte das escolas; a convocação de concursados e prorrogação da validade do concurso.

O documento também abre espaço para a oficialização de um termo de ajustamento de conduta junto ao Ministério Público com relação aos servidores cedidos ao Sinte-RN.

Para a coordenadora geral do Sinte-RN, Fátima Cardoso, a retomada da negociação é o resultado da pressão feita pelo Sindicato junto à sociedade. “Com recorde de rejeição e aliados políticos saindo do barco, o Governo Rosalba tinha que descer do falso pedestal e negociar”, avalia Fátima e acrescenta: “Apesar de sempre entendermos o diálogo como avanço, a proposta está longe do que merecemos, por isso vamos buscar avanços de hoje para amanhã, para serem apresentados na assembleia da quinta-feira”, conclui Fátima.



Ficou marcada uma nova assembleia para a próxima quinta-feira às 14:30, em local a ser definido.

Clique AQUI e veja o documento na íntegra.
 
http://www.sintern.org.br/noticias

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ESCOLAS PREOCUPADAS COM A GERAÇÃO DIGITAL

A dispersão provocada pelo uso de celulares e de tablets nas salas de aula alerta os educadores da rede pública e da particular

Os celulares e os tablets chegaram definitivamente às salas de aula. Com acesso à internet, os aparelhos eletrônicos se tornam aliados importantes na hora do Ensino, mas também inimigos do aprendizado caso sejam utilizados de forma errada. A infinita possibilidade de aplicativos, o acesso a jogos, as redes sociais e os chats gratuitos podem provocar dispersão no horário dos estudos. O emprego das tecnologias não escolhe idade. Tanto no Ensino fundamental quanto no médio das Escolas públicas e particulares o desafio é disciplinar o emprego dos equipamentos.

No Colégio Marista da 609 Sul, 98% dos estudantes do 6º ao 9º ano têm celular. Embora manusear o telefone seja proibido por lei distrital (leia O que diz a lei), alguns o mantêm sempre ao alcance. Pesquisa realizada pela instituição de Ensino mostrou que 50% das suspensões da insituição ocorrem por causa do uso indevido do aparelho. Na semana passada, a direção lançou uma campanha, não a fim de coibir, como prega a legislação, mas disciplinar a prática em proveito da comunidade Escolar. “A ideia não é radicalizar, mas, sim, mostrar que, de forma orientada, o celular pode trazer benefícios”, ressaltou o assistente psicopedagógico da Escola, Ricardo Timm.

Entre as estratégias aparecem informativos, cartazes, banners, vídeos e e-mails para as famílias. Afinal, os pais e outros parentes são os responsáveis pela maioria das interrupções em sala de aula. Muitos optam por ligar no celular, na hora da aula. “É preciso desenvolver a consciência coletiva, a consciência cidadã. São 40 Alunos por turma, imagina todos falando ao telefone?”, questionou Timm, ao lembrar que, nas salas de cinema, as campanhas funcionaram bem.

Os Alunos do 9º ano Daniel Ramos e Thaise Mello, ambos de 14 anos, levam o telefone para a Escola, mas não o utilizam em sala. “Provoca muita dispersão, principalmente quando alguém se esquece de colocar no silencioso. Quando o Professor expulsa alguém, todos perdem a atenção e fica difícil voltar a focar na matéria”, reclamou Thaise. Daniel, no entanto, às vezes, usa os chats em benefício dos estudos. “Existem os prós e os contras. Sou um pouco lento para copiar a matéria. Às vezes, os amigos tiram foto do conteúdo no celular e encaminham no grupo montado por nós. Isso facilita na hora de estudar”, contou.

Segundo Professores, nem todos têm a mesma consciência de Daniel. “Eles não prestam atenção, porque sabem que terão o recurso da foto depois. Se combinado com o Docente para uma tabela ou dever de casa, é outra coisa. Além disso, copiar a matéria do quadro é um recurso de aprendizagem”, atestou o assistente psicopedagógico do Maristinha.
Na rede pública, o problema se repete.

A coordenadora do Ensino fundamental da Secretaria de Educação, Kátia Franca, ressalta que não há como a Escola ficar de fora do contexto das tecnologias. “Todo começo de semestre, os Professores firmam um contrato didático com os Alunos. Eles delimitam o que é permitido. Não vamos abolir o telefone, mas o que não pode é enviar mensagem, bater papo.” Ontem, no retorno às aulas, as especificações foram reafirmadas entre mestres e aprendizes.

Tablets
Nas instituições privadas, algumas de Ensino médio começaram a explorar os tablets no ano passado. O Sigma trocou o material em papel pelo digital e mudou toda a metodologia. Um ano e meio depois, pôde ser realizada uma avaliação prévia. “Os primeiros dados que temos são muito positivos. Houve melhora no desempenho. Os Alunos estão mais participativos e empenhados na resolução de exercícios”, analisou o coordenador de Redação do colégio, Eli Guimarães.

Com a aluna do 2º ano do Ensino médio do Centro de Ensino Candanguinho Laísa Condê, 16 anos, no entanto, a metodologia não deu certo. “Ficava muito dispersa. O meu desempenho caiu. Estava em uma Escola que usava os tablets e resolvi sair. Conversei com a minha família e optamos por voltar ao método tradicional”, explicou. A estudante admite ter se sentindo muito livre para navegar nas redes sociais e disputar jogos virtuais. “Tenho amigos que conseguem, mas, para mim, não foi o ideal”, reconhece.

"Ficava muito dispersa. O meu desempenho caiu. Estava em uma Escola que usava os tablets e resolvi sair (do colégio)"
Laísa Condê, 16 anos, aluna do 2º ano do Ensino médio
Falhas comuns

» Acessar redes sociais no horário da aula
» Tirar fotos para postar em aplicativos específicos
» Tirar foto da matéria escrita no quadro pelo Professor em vez de copiar no caderno
» Manter diálogos em bate-papos
» Acessar jogos
» Atender ligações durante a aula
Palavra de especialista

Formas de abordagem
“A introdução das novas tecnologias na sala de aula é inevitável, pois elas fazem parte do dia a dia da maioria da população. O desafio da Escola é saber como proceder. As novas tecnologias demandam novas pedagogias. Isso significa formas diferentes de abordar o conteúdo e de avaliar e de interagir com os Alunos. A maior parte das instituições que trabalham com tablets têm transformado livros em PDF, uma utilização limitada da tecnologia, que permite muito mais do que isso. Pode-se trabalhar com a interatividade e na construção coletiva do conhecimento.

A dispersão existe, porque Professores e Alunos estão à deriva, não sabem como utilizar as ferramentas do modo correto. Se os estudantes levam o celular para a sala de aula somente para conversar, estão no lugar errado. Mas se o aparelho serve para interagir e atrair ainda mais a atenção do Aluno, pode funcionar bem. Tudo vai depender da capacitação dos Professores. É preciso que toda a cadeia de formação seja reinventada, desde a universidade. Acredito que ainda demandará algum tempo para que essa integração ocorra de forma minimamente satisfatória.”

Gilberto Lacerda é Professor da Faculdade de Educação da UnB, especialista em tecnologias da Educação

O que diz a lei
A Lei Distrital nº 4.131, de 2008, proíbe o uso de celulares e de aparelhos eletrônicos capazes de armazenar e reproduzir arquivos de áudio do tipo MP3, CDs e jogos, pelos Alunos de Escolas públicas e privadas do DF. Permite o uso desses aparelhos somente nos intervalos e fora da sala de aula. Segundo norma, cabe ao Professor encaminhar à direção quem descumprir o exigido.

Fonte: Correio Braziliense (DF)

PESQUISA: ALUNOS E PROFESSORES TÊM VISÕES DISTINTAS DA INTERNET

Enquanto para estudantes a internet figura como instrumento prático e direto, docentes rotulam seu uso como 'superficial'

Estudo desenvolvido na FFCLRP (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto) da USP evidencia a distância de compreensão que estudantes, com idade entre 15 e 18 anos, e professores da rede pública têm das finalidades do uso da internet.

O autor da pesquisa, o psicólogo Fabiano Simões Corrêa, concluiu em maio o mestrado "Um estudo qualitativo sobre as representações utilizadas por professores e alunos para significar o uso da internet", que levou três anos para ser desenvolvido. Mas, para o pesquisador, se o levantamento fosse feito nos dias atuais, o resultado poderia ser outro. A constatação é o reflexo da velocidade e do impacto que esse "meio de comunicação" vem causando nas relações da sociedade.

Corrêa comenta que um aspecto interessante da aprendizagem para o aluno é que quando você pergunta para ele qual a diferença de aprender na escola e aprender na internet, e ele responde que na internet é tudo muito rápido, muito direto. "Ele vai na informação de uma forma prática. O aluno tem muito essa percepção, essa representação da internet, que ela é um instrumento muito bom por ser direta e rápida."

Já os professores revelaram o lugar paradoxal em que se tornou o espaço escolar. Há um lado de discurso hegemônico de que a escola deveria se atualizar com a absorção das novas tecnologias da informação, mas que carece de investimentos concretos, e da negatividade da internet que rotula a utilização pelos alunos como "superficial".

O estudo foi realizado sob a orientação do professor Sérgio Kodato, e teve o objetivo de contribuir com reflexões que auxiliem as práticas pedagógicas e didáticas capazes de subsidiar políticas públicas de inclusão digital, em instituições públicas de ensino. A pesquisa foi feita em uma escola pública da cidade de Ribeirão Preto. No local, havia mais de dois mil alunos, mas apenas 20 computadores para os estudantes e salas de aula sem acesso à internet.

Certo medo da internet
Para Corrêa, o professor tem certo medo da internet, pois ninguém fala muito bem para ele como deve utilizá-la. "O medo está neste aspecto. Não acho que o professor tenha medo de ser substituído pela internet, o medo é na verdade um sentimento de impotência de não estar muito claro como é que se utiliza a internet na escola. Precisamos de mais pesquisa nessa direção, para indicar os caminhos."

Segundo a pesquisa de Corrêa, na visão da maioria dos professores e mesmo no senso comum escolar, o estudante fica somente dedicado às redes sociais com coisas que são consideradas fúteis. Mas na prática, o uso dessas ferramentas podem ser positivas. "O aluno usa de forma predominante as redes sociais, mas por meio das redes ele consegue se comunicar, muitas vezes produzir conhecimento, produzir relações produtivas, divulgar o pensamento dele, se expressar politicamente, ajudando a construir uma inteligência coletiva."

Observando a distância entre as visões do "estudante" e do "professor", Corrêa destaca a reprodução do conflito entre os mundos dos adultos e dos adolescentes. "Nós, os mais adultos, tendemos a olhar a utilização da internet como superficial porque ela é diferente do que a gente conhece", afirma. "Estávamos mais acostumados a nos relacionarmos com os veículos de comunicação de massa como o rádio e a televisão e não temos muitas vezes a capacidade de entender o que é esse fenômeno de comunicação em rede que eles, adolescentes, estão fazendo."

Lembrando a velocidade com que os temas se multiplicam nas redes sociais, o pesquisador sugere mais estudos sobre o tema. "Não podemos ficar nesse viés do senso comum de que a internet aliena, de que não é legal, é fútil", recomenda. "Vide o que aconteceu recentemente com as manifestações que lotaram as ruas. Grande parte dessa força, dessas manifestações foi graças à comunicação que aconteceu via internet, das redes sociais. Acho que surpreendeu muita gente." Segundo o pesquisador, "talvez hoje, se refizéssemos essa pesquisa, os resultados seriam um pouco diferente, talvez isso já tenha mudado um pouco a representação desse senso comum que a internet é algo fútil."

Fonte: Agência Fapesp

TECNOLOGIA AVANÇA NA SALA DE AULA, MAS FALTA MATERIAL DIDÁTICO ADEQUADO

Há muito conteúdo digital disponível, mas materiais não aproveitam as ferramentas de forma plena e não se adequam à sala de aula

O desenvolvimento de materiais didáticos digitais não tem acompanhado a criação e a adaptação de ferramentas tecnológicas para as salas de aula. Computadores deram lugar a notebooks, já em substituição por tablets, mas a disponibilidade de conteúdos didáticos não cresce na mesma velocidade, nem aproveita todo o potencial das ferramentas.

A carência de materiais adequados a todas essas ferramentas é considerada outro entrave para o aproveitamento total das tecnologias em sala de aula. A constatação, do próprio Ministério da Educação, fez com que o governo federal decidisse investir na produção de conteúdos educacionais digitais.

Segundo Mônica Gardelli Franco, diretora de Formulação de Conteúdos Educacionais do Ministério da Educação, responsável pela área, há um esforço para integrar todos os conteúdos já produzidos pelo ministério e outros ainda em produção a todas as ferramentas disponíveis. Nessa lista, está o conteúdo preparado para projetos como TV Escola, Portal do Professor, Revista Escola, e-Proinfo e Sala do Professor.

“Estamos trabalhando com o objetivo de produzir conteúdo para qualquer plataforma, não só TV, computador ou tablet. Nosso esforço é produzir um aplicativo para acessar esse conteúdo em qualquer equipamento, inclusive em smartTV, aplicativos para tablets e celulares”, conta.

Esses materiais estão divididos em quatro temas: para ver, para estudar, para ler e para interagir. A proposta é que os professores consigam abrir os programas da TV Escola no celular ou tablet, por exemplo, exibir aos alunos e depois utilizar os jogos e simuladores produzidos a partir dos programas.

“Uma das cobranças atreladas ao UCA foi a produção de conteúdos. Há muita coisa disponível, mas não necessariamente elas estão adequadas para o uso em sala de aula. Isso dá liberdade para o professor criar seus próprios conteúdos, mas o aproveitamento será melhor se ele já tiver isso disponível, porque essa adequação exige muito tempo”, comenta.

Além disso, o MEC incluiu no Programa Nacional do Livro Didático para 2014 a exigência para as editoras de produzirem versões digitais dos livros. O material não pode ser uma simples cópia do livro impresso – algo que aconteceu bastante com a produção digital no início da popularização das tecnologias – e deve oferecer vídeos, simuladores e outras ilustrações.

Conteúdo próprio
Há dois anos, o Centro Educacional Sigma, em Brasília, decidiu iniciar uma experiência com o uso de tablets no ensino médio. A direção queria aliar ganhos ao aprendizado e diminuir a quantidade de livros nas mochilas dos alunos. A primeira dificuldade encontrada por eles foi justamente a falta de material didático adequado à ferramenta.

Não encontraram no mercado mais do que livros impressos convertidos em arquivo digital e decidiram criar os próprios conteúdos. Além dos textos, há vídeos, gráficos animados, músicas, jogos nos aplicativos que os estudantes baixam no começo do ano, antes do início das aulas. Segundo a direção da escola, o trabalho foi intenso, mas valeu a pena.

Os estudantes adquirem os tablets e os conteúdos, que hoje são usados por todas as turmas de 1º e 2º anos do ensino médio da escola. Eles não podem ficar conectados à internet durante as aulas e precisam já levar o material atualizado no tablet. Agora, os professores circulam mais pela sala para fiscalizar e interagir com os alunos do que antes.

Eli Guimarães, coordenador da área de Redação do colégio, conta que os alunos se tornaram mais interessados no conteúdo, aprendem mais rápido e fazem mais conexões entre disciplinas distintas. Para o professor, o livro passou a ser mais usado e explorado nas aulas. Além disso, a postura dos docentes mudou.

“O professor tem de ouvir mais o aluno, que confronta os conteúdos”, pondera. Ele acredita que os colégios não podem perder a oportunidade de usar a ferramenta na rotina escolar. “O aprimoramento que ele permite para o conhecimento didático impressiona. A grande mudança do modelo é a construção colaborativa do conhecimento”, define.

Mudanças positivas
Os estudantes Luís Carlos Moura Guimarães, 15 anos, Fernanda Carvalho e Luiz Philippe François Cormier de Araújo, ambos de 16 anos, contam que as experiências com tecnologias em sala de aula eram raras antes dos tablets. As televisões disponíveis em todas elas eram pouco utilizadas. Visitas ao laboratório de informática também.

Quando foram avisados de que participariam da primeira da experiência da escola com os tablets, em 2011, Fernanda e Luiz Philippe ficaram receosos. Eles temiam, apesar da familiaridade com a tecnologia, não se adaptarem ao novo modelo de aulas. “Em uma semana eu estava adaptado”, conta Luiz Philippe.

Para Fernanda, a maior vantagem foi ter “esquecido” de que estava entrando em outra fase, o ensino médio. “Deixei de me assustar com isso, estávamos envolvidos com os tablets”, diz. Agora, para eles, não dá para imaginar a rotina sem os equipamentos. Eles contam que o conteúdo é sempre atualizado, inclusive com eventos do momento.

O professor Eli lembra que essa é uma das grandes vantagens do material digital: pode ser atualizado rapidamente e de maneira simples. “As correções são importantes e também o aprimoramento. Essa agilidade de atualização é mais condizente com o que vivemos na sociedade hoje. Estamos em avaliação, mas tem sido muito positivo”, afirma.

“O material no tablet facilitou a nossa vida. Havia coisas que pareciam muito abstratas e se tornaram concretas”, afirma Luís Carlos. Processos biológicos em células, por exemplo, que podem ser assistidos em vídeos no aplicativo da escola. Eles elogiam as mudanças e garantem que, com a nova ferramenta, as aulas ficaram mais dinâmicas e atrativas.

Adaptação nas editoras

Forçadas a mudar, as editoras de livros didáticos tradicionais estão adaptando seus materiais. Nos sites da maioria das grandes produtoras de conteúdo didático, é possível encontrar espaços destinados a quem adquiriu material impresso para acessar conteúdo exclusivo. Jogos, animações e simulações são as ferramentas mais comuns.

Fernando Fonseca Junior, gerente de inovação e novas mídias da editora FTD, diz que o momento é de transição. Por enquanto, ele acredita que não é possível oferecer produtos totalmente dissociados do livro impresso. “Essa não é a realidade da maioria das escolas, a cultura também precisa mudar. Oferecemos ambientes digitais e ferramentas para ajudar o professor, simulados para o aluno fazer por celular, que sejam adicionais”, conta.

Para ele, esse é um caminho sem volta. “As pessoas já estão imersas em um mundo digital nas suas vidas pessoais, não faz mais sentido isso estar fora da sala de aula. O livro didático tem de ser relido. Nossa editora quer estar à frente desse processo e entregar novas formas de organização de conteúdo que potencializem processo de ensinar e aprender”, afirma.

Fonte: iG

PROFESSOR É CHAVE PARA O SUCESSO NO USO DE TECNOLOGIA NA SALA DE AULA

Programas do MEC focam na distribuição de ferramentas para docentes e cursos de formação para ajudá-los a adaptar tecnologias à rotina

O uso das tecnologias em sala de aula – considerado um caminho sem volta por especialistas em educação – depende essencialmente dos professores para dar certo. Por isso, eles se tornaram o grande alvo dos programas atuais do Ministério da Educação para promover o aproveitamento de ferramentas tecnológicas nas escolas.

Das primeiras experiências com a distribuição de laboratórios de informática à mudança de estratégia depois do projeto piloto do Um Computador por Aluno, a formação de professores para o tema não perdeu força. O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), que centraliza as estratégias do governo federal na área, capacitou 644.983 docentes desde 2008.

De acordo com o Ministério da Educação, todos os cursos solicitados por estados e municípios para capacitação de educadores para o uso de tecnologias em sala de aula continuam sendo financiados. Só este ano, a expectativa é de que 4,9 mil professores façam os cursos, ministrados em 845 Núcleos de Tecnologia Educacional estaduais.

As experiências – bem sucedidas ou não – mostraram que, se o professor não se apropriar das tecnologias e perceber os ganhos reais para a prática pedagógica com as ferramentas, elas se tornam apenas um amontoado de caixas nas escolas. Para o professor Gilberto Lacerda, do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), o professor é o ator central do processo de inserção das tecnologias na escola.

“Mesmo que todos os alunos tenham computadores, se o professor não é capaz de fazer uma relação educativa consistente do seu trabalho e as ferramentas, nada funciona. O professor é o elemento mais importante, porque ele é quem dá o sentido pedagógico às coisas. Qualquer recurso tecnológico tem de ser dominado por ele primeiro”, afirma o pesquisador.

Tablets para docentes
Desde 2012, o MEC passou a investir em outra iniciativa para modernizar a sala de aula: os tablets. Os equipamentos portáteis, com tela de 7 ou 10 polegadas, têm visor multitoque, câmera e microfone embutidos e serão distribuídos para os professores. Quando chegam às mãos dos docentes, já estão carregados de materiais multimídia.

“Estamos distribuindo tecnologias que, integradas, podem facilitar o dia a dia do professor. O tablet dá acesso a conteúdos digitais e mobilidade”, garante a diretora de Formulação de Conteúdos Educacionais do MEC, Mônica Gardelli Franco. Junto com os tablets, a proposta prevê a entrega de lousas eletrônicas, que possam se comunicar com os equipamentos do professor, ou computadores e projetores.

Os primeiros professores a receber os tablets serão os do ensino médio. Até julho de 2013, o governo federal bancou 378 mil equipamentos e os estados adquiriram outros 347 mil. Só o MEC investiu R$ 115 milhões. Da mesma forma que no UCA, o ministério realizou um pregão nacional para ajudar estados e municípios interessados em espalhar os equipamentos para professores de outras etapas ou até para alunos a baratear custos com a aquisição.

Para participar da primeira leva de distribuição dos tablets financiados pelo governo federal, as redes de ensino precisavam contemplar escolas urbanas de ensino médio, ter internet banda larga, laboratório do Proinfo e rede sem fio (wi-fi). Os contratos são assinados pelas próprias empresas e as redes estaduais de ensino e o tempo de entrega depende disso.

Dados do ministério mostram que, no primeiro semestre, 275 mil tablets foram distribuídos às redes. Entre a compra e a entrega, é exigido um tempo para carregamento de materiais didáticos nos equipamentos e dispositivos de segurança. Além da formação já oferecida pelo Proinfo, a partir do segundo semestre, o MEC vai abrir um curso de especialização de 360 horas em Educação para Cultura Digital.

Dentro e fora da sala de aula

Uma pesquisa divulgada em maio deste ano pelo Comitê Gestor da Internet quebrou um dos grandes mitos ainda usados como argumento para explicar o pouco uso de tecnologias na sala de aula: a falta de conhecimento do professor. Segundo o estudo TIC Educação 2012, que entrevistou 1,5 mil professores de 856 escolas de todo o país, os docentes utilizam sim a internet em suas atividades diárias e reconhecem benefícios na utilização desses materiais.

Grande parte das dificuldades, reconhecidas pelos próprios professores e apontadas pelos pesquisadores, está na adaptação do uso das tecnologias às rotinas. “Professores são cidadãos de dois mundos: usam as tecnologias fora da escola, frequentam blogs, redes sociais e, dentro da escola, não sabem como usá-las de maneira pedagógica”, afirma Lacerda.

Na opinião de Marcelo Pinto de Assis, formador do Núcleo de Tecnologia Educacional de Taguatinga, no DF, responsável pela formação dos professores, seria importante ter coordenadores para auxiliar os docentes na elaboração de atividades em todas as escolas. “A aprendizagem e a utilização melhorariam muito”, diz.

Em um dia de formação de educadores da rede do DF, professores relataram ao iG que entendem a importância da tecnologia para “não fugir da realidade dos alunos”. Mas admitiram que ainda não veem quais as diferenças entre o notebook – que haviam recebido há pouco tempo – e os tablets no cotidiano escolar.

“Na sala, o tablet não funciona. A internet é lenta, ele é lento, não conseguimos baixar os aplicativos. O que ganhei está guardado, porque já tenho notebook. Não conheço ninguém que está usando em sala”, afirma a professora Ana Lúcia Bontempo, do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN).

Falhas na formação

Lacerda critica a falta de disciplinas, ainda dentro dos cursos de graduação, que preparem os professores para esse novo mundo. Lacerda ressalta que, enquanto governos mudam políticas, distribuem diferentes tecnologias às escolas, os currículos dos cursos de graduação se mantém os mesmos.

“Os professores em exercício não foram preparados para usar tecnologias digitais em sala e os que ainda estão na graduação também não estão sendo preparados. A educação continuada não resolve uma falha de formação inicial. As faculdades de educação das universidades deveriam ser verdadeiros laboratórios de inovação pedagógica”, critica.

Na pesquisa do Comitê, os professores entrevistados apontam as mesmas críticas. Apenas 44% deles disseram ter cursado alguma disciplina sobre uso do computador e internet e 79% afirmaram que o apoio para o desenvolvimento dessas habilidades vem de outros educadores e leitura. Quando há resistências dos docentes, os argumentos são a falta de tempo e o medo de eles terem menos conhecimento da ferramenta que os alunos.

Eliane Carneiro, coordenadora de mídias educacionais da Secretaria de Educação do Distrito Federal, conta que as formações oferecidas na rede são voluntárias. A proposta dos encontros, organizados pelos NTEs, é ajudar o professor a adaptar as ferramentas aos componentes curriculares.

Este ano, no DF, foram distribuídos 3.051 tablets para os professores do ensino médio. Para aproveitar todas as funcionalidades, Eliane reconhece que é preciso melhorar a infraestrutura das escolas, especialmente de internet, e adquirir telas interativas para as salas de aulas. “Há professores usando os equipamentos em sala, mas ainda é muito pessoal. Precisamos de mais tempo para colher resultados”, pondera Eliane.

Fonte: iG
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MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO QUASE TRIPLICAM EM 20 ANOS, DIZ MINISTRO

Para Mercadante, agora é o momento de garantir a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas, responsáveis por 88% do total de alunos

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante destacou ontem na Câmara que o número de matriculas no Ensino médio subiu de 3,7 milhões, em 1991, para 8, 3 milhões, em 2012. Para Mercadante, agora é o momento de garantir a qualidade do Ensino oferecido nas Escolas públicas, responsáveis por 88% do total de Alunos.

O ministro participou de audiência pública realizada pela comissão especial que discute a reformulação do Ensino médio. Segundo Mercadante, o ministério está investindo em tecnologia e na formação de Professores como forma de tornar os três anos do Ensino médio mais atrativos para os Alunos.

De acordo com o ministro, também estão sendo estudadas formas de atrair Professores para os municípios com carência desses profissionais. “Nós não temos hoje Professores disponíveis para matemática, física, química e inglês, que são as maiores carências. Mas são Professores brasileiros que nós vamos estimular a irem para essas cidades do Nordeste e da Amazônia, para que possamos suprir a deficiência nessas disciplinas.”

Interesse - O relator d a c omissão especial, deputado Wilson Filho (PMDB-PB) destacou que a participação do ministro na audiência demonstrou o interesse do governo em discutir soluções para os problemas do Ensino médio. “Foi muito importante ele ter vindo e ter dito que espera sugestões da comissão. Muitos ainda diziam que o ministério chegaria com uma proposta concreta, apenas para nós aceitarmos ou não.” Wilson Filho informou que a comissão realiza audiências nos estados, e que deve apresentar seu relatório durante um seminário nacional a ser realizado no dia 8 de outubro.

Fonte: Jornal da Câmara (DF)
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MERCADANTE: MEC QUER TORNAR O ENSINO MÉDIO MAIS ATRATIVO

Ministério está investindo em tecnologia e na formação de professores

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, destacou em audiência pública realizada pela comissão especial que discute a reformulação do ensino médio que o número de matriculas neste segmento quase triplicou entre 1991 e 2012.

Segundo informou as matrículas no ensino médio passaram de 3.777.698 em 1991 para 8.376.852 em 2012, sendo que 88% estão na rede pública e 12% na rede privada.

Segundo Mercadante, o ministério está investindo em tecnologia e na formação de professores como forma de tornar os três anos do ensino médio mais atrativo para os alunos.

Professores no interior
Mercadante disse ainda que o ministério está estudando formas de atrair professores para os municípios com carência desses profissionais.

Para o ministro, agora é hora de garantir a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas, responsáveis por 88% do total de alunos. "Não temos hoje professores disponíveis para matemática, física, química e inglês; essas são as maiores carências. São professores brasileiros que nós vamos estimular a irem para cidades do Nordeste e da Amazônia para que gente possa suprir a deficiência nessas disciplinas."

Audiências nos estados
O relator da comissão, deputado Wilson Filho (PMDB-PB), destacou que a participação do ministro na audiência pública demonstra o interesse do governo em discutir soluções para os problemas do ensino médio. "Foi muito importante ele ter vindo e ter dito que espera sugestões da comissão. Muitos diziam que o MEC chegaria com uma proposta concreta apenas para nós aceitarmos ou não."

Wilson Filho informou que a comissão está participando de audiências nos estados. Ele disse ainda que vai apresentar seu relatório durante um seminário nacional que vai ser realizado em 8 de outubro.

Fonte: Agência Câmara

JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE ILEGALIDADE DA GREVE DOS PROFESSORES NO RN

Governo do Estado informou que não se nega a atender as reivindicações dos docentes, desde que de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal

No dia em que os professores do Rio Grande do Norte completam dez dias de greve, a Justiça potiguar negou pedido de ilegalidade e abusividade da paralisação dos servidores da Educação realizado pelo Governo do Estado. Nesta quarta-feira (21), o Tribunal de Justiça do Estado (TJRN) divulgou a decisão do desembargador Saraiva Sobrinho, a favor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN). O magistrado entendeu que as alegações feitas pelo Estado "não eram inequívocas, não atendendo portando aos requisitos para concessão da liminar”.

O pedido foi ajuizado na última sexta (16), pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) com a alegação de que o movimento grevista prejudica os alunos, já que a paralisação das aulas interfere diretamente no ano letivo de 2013, não havendo a garantia do percentual de servidores ativos para assegurar a permanência dos serviços prestados à comunidade. Segundo informações da Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seec), a adesão à greve é de 10%, número contestado pelo Sinte-RN que avalia a adesão de 80% da categoria.

Na decisão, o desembargador Saraiva Sobrinho destacou que “o direito de greve é garantido pela Constituição Federal e que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que sua aplicabilidade deve ser estendida à Administração Pública”. E apontou o descumprimento por parte do Estado da determinação judicial lançada para a remuneração dos educadores pelas horas de trabalho para atividades extraclasse.

Para o magistrado parece incontestável “a inércia do Executivo no concernente à perfectibilização de diversos mandamentos legais favoráveis à aludida categoria, notadamente a LCE 465/12, que reajusta os vencimentos básicos dos cargos públicos de provimento efetivo de Professor e de Especialista de Educação”, disse. E decidiu que “não se constata, a priori, falta de razoabilidade nas demais reivindicações, pois aparentemente se apresentam como anseios voltados à própria melhoria do ensino, com postura eminentemente social”, finalizou.

O Governo do Estado informou que não se nega a atender as reivindicações, mas de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. E que a administração está enfrentando dificuldades para a implementação do plano de carreira dos funcionários, que estão acima de suas condições de atendimento.

Em nota, a Seec informou a decisão "pelo corte do ponto dos professores grevistas está mantida, pois o mérito da ação ajuizada pela PGE , ainda não foi julgado, o que deverá ocorrer, a partir do agravo de instrumento impetrado". E que a secretaria de Educação acredita "que a decisão não vai interferir nos rumos da greve, porque a maioria dos professores tem mantido suas aulas", acrescentou.

Fonte: Portal NE10

MERCADANTE PEDE QUE CÂMARA DISCUTA REAJUSTE DO PISO SALARIAL DOS PROFESSORES

Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, 13 estados cumprem o piso salarial como vencimento, ou seja, sem a complementação com gratificações

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pediu hoje (21) à Câmara dos Deputados que "se debruce" sobre o reajuste do piso salarial dos professores. Segundo ele, o piso teve um reajuste de 64% nos últimos anos. "Nem sempre [os estados e municípios] conseguiram ter um aumento de receita proporcional ao aumento salarial", disse. Os aumentos não seguem nenhuma proporcionalidade específica, o que dificulta o cumprimento.

Atualmente, segundo levantamento de março da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), 13 estados cumprem o piso salarial como vencimento, ou seja, sem a complementação com gratificações. O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) diz que os estados pagam o valor do piso aos professores com formação de nível médio na modalidade normal.

Não há um levantamento referente aos municípios. Uma das dificuldades em cumprir o pagamento é, como apontado pelo ministro, reajustes que não acompanham a arrecadação.

Segundo Mercadante há propostas de que o reajuste seja baseado na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). "Todos com aumentos reais", disse.

O piso salarial dos professores do magistério público foi estabelecido na Lei 11.738, de 16 de julho 2008. Na ocasião, o valor era R$ 950. Em 2009 o valor foi reajustado para R$ 1.024,67, em 2010; para R$ 1.187,14, em 2011. Em 2012, o valor vigente era R$ 1.451 e, a partir de fevereiro deste ano, passou para R$ 1.567.

O Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Senado Federal, trata da criação de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública e, nele, o piso nacional deve ser considerado. Mercadante disse que o plano não pode ser aprovado de forma que não possa ser cumprido. "Não podemos fazer um 'Plano de Kyoto', difícil de cumprir", disse e acrescentou, que para que seja cumprido, "não basta escrever no papel". 

Fonte: Agência Brasil

PARA PESQUISADORA, FALTA PADRÃO MÍNIMO DO QUE É UM BOM PROFESSOR

Administradora pública de formação, Gabriela Moriconi mediu qual seria o efeito da atuação docente nas notas dos alunos

Um professor bom é um dos principais pilares que sustentam a qualidade da educação -- com esse ponto, todos os especialistas concordam. Com base nessa afirmação inicial, surgem alguns debates na área: como é a formação desses profissionais na faculdade? Quem se interessa em ser professor num país em que os salários são baixos? É possível ensinar bem em condições precárias?

A pergunta que a pesquisadora Gabriela Moriconi faz é anterior: o que é um professor bom? Administradora pública de formação, Gabriela buscou medir durante seu doutorado qual seria o efeito da atuação do professor nas notas de seus alunos. Para os estudantes de 4ª série da rede municipal de São Paulo, na avaliação de 2010 da própria prefeitura, as evidências explicariam "cerca de 9% da variação nas notas dos alunos da amostra analisada".

Pode parece simplista, mas Gabriela explica que a definição de quesitos básicos poderia ajudar a definir um plano de carreira que atraísse os melhores profissionais para a área. "Quando se estabelece um padrão para o professor, ele vai pedir também um padrão para trabalhar, como o tempo adequado para preparar aula, por exemplo. E isso é difícil de o governo negociar. É sempre uma via de mão dupla", afirma.

Abaixo, a entrevista que ela concedeu ao UOL Educação.

UOL Educação -- Qual é a importância do professor para a qualidade da educação?
Gabriela Moriconi -- Ele é quem desenvolve o ensino, é ele quem faz a política acontecer.

UOL -- E qual é a responsabilidade do professor quando o aluno não aprende?
Gabriela -- É [uma questão] bem difícil de discutir. No esforço de descobrir quais são os fatores que ajudam os estudantes a aprender melhor, os dados que estão disponíveis são os dados dos grandes testes padronizados [no Brasil, existem a Prova Brasil e o Enem]. Começaram a usar esse tipo de dado para entender o que faz um aluno aprender mais ou menos.

Já que a gente sabe que o professor é quem, de fato, está com os alunos todos os dias, que tem esse papel tão importante na vida do aluno, os norte-americanos têm tentado entende qual é a extensão da importância.

Mesmo nos EUA [onde há uma larga quantidade de dados e pesquisa sobre o desempenho dos alunos], é uma briga imensa.

UOL -- O professor bom é aquele com quem o aluno aprende mais?
Gabriela -- O professor bom pode ser o que a gente definir, né? (risos).

Claro que a aprendizagem dos alunos é um dos objetivos da educação e um dos mais importantes. Existem outros objetivos, como o aluno conviver em sociedade, ter noções de justiça. Enfim, a educação tem uma série de objetivos.

É difícil discordar que o professor tem, sim, um papel importante. A dificuldade é em medir apenas com o resultado do aluno nos testes qual foi a influência dos professores nisso.

UOL -- O Brasil não tem uma definição, um documento formal, com critérios do bom professor. Que países poderiam ser um bom exemplo para nós?
Gabriela -- Há vários países com experiência em definição de padrões para o trabalho docente, como Chile, Austrália e Inglaterra. O que ele [o professor] deve saber, o que ele deve ser capaz de fazer, quais são as atitudes [mais adequadas] e aí trabalhar tanto avaliação quanto formação inicial e continuada com base nessas referências.

O Chile tem uma iniciativa interessante -- o "Marco para la buena enseñanza" -- porque eles fizeram uma discussão de vários anos entre governo, sindicatos e municípios. E eles conseguiram um consenso. É um entendimento do que é esse bom professor -- aquele que faz com que os meninos aprendam, com que eles se desenvolvam.

UOL -- Quais seriam as características desse bom professor?
Gabriela -- Nos padrões de diversos países, existem características comuns. Chile, Austrália, EUA, Inglaterra, Equador, Porto Rico -- todos dizem que o profissional tem que conhecer a disciplina que vai ensinar, que tem que

conhecer as metodologias ou os métodos para ensinar a disciplina dele, que deve criar um clima propício para a aprendizagem em sala de aula, que deve otimizar o tempo em sala de aula.

Em vários países, existe uma parte de "responsabilidades profissionais" que aponta, por exemplo, a necessidade de que ele se atualize em relação à profissão e que trabalhe de forma colaborativa com os outros profissionais da escola.

UOL -- No Brasil, existem redes que premiam o professor com base no desempenho dos alunos em provas de conteúdo. A gente pode chamar esse tipo de iniciativa de avaliação dos professores?
Gabriela -- Se compararmos a iniciativas dos EUA, eles querem medir o "efeito professor" [o quanto aquele profissional específico influenciou naquele aluno]. No Brasil, os sistemas não têm nenhuma medida inicial, nenhuma nota prévia. Eles não calculam essa medida de valor agregado.

Aqui, a gente tem bonificação em relação a resultado, a alguma meta estabelecida e é em relação à escola [não é possível avaliar cada um dos docentes com base nas informações dos testes dos alunos]. As provas são feitas para serem representativas da escola -- por exemplo, os alunos não fazem a prova inteira [cada aluno é avaliado com questões de grupos de conteúdos, sem ser testado sobre todo o conteúdo].

UOL -- Como você vê a resistência corporativa em relação à avaliação?
Gabriela Moriconi -- Não é uma questão fácil em nenhum lugar. Mas eu entendo por que: você está fazendo seu trabalho e falam que vão avaliar, você já fica preocupado se a avaliação vai ser justa.

Nos países em que estabeleceram padrões ou fizeram a, foi tudo muito negociado. Porque se você quer que seja usado principalmente para melhorar o trabalho dele, alguma mudança dele na carreira, o professor tem que ver sentido naquilo. As referências e os critérios têm que ser muito transparentes, muito explícitos.

Isso é o que me incomoda nas políticas de avaliação docente com base nos resultados dos alunos -- essas medidas de valor agregado do caso norte-americano, por exemplo, em que se vê como os alunos chegaram e o quanto aprenderam, o professor só vai saber se agregou mais ou menos que os outros profissionais [eles formam um ranking entre os docentes que mais agregaram conhecimento aos alunos]. O que o professor vai fazer com essa informação?

Acho funcionaria mais a avaliação do processo que esse tipo de medição que a gente faz. É lógico que resultado é importante -- mas acho que teria que ser mais dentro daquela perspectiva do que está dentro do adequado e como fazer para ajudar as escolas que não chegaram lá.

UOL Educação -- Então, temos mais uma dificuldade no Brasil uma vez que não temos a definição do que os alunos precisam aprender em cada etapa.
Gabriela Moriconi -- É, essa é uma outra dificuldade. A falta dessa base curricular nacional é complicada. Não temos um mínimo denominador comum [em termos de currículo] no país.

Em muitos outros países, você vê que tem uma expectativa de aprendizagem que é comum para todo o país, mas que não restringe completamente a ponto de dizer os métodos que o professor tem que usar.

UOL Educação -- Diante do cenário brasileiro, que medidas poderiam ser tomadas para termos bons professores no Brasil?
Gabriela Moriconi -- Para tornar a carreira docente mais atrativa, eu não vejo uma solução única. É preciso melhorar salário [uma vez que ele não está próximo de outras profissões com a mesma formação], melhorar a formação inicial [se a carreira ficar mais atrativa, o estudante que as graduações vão selecionar será melhor, mas precisa ser também bem formado] e propostas bem negociadas do estágio probatório, que já faz parte da legislação [para que fiquem na carreira bons profissionais].

O que acho interessante nessa discussão de padrões, é que valoriza a própria profissão. Mostra como ser professor é complexo e deve ser uma profissão avaliada e reconhecida no sentido de respeito.

Quando se estabelece um padrão para o professor, ele vai pedir também um padrão para trabalhar, como o tempo adequado para preparar aula, por exemplo. E isso é difícil de o governo negociar. É sempre uma via de mão dupla. Não é facil, mas a gente não avança se não estabelecer algo nesse sentido.

Fonte: UOL Educação

GOVERNO PLANEJA UM 'MAIS PROFESSORES'

Ministro disse que programa está em fase de estudos, mas ideia é colocar profissionais aposentados para dar aulas em áreas carentes

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou nesta quarta-feira, 21, um programa para levar professores para escolas do interior do País, principalmente para cidades mais pobres, nos moldes do Mais Médicos. O "Mais Professores" faz parte do Compromisso Nacional pelo Ensino Médio, apresentado ontem pelo ministro na Câmara dos Deputados, durante audiência pública feita a convite da Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio.

De acordo com o ministro, o programa ainda está em fase de elaboração e deverá lidar com limitações orçamentárias para ser implementado. A proposta é conceder bolsas a professores que se disponham a reforçar o quadro de escolas em lugares de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Caso não haja professores disponíveis na rede, o MEC cogita a participação de professores aposentados que queiram voltar às salas de aula. Para Mercadante, a prioridade deve ser concedida a professores que possam lecionar Matemática, Física, Química e Inglês. O ministro diz que as disciplinas representam cerca de 3% das matrículas de ensino superior, índice que se mantêm constante.

"É uma contribuição do governo federal aos municípios que têm baixo Ideb, baixo IDH e principalmente onde não temos hoje professores de Matemática, Física, Química, Inglês - que são as maiores carências", salientou Mercadante.

Na mesma audiência na Câmara dos Deputados, o ministro informou que o número de matriculas no Ensino Médio subiu de 3,770 milhões em 1991 para 8,376 milhões em 2012. Para ele, "é hora de garantir a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas, responsáveis por 88% do total de alunos". Mas a defasagem considerando idade e série ainda é alta, atingindo 31,1% dos alunos.

O Compromisso Nacional pelo Ensino Médio prevê um redesenho curricular do ensino médio, com foco na educação integral. Haveria ainda investimento na formação continuada dos docentes, com o desenvolvimento de material didático específico e a criação da Universidade do Professor, uma rede de cursos, informações e de programas.

Ciências. Faz parte do compromisso a ação Quero ser Professor, Quero ser Cientista, com a oferta de 100 mil bolsas de estudo para jovens que queiram ingressar na área de Exatas. Além disso, o ministério desenvolveu, em conjunto com pesquisadores, um kit lúdico para estimular o interesse pelas ciências.

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

GREVE -RN

Categoria decide manter greve por tempo indeterminado

Em assembleia de greve realizada na tarde desta segunda-feira (19), a categoria da rede estadual decidiu continuar a paralisação por tempo indeterminado, mesmo sob ameaça de corte do ponto. A deliberação mostra que o movimento tem ganhado força e que continuará se fortalecendo contra os desmandos do Governo Rosalba.


Uma série de atividades do movimento está marcada para esta semana. Confira:

Terça-Feira (20)
9:00 – Ato público em São José de Mipibu. Concentração na E. E. Barão do Mipibu.

Quarta-Feira (21)
8:30 – Acampamento Unificado com o SindSaúde. Concentração em frente ao Hospital Walfredo Gurgel.

Quinta-Feira (22)
Continuidade do Acampamento Unificado com o SindSaúde.

Sexta-Feira (23)
9:00 – Ato público na Zona Norte. Concentração em frente ao Nordestão do Conjunto Potengi e da Escola Municipal Iapissara Aguiar.

Segunda-Feira (26)
8:30 – Assembleia de Greve na E. E. Wiston Churchill.
http://www.sintern.org.br

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Perseguição ao SINTE-RN

Documentos desmentem informação de que SINTE-RN teria 46 profissionais cedidos

Dois documentos desmentem a tese apresentada pela Secretaria Estadual de Educação, de que o SINTE/RN possui 46 servidores cedidos pelo Governo do Estado. O surpreendente é que ambos podem ser encontrados na própria Secretaria Estadual de Educação. Um deles é um ofício com o ponto de frequência dos servidores cedidos ao Sindicato, referente a julho de 2013, que foi recebido no dia 9 de agosto pela Coordenadoria Administrativa de Pessoal e Recursos Humanos da SEEC. O outro é a lista os profissionais que desenvolvem atividades no Sindicato sem a disponibilidade, com seus respectivos locais de trabalho.
Veja documento com o ponto de frequência dos servidores cedidos ao Sindicato AQUI e a lista dos 21 diretores que não estão cedidos AQUI.
Ambos comprovam que apenas 19 trabalhadores em educação estão cedidos ao Sindicato, que conta ainda com mais 21 diretores. No entanto, estes últimos se desdobram para cumprir também suas funções como funcionários do Estado.
Para a coordenadora geral do SINTE/RN, Fátima Cardoso, as acusações da Secretária são uma tentativa de desviar o foco da greve, que é o colapso na educação pública estadual. “É uma tentativa de confundir a sociedade e desqualificar o Sindicato, que está denunciando o descalabro administrativo desse governo e o autoritarismo da Secretaria de Educação”, denuncia Fátima Cardoso.

GREVE

Governo será responsabilizado pelo não cumprimento do calendário escolar 2013 se insistir em cortar ponto da greve

Sem ponto, sem reposição de aula! Esta é a palavra de ordem do SINTE-RN com relação à ameaça de corte de ponto dos grevistas, pelo Governo do Estado. A coordenadora Fátima Cardoso lembra que a Lei é clara no que diz respeito ao direito de greve: “O ponto só pode ser cortado, caso a greve seja considerada ilegal”, lembra.

Ela diz também que o Sindicato para enfrentar mais essa ilegalidade do Governo. “Se a ameaça se concretizar não teremos obrigação nenhuma de cumprir o ano letivo. Vamos ver se a Governadora vai preferir as punições previstas em Lei, nesses casos.”, desafiou Fátima.



Supremo Tribunal Federal afirma que governos não podem descontar os dias parados por motivo de greve no serviço público

O Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que todos os Tribunais do País sigam a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que declarou a ilegalidade do desconto de greve. E isso há tempos. A decisão está valendo desde março de 2012.

A sentença do TJ-RJ, acolhida pelo STF, favoreceu os servidores da Faetec que aderiram a uma greve ainda em 2006. Para o tribunal fluminense, o desconto do salário do trabalhador grevista representa a negação do próprio direito de greve, na medida em que retira dos servidores seus meios de subsistência.

Além disso, segundo a decisão colegiada, não há norma legal autorizando o desconto na folha de pagamento do funcionalismo, tendo em vista que até hoje não foi editada uma lei de greve específica para o setor público.

O entendimento do TJ-RJ afirma ainda que, não havendo lei específica acerca de greve no setor público, não se pode falar em corte ou suspensão de pagamento de salários dos servidores por falta de amparo no ordenamento jurídico. 

Clique aqui e veja matéria na íntegra no site do próprio STF

HORA ATIVIDADE

SINTE-RN avisa que lista do 1/3 de hora/atividade é incompleta e deveria ter sido paga desde abril

Uma lista contendo nomes dos educadores e valores referentes à indenização do terço de hora/atividade tem causado confusão no seio da categoria. A lista, que já foi disponibilizada no site do Sinte-RN é o resultado de uma investigação da assessoria jurídica do Sinte-RN, para fundamentar o pedido de pagamento das horas extras devidas.

Obrigado pela Justiça, o Governo assumiu a dívida, mas como sempre não pagou nada. Por determinação judicial, esse pagamento deveria ter feito em 12 de abril deste ano. Além disso, a listagem é incompleta. Muitos professores que tem direito à indenização ficaram de fora.

A coordenadora geral do Sinte-RN, Fátima Cardoso, esclarece que a lista por si só não é garantia de recebimento do direito. “Temos mesmo que ir à luta! O Governo Rosalba tem passado por cima da Lei e das decisões judiciais. Este é um dos motivos de estarmos em greve e de termos entrado com uma ação judicial pedindo o sequestro de 17 milhões.”, reforça Fátima.

A diretora de assuntos jurídicos do Sindicato, Vera Lucia Messias, avisa que quem tiver direito e não encontrar seu nome na lista, deverá solicitar uma declaração à escola, com seus dados pessoais e sua respectiva carga horária, além dos componentes curriculares ministrados. “Esses documentos deverão ser entregues na sede do SINTE-RN, aos cuidados de Freire”, informa Vera.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

HORA ATIVIDADE


SINTE/RN esclarece informações sobre o pagamento do 1/3 de Hora Atividade

A direção do SINTE/RN esclarece à categoria que a lista dos 6.600 professores contemplados pelas horas extras foi conseguida pela assessoria jurídica do Sindicato depois de um requerimento feito à SEEC. O governo não se manifestou quanto ao pagamento dessas horas. Esse é um dos pontos de reivindicação da categoria.

Quem não constar nessa relação e tem 24 ou 60 horas em sala de aula deve solicitar uma declaração à direção da escola com os horários, turmas e disciplinas que leciona e enviar para o SINTE/RN para que seja feito o pedido de pagamento. Os educadores do Ensino Médio Inovador deve dedicar 16 horas com o aluno e quatro a projetos.

Aqueles que adquiriram ao direito da redução progressiva oriunda da lei complementar 049 (o antigo Estatuto do Magistério), tem direito ao planejamento, ou seja, as horas calculadas sobre as 30 horas da jornada, que é o critério para se obter a redução da sala de aula.

Professores decretam greve por tempo indeterminado

Os professores da rede estadual de ensino confirmaram as expectativas e decretaram greve na manhã desta segunda-feira (12), durante assembleia da categoria na Escola Estadual Winston Churchill, em Natal. Os professores têm nove pontos em pauta de reivindicações ao Governo do Estado. Aulas já estão suspensas.

Entre os pedidos dos professores está o pagamento das horas de trabalho excedente aos professores, pagamento da carga suplementar e das gratificações dos diretores e vice-diretores, que foi cortada no mês de julho, além do pagamento aos professores recém ingressos que estão sem receber. A decisão pela greve é uma forma de pressionar o Governo a abrir negociação com a categoria.


Outras reivindicações da categoria são a atualização e pagamento da tabela salarial, devida desde 2011; pagamento de direitos funcionais aos servidores, previsto no Plano de Carreira; o encaminhamento imediato do projeto de lei para promoção de duas letras que correspondem a 10% e a garantia negociada com a Assembléia Legislativa do pagamento, bem como o pagamento de 0,26% para professores/educadores da ativa e aposentados decorrente da consolidação do piso salarial com efeito retroativo a janeiro de 2013.
 
Levantamento
A presidente do Sinte, Fátima Cardoso, diz que um levantamento realizado pelo sindicato apontou que 94% das escolas estaduais do RN estão comprometidas e há um déficit de pelo menos 1.500 professores na rede de ensino. Além disso, Fátima Cardoso também afirmou que há dois anos o Governo não investe os 25% do orçamento na área de Educação, conforme determina a lei.
"Estamos buscando melhorias e, para o pagamento das horas extras, já acionamos a Justiça solicitando o bloqueio da verba do Governo. Hoje deveremos paralisar todas as atividades e pedimos o apoio dos alunos, porque a luta é pela Educação pública do Estado", disse Fátima Cardoso na manhã de hoje.
 
Fonte:Tribuna do Norte

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ELEIÇÕES PARA DIRETOR - PRAZO PARA INSCRIÇÃO TERMINA HOJE



Inscrições para curso de formação de Gestão Democrática são prorrogadas até dia 9 
As inscrições para o curso de formação de Gestão Democrática foram prorrogadas até dia 9 de agosto. A atividade funcionará com uma pré-inscrição para quem desejar concorrer à direção das escolas e será oferecido pela SEEC.
A Gestão Democrática é uma das bandeiras defendidas continuamente pelo SINTE-RN. A luta da categoria tem trazido muito avanços e tornado a gestão das escolas mais participativa e democrática, aspectos que otimizam a educação pública.

Fonte: http://www.sintern.org.br



QUEM PODE SE INSCREVER

Eleições Diretas para Gestores das Escolas
Lei Complementar N° 290, de 16 de fevereiro de 2005

Seção II
Dos Candidatos
Art. 23 - Para participar das eleições tendentes ao preenchimento dos cargos de Diretor e Vice-Diretor, o interessado deverá preencher os seguintes requisitos:
I - ter participado, com desempenho satisfatório, do Curso de Formação de Gestores oferecido pela SEEC-RN ou por Instituições credenciadas;
II - ser servidor efetivo do quadro da SEEC-RN, lotado na escola há no mínimo dois anos ininterruptos:
III - ser graduado em Curso Superior na área de Educação;
IV - não ter sofrido sanção administrativa, por força de processo disciplinar, no triénio anterior à data de realização do pleito.
Ill - DOS COORDENADORES (PEDAGÓGICO E ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO)
- Coordenador Pedagógico - todo servidor que possua habilitação em pedagogia Disposto no Art. 4°
do Decreto N° 18.463/2005 - Considera-se habilitado para exercer a função de Coordenador Pedagógico,
o servidor público que atender aos seguintes critérios:
I - possuir Diploma de Graduação em Pedagogia;
II - ser servidor efetivo do quadro de pessoal da SEEC-RN,
III - estar em exercício na respectiva escola;
IV - apresentar Plano de Trabalho em consonância com a Proposta Pedagógica da escola; e
V - ter disponibilidade de horário para fazer revezamento nos turnos de funcionamento da escola.

- Coordenador Financeiro - servidores que possuam curso superior em administração,
ciências contábeis,ciências económicas, estatística, pedagogia e o servidor readaptado definitivo (independente da licenciatura)
Art. 5° - Considera-se habilitado para exercer a função de Coordenador Adminístrativo-Financeíro, o servidor público que preencher os seguintes requisitos:
I - possuir Diploma de Curso de Graduação em áreas afins à respectiva função;
II - ser servidor efetivo do quadro de pessoal da SEEC-RN;
III - estar em exercício na escola;
IV - não ter sofrido sanção administrativa ou criminal, em decorrência de processo disciplinar; e
V - ter disponibilidade de horário no tumo de funcionamento diurno da unidade de ensino.
Observar a Portaria n° 001/2008, de 04 de setembro de 2008 - Art 1° que determina que as áreas afins mencionadas no Inciso l do Art 5° do Decreto Lei n° 18.463/2005, são as seguintes: l - Administração; II - Ciências contábeis; III -Ciências Económicas; IV - Estatística; V - Pedagogia; VI - e o Servidor Readaptado definitivo.








Estão abertas as inscrições do curso de formação continuada para os profissionais em educação que queiram disputar as eleições escolares deste ano. As eleições serão realizadas em parte da rede estadual de ensino, sendo, nessa primeira etapa, nas maiores escolas em números de alunos.

Para que o funcionário possa concorrer as vagas de diretor, vice-diretor, coordenador pedagógico ou coordenador financeiro, é necessário que este realize pré-inscrição no portal da Gestão Democrática, onde além de preencher a ficha com seus dados o interessado poderá obter maiores informações sobre como serão realizadas as eleições escolares 2013. É necessário está pré-inscrição para concorrer a qualquer um dos cargos, pois através dela os candidatos serão conduzidos a realizarem um curso de gestão e somente depois de concluído o curso ele estará apto a concorrer a vaga pleiteada.

O curso será realizado em todas as Diretorias Regionais de Ensino em agosto deste ano. Essa formação oportunizará uma reflexão sobre a organização do trabalho pedagógico e seus respectivos desdobramentos, objetivando uma gestão de qualidade nas escolas da rede estadual de ensino. A Gestão Democrática nas escolas do Estado é uma conquista da comunidade escolar e da sociedade, e se fundamenta na lei Nº 290/2005 que dispõe sobre a gestão democrática no âmbito das escolas públicas da rede estadual de ensino. 

Para a secretária de Educação, profª Betania Leite Ramalho, a gestão democrática se faz na vivência do ensino e no trabalho coletivo da comunidade escolar: “A SEEC acredita que o fortalecimento deste processo se dará na construção diária e nas relações democráticas estabelecidas nas escolas, estruturadas a partir das reais necessidades, onde os ajustes necessários para que sua plena efetivação sejam fundamentados e construídos coletivamente. Assim, a eleição da equipe gestora deve ser vista como uma etapa que associada a outras ações, fortalece a democratização nas relações escolares.”

Postado por Danilo Bezerra às 12:13

FORMAÇÃO DE PROFESSOR FICA LONGE DA REALIDADE DA ESCOLA

Principal crítica dos especialistas é o excesso de teoria com pouca prática

A Educação no Brasil ainda é um ponto crítico para o desenvolvimento do país. A qualidade do que se ensina nas Escolas puxa o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro para baixo e coloca o Brasil no fim da lista de países em termos de qualidade de Ensino de ciências e de matemática. As causas disso dividem a opinião de Educadores, de gestores e de especialistas. Muitos, no entanto, concordam que um dos gargalos da Educação está justamente na formação do Professor.

De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o que se ensina nos cursos de pedagogia (que formam quem dá aula para as crianças de seis a dez anos, do Ensino fundamental 1), e nas licenciaturas (que graduam os Docentes dos jovens de 11 a 17 anos, do fundamental 2 e do Ensino médio) está bem longe da realidade encontrada na Escola.


O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S.Paulo

Fonte: Folha de S.Paulo (SP)


A EDUCAÇÃO DO FUTURO

Para o jornalista Gilberto Dimenstein, especialista em Educação e Novas Habilidades do Profissional, aluno e professor devem aprender juntos

Aluno e professor aprendendo juntos. É dessa forma que o jornalista Gilberto Dimenstein, especialista em Educação e Novas Habilidades do Profissional vê a educação do futuro.

Ganhador dos principais prêmios destinados a jornalistas e escritores, Dimenstein é colunista da Folha de S. Paulo e integra uma incubadora de projetos da universidade de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. Autor de vários livros, entre eles Meninas da noite e O cidadão de papel, ambos da Editora Ática, o jornalista foi um dos palestrantes do Colegiado Nacional da Rede Pitágoras, grupo educacional vinculado à Kroton Educacional, realizado nos dias 23 e 24 de maio na Costa do Sauípe (BA). Ele falou sobre o tema Educação do futuro e concedeu uma entrevista exclusiva à Gestão Educacional.

Dimenstein considera que o professor, antes de tudo, deve ensinar o aluno a ser protagonista do processo de absorção do conhecimento e que, nesse processo, o docente é cada vez mais importante. Ele acredita que o futuro contempla uma educação universal, com trocas permanentes, inclusive no formato digital. Acompanhe a entrevista.

Gestão Educacional: Em sua opinião, como será a educação do futuro? As salas de aula, nos formatos que se apresentam hoje, deixarão de existir?

Gilberto Dimenstein: Ela [a sala de aula] pode existir, assim como o relógio de corda, sabe? É uma coisa do passado, porque a sala de aula foi montada a partir de uma invenção, chamada livro, feita por Gutenberg [inventor da prensa móvel]. Até então não havia sala de aula; o livro ajudou a massificar o conhecimento, o livro é o celular da época, em virtude da portabilidade que se tinha do conhecimento. Essa ideia de que vai existir um indivíduo transmissor do conhecimento, reunindo pessoas para ouvi-lo, num único espaço – e ele como dono de um conteúdo –, isso não funciona, isso já não faz sentido há muito tempo, porque as coisas não funcionam mais desse jeito. O que acontecerá é que a escola certamente será um lugar onde o professor será quase um tutor, trabalhará com as dúvidas [dos alunos] e instigará novas dúvidas nas pessoas, e ele fará a associação de informações, será grande auxiliar na curadoria do que é relevante e as crianças vão trabalhar em grupos, fundamentados em eixos transversais, multidisciplinares, interdisciplinares, sempre com a ideia de projetos. E isso não comporta a sala de aula, é como uma carruagem nos dias atuais, não funciona. Talvez seja útil para realizar alguns testes, mas não para o resto da vida, numa concepção em que você tenha que gerar uma série de habilidades, de capacidades simples, de empreendedorismo, de aprendizagem permanente, e num cenário em que há um processo de produção de informação num ritmo enlouquecedor. A escola tem que ser um centro de protagonismo, de produção de conhecimento, então aquela sala de aula com a pessoa falando, não tem mais razão de existir. Até mesmo porque é preciso ser muito bom para competir com o que há na internet hoje, em termos de transmissão de conteúdo. Tem que ser inumano, porque as aulas de hoje, de Física, Química, Biologia, Matemática, contam com incríveis recursos on-line, com animação, com a possibilidade de se fazer ensino adaptativo, em que o computador lê o que você está fazendo e sugere algo, não tem sentido [manter o modelo antigo].

Gestão Educacional: Frente a esse cenário, o que você sugere para a formação do professor e preparação da escola no Brasil?

Dimenstein: Para esse cenário, não vejo possibilidade. O brasileiro lida com desafios [na educação] desde o século 18, quando havia o analfabetismo, depois apareceu o analfabetismo funcional, aí o analfabetismo tecnológico e agora há outro tipo de analfabetismo, que é o analfabetismo da programação, que é outra linguagem. Sequer conseguimos ensinar às pessoas, no Brasil, em escolas públicas, Português e Matemática, as quais são base para aprender qualquer outra coisa. É um desafio enorme. Mas, ao mesmo tempo, confio muito na ideia de que com a tecnologia você vai ajudando a criar. Não significa que o professor esteja ficando menos importante, ele fica mais importante ainda, porque passa a ser alguém que ajuda a fazer associação de ideias, das mais diferentes ideias, para que as coisas façam sentido.

Gestão Educacional: O que o Brasil pode aproveitar das experiências internacionais, na educação, que você acompanha com frequência?

Dimenstein: Há toneladas de coisas aqui mesmo no Brasil. Há muitas escolas, muitas pessoas fazendo experimentações, com eixos multidisciplinares, trabalhando com temas ligados ao meio ambiente, à cidadania, há coisas muito interessantes. Eles [os projetos] só não são a regra do sistema educacional, que ainda é muito atado ao vestibular e ao Enem. Ainda é bastante limitado. A coisa mais importante que eu vejo hoje no mundo, de fato, são essas experimentações feitas no ensino a distância, pelas universidades como Stanford, Yale, Harvard, MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts], com as quais você consegue ter ensino a distância de qualidade, com certificado. Essa história de ensino a distância e ensino presencial é outra coisa que faz parte da nossa geração. No futuro, ninguém vai falar [em um tipo ou outro de ensino]. Você vai aprender, em casa, no trabalho, não vão dizer que estão aprendendo a distância. Vai ser assim: você passa um tempo na escola, aí passa um tempo aprendendo (a distância) em casa, e depois volta para a escola. Duas plataformas, especialmente, destacam-se: a edX, que é a mistura de Harvard, MIT e mais uma série de faculdades; e a Coursera, que é Stanford [e outras instituições]. Os sistemas são avançados, o professor ou o computador te responde, um grupo de alunos também. Há uma faculdade surgindo, chamada Minerva Academy (que um dos criadores é um ex-reitor de Harvard), que possibilita aos alunos ficarem viajando pelo mundo. Há um dormitório em São Francisco, outro em Shangai, outro em Londres, outro em Nova Iorque, então eles ficam viajando e, além do ensino a distância, ensina-se a vivência de campo, que é importante. Outra coisa óbvia: vivemos na época do compartilhamento de dados, o aluno, o jovem, compartilha tudo, o tempo todo ele está compartilhando. Na escola, não será diferente. É muito rápido, e o professor não é formado [nesse aspecto] porque a gente não sabe o que está acontecendo. Mas não é diferente no jornalismo, tem que correr atrás de inovações que a gente não sabe lidar.

Gestão Educacional: No ensino público, a situação é ainda mais complicada, porque escolas e professores ainda têm pouco acesso a inovações tecnológicas. A parceria da iniciativa privada é um caminho?

Dimenstein: É fundamental a iniciativa privada estar na educação pública, por vários motivos. Um deles é a mobilização. Quando temos empresários e a sociedade toda exigindo de secretários [de Educação] e de professores melhor desempenho, e ajudando-os a terem melhor desempenho, há resultados extraordinários, como vemos em várias partes do Brasil. Outro motivo é que a iniciativa privada tem experiência em gestão e no trabalho com metas, com avaliações, impactos durante o processo, o que é de muita ajuda. Eu gosto muito dessa ideia da pressão. Hoje, no Brasil, as pessoas estão reclamando da inflação, fala-se até que, se a situação não melhorar, a Dilma não poderá ser [reeleita] presidente, por exemplo. Imagine se fizéssemos a mesma coisa com os indicadores educacionais, se houvesse um incômodo. Há países em que, quando o índice educacional vai mal, o país entra em crise. Os Estados Unidos, por exemplo, quando encontram algum problema, debatem e buscam uma solução em comum. A imprensa também tem um papel significativo, deve cobrar melhores indicadores, explicar essas informações. Mas nada disso funciona se o diretor não for bom. É semelhante a um time de futebol, nos casos em que perde inúmeras vezes e o técnico não sabe como transformar aquele em um time melhor. Muitas vezes, isso acontece também na escola. A iniciativa privada pode ajudar nisso também, na preparação de gestores.

Gestão Educacional: Quais os benefícios da tecnologia para a educação?

Dimenstein: Há tanta experiência malsucedida com computador em sala de aula, ninguém sabe usar, quebra, não funciona. Acho que a importância que o livro, de Gutenberg, teve no passado para a gestão do conhecimento, aplica-se para o celular, hoje. O celular é o livro de hoje – só que o livro antes ficava em poucos lugares, inicialmente nos mosteiros, havia poucas livrarias no mundo, todo o conhecimento da humanidade era acessível a poucos. Hoje em dia, você tem todo o conhecimento disponível, por meio do celular. Claro que todo conhecimento não significa nada se você não souber usar. Mas podemos ganhar muito tempo com essa ferramenta, até para a formação do professor. No Brasil, hoje, há 250 milhões de celulares. Por incrível que pareça, o Brasil tem mais celular do que escovas de dente. A gente tem que aproveitar esse recurso. Não há solução fácil, porém, é um drama enorme [a questão da educação]. Como se atrai hoje os melhores talentos para trabalhar numa escola pública? O salário, não. A estabilidade, talvez, visando qualidade de vida. Mas trabalhar numa escola pública é um martírio: salas com muitos alunos, poucos recursos, baixo envolvimento familiar, meninos e meninas com as mais diferentes doenças, como psicológica, odontológica, otorrinolaringológica. Crianças que sofrem de depressão, de ansiedade, de hiperatividade, é uma luta. Eu digo que a única coisa comparável com a melhoria da educação foi a libertação dos escravos, é o mesmo patamar de importância. E a gente não conseguiu melhorar após a abolição dos escravos, isso não gerou uma sociedade mais inclusiva, até porque não tinha escola. E a educação, hoje, não está nem remotamente próxima do que precisa ser para sermos uma nação com alta produtividade, com avanço da tecnologia.

*A jornalista viajou a convite da Rede Pitágoras.

Fonte: Revista Gestão Educacional