quarta-feira, 27 de novembro de 2013

TABLETS PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL

MEC VAI DISTRIBUIR TABLETS PARA PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS EM 2014

O Ministério da Educação (MEC) vai começar a distribuir tablets a professores do 6º ao 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas em 2014. O anúncio foi feito hoje (25) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Segundo ele, os professores deverão ser capacitados para usar o equipamento também no ano que vem. 
A intenção da pasta é que todos os professores da rede pública tenham o próprio tablet. A distribuição começou com os professores do ensino médio. O educador tem acesso pelo tablet a conteúdos específicos, cujo objetivo é tornar as aulas mais atraentes.

Fonte:O xerife

terça-feira, 19 de novembro de 2013

DESGoverno

Governo volta atrás e diz que não pagará mais hora-atividade integralmente

Desde o dia 12 que o SINTE/RN e mais de 1.300 professores que tiveram descontos indevidos em nome do Sindicato aguardam uma resposta do Governo. Essa era a data prometida para o pagamento do terço de hora-atividade, de forma integral, aos tinham sido descontados. Nem o dinheiro saiu nem ninguém apareceu sequer para dar uma explicação, mesmo após insistentes investidas do SINTE/RN.

Uma semana depois, o Governo consegue piorar a situação e simplesmente volta atrás do que prometeu: não poderá pagar o terço de hora-atividade integralmente porque não tem dinheiro para isso. Agora a promessa é que pagarão em duas parcelas para que se igualem com os que já vinham recebendo.

A data prometida é esta semana, mas não precisaram o dia porque a internet da Secretaria de Administração do Estado teve a internet cortada no final de semana por falta de pagamento. Só após o restabelecimento do serviço é que a folha será enviada para que o pagamento seja efetuado.

[+] Relembre a embromação do Governo: 


A direção do SINTE/RN continuará cobrando incessantemente e não sossegará enquanto esse direito não for efetivado.

domingo, 10 de novembro de 2013

Funcionário da Educação

SINTE/RN orienta funcionários a ingressarem na justiça pela implantação da tabela salarial do Plano de Carreira





























E:



HORA ATIVIDADE

Depois de desconto antecipado, SEEC terá que pagar terço de hora-atividade em parcela única a 1.300 professores

Os 1.300 professores que tiveram seus salários descontados em nome do SINTE/RN receberão o valor relativo ao terço de hora-atividade de forma integral até o dia 12 de novembro. Não haverá desconto de honorários advocatícios sobre esse valor, uma vez que eles foram descontados antecipadamente. Também não haverá devolução do valor relativo à carga suplementar. 

A coordenadora geral do Sinte-RN, Fátima Cardoso, faz questão de deixar claro que não haverá mais descontos ou devoluções do dinheiro recebido a título de carga suplementar. A informação foi repassada à direção do Sindicato na manhã desta segunda-feira (4) em reunião com a coordenadora de recursos humanos da SEEC.

O Sinte-RN investigou a origem da trapalhada e descobriu que se tratou de uma informação distorcida repassada pela ex-coordenadora de recursos humanos da SEEC, Ivonete Bezerra à Secretaria Estadual de Administração. “Temos sérias desconfianças de que esse erro não ocorreu gratuitamente, uma vez que essa senhora se comportou como ferrenha opositora de todas as conquistas da categoria enquanto esteve à frente da coordenação”, ressalta Fátima.

O que de fato aconteceu foi que o Governo cobrou antecipadamente o valor total dos honorários advocatícios, que seriam descontados à medida que as parcelas do terço da hora-atividade fossem pagas.

O Sinte-RN ressalta a disposição da nova coordenação em corrigir a falha. A previsão é que o pagamento seja feito até o dia 12 de novembro, de acordo com o coordenador da folha de pagamento da Secretaria de Administração.
“Fica a lição para todos nós de que os adversários da nossa luta estão sempre prontos a nos atacar de qualquer forma, mas esse sindicato não se dobra nem se dobrará a esse tipo de golpe, bem como nos manteremos sempre zelosos nos que diz respeito ao zelo com o dinheiro do filiado e aos princípios éticos que tanto defendemos para a sociedade”, finalizou Fátima Cardoso.

CATEGORIA DISCUTE MELHORIAS

SINDICATO DOS PROFESSORES FEZ REUNIÃO COM A CATEGORIA NA CIDADE DE JARDIM DE PIRANHAS NESTA MANHÃ DE QUINTA



Na manhã desta quinta feira (07), representantes do sindicato de professores do RN (SINTE/RN) regional de Caicó, esteve reunidos com professores para discutir sobre a eleição que irá eleger os mais novos representantes da categoria perante o sindicato tanto a nível estadual como municipal, existe duas chapas na disputa para essa eleição com representantes dentre outras cidades, professores de Jardim de Piranhas compondo ambas as chapas.

Como também discutir sobre a questão no que se diz respeito ao aumento do piso salarial para o próximo ano começando logo no mês de janeiro de 2014, onde o último aumento que ocorreu aqui em Jardim de Piranhas, foi no ano passado na gestão do então prefeito municipal António Macaco que na ocasião em acordo com a categoria deu o maior aumento a nível de seridó e estado.


E neste acordo ficou para este ano o compromisso da nova gestão, as promoções horizontais que são a nível de títulos e verticais a nível superior, que desde 2011 não foram dadas a categoria.

Em conversa rápida com um dos representantes, foi perguntado se a categoria já procurou tanto a secretaria de educação como o executivo para discutir as questões levantadas. 

O professor disse que desde o começo do ano que vem tentando um diálogo, para discutir não só esses direitos como também, no que se diz respeito a carga horária de trabalho dos profissionais da educação no município, mas até agora não obteve nenhum êxito, e não viu nenhum tipo de interesse tanto da secretaria como do poder executivo em conversar, por isso foi convocados os representantes do sindicato e os professores para essa reunião, para tentar-mos ver o que se vai fazer a partir de agora. 

Prof. Joao Filho - Conselheiro presidente do CACS-FUNDEB


Durante a reunião, o conselheiro, presidente do CACS-FUNDEB, professor João Filho fez uso da palavra onde enfatizou a importância do Conselho e anunciou algumas medidas como o dia das reuniões e a decisão de que foi criado um espaço para que a categoria possa participar ativamente  enviando suas duvidas que serão analisados pelos conselheiros, proporcionando assim, um canal de comunicação entre conselho e a categoria.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

VAMOS BOTAR A MÃO NA MASSA?

Educadores e especialistas de diversos setores comentam a importância do engajamento da sociedade no sistema de aprendizagem

E se a Educação fosse realmente encarada com o valor social que tem? E se cada pai, irmão ou tio perguntasse a sua criança como foi o dia dela na Escola? E se você se juntasse a outros e dedicasse algumas horas na semana a um projeto na área do Ensino?

A Educação muda a sociedade, preserva seus valores e permite desenvolvimento. E se a sociedade unisse esforços para retribuir e, desta vez, invertendo a ordem, transformasse a Educação?

Essas perguntas pretendem promover uma reflexão sobre o compromisso de cada um, e não apenas de gestores e Professores, no processo educacional.

Para reunir exemplos de que ações simples levam a resultados concretos, Zero Hora conversou com Educadores, especialistas e também com gente que não teria ligação nenhuma com o mundo do Ensino, não fosse a inquietação de querer mudá-lo.

Da Finlândia, veio a certeza de que a presença da comunidade é fundamental para que a Escola pública se torne uma opção atrativa – a confirmação é da própria ministra da Educação do país, Jaana Palojärvi.

Mas existem muitas outras convicções como essa que já se espalham há tempos pelo Brasil. Uma delas é defendida pela diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz:

– Uma sociedade que valoriza o conhecimento sabe claramente que é seu o dever de tornar mais fértil o terreno da Educação. O produto da sociedade é aquilo que ela valoriza.
O gaúcho Eduardo Lima sabe disso. Largou a publicidade para criar um canal de vídeos educativos e gratuitos na internet. Maluco? Não. Convicto.

– Não importa se você pode ajudar uma ou um milhão de pessoas. Cada um sempre poderá ser uma revolução à sua escala – ele responde.

Vamos botar a mão na massa? A importância do engajamento da sociedade no sistema de aprendizagem é tema da campanha A Educação Precisa de Respostas, promovida pelo Grupo RBS e pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.

Educação, compromisso de todos
A Bruxa será a porta-voz desta nova fase da campanha A Educação Precisa de Respostas, promovida pelo Grupo RBS e pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. Ao lado da Bruxinha, a personagem vai mobilizar a sociedade a dar prioridade para a Educação, estimulando a qualidade da aprendizagem e o aperfeiçoamento da gestão Escolar no Brasil.


Escola de Pais: aprenda a participar
Sempre que tira uma boa nota na Escola, Taís Heck, 13 anos, corre até o pai para exibir seu desempenho. Para o vigilante Vilson Heck, 46 anos, cada uma destas demonstrações de orgulho da filha é um convite para que ele participe, sempre e cada vez mais, da comunidade Escolar em que está inserido.

É por isso que Vilson faz parte, desde o início do ano, da Escola de Pais criada na instituição em que Taís frequenta o 8º ano, a Escola Municipal de Ensino fundamental Vereador Antônio Giúdice, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. O colégio ficou em primeiro lugar no último Ideb (anos finais) entre as Escolas municipais da Capital.

Em encontros mensais, o grupo recebe profissionais para discutir temas ligados à adolescência, como sexualidade e drogas, e também se envolve em aspectos administrativos da Escola, como planejamento do ano letivo, organização das festas e identificação de prioridades para os investimentos.

– Está entre os deveres dos pais mostrar aos filhos o quanto a Escola é importante para o desenvolvimento deles como cidadãos. A Escola de Pais surgiu para que a família e a Escola possam compartilhar os atos de educar e ensinar – afirma a vice-diretora Adriana Branchelli.

Neste primeiro ano do projeto, o número de pais que se envolvem com a iniciativa ainda não chega a 10. Vilson sabe que muitas famílias não conseguem conciliar os horários de trabalho com a atenção à Escola, mas vê outros motivos para a pouca procura:

– Tem pais que acham que a Escola é um depósito, onde se pode largar e pegar as crianças depois do trabalho. Por isso, muitas famílias nem conhecem os Professores. Não é assim. É preciso estar perto para acompanhar e ajudar nas dificuldades que surgirem. A Escola é uma extensão da casa.

“A sociedade civil tem um grande papel na Educação”
O país tem a metade da população do Rio Grande do Sul e ostenta um dos melhores sistemas educacionais do mundo. Na Finlândia, as crianças estudam menos que no Brasil, mas aprendem e se divertem mais. Qual o segredo do sucesso? Em entrevista a Zero Hora, feita por e-mail, a ministra de Educação da Finlândia, Jaana Palojärvi, conta como foi o processo que colocou o país nórdico em posição de destaque nos rankings do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).

Zero Hora – A Finlândia é exemplo mundial de que é possível ter Educação gratuita e de qualidade. Como se chegou a esse modelo?

Jaana Palojärvi – Na Finlândia, há muito tempo se considera importante oferecer oportunidades iguais e de qualidade para todos os cidadãos, que são o maior recurso que um país pequeno pode ter. Acreditamos que, independentemente da origem socioeconômica, todos devem participar e avançar no caminho da Educação. Para que isso acontecesse, foi preciso focar especialmente em um desenvolvimento de longo prazo.

A reforma do Ensino fundamental na Finlândia prolongou a obrigação do estudo e acabou com uma prática que existia antes, de as crianças serem divididas em dois grupos: as que continuavam e as que encerravam os estudos. Hoje, todos têm a oportunidades de continuar. E os resultados são excelentes tanto para Alunos que antes tinham desempenho inferior quanto para os “melhores” Alunos.

ZH – Qual a contribuição do engajamento da sociedade no processo de desenvolvimento da Educação?

Jaana – Na Finlândia, existe uma tradição de Educação popular voluntária que continua até hoje. Os adultos finlandeses também são os mais capazes de utilizar, no dia a dia, os conhecimentos e as competências que adquiriram ao longo da vida. Grande parte desta Educação acontece em associações e centros de Ensino voluntários voltados para adultos. A sociedade civil tem um grande papel na Educação e contribui por meio da legislação, financiamento e planos de desenvolvimento. Além disso, nas Escolas finlandesas, investe-se muito na cooperação entre Escola e família.

ZH – Como a sociedade pode fazer com que essas diferenças entre Escolas públicas e privadas sejam amenizadas?

Jaana – Garantindo recursos para Escolas públicas, na tentativa de diminuir as diferenças entre as Escolas. A Escola pública deve se tornar uma opção atrativa para que pais possam optar por ela em vez da particular. Diminuir a desigualdade entre os Alunos gera melhores resultados para todos.

ZH – Que medidas implantadas na Educação finlandesa poderiam ser aplicadas em um país como o Brasil?

Jaana – Antes de mais nada, deveria se investir fortemente no desenvolvimento do sistema público de Ensino e na diminuição das diferenças entre Escolas. Outro passo importante no modelo finlandês, que poderia ser aplicado em outros locais, é a inserção de crianças de origem socioeconômica diferente na mesma sala de aula.


Na internet: lições grátis para milhares

Pela criatividade e necessidades que supriram, duas iniciativas surgiram em Porto Alegre e rapidamente se espalharam via internet para todo o país. São os portais Aula Livre e Me Salva!, acessados por milhares de estudantes que buscam, em vídeo, preparar-se para avaliações do que bem entenderem – de vestibulares a provas de cálculo.

O Aula Livre (aulalivre.net) foi criado enquanto o publicitário Eduardo Lima, 30 anos, e a relações públicas Juliana Marchioretto, 28 anos, estudavam para concurso. Eles perceberam que faltava espontaneidade nos vídeos de Ensino à distância.

– Será que a gente não conseguiria trazer nossos conhecimentos da comunicação e oferecer esse conteúdo de forma gratuita e com qualidade? – perguntaram-se.

Em pouco tempo, o Aula Livre estava no ar. A empresa que começou pequena agora ganha o gás da aceleradora carioca Pipa, conquistou novos sócios e tem mais de 1,1 milhão de visualizações em vídeos todos os meses.

Foi também por querer contribuir com um Ensino melhor que o estudante de Engenharia Miguel Andorffy, 23 anos, criou o portal Me Salva! (mesalva.net). Fera em cálculo, o jovem desenvolveu o projeto para ajudar outros universitários que sofriam com a infinidade de números. Hoje, o portal tem mais de 50 mil visualizações diárias.

Mas por que Juliana, Eduardo e Miguel resolveram se dedicar a melhorias na Educação?
– Não importa se você pode ajudar uma ou um milhão de pessoas. Cada um pode contribuir, com trabalho voluntário, incentivo financeiro, boas ideias, ou mesmo pela participação no desenvolvimento Escolar dos filhos – resume Eduardo.

Editorial: A escola é de todos

Uma lição que pode ser copiada em qualquer lugar, sem restrições, tem contribuído para que a Educação básica supere ou reduza deficiências históricas no Brasil. O ensinamento a ser compartilhado é o do envolvimento comunitário no Ensino formal. Como mostrou reportagem publicada ontem por Zero Hora, na sequên-cia da campanha.

A Educação Precisa de Respostas, promovida pela RBS e pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, exemplos nacionais e mundiais são referência a todos os que pretendem contribuir para a superação das dificuldades do Ensino. Escassez de recursos, deficiências na formação e no aperfeiçoamento dos Professores, baixos salários do magistério e degradação de prédios e equipamentos não podem ser obstáculos à participação das comunidades na vida das Escolas. Pelo contrário, são muitos os casos em que atitudes participativas ajudaram a atender demandas que a estrutura institucional não consegue contemplar.

O foco é essencialmente a Escola pública, como observou, em entrevista a este jornal, a ministra da Educação da Finlândia. Disse a senhora Jaana Palojärvi que uma Educação plena e eficiente deve ser assegurada pelos governos, como possibilidade concreta de redução das desigualdades sociais. Mas os resultados dessa Escola pública somente serão efetivos, como ocorre na Finlândia, se os pais e os organismos comunitários forem cúmplices de gestores, Professores e demais servidores da Educação.

Ressalte-se que a participação não deve ter a pretensão de concorrer com os profissionais da área ou substituir suas atribuições. A adesão das comunidades aos projetos da Escola, nas mais singelas tarefas e responsabilidades, é complementar. Tal participação se revela na presença dos pais na Escola, no acompanhamento do aprendizado dos filhos em casa e no compartilhamento de angústias e projetos comuns a todas as famílias.

O Brasil já tem bons exemplos de cumplicidade comunitária, que merecem ser imitados, para que a Educação vá além do que se ensina e se aprende numa sala de aula. 


Fonte: Zero Hora (RS)

SÓ DINHEIRO NÃO GARANTE ENSINO DE QUALIDADE

Para Richard Murnane, professor da Universidade de Harvard, se professores não dispõem do conhecimento necessário, dar incentivos financeiros a eles não adianta

Para o economista Richard Murnane, professor da Universidade de Harvard, melhorar a Educação não é uma questão apenas de ter dinheiro, mas de saber como usá-lo. Se os professores não dispõem do conhecimento necessário, dar incentivos financeiros a eles não vai adiantar, diz. Murnane, que esteve no Brasil para um seminário do Instituto Alfa e Beto, e é coautor de um livro sobre desigualdade de renda e educação, afirma que famílias mais ricas investem mais nos filhos.

Uma pesquisa sua e de Greg Duncan mostra que as diferenças nos resultados de Matemática e leitura de crianças de baixa renda e de renda alta nos Estados Unidos são maiores hoje que antigamente. Por quê?

Isso é correto, mas não significa que os resultados das crianças de baixa renda tenham caído. Eles melhoraram, modestamente. O problema é que as conquistas dos Alunos de famílias de classes mais altas melhoraram muito mais. A explicação está em parte relacionada às consequências das crescentes desigualdades de renda nos Estados Unidos. Todas as famílias fazem o seu melhor para cuidar dos filhos. O que as de renda alta perceberam é que a melhor maneira de cuidar dos filhos é investir na Educação e nas habilidades deles. Elas apostaram em acampamentos de verão, em tutorias e em uma variedade enorme de atividades para aumentar as chances das suas crianças. E se mudaram para vizinhanças em que outras famílias também têm alta renda. As de baixa renda não conseguiram fazer estes investimentos.

Qual é o tamanho das diferenças de resultados entre crianças de baixa e de alta renda?

Cerca de 5% dos Alunos mais pobres que eram adolescentes em meados da década de 1970 se formaram em uma universidade, contra 36% dos que estavam entre os 25% mais ricos na mesma época. Em meados de 1990, o percentual de crianças de baixa renda que se formou na universidade foi de 9%, um aumento modesto de 4 pontos percentuais. Em contraste, 54% das crianças mais ricas se formaram, um aumento de 18 pontos percentuais.

Devemos contar com as Escolas para tornar a igualdade de oportunidades uma realidade?

Pelo menos nos Estados Unidos, as Escolas têm tentado fazer isso. Mas ficou mais difícil com o aumento da segregação residencial por renda. Hoje, crianças de baixa renda têm mais tendência a frequentar Escolas com outras crianças de baixa renda do que acontecia 30 anos atrás. Isso torna o trabalho de criar uma Educação de alta qualidade muito mais difícil.

Por quê?

Quando crianças de famílias de baixa renda começam no Jardim de Infância, elas já estão muito atrás em termos de variedade de habilidades. E mais sujeitas a problemas de comportamento. Isso foi muito documentado nos Estados Unidos. Uma criança de baixa renda tem menos chances de ajudar seus colegas a aprender e mais chances de apresentar problemas de comportamento que atrapalhem o bom andamento da aula. Além disso, neste país, crianças de baixa renda mudam muito mais de moradia e de Escola. Uma pesquisa recente mostrou que Escolas com muita mobilidade estudantil tiveram menos sucesso nas tentativas de aumentar as conquistas dos Alunos. E não apenas as dos que se mudaram, mas também as dos que tinham residência estável. O recurso mais precioso do Professor é o tempo de aula. Se uma criança nova entra na classe a cada duas semanas, ele vai perder tempo, porque tem de ensinar as normas da sala de aula e de comportamento e descobrir as habilidades de leitura e de Matemática deste Aluno. Tem também a qualidade do Professor. As condições de trabalho são mais difíceis em Escolas com muitas crianças de baixa renda. É mais complicado atrair Professores habilidosos e retê-los nestas instituições. Nos Estados Unidos, a maioria dos Professores seniores tende a se mudar para Escolas frequentadas por crianças de renda melhor. Deixam as Escolas com crianças pobres para Docentes relativamente novatos.

Como aumentos na renda familiar impactam as oportunidades educacionais de crianças de baixa renda?

Dinheiro por si só não é a maneira de pensar a questão. Os pontos-chave são as experiências que os Alunos têm diariamente; elas precisam mudar. Muitas vezes os Professores não mudam a maneira como ensinam. Se as experiências dos Alunos não são tão diferentes, eles não aprendem mais. Eu não estou dizendo que dinheiro não importa; ele importa se for bem utilizado. O realmente necessário é ter instrutores melhores. Gastar mais dinheiro comprando livros não vai automaticamente levar a um Ensino melhor. O desafio é melhorar a instrução, e isso pode precisar de recursos extras. Mas prover recursos extras não faz isso acontecer automaticamente.

Então, embora a desigualdade de renda leve a resultados educacionais ruins, dinheiro não é necessariamente a solução para o problema....

Os recursos devem seguir, não guiar. É preciso começar desenvolvendo um plano concreto para melhorar o aprendizado dos Alunos. E como deve ser este plano? Depende do local e da natureza da situação. Por exemplo: se o problema é o fato de os Alunos não estarem indo regularmente à Escola, isso pode estar acontecendo porque as instituições são distantes ou porque os pais precisam que eles trabalhem ou tomem cuidado dos irmãos mais novos. Se o problema é as crianças não estarem matriculadas ou não frequentarem as aulas regularmente, então a política inicial deve ser diminuir o custo das famílias de baixa renda para mantê-las na Escola. Há muitos exemplos de políticas, em diversos países, que diminuem o custo de ter crianças frequentando Escolas e levaram ao aumento de taxas de matrícula e frequência entre as de renda baixa.

O senhor pode citar exemplos?

Muitos países investiram em medidas que fizeram as Escolas distantes ficarem mais próximas das moradias das crianças. Um estudo recente na Índia mostrou uma política de dar bicicletas aos Alunos. Em outro lugar, alunas não estavam indo às Escolas porque não havia banheiros limpos. Então, oferecer boas condições sanitárias para elas foi importante. O Brasil tem há anos uma política de transferência de renda, o Bolsa Família, que auxilia famílias pobres com a condição de que elas mandem os filhos para a Escola. Todas estas estratégias se provaram eficientes para aumentar o número de crianças estudando. Se o problema é falta de frequência dos Professores, dar um incentivo que seja atrelado à presença regular pode fazer uma real diferença. Outro problema é a falta de conhecimento e de habilidade dos Professores para ensinar com eficácia. Neste caso, os incentivos, sozinhos, não são boa estratégia. O desafio talvez seja como capacitá-los melhor. E esta é uma estratégia de longo prazo, que pode incluir a criação de incentivos para atrair adultos mais bem educados para o magistério e o Ensino de técnicas que ajudem os atuais Docentes a lecionar.

Como deve ser o treinamento dos Professores?

Depende das habilidades deles. Nas partes mais pobres do Brasil, onde os Professores têm pouca Educação formal, uma solução passa por prover currículos estruturados com instruções muito detalhadas sobre o que ensinar e como, demonstrando como fazê-lo. Em situações em que os Professores têm mais conhecimento e só precisam melhorar suas habilidades, diferentes tipos de desenvolvimento profissional e treinamento são necessários. Mas há casos, muito comuns nos Estados Unidos, em que Alunos e Professores vão à Escola, os Professores se esforçam ao máximo e têm algumas habilidades, mas existe uma grande necessidade de coordenar o Ensino, de maneira que ele pareça o mesmo em todas as salas de aula de todas as instituições. Isso é difícil. E requer a reorganização da Escola, que é uma comunidade na qual pessoas continuam aprendendo.

O que os países em desenvolvimento estão fazendo de bom?

A Coreia do Sul, que agora é um país relativamente rico, mas não o era em 1960, investiu pesadamente em seu sistema educacional por décadas. E isso fez diferença. A Finlândia agiu da mesma forma. Alguns países com baixas taxas de matrícula no Ensino secundário investiram em dar a famílias de baixa renda subsídios para matricular seus filhos neste segmento. Na Colômbia, esta política foi eficaz em melhorar os resultados de estudantes de baixa renda.

O senhor estudou o Brasil e o caso da Bolsa Família?

Detalhadamente, não. Há uma necessidade em muitos países, incluindo o Brasil, de pesquisas melhores para sabermos se as políticas adotadas fizeram diferença.

Jovens de renda maior têm mais vantagens que os de baixa renda para desempenhar funções que não podem ser executadas por computadores?

A qualidade da Educação faz uma grande diferença. O tipo mais fácil de prover é o de habilidades básicas, como ler suficientemente bem para seguir direções, ser capaz de fazer contas básicas e saber o básico de informática. Em contraste, empregos que não estão sendo computadorizados requerem a capacidade de solucionar problemas, de trabalhar em grupo e de aprender coisas novas rapidamente.

Que políticas o senhor sugere para ajudar estudantes de baixa renda a terem sucesso nesta força de trabalho cheia de robôs?

Educação de alta qualidade é importante, assim como boas políticas de saúde e bons suportes para famílias de baixa renda, para que as crianças cheguem às Escolas bem alimentadas e saudáveis. É preciso ir além de ensinar apenas a ler e seguir instruções. Notamos que Educação de qualidade é ainda mais importante hoje que há 20 anos para prever o sucesso no mercado de trabalho, por causa das mudanças técnicas.


54%
Dos Alunos oriundos de famílias de renda mais alta chegaram à universidade nos Estados Unidos em meados dos anos 1990, contra 9% dos provenientes de famílias de renda mais baixa.


Fonte: O Globo (RJ)
http://www.todospelaeducacao.org.br

DIRETOR DE EDUCAÇÃO DOS EUA: TECNOLOGIA ACELERA APRENDIZADO NA ESCOLA

Diretor do escritório de tecnologia educativa dos Estados Unidos diz que não basta transferir conteúdo analógico para o digital

O diretor do escritório de tecnologia educativa do Departamento de Educação dos Estados Unidos, Richard Culatta, afirmou na tarde desta sexta-feira, em São Paulo, que o principal desafio para acelerar as técnicas de aprendizado é produzir um conteúdo inovador e não apenas "requentar" aquilo que já está disponível hoje para os alunos. Ele é responsável por um projeto do governo americano que tem US$ 1 bilhão de aporte para o seu início. "Queremos ser modelo nisso", disse ele.

Ele afirma que nos Estados Unidos também há uma desigualdade no ensino, de acordo com a região dos alunos. "Nos Estados Unidos há muitas lacunas. Estamos felizes com os novos padrões, é um desafio. Sou diretor do departamento de Educação, trabalhei no Senado. Há fotos minhas puxando cabos no meio da rua para conectar as escolas à internet pela primeira vez", disse ele.

Ele afirma que as pessoas não podem se deslumbrar com a tecnologia. "Por si só, ela não está tornando as coisas melhores. Vamos digitalizar toda a parte da experiência de aprendizado, mais cedo ou mais tarde. E se não tomarmos cuidado, vamos replicar justamente os formatos que temos hoje. Queremos criar uma visão nacional de como utilizar a tecnologia na educação. Uma visão de como devemos utilizar essa tecnologia para melhorar o aprendizado", afirmou.

Para ele, um dos fatores mais importantes, que deve ser levado em conta é personalizar a experiência do aprendizado. "A coisa menos igual que podemos fazer pelos alunos é tratá-los da mesma forma. Precisamos pensar em uma forma para garantir que estamos alavancando a tecnologia. O que temos hoje é que o calendário é mais importante do que a experiência dos alunos. Todos têm de chegar a 100% do aprendizado, mesmo que um demore mais do que o outro. Ritmo e tempo é ajustável. Está relacionado aos interesses dos alunos", afirma.

Segundo ele, são precisos dados mais efetivos para a personalização do aprendizado. "Hoje temos um cenário com livros didáticos caros, professores não preparados, acesso à internet devagar. Os professores precisam de mais suporte e apoio. E também é preciso oferecer aos alunos dispositivos a preços acessíveis a todos", diz.

O representante do governo americano participou de uma conferência do Bett, evento inglês que está entre os mais importantes do mundo na área de educação e tecnologia. Entre os palestrantes estão especialistas de ministérios da Educação, incluindo Brasil, México, Reino Unido e Costa Rica.


Fonte: Terra
http://www.todospelaeducacao.org.br

MEC QUER LEVAR EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL A 60 MIL ESCOLAS ATÉ 2014

Mais de 49 mil escolas em todo Brasil já contam com recursos do Mais Educação e estão funcionando efetivamente em tempo integral

A secretária de Educação Continuada do Ministério da Educação, Macaé Evaristo dos Santos, afirmou que vários municípios já aderiram ao Mais Educação, que é um programa indutor da educação em tempo integral. Já são mais de 49 mil escolas que contam com recursos do programa e que estão funcionando efetivamente em tempo integral. E a meta é levar a educação em tempo integral a 60 mil escolas em 2014.

As declarações foram feitas durante o seminário sobre educação em tempo integral organizado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

Além do assistencialismo
A educadora Cláudia Valentina Assumpção Galian, da Universidade de São Paulo (USP), considerou importante que a educação em tempo integral comece pela população mais pobre. Mas ressalvou que existe o perigo de que essa iniciativa acabe sendo resumida a uma mera política de acolhimento para os pobres. Portanto, “é importante que haja essa distinção entre acolhimento e educação”, destacou ela.

“Não se pode pensar a experiência da educação em tempo integral apenas como a ocupação do tempo”, continuou Cláudia Valentina. “A escola em tempo integral deve acolher o aluno mas também aproveitar esse tempo para educá-lo”, explicou.

A representante do Sesc, Claudia Santos de Medeiros, contou a experiência da entidade na implantação da educação em tempo integral. Os Estados de Santa Catarina, Paraíba, Sergipe, Paraná e Rio Grande do Sul já adotam esse sistema nas suas creches. No ensino fundamental, Pernambuco e Goiás contam com iniciativas nesse sentido. E, no ensino médio, Goiás e Roraima.

Debatedores veem Educação em tempo integral como meta vital para o País
Até 2020, o governo tem como meta oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas do ensino básico e atender 25% dos estudantes. A afirmação, do presidente da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), dá o tom do seminário sobre educação em tempo integral que está sendo realizado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

O evento conta com especialistas da França, Portugal e Espanha, que apresentam experiências em seus países e dialogam com estudiosos brasileiros. Estes falam sobre os estudos e as práticas já adotadas no País.

Envolver a família
O segundo secretário da Câmara, deputado Simão Sessim (PP-RJ), afirmou que a educação em tempo integral significa o envolvimento de toda a comunidade onde a escola está inserida. Segundo ele, é preciso reinserir as famílias nesse projeto, dando voz e devolvendo a elas o papel que foi transferido às escolas.

O presidente da Comissão de Educação, deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), ressaltou que os resultados do exame Pisa mostram que os países que estão nas primeiras colocações investem na educação em tempo integral. O Pisa avalia a qualidade do ensino no mundo inteiro por meio de testes com alunos da educação básica nas áreas de Leitura, Matemática e Ciências.

A secretária de Educação Continuada do Ministério da Educação, Macaé Evaristo dos Santos, ressaltou que não possível o desenvolvimento pleno da educação em tempo integral se não forem alcançadas políticas setoriais que dialoguem com o esporte, a saúde e a assistência social.

Os recursos para a ampliação da educação em tempo integral viriam dos 10% do PIB para o setor de ensino, previstos no projeto do Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10), já aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente em análise no Senado.

Fonte: Agência Câmara
http://www.todospelaeducacao.org.br

BOLSA FAMÍLIA REDUZIU DESIGUALDADE NA EDUCAÇÃO E MELHOROU INDICADORES DE SAÚDE, DIZ MINISTRA

A iniciativa fez crescer a proporção de crianças com 15 anos na série escolar adequada entre os 20% mais pobres

Dez anos depois da criação do Bolsa Família, em 2003, estudos apontam que o programa melhorou indicadores de saúde e contribuiu para o empoderamento da mulher e o desenvolvimento regional, disse hoje (30) a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Em cerimônia em comemoração aos dez anos do programa, a ministra destacou que a iniciativa foi decisiva para diminuir a desigualdade educacional no país, porque cresceu a proporção de crianças com 15 anos na série escolar adequada entre os 20% mais pobres. Segundo a ministra, a distância entre esse grupo e o restante da população caiu 37% no período. A frequência escolar é condição para a família receber o benefício.

De acordo com a ministra, 15 milhões de alunos são beneficiados pelo programa. Tereza Campello informou que a taxa de permanência das crianças do programa é maior em todos os períodos do ciclo escolar e o índice de aprovação dos alunos já alcançou a média nacional, tendo superado esse patamar no ensino médio. No Nordeste, por exemplo, a taxa de aprovação dos beneficiários está acima da média nacional em todo o ciclo escolar.

"O programa garantiu as crianças na escola, melhorou a taxa de aprovação e contribuiu para todo o sistema de ensino, reduzindo as desigualdades nas trajetórias educacionais", disse. "Pela primeira vez, temos um indicador social entre os mais pobres superior à média nacional", acrescentou.

Na área da saúde, ela destacou que a taxa de frequência das gestantes do Bolsa Família ao pré-natal é 50% superior em comparação a das não beneficiárias em condições semelhantes, o que contribuiu para a queda de 14% no índice de crianças prematuras. Além disso, 99,1% das crianças do programa são vacinadas. No período, os dados revelam, ainda segundo a ministra, que as mortes por diarreia caíram 46% e por desnutrição, 58%, nos municípios com alta cobertura.

"Esses estudos evidenciam que, no caso das crianças do Bolsa Família, os efeitos virtuosos se acumularam. A mãe fez pré-natal, se alimentou, o menino nasceu com peso adequado, forte, tomou as vacinas, foi acompanhado, comeu direito e venceu, ultrapassou uma barreira e está onde seus pais nunca estiveram. Aos 5 anos, está em condição similar à das demais crianças e pronta para entrar na escola", disse a ministra.

Atualmente, o programa atende a 13,8 milhões de famílias em todo o território nacional. "A redução da extrema pobreza no Brasil chegou a 89% na década", disse.

Um estudo apresentado este mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o Bolsa Família também estimula a economia do país, por meio do consumo da camada mais pobre da população. Segundo o estudo, cada R$ 1 investido no programa de transferência de renda provoca aumento de R$ 1,78 no Produto Interno Bruto (PIB).

Presente à cerimônia, a moradora de Guaíba (RS), Odete Terezinha Dela Vachio, 45 anos, uma das beneficiárias, disse que o benefício ajuda na qualificação. "Ele ajuda as pessoas a se qualificarem. Tenho muitas mulheres amigas que seguiram esse caminho”, disse, contando que trabalhava como auxiliar de produção em uma indústria. Com a qualificação profissional obtida por meio dos cursos oferecidos pelo Brasil Sem Miséria, formou-se carpinteira e armadora de ferragens e trabalha, atualmente, em uma empresa de construção civil, ampliando a renda.


Fonte: Agência Brasil
http://www.todospelaeducacao.org.br

ESTUDO INTERNACIONAL DA UNESCO APONTA A NECESSIDADE DE 8,4 MILHÕES DE PROFESSORES ATÉ 2030

Situação mais grave está na África subsaariana, seguida pelos países árabes

João Bittar/MEC
O mundo precisará de mais 8,4 milhões de professores até 2030 para atender a demanda de alunos da Educação Básica. O dado é da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que divulgou no início do mês uma pesquisa mundial sobre a demanda de docentes. O estudo foi apresentado no dia 5, data em que é comemorado o dia mundial dos professores.

Segundo a Unesco, a demanda futura por profissionais é de 3,3 milhões de professores no Ensino Fundamental e de 5,1 milhões no Ensino Médio, etapa da Educação que necessita de professores especialistas em disciplinas determinadas. Os dados ainda revelam que, hoje, 58% dos países não têm professores em quantidade suficiente, o que deve se agravar nas próximas décadas, caso providências não sejam tomadas.

Até 2015, ano estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o cumprimento das chamadas metas do milênio (saiba mais aqui), a Unesco calcula que serão necessários 1,6 milhão de professores primários e mais 3,5 milhões secundários. De acordo com a organização, a demanda escolar cresceu como consequência do aumento populacional.

A Unesco afirma ainda que a região do planeta que será mais prejudicada pela falta de professores é a África subsaariana. A situação ali é especialmente problemática porque a região concentra um terço dos países que apresentam falta de docentes e representa 46% da demanda mundial. A previsão é de que sejam necessários 2,1 milhões de profissionais.

Os países que apresentarão a maior demanda por docentes em 2030, em decorrência do crescimento do número de crianças em idade escolar, são Costa do Marfim, Eritreia, Malaui e Nigéria.

Logo atrás da África subsaariana vêm os países árabes. Os cálculos da Unesco mostram que há a necessidade de se formar 500 mil professores para lecionar para os 9,5 milhões de novos alunos que entrarão na escola primária nos próximos anos.

INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO SÃO INSUFICIENTES, MAL DISTRIBUÍDOS E MAL GERIDOS, DIZEM ESPECIALISTAS

Audiência pública foi promovida para debater e propor soluções para o financiamento da Educação

Mais investimentos e planejamento educacional mais qualificado são as chaves para que o Brasil possa avançar na educação, facilitando o crescimento econômico e o desenvolvimento. Essa foi uma das advertências feitas pelos quatro especialistas que participaram, na tarde desta quarta-feira (23), da audiência pública promovida pela comissão temporária especial destinada a debater e propor soluções para o financiamento da educação.

Educação Básica
Representando o Conselho de Secretários de Educação (Consed), o secretário da Educação e Cultura do Estado do Tocantins, Danilo de Melo Souza, afirmou que a prioridade deve ser aumentar os investimentos públicos na educação infantil, também conhecida como pré-escolar. Estudos já mostraram, frisou, que os investimentos na pré-escola proporcionam retorno muito maior que os investimentos no ensino superior.

Para o secretário, o país precisa de professores mais bem capacitados, com salários dignos e plano de carreira que torne a profissão atrativa. Ele disse que o piso salarial nacional precisa ser aumentando para atrair profissionais de ponta para a carreira.

- Investimento é colocar um bom salário para o professor que está na sala de aula. É preciso dar condições salariais para que esse profissional possa devotar-se aos estudantes – afirmou.

Danilo de Melo Souza ainda chamou a atenção para a necessidade de o Brasil “pensar a educação de maneira mais técnica” e suprapartidária, como um projeto de nação. Ele acredita que uma formação inicial sólida dos professores é um dos pontos-chave para a melhoria do ensino.

Como sugestões, o secretário apresentou a criação da chamada residência pedagógica, similar ao que já existe na formação dos médicos; ampliação dos investimentos em alimentação e transporte dos estudantes; aumento da jornada de aulas e a destinação total dos recursos provenientes da exploração do petróleo do pré-sal para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

- Se não tivermos educação básica de qualidade não teremos universidade competitiva no futuro – acrescentou.
Danilo ressaltou a importância de o estado brasileiro promover uma garantia nutricional mínima para que os estudantes tenham um padrão de nutrição adequado em seu desenvolvimento humano e escolar.
- Muitos estudantes brasileiros estão em situação de risco nutricional – disse.

Planejamento
O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Waldery Rodrigues Júnior, informou que o Brasil tem 50,5 milhões de alunos na educação básica. Para ele, são necessários investimentos pesados nesse setor, para que a qualidade da educação e dos estudantes brasileiros aumente com o passar dos anos. Ele criticou os baixos investimentos e a má distribuição dos recursos públicos para a educação.
- Investimos pouco e gastamos mal – disse.

Segundo ele, 40% dos estudantes que terminam o ensino fundamental não sabem que “uma hora tem 60 minutos e não 100 minutos”. Waldery disse que a qualidade da educação está direta e brutalmente ligada à capacidade de crescimento econômico e desenvolvimento dos países.

Para o economista os Ministérios da Fazenda e do Planejamento são mais capazes de “revolucionar a educação” que o próprio Ministério da Educação, pois, em sua opinião, o setor precisa urgentemente de mais investimentos e melhor planejamento. Ele acredita que o Brasil, mesmo sem os recursos do pré-sal, já tem dinheiro suficiente para melhorar a educação de maneira contundente, o que falta é a decisão política para que esses recursos sejam redirecionados para onde são necessários.

Ele criticou o direcionamento de 46% do Orçamento da União para financiar a dívida pública e a Previdência, enquanto a educação fica com pouco mais de 3%.

Educação de qualidade
Por sua vez, o professor-pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Manuel Marcos Formiga, informou que o Brasil tem um dos maiores contingentes de estudantes do planeta e ainda se encontra entre as dez nações com maior número de analfabetos. Ele explicou que, além dos analfabetos totais, o país tem milhões de analfabetos funcionais e outros tantos milhões de analfabetos digitais.

- Falta planejamento educacional. O desafio para as próximas décadas é transformar crescimento econômico em desenvolvimento, quantidade em qualidade, e um dos principais instrumentos para que isso ocorra é a educação – pontuou.
Formiga entende que o país deve priorizar a formação superior na área de exatas, como as diversas engenharias, em detrimento da área de humanas. Atualmente, afirmou o professor, a cada 800 formados, apenas um se gradua em engenharia no Brasil, o que limita o avanço tecnológico e em inovação.

Mais investimentos
O editor-chefe da revista da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), Juca Gil, reconheceu que o país tem diversos problemas de gestão e de malversação dos recursos públicos destinados à educação. Porém, ele sublinhou que, mesmo que esses recursos não fossem mal geridos ou desviados, ainda assim, o montante de recursos seria insuficiente para sustentar e ampliar um ensino público de qualidade.

- A União tem de entrar com mais recursos – afirmou.
Ele defendeu a aplicação de 10% do produto interno bruto (PIB) na educação, índice que atualmente gira em torno de 5%. Apontou ainda para a necessidade de as autoridades discutirem a prorrogação ou uma alternativa para o Fundeb, que terminará em 2020.

Revolução
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator da comissão, apresentou a proposta de uma “revolução republicana na educação”, que seria implantada em duas décadas. Para que isso ocorra, o senador disse serem necessários o aumento dos investimentos públicos, um piso salarial para os professores de R$ 9.500, reforma ou reconstrução das dependências físicas de todas as escolas e aquisição de equipamentos modernos.

A presidente do colegiado, senadora Ângela Portela (PT-RR), disse que já há um consenso sobre a necessidade de mais recursos e de melhor capacitação e valorização dos professores. A senadora disse que a comissão vai apresentar propostas concretas para que isso ocorra. Ela acrescentou que, tanto o Executivo quanto o Legislativo já estão trabalhando nesse sentido.

A reunião foi conduzida pela presidente do colegiado, senadora Ângela Portela, com o apoio do relator, Cristovam Buarque. Também participaram do debate os senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Ana Amélia (PP-RS) e as deputadas federais Fátima Bezerra (PT-RN) e Iara Bernardi (PT-SP).

A comissão especial, composta por dez senadores, foi criada em setembro por ato do presidente do Senado, Renan Calheiros, e foi instalada em 1º de outubro, com prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos. Antes das exposições dos palestrantes, os senadores aprovaram o plano de trabalho da comissão, elaborado pelo relator.

Fonte: Agência Senado

EDUCADORA DO ANO VAI AO SACOLÃO PARA ALFABETIZAR ALUNOS

Destaque no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, a pedagoga Elisangela Luciano incentivou alunos a ler e a escrever mostrando como a aprendizagem é utilizada no dia a dia

A pedagoga Elisangela Carolina Luciano, de 36 anos, acorda todos os dias com um ideal em mente: fazer com que todos os alunos do 1º ano da Escola Municipal Adirce Cenedeze Caveanha, em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, cheguem ao final do ano conhecendo as letras. Para isso, ela não poupa esforços em projetos que visam mostrar às crianças a importância de aprender a ler e escrever em um país que, no último ano, “ganhou” 300.000 analfabetos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A iniciativa de Elisangela para reverter essa realidade foi levar os alunos ao sacolão da cidade e ensiná-los a escrever os nomes dos alimentos — o que lhe rendeu o título de Educadora do Ano pela Fundação Victor Civita, que tem o Grupo Abril como um de seus mantenedores. “O segredo é não tratar a alfabetização como um fardo para os alunos, mas como aprendizado com uma função social real”, afirma Elisangela.

Pensando nisso, a educadora, que é formada em pedagogia e se especializou em alfabetização infantil, dedicou a carreira ao desenvolvimento de projetos que vinculem as aulas a atividades ligadas ao dia a dia da criança. Escrever cartões de papelaria e realizar resenhas de filmes infantis são alguns dos recursos pensados por Elisangela para que o aluno se interesse pelas letras. “Mas dentro desse plano de intervenções no bairro, faltava algum exercício que ajudasse os alunos a escrever listas de palavras, como de animais ou frutas” — uma prática benéfica à construção de uma boa base alfabética para a criança, segundo a pedagoga.

Ela encontrou a solução para o impasse em um sacolão próximo à escola. “Vi que um estabelecimento anotava as informações dos alimentos à caneta, em placas.” A professora, então, resolveu levar os alunos ao sacolão para que aprendessem a fazer essas placas. O projeto, intitulado “Alfabetização e comunicação visual”, foi iniciado pela classe em março, no início do ano letivo.

Para realizar o exercício, os 23 alunos — dos quais apenas três conseguiam ler e escrever antes do projeto — tiveram acesso ao dicionário e à internet para pesquisarem os nomes corretos dos alimentos e as informações nutricionais de cada um. No processo, os pequenos que já sabiam ler ajudavam os que não sabiam. “Eu sentia que as crianças estavam motivadas a aprender a ler e escrever porque viam sentido naquilo”, afirma a educadora.

O resultado do trabalho foi gratificante para a pedagoga: não só todos os seus 23 alunos aprenderam a reconhecer as letras até abril, como o projeto, inscrito no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, rendeu a Elisangela o posto de Educadora do Ano.

O troféu foi entregue em cerimônia da última segunda-feira, na qual estiveram presentes os dez vencedores da edição 2013 do concurso, que busca ideias inovadoras de profissionais da educação. Cada um dos dez selecionados ganhou 15.000 reais e um tablet. A Educadora do Ano recebeu outros 5.000 reais. “Pessoalmente, fiquei satisfeita porque meu projeto foi reconhecido por especialistas na área em que trabalho.

Fonte: Veja.com

OPINIÃO: POR QUE AS MENINAS DESISTEM DA MATEMÁTICA?

"A quantidade de meninas vai caindo ao longo dos anos até que, no Ensino Médio, despenca", afirma Sabine Righetti

Nesta semana, em conversa com os dirigentes e pesquisadores do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), descobri uma informação interessante: as meninas desistem da matemática.

Explico.
Dados das olimpíadas de matemática realizadas pelo Impa com alunos de escolas públicas de todo o país mostram que as meninas são maioria entre os inscritos e entre os medalhistas nos primeiros anos do Ensino Fundamental. A quantidade de meninas vai caindo ao longo dos anos até que, no Ensino Médio, despenca.


O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S. Paulo

Fonte: Folha.com
http://www.todospelaeducacao.org.br

TEMPO PARA ESTUDO E PLANEJAMENTO PODE SER ESTENDIDO A TODOS OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

Pela proposta, tempo não poderá ser inferior a um terço da jornada de trabalho

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou nesta quarta-feira (16) projeto que estende a todos os profissionais da educação básica pública o direito já assegurado aos professores de contar com um período da jornada reservado a estudos, planejamento, avaliação e participação na comunidade. Pela proposta (PLS 560/2009), de autoria do senador Osvaldo Sobrinho (PTB-MT), esse tempo não poderá ser inferior a um terço da jornada de trabalho.

O aval ao projeto saiu depois que a comissão voltou atrás em relação a pedido de vista coletiva aceito pouco antes, que teria levado a votação da matéria para a próxima semana. Apesar da preocupação com os impactos econômicos da pretendida isonomia em favor de todos os profissionais da educação básica, os integrantes da comissão cederam aos apelos do autor. Para ele, os ganhos para o sistema educacional seriam mais importantes que os cálculos mais imediatos sobre os custos da medida.

- Não podemos ser medíocres e achar que dinheiro cai do céu. Mas temos que avaliar se aqui tratamos de gasto ou se vai ser um investimento a médio e longo prazo em favor do processo educacional – disse.

As razões apresentadas pelo autor, além da consideração de que a matéria poderá ser ainda mais debatida na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde deverá tramitará em caráter terminativo, levaram os senadores a voltar a atrás no pedido de vista e aprovar o texto, em votação simbólica.

Consolidação
O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) também com a finalidade de transferir a seu texto dispositivo que disciplinou a jornada dos professores, constante da chamada Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério (Lei 11.738, de 2011). Esse dispositivo reserva dois terços da jornada dos mestres, no máximo, para atividades “de interação com o educando”, ficando o terço restante para “estudos, planejamento, avaliação e participação na comunidade”.

Porém, ao sugerir essa consolidação de normas, o senador suprime a indicação original de que a composição de jornada estabelecida vale apenas para o “magistério”, para assegurar sua extensão a todos os “profissionais da educação básica”. Assim, a alteração pretendida pode colocar sob o mesmo sistema desde o funcionário que cuida da merenda escolar aos técnicos de apoio administrativo da rede escolar básica de todo o país.

- Educador não é somente o professor que ensina em sala de aula, mas todos que estão dentro do processo educacional, aqueles que de uma forma ou outra ajuda o aluno, principalmente nas escolas periféricas, as mais pobres, onde todos precisam dar sua parte para que o aprendizado aconteça – argumentou o autor.

Limitações
O primeiro a sugerir pedido de vista foi o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), depois de alertar para os possíveis custos da isonomia sugerida. Para que possa ser de fato cumprido, assinalou Cícero, qualquer medida deve se ajustar, em especial, às condições de cada estado ou município. Ana Rita (PT-ES) também ponderou que havia necessidade de exame dos impactos orçamentários.

Osvaldo Sobrinho, em seguida, disse conhecer a resistência a seu projeto por parte de “estados mais poderosos”. Observou que, no dia anterior, a comissão havia debatido o novo Plano Nacional de Educação e a necessidade de inovações no setor. Depois, lamentou que, ao surgir um projeto para “dar um toque no processo", logo se levantam obstáculos com base no argumento da falta de recursos.

Fonte: Agência Senado

MESTRADO EM MATEMÁTICA DEVE CHEGAR AO PROFESSOR DO INTERIOR

Conclusão é do relatório 'Quem é o Professor de Matemática da Escola Básica?', realizado pela Sociedade Brasileira de Matemática

Chegar ao professor de matemática que ensina nas pequenas cidades do interior do país é um dos desafios do programa Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat), segundo o relatório Quem é o Professor de Matemática da Escola Básica?, realizado pela Sociedade Brasileira de Matemática. O estudo traça um perfil quantitativo desses profissionais, utilizando dados dos exames de acesso de educadores ao programa de 2011 a 2013, e qualitativo, por meio de questionários digitais por amostragem.

De acordo com o presidente do conselho gestor do Profmat, Marcelo Viana, o relatório indica a necessidade de interiorizar a oferta do mestrado profissional, para atingir o educador distante das capitais e regiões metropolitanas. Para que essa oferta seja garantida, explica, é preciso ter um corpo docente capacitado nas instituições de ensino superior participantes da rede do Profmat e um polo o mais próximo possível, para que o professor possa frequentar as aulas presenciais.

Marcelo Viana lembra que o mestrado profissional em matemática tem duração de dois anos e é semipresencial, o que significa que o educador combina a pós-graduação com as atividades na escola de educação básica onde trabalha. Viana fala sobre um professor de Parintins, cidade que está a 369 quilômetros de Manaus, para ilustrar esse tipo de dificuldade. Esse professor, diz, nem barco tinha para ir ao polo de Manaus para as aulas presenciais. “Ele gastou quase todo o valor da bolsa do mestrado com passagens de avião para estar nas aulas, mas concluiu o mestrado com louvor”.

Análise – O estudo sobre o Mestrado Profissional em Matemática em Rede, o Profmat, mostra que o programa de pós-graduação é oferecido nas cinco regiões do país desde 2011. Em 2013, teve a participação de 60 instituições de ensino superior, sendo 58 públicas, e 79 polos, todos vinculados à Universidade Aberta do Brasil (UAB). Mesmo que a abrangência seja significativa, o relatório aponta concentração nas capitais e grandes carências nas regiões Norte e Nordeste.

A distribuição das instituições e dos polos é assim: região Norte, oito instituições e oito polos; Nordeste, 18 instituições e 25 polos; Centro-Oeste, seis instituições e 11 polos; Sudeste, 18 instituições e 25 polos; e Sul, oito instituições e nove polos. Quando olha o número de ingressos na pós-graduação nos processos seletivos de 2011 a 2013, o estudo mostra que o Sudeste aparece com 33% e o Nordeste com 32%.

Quando trata de gênero, os dados mostram que os candidatos ao Profmat são prioritariamente homens (58%), com idades entre 29 e 33 anos (23%), formados em matemática há no mínimo cinco anos e no máximo nove anos (33%). Já a maior porcentagem dos aprovados no programa é das regiões Sudeste e Nordeste (69% em 2011, 68% em 2012, 71% em 2013).

Sobre as notas médias obtidas nas três edições do exame, a das mulheres é inferior à dos homens. As mulheres obtiveram médias de 37,5 pontos em 2011, 33 em 2012, e 31 em 2013. Já os homens alcançaram 46,5 pontos em 2011, 41 em 2012, e 37 em 2013.

Sugestões – A conclusão do relatório, que tem 200 páginas e uma série de gráficos e tabelas, sugere a realização de um estudo qualitativo, microssociológico, de aproximação de casos de professores de matemática que tiveram suas histórias positivamente afetadas pelo programa em todo o país. Professores, diz o estudo, que se apoiam na formação do Profmat para reinventar sua prática docente, reavaliar seu papel social e para se recolocar como profissionais.

E para colher subsídios para futuros estudos, o relatório sugere um aperfeiçoamento do questionário que o educador preenche ao fazer a inscrição. A coleta de dados poderá solicitar informações sobre a etapa de ensino em que atua, tempo de exercício profissional, localização urbana ou rural da escola, tipo de formação inicial que teve, tipo de instituição onde fez a graduação (se pública ou privada).

Outra sugestão diz respeito aos editais de convocação. Como o Profmat é um programa para aprofundar conhecimento no campo da matemática para professores que lecionam nas séries finais do ensino fundamental e do ensino médio, ele deve atender especialmente os educadores que atuam nessas etapas da educação. Para os professores da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, entre os quais predomina a formação em pedagogia, o relatório sugere a construção de um mestrado profissional específico, com foco nos processos de início da escolarização e de letramento em diversas linguagens.

Procura – Desde a primeira seleção, em 2011, o Profmat recebe cerca de 20 mil inscrições por ano e abre 1,5 mil vagas por processo seletivo. Durante a formação, que é semipresencial e gratuita, o educador vinculado a um sistema público da educação básica pode solicitar bolsa de estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A bolsa de mestrado para formação no Brasil é de R$ 1,5 mil por mês.

Fonte: MEC

QUATRO VERSÕES DO PROFESSOR

Percepções variadas sobre uma missão em comum: ensinar

Uma sala de aula não é igual na Escola pública e na particular. O papel do Professor ganha conotações diversas nos contextos em que ele atua. E nem sempre a carga horária é diretamente proporcional à remuneração do Educador em cada rede de Ensino.

A reportagem destas páginas reúne parte dessa multiplicidade, apresentada a partir da rotina de quatro Educadores das redes estadual, federal, municipal e privada de Porto Alegre. Percepções variadas sobre uma missão em comum: ensinar.

A importância da valorização dos Professores é tema da campanha A Educação Precisa de Respostas, promovida pelo Grupo RBS e pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.


Na periferia, uma outra visão de ser professor
Quem ouve a batida do funk pelo corredor não desconfia que os Alunos da 7ª série estão tendo lições de filosofia. Eles reproduzem o ritmo do rap fazendo sons com a boca e cantam em coro o refrão. O Professor Renato Barbieri, 47 anos, até arrisca uns passos desajeitados no mambo, arrancando risos da turma.

Para Alunos que enfrentam o preconceito, uma aula sobre “música de negão”, nas palavras do Professor, pode ser altamente filosófica. Rosa Medeiros, 14 anos, garante que sim.
– As aulas dele fazem a gente pensar – reflete a estudante.
Unindo conhecimentos de história e geografia, já que tem as duas licenciaturas, Renato criou um projeto de Educação antirracista, com o qual foi reconhecido pelo prêmio Professor Excelência, da Secretaria Municipal da Educação, no ano passado.

Casado, mas sem filhos, ele “adota” como se fossem seus cerca de 300 adolescentes a cada ano na Escola Municipal Professor Larry José Ribeiro Alves, onde trabalha desde 2006. Antes de optar pelo magistério, chegou a cursar Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), largou a faculdade quando entrou no Banco do Brasil, mas o trabalho repetitivo de autenticar títulos o fez abrir mão da estabilidade da carreira bancária depois de 10 anos.

– Estar na sala é um desafio a cada momento, não há duas aulas iguais. Os colegas do banco achavam que eu era louco, mas é aqui que sou feliz – afirma.

O “aqui” é especificamente a Restinga. Quando começou a dar aulas, em 1997, trabalhou em colégios particulares e cursinhos pré-vestibular, até ser aprovado no concurso do município. Conviveu com Alunos que pegavam jatinho para passar férias fora do país no verão e hoje atende crianças que sequer saíram do bairro onde moram.

– Era gratificante ver um Aluno ser aprovado em primeiro lugar na UFRGS, mas quando deparei com a periferia tive outra visão do que é ser Professor, ou do que pode ser – filosofa.

Essa compreensão o motivou a montar uma horta para os Alunos cuidarem, como parte do laboratório ambiental. A relação com a terra vem desde a infância. Natural de Bento Gonçalves, estudou a produção de vinhos orgânicos no mestrado, faz a feira aos sábados pela manhã e gosta de ler sobre alimentação saudável no tempo livre.


Orgulho da carreira e paixão pela ciência
O telescópio no canto da sala não permite ao Professor de física Rafael Brandão, 38 anos, enxergar o futuro de seus Alunos, mas ele se empenha em fazê-los abrir os olhos para as possibilidades da ciência.

No laboratório do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a turma de Introdução à Física da Atmosfera retira de suas maletinhas plásticas pequenos cabos coloridos. Os fiozinhos são cuidadosamente plugados em uma placa que se conecta ao laptop entregue pelo governo federal a cada Aluno no começo do ano letivo. Na tela, saltam dados de condições climáticas, como temperatura, umidade e pressão do ar.

São protótipos de estações meteorológicas de baixo custo, desenvolvidas por estudantes do Ensino médio em parceria com o Instituto de Física da UFRGS. A ideia é que, mais adiante, os protótipos sejam capazes de gerar dados ambientais, como indicadores de poluentes no ar e na água, e que o projeto seja estendido a outras Escolas da Capital, gerando dados sobre os microclimas da cidade – e levando conhecimento a mais estudantes.

– Dar aula no Ensino básico era um plano B, para o caso de eu não conseguir entrar no Ensino Superior, mas depois nem me inscrevi em outros concursos, porque acabei me realizando com a gurizada. Sinto que minha contribuição aqui é muito maior – descreve Rafael.

Filho de médico, ele estudou física médica para agradar o pai sem deixar de fazer o que gostava: contas. Não resistiu e entrou depois no bacharelado em Física. Começou a dar aulas particulares e mudou para licenciatura. Fez mestrado e doutorado em Ensino de Física. Deu aulas em cursinhos e supletivos nesse meio tempo, mas se considera Professor mesmo há três anos, desde que entrou no Aplicação. Pelos corredores da Escola, dá para entender por que ele se sente um Professor “de verdade” agora. A cada passo, Rafael é abordado por um Aluno, seja para cumprimentar, fazer uma brincadeira ou tirar uma dúvida de astronomia.

Apesar de ter sido desestimulado quando disse ao pai que levaria adiante o desejo de estudar Física, hoje se considera um vencedor na profissão que escolheu e espera que sua filha, a pequena e vaidosa Catherine, dois anos, tenha orgulho da carreira que ele escolheu.

ANA PAULA PINHEIRO
32 anos, Professora desde 2003, atua no 1º ano das séries iniciais – 20 horas-aula.

Eu me sinto valorizada quando... vejo o crescimento dos meus Alunos. Fico o ano inteiro com eles, todos os dias, então é muito gratificante ver quando um Aluno aprende a ler, quando consegue resolver um cálculo e quando se sente feliz em vir para a Escola.

Eu me sentiria mais valorizada se... houvesse um olhar mais atento para o Professor, tanto pelo governo, com políticas de valorização, quanto pela sociedade como um todo, porque para que outras profissões existam, sempre precisa haver um Professor.

RAFAEL BRANDÃO
38 anos, Professor desde 2010, da disciplina de física – 40 horas-aula

Eu me sinto valorizado quando... consigo estimular um Aluno a se interessar por ciência e tecnologia, porque acho que assim estou contribuindo com o meu país, estou sendo cidadão. Fico feliz quando encontro um ex-Aluno e ele me conta que estuda Engenharia.

Eu me sentiria mais valorizado se... a sociedade reconhecesse mais a importância do Professor. Aqui temos uma realidade diferente, mas também seria essencial um estímulo maior à qualificação e que este profissional fosse recompensado em todas as redes.

RENATO BARBIERI
47 anos, Professor desde 1997, ensina filosofia, história e geografia – 40 horas-aula

Eu me sinto valorizado quando... tenho liberdade para trabalhar em projetos diferentes e vejo que faz diferença na vida dos Alunos. E também quando o trabalho ganha visibilidade, aumenta a motivação.

Eu me sentiria mais valorizado se... tivesse mais recursos para trabalhar. Precisaria de mais cópias e cartazes maiores para as aulas, mas a Escola não tem condições e eu não posso bancar. É uma briga conseguir verba no poder público. Se as empresas apoiassem projetos, poderiam ter benefício fiscal e ajudariam a melhorar o Ensino.

CLAUDIA DUARTE
51 anos, Professora desde 2001, ministra a disciplina de história – 60 horas-aula

Eu me sinto valorizada quando... recebo o carinho dos Alunos. Passo muito tempo na Escola, almoço com eles, sento ao lado deles, converso, dou risada. Eles precisam desse vínculo com a gente.

Eu me sentiria mais valorizada se... a profissão de Professor fosse mais respeitada. Trabalhar 60 horas por semana é uma necessidade para aumentar um pouco a renda, mas até compromete a qualidade, por mais que a gente se esforce. Melhor seria se dedicar a um número menor de turmas e ter mais tempo para investir na formação. 


Fonte: Zero Hora (RS)

POLÍTICOS INDICAM 1 EM CADA 5 DIRETORES DE ESCOLAS PÚBLICAS

Maior índice desse tipo de indicação foi registrado em Santa Catarina

Um em cada cinco diretores de escolas públicas no país é alçado ao cargo por políticos, segundo levantamento da Folha a partir de dados de um sistema de avaliação do Ministério da Educação.

A proporção equivale a 21,8% do total: de 56.911 diretores das redes estaduais e municipais, 12.413 foram definidos por indicação política, prática condenada por especialistas em educação.


O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S. Paulo



Na Paraíba, PM indica coronel para conter violência escolar
Em uma escola estadual da Paraíba, a indicação ultrapassou a fronteira da política: o diretor foi definido pelo comando da Polícia Militar.

A justificativa eram os altos índices de criminalidade. Fundada em 2007 em Mangabeira, o maior bairro de João Pessoa, a escola estadual Mestre Sivuca tinha todo mês ao menos cinco casos de tráfico de drogas ou violência.


O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S. Paulo



Análise: Nos EUA, diretor de escola é escolhido por eleição ou processo seletivo
Há quem diga que o diretor da escola é uma espécie de maestro, que deve conciliar o trabalho pedagógico e o administrativo da escola. É ele quem faz a banda tocar.

O fato de que um em cada cinco diretores de escolas públicas do Brasil chega ao cargo por indicação política revela descaso com a educação.


O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S. Paulo



Entidade diz ser a favor de prova técnica para diretores
A Undime (entidade que representa os secretários municipais de Educação) afirma que não é favorável à indicação política dos diretores de Escolas no país e que procura orientar a escolha democrática por meio de fóruns.

"A Escola precisa de profissionais habilitados", diz a presidente da entidade, Cleuza Repulho, que defende a aplicação de provas técnicas para Professores concursados que desejam assumir a direção das Escolas.


O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S. Paulo



Fonte: Folha de S. Paulo (SP)