domingo, 29 de dezembro de 2013

HORA-ATIVIDADE

Ação do Sinte-RN poderá beneficiar mais de três mil educadores com hora-extra no contracheque deste mês

O contracheque de dezembro virá mais gordo para aproximadamente três mil educadores da rede estadual de ensino. Pelo menos é o que anuncia a Secretaria Estadual de Educação. Segundo o assessor jurídico do Sinte-RN, Carlos Gondim, a promessa é de que o Governo regularize as horas-extras dos que continuam em sala de aula no terço da jornada destinada às atividades extra classe.

“A justiça obrigou o Governo a pagar o terço de hora/atividade retroativo ao início da vigência da Lei do Piso. Foi feita a readequação, mas em muitas escolas não foi possível reduzir a carga horária e os professores continuaram fazendo as horas extras sem receber por isso. Nós pressionamos e o montante acumulado de agosto para cá deverá ser pago integralmente no contracheque deste mês”, explica Carlos Gondim.

Como faz parte da ação judicial, haverá desconto dos honorários advocatícios, no entanto haverá uma inversão: ao contrário do pagamento anterior, no qual os valores relativos aos advogados foram descontado integralmente antes do pagamento do direito, agora os beneficiados com a Ação receberão o valor total e o desconto dos honorários será feito apenas no contracheque de janeiro. A coordenadora geral do Sinte-RN, Fátima Cardoso comemora: "É um presente de Natal, conquistado pela nossa luta e dessa vez a prioridade está de acordo com a visão do Sinte-RN: em primeiro lugar o filiado".

Os advogados estão tentando conseguir a lista dos que serão beneficiados para que possa ser publicada no site.

PISO SALARIAL NACIONAL


Maquiagem no percentual de reajuste do Piso leva CNTE a convocar mobilização para início de 2014

A nova estimativa de custo aluno do Fundeb para 2013, que serve de referência para a correção do piso salarial do magistério em 2014 causou decepção os trabalhadores em educação de todo Brasil.

O critério utilizado pelo MEC para atualizar o piso, compara a previsão de custo aluno anunciada em dezembro de 2012 (R$ 1.867,15) com a de dezembro de 2013 (R$ 2.022,51), sendo que o percentual de crescimento entre os valores foi de 8,32%, passando o piso à quantia de R$ 1.697,37. Até então, a previsão de atualização era de 19%.

Assim como  no ano passado, a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) questiona o percentual de correção do piso para o próximo ano, uma vez que, dados já consolidados do Fundeb, até novembro deste ano, apontam crescimento do valor mínimo de aproximadamente 15%.

Isso leva a crer que o MEC agiu na ilegalidade, a fim de atender reivindicações de governadores e prefeitos que dizem não ter condições de honrar o reajuste definido na Lei do Piso, mas que, em momento algum, provam essa incapacidade financeira.

Se em 2013 o calote no reajuste do piso foi de cerca de 8%, este ano ele ficará em torno de 7%, totalizando 15% em dois anos. Tudo isso sem contar as contradições interpretativas do acórdão do STF sobre o julgamento da ADIn 4.167, que excluiu o ano de 2009 das atualizações e fixou percentual abaixo do previsto em 2010, conforme denunciado à época pela CNTE.

Diante da nova “maquiagem” que limitará o crescimento do piso, inclusive à luz do que vislumbra a meta 17 do PNE (Plano Nacional de Educação), a CNTE antecipa sua decisão de organizar grande mobilização nacional da categoria no início do ano letivo de 2014.

A CNTE também continuará orientando suas entidades filiadas a ingressarem na justiça local contra os governadores e prefeitos que mantêm a aplicação dos percentuais defasados para o piso do magistério, como forma de contrapor os desmandos dos gestores públicos que têm feito caixa com os recursos destinados à valorização dos profissionais das escolas públicas.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

UM COMPUTADOR POR ESCOLA

SEMINÁRIO INTEGRADOR DAS ESCOLAS DEBATE PROJEETO UM COMPUTADOR POR ESCOLA

O II Seminário Integrador das Escolas Um computador por Aluno (UCA) do Estado do Rio Grande do Norte foi realizado nesta sexta-feira (06) no auditório Angélica Moura da Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC). O evento teve o objetivo de socializar experiências de utilização de tecnologias digitais nas escolas públicas do estado para ampliar o processo de inclusão digital escolar e promover o uso de laptops educacionais.

A secretária de educação do estado, Betânia Leite Ramalho, falou que o uso das tecnologias é um novo referencial de aluno, que passa a ter autonomia no aprendizado. "Precisamos das tecnologias para aprender a mergulhar nesse universo, uma vez que a aula dada tradicionalmente contempla a figura do professor como único responsável pelo saber. Essa nova configuração faz com que todos produzam, aprendam e troquem experiências entre si", disse. Betânia Ramalho lembrou ainda do Sistema Integrado de Gestão da Educação (Sigeduc), que realiza matrícula e plano de aulas com o uso da internet.

A Secretaria de Educação à Distância (SEDIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), representada pela profª Dra. Maria Carmen Freire Diógenes Rêgo, tem sido o órgão responsável pela gestão e logística do projeto. A SEDIS tem a função de fomentar a educação na sua modalidade à distância, estimulando o uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC's) para o processo de ensino e aprendizagem. 

A bandeira de uma pauta de continuidade do projeto UCA junto ao MEC foi levantada entre os envolvidos, uma vez que em 2013 foi o último ano de funcionamento do projeto. Sendo assim, na próxima semana uma comissão do Rio Grande do Norte vai à Brasília tentar resolver o imbróglio.

O evento também contou com a participação da profª.dra. Elizabeth Almeida, que ministrou a palestra intitulada Planejamento Curricular: uso das TIC no processo pedagógico com foco no laptop UCA. Em seguida foram exibidos pôsteres, servido um almoço, mostra de trabalhos, premiação e cofee break no final da tarde. 

Histórico do projeto

O projeto UCA foi lançado oficialmente do Brasil em junho de 2006 e está a cargo da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (SEED/MEC). No Rio Grande do Norte o projeto foi inciado em 2010 sob a coordenação da profª Dra. Apuena Vieira Gomes, contando com a presença da Universidade Federal do Ceará (UFC). Em 2013 assume a coordenação do projeto a profªDra. Adja Ferreira de Andrade, dando continuidade aos trabalhos de formação e gestão do projeto, acompanhamento dos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologia Estadual (NTE) e Municipal (NTM) e dos professores das escolas contempladas. 

Os critérios usados pelo MEC para escolha das 10 escolas contempladas no Rio Grande do Norte foi organização, estrutura e conectividade com internet sem fio.

Os equipamentos recebidos têm 1,5kg, uma tela de sete polegadas, capacidade de armazenamento de 4Gb, 512Mb de memória, bateria com autonomia de três horas.

Escolas públicas contempladas

E.E. Profª Josefa Sampaio (Natal)
E.E. Manoel Carneiro da Cunha (Extremoz)
E.E. Maria Cristina (Parnamirim)
E.E. General João Varela (Ceará-Mirim)
E.E. Antonio de Azevedo (Jardim do Seridó)
E.M. Janduís I (Assu)
E.M. Profª Rizomar F. Barbosa (Ipanguaçu)
E.M Professor Herly Parente (Natal)
U.E. VII João de O. Confessor (Santa Cruz)
E.M. Profª Francisco Azevedo (São Paulo do Potengi)


ALUNOS ULTRA INTELIGENTES

RN TEM O TERCEIRO MAIOR NUMERO DE ALUNOS ULTRA INTELIGENTES DO BRASIL

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nessa semana os resultados do Programme for International Student Assessment (Pisa) - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes . Este programa é uma iniciativa internacional de avaliação comparada, aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.


O Rio Grande do Norte, no ranking nacional, aparece entre os três primeiros estados do nordeste em excelência no Ensino, superando a Bahia, Maranhão, Pernambuco e Alagoas. Levado em consideração o desempenho em matemática, o RN chega ao posto de 3º lugar no Brasil em alunos ultra inteligentes, com 1,8% de estudantes potiguares desenvolve atividades com maior grau de precisão e instrução.

De acordo com os resultados da Pisa, 2 em cada 100 estudantes do Estado estão dentro do “Top Performers”, seleto grupo internacional de estudantes ultra inteligentes que são capazes de “desenvolver e trabalhar com modelos de situações complexas, e trabalhar estrategicamente usando habilidades amplas, bem desenvolvidas de pensamento e raciocínio”, segundo a OCDE.


O Rio Grande do Norte tem investido em pesquisas de iniciação científica para estudantes da rede estadual de educação. O interesse pela matemática também é fomentado à medida que esses alunos aplicam os conhecimentos adquiridos em sala de aula na elaboração dos projetos científicos.


Outro fator que também mostra o crescente interesse dos estudantes da rede estadual de ensino no estudo da matemática foi o número de aprovados nas etapas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Na última edição da olimpíada sete alunos conseguiram medalha de ouro, número que vem aumentando ano após ano.

As avaliações do Pisa acontecem a cada três anos e abrangem três áreas do conhecimento – Leitura, Matemática e Ciências – havendo, a cada edição do programa, maior ênfase em cada uma dessas áreas. Na avaliação geral dos resultados da PISA, o RN ficou com 380 pontos em matemática, sendo que a média brasileira foi de 391; 393 em português (média brasileira foi de 410) e 387 em ciências (média brasileira foi de 405). 

O objetivo do Pisa é produzir indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, de modo a subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. A avaliação procura verificar até que ponto as escolas de cada país participante estão preparando seus jovens para exercer o papel de cidadãos na sociedade contemporânea.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Piso Salarial Nacional

Ocupação do Congresso garante que projeto não seja votado este ano

Nessa quarta-feira (4/12), trabalhadores em Educação de todo o país ocuparam o Congresso Nacional em protesto à votação da proposta dos governadores que prevê congelamento do piso, através da instituição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como política de reajuste, e reduz a previsão de valorização do piso e das carreiras do magistério. Cerca de 600 representantes de sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) estiveram em Brasília para pressionar os deputados federais para que não votem contra os interesses da categoria.


A campanha organizada pela entidade ‘Piso dos Professores(as): deputado(a), estamos de olho no seu voto! Vote contra o INPC. Vote contra a proposta dos governadores!’ foi criada para pedir apoio dos parlamentares na defesa pela valorização profissional, que abrange boas condições de trabalho, formação inicial e continuada, além de um piso salarial condizente. Após 5 anos de vigência da Lei 11.738, o piso do magistério corresponde à quantia de pouco mais de dois salários mínimos e, ainda assim, não é cumprido.

Com a manifestação, os trabalhadores quiseram alertar que a valorização da carreira é uma das condições essenciais para manter os atuais docentes nas redes de ensino e atrair a juventude para a profissão, bem como garantir educação pública de qualidade. A proposta dos governadores é reajustar o piso com base no INPC do ano anterior, acrescido de 50% da variação real - descontada a inflação - do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

Para Roberto Leão, presidente da CNTE, o projeto é ultrajante: “O retrocesso vai contra, inclusive, a meta 17 do PNE, de equiparar o salário médio dos professores ao salário médio dos profissionais de mesma formação num espaço de 6 anos. Se houver essa alteração, a lei do piso perde sua finalidade, que é de valorização profissional”.

No Auditório Nereu Ramos - que ficou lotado e contou com a presença de lideranças da CUT e de quinze deputados -, o discurso foi de compromisso com a Educação. O presidente da CUT, Wagner de Freitas, sugere que o enfrentamento seja feito nas urnas: “Político que fala de educação na hora da eleição, porque dá voto, e não prioriza a educação na hora de gerir o planejamento, não pode ser reeleito”.

A deputada Fátima Bezerra (PT/RN) disse que a pressão é necessária: “Nós temos uma lei em vigor. É uma luta que diz respeito ao presente e ao futuro do país. No meu estado tem até rodizio de professores, porque não há professores suficientes. O apagão dos professores está batendo na nossa porta”.


Após o ato e em apoio à CNTE, os deputados Paulão (PT/AL), Chico Alencar (PSOL/RJ), Fátima Bezerra e Artur Bruno (PT/CE) acompanharam a comitiva da entidade, que foi recebida em audiência pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN). O presidente assumiu o compromisso de deixar a discussão do projeto para o novo ano legislativo, após o grupo ponderar que as alterações na regra da Lei do Piso são prejudiciais para a carreira do magistério. A negociação será retomada em fevereiro.

As delegações, identificadas com coletes com a marca da campanha, também visitaram gabinetes de parlamentares de seus estados. Segundo Leão, o objetivo é alertar que os profissionais estão atentos ao voto dos políticos: “Eles terão de dar explicações durante o processo eleitoral. Estamos lutando pela defesa dos nossos direitos e dos interesses da educação pública brasileira”.


Mobilização no aeroporto - O corpo a corpo com os deputados não ficou somente em Brasília. Em vários estados, profissionais da educação estiveram nos aeroportos nessa terça-feira (3/12) para se manifestar e pedir apoio durante o embarque dos parlamentares, que receberam uma carta contra a proposta dos governadores. Em Porto Alegre, receberam o documento, entre outros, os deputados Assis Melo (PCdoB), Manuela D’Ávila (PCdoB), Elvino Bohn Gass (PT) e Vilson Covatti (PP). A Secretária de Assuntos Municipais da CNTE, Selene Michielin, acompanhou a atividade, que contou com a presença de representantes de sindicatos municipais RSSINPROSM, SINTERG e APMI-Sindicato, filiados à CNTE, juntamente om algumas regionais do CPERS (Pelotas, Rio Grande, Ijuí, Vacaria, Santa Maria, Uruguaiana, São LuizGonzaga) e a CUT/RS. A secretária avalia a ação como muito importante, pois “além de dar visibilidade à preocupação do magistério, permitiu o diálogo com parlamentares , explicando o eixo da campanha e exigindo o comprometimento”. A mobilização reuniu cerca de 60 pessoas.

Fonte: CNTE

BRASIL AVANÇA EM MATEMÁTICA, MAS SEGUE ENTRE OS PIORES

Pisa aponta que país ocupa ocupa o 58º lugar entre 65 nações

O Brasil foi o país que registrou, entre 65 nações, o maior avanço no desempenho de Alunos de 15 anos em matemática de 2003 a 2012. E isso aconteceu ao mesmo tempo em que mais jovens pobres foram incluídos na Escola, já que as taxas de matrícula nessa faixa etária cresceram de 65% parar 78%. Toda essa melhoria, no entanto, não foi suficiente para tirar o país das últimas colocações do ranking do Pisa, exame elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e que compara o desempenho de Alunos (em Matemática, o país ficou em 58º).

Outro dado preocupante é que, em relação a 2009, a nota de Matemática do Brasil subiu apenas cinco pontos, a avaliação de leitura piorou dois pontos e, na de ciências, permaneceu no patamar idêntico. Isso deixa o país mais distante da meta governamental de alcançar, até 2022, o nível de qualidade médio da OCDE.

Neste ano, o foco do Pisa foi o Ensino de matemática. Entre 2000 e 2013, a média dos Alunos brasileiros nessa disciplina aumentou de 334 para 391 pontos. A média da OCDE é de 494. E a distância para os líderes é ainda maior. Na província de Xangai, na China, o desempenho médio dos Alunos foi de 610 pontos.

A distância em pontos entre Alunos de Xangai e os brasileiros de 15 anos equivale a dizer, pela escala do Pisa, que os brasileiros precisariam de mais cinco anos letivos para alcançar os chineses. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou essas comparações, uma vez que os estudantes submetidos ao exame em Xangai representam só 1,2% da população chinesa.

O ministro também ponderou que, se for considerado o desempenho isolado da rede federal, a média dos Alunos brasileiros no Pisa aumentaria de 391 para 485. Na rede particular brasileira, a média é de 462 e, na estadual, que atende a mais de 80% da população, fica em 380.
- O topo da Escola pública, que são as federais, é igual à França, à Inglaterra e aos EUA - diz Mercadante.

Mais jovens estudando
De acordo com a OCDE, a melhora em matemática no Brasil se deve uma redução na proporção de estudantes de desempenho baixo (níveis 1 e 2 na escala do exame). Isso quer dizer esses Alunos são capazes apenas de extrair informações relevantes de uma única fonte e usar algoritmos, fórmulas, procedimentos e convenções básicas para resolver problemas envolvendo números inteiros. Em 2012, 67% dos Alunos no país estavam nesse nível. Em 2003, eram 75%.

Apenas 1,1% dos brasileiros tem rendimento de alto nível.
De acordo com a diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, por trás deste quadro está o fato de o país ainda estar incluindo jovens em sua rede de Ensino, diferentemente de nações que já superaram este processo. Segundo ela, chegou a hora de o Brasil colocar em prática políticas restruturantes.

- Nos últimos dez anos, houve a entrada de 425 mil jovens de 15 anos no sistema educacional. São pessoas provenientes da parcela da população de menor renda no Brasil e que não tiveram acesso à Educação infantil. Eles tendem a puxar a média para baixo, porque estão engrossando a parcela de pessoas com baixo nível Escolar nessa faixa etária. É como se a gente tivesse jovens na média 500 e colocasse vários com a média 300. Para se ter uma ideia, se não houvesse essa inclusão, o país teria crescido mais 44 pontos nesses dez anos e subiria sete posições no ranking - diz.

Para o economista André Portela, da Fundação Getúlio Vargas, apesar da estagnação, o país melhorou significativamente o desempenho se a base de comparação for a primeira prova, em 2000. Segundo ele, os ganhos de renda da população como um todo a partir de programas sociais como Bolsa Família estão por trás da melhora do desempenho na última década.

Já o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, tem leitura mais pessimista dos resultados. Para ele, os avanços foram poucos e não haveria razão para crer em melhoras no futuro, muito menos na ambição de o Brasil alcançar em 2022 os padrões de qualidade educacional dos países da OCDE de hoje:

- Não temos uma reforma educacional ampla. Não se faz Educação com lei, mas com políticas educacionais.





Gasto por aluno é baixo e ineficiente no brasil 
O Brasil gasta o equivalente a US$ 26.765 por Aluno, entre 6 e 15 anos, menos de um terço das despesas médias da OCDE (US$ 83.382 por estudante). Considerando os 49 países para os quais a OCDE conseguiu cruzar dados de investimento por estudante com o desempenho em matemática, o país tem o 38º maior gasto.

Os resultados do Pisa mostram uma relação positiva entre os recursos investidos por Aluno e desempenho, mas só até um certo ponto. No caso brasileiro, o país ainda está abaixo da linha que a OCDE identifica em que, a partir dali (US$ 50 mil dólares dos 6 aos 15 anos), mais gasto não gera melhor desempenho.

A avaliação mostra também que em todos os níveis de gastos, os países de melhor desempenho tendem a distribuir recursos educativos de forma mais equitativa entre as Escolas que atendem pobres e ricos. Nesse sentido, a recomendação do relatório é de que "o Brasil precisa encontrar formas de apoiar Escolas desfavorecidas socioeconomicamente com maior intensidade, a fim de estabelecer a igualdade de condições para todos os Alunos".

O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, ressalta que, diferentemente dos países ricos, o Brasil ainda está muito abaixo do ponto em que a quantidade de recursos investidos já não teria plena eficácia para melhorar o rendimento educacional.

Segundo ele, o governo federal ainda precisa investir mais em Educação, especialmente por meio de transferências para estados e municípios via Fundeb. Cara justifica que toda essa verba seria necessária para estruturar um plano nacional de valorização do Professor, que contemplaria não só a questão dos salários, mas também da formação e condições de trabalho.

- O Brasil deu um salto para permanecer no mesmo lugar, e isso é preocupante. O gráfico do ponto ótimo de eficiência diz muito sobre a gestão dos recursos, mas o Brasil ainda se encontra muito abaixo desse ponto. Precisamos investir muito mais do que estamos fazendo atualmente. Todos os países ocidentais com bom desempenho no Pisa têm um plano de valorização de Professores bem estruturado. Precisamos de verbas para ter o nosso - diz Cara.

O exemplo mais extremo de eficiência é o Vietnã, que é o 13º em desempenho e o último em gasto. O Pisa aponta outras discrepâncias nos extremos. Luxemburgo é o país que mais gasta, mas é apenas o 25º em desempenho.
Para o pró-reitor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro da Academia Brasileira de Educação, Antônio Freitas, o investimento é fundamental para o desempenho do Aluno, mas o mais importante é a gestão:

- Se você tem um monte de Professores que não têm a preparação adequada para praticar um bom Ensino, não adianta colocar mais dinheiro, pois isso não garantirá um resultado superior. O Brasil tem destinado mais de 5% do PIB ao setor, e quer chegar a 10%. Mas o país investe mal. O principal investimento é formar Professores que conheçam em profundidade a disciplina que ensinam e dominem as tecnologias para manter os Alunos envolvidos com o conteúdo.






Países asiáticos se destacam em todas as áreas; finlândia cai 
A queda de alguns países ocidentais, especialmente a Finlândia, e o completo domínio de nações asiáticas foram os principais destaques internacionais do Pisa 2012.

No ranking de Matemática, área que é o foco do Pisa 2012, as sete primeiras colocações são ocupadas por países ou províncias asiáticas. O domínio oriental não se restringiu à matemática. Em Leitura e Ciências, os líderes no ranking também foram asiáticos.

Outra surpresa asiática foi o Vietnã, que participou da pesquisa pela primeira vez e teve notas melhores do que os Estados Unidos nas avaliações de Matemática e Ciências. A maior economia do mundo, aliás, não está entre as 20 primeiras em nenhuma das disciplinas.

O exame 2012 detectou que os estudantes no subcontinente conseguiram extrapolar o conteúdo adquirido em sala e usar esse conhecimento com criatividade em questões cotidianas apresentadas durante a avaliação. Esta habilidade, tradicionalmente, era associada ao Ensino ocidental. A receita para o sucesso dessas economias foi estabelecer patamares altos para as Escolas e dar a elas os meios para atingir essas metas, segundo o diretor de Educação da OCDE, Andreas Schleicher.

- Esses países basicamente conseguiram levar os melhores Professores para as salas de aula mais desafiadoras. Eles mandaram diretores realmente competentes para Escolas mais problemáticas - explicou Schleicher.

Em 2009, esse ranking específico de Matemática também era liderado pelos asiáticos, mas países europeus ainda tinham presença forte. Naquele ano, a Finlândia estava em 6º lugar. Já em 2012, o tradicional modelo bem sucedido de Educação caiu seis colocações e ficou na 12ª posição.

Terceira colocada há três anos em Leitura, a Finlândia caiu para o sexto lugar. Ao mesmo tempo, outras nações ocidentais registraram avanços, caso da Irlanda e da Polônia.

O Pisa 2012 mediu o rendimento de 510 mil estudantes de 15 anos de idade, representando um universo de 28 milhões de Alunos nessa faixa etária. Em 2009, 470 mil Alunos fizeram a prova. Eles foram escolhidos aleatoriamente nos 65 países abrangidos pelo teste e realizam uma prova de duas horas cujo conteúdo não está diretamente ligado ao currículo Escolar.

As questões foram elaboradas de forma a medir o quão equipados os estudantes estão para participar da sociedade atual. Todos os enunciados reproduzem situações reais. Os Alunos e seus diretores Escolares também respondem a um questionário que colhe informações sobre seu sistema de Ensino.





No "país" de alagoas, as piores notas do ranking 
Entre os 65 países analisados por meio do Pisa, já contabilizando as próprias diferenças regionais dentro de cada nação, Alagoas amarga o pior Ensino de Matemática, Ciências e Leitura. Na avaliação de Alunos e Professores, a culpa pelo péssimo resultado recai sobre todo o sistema: faltam profissionais em sala de aula; aqueles que estão em classe reclamam das condições precárias; e o desinteresse é grande entre estudantes e Professores.

No maior complexo de Escolas públicas de Alagoas, o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (Cepa), por exemplo, existe uma grande estrutura pedagógica mal aproveitada.

São 14 Escolas para atender até 40 mil Alunos, com direito a duas piscinas olímpicas, três ginásios poliesportivos, campos de futebol, observatório astronômico, projeto com hortas, quatro laboratórios de matemática, ciências e informática, uma estação de TV, duas estações rádios e um teatro.
Porém, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), não há sequer 20 mil Alunos matriculados nas unidades, por falta de Professores e desinteresse dos próprios estudantes.

- A gente não tem Professor de Português e Ciências - conta Vanessa Oliveira, de 14 anos, aluna do 8º ano.
- Meu sonho é ser médica, mas não tenho coragem de enfrentar o Enem. Como vou fazer a prova se tenho dificuldade até na tabuada? - diz Joyce Hellen, de 13 anos.

Sem interesse em formação
Com 1.050 Alunos, a Escola Maria José Loureiro é uma das 14 no Cepa. Tem laboratórios de Ciência e Matemática, mas os dois estão fechados. Não há profissionais para operar os espaços.

- Eu dava as aulas, mas tive de suspender porque estou com a coluna doente. A gente produzia até sabão com óleo de cozinha. Os Alunos ficavam fascinados. Mas hoje está tudo empoeirado - lamenta o Professor Emídio Silva, de Ciências.

Os Alunos também reclamam da merenda Escolar: suco "ralo" com biscoito.
- Os banheiros são imundos. E ficamos três meses sem Professor de Matemática - diz Walisson Luis, de 15 anos.

Sem Professores para preencher o quadro, a Maria José Loureiro tem monitores, que não têm vínculo empregatício com o estado nem direitos trabalhistas. Os contratos duram dois anos, no máximo.

- Os monitores sustentam esta Escola. O problema é o conjunto: a falta de disponibilidade dos Aluno em estudar; a falta de pessoal para operar os laboratórios que temos aqui, e todos estão fechados. E a estrutura destes laboratórios é impecável - explica a diretora da Maria José Loureiro, Juliana Amorim.





"Não gostei daquilo que vi", diz secretário de Educação do rio 
O estado Rio de Janeiro apresentou queda nas três notas avaliadas nas duas últimas edições do Pisa. Em 2009, os estudantes fluminenses tiraram 393 pontos em Matemática, 420 em Leitura e 412 em Ciências; contra 389, 408 e 401, em 2012. O secretário estadual de Educação do Rio, Wilson Risolia, disse que os resultados, apesar de ruins, já eram esperados.

- Não gostei daquilo que vi. Mas esse resultado não é novidade. Temos avaliações periódicas na nossa rede com 100% das Escolas. Quando se cruza com as outras avaliações, ratificamos isso. Sou um profundo incentivador desse tipo de avaliação diagnóstica. É um "constrangimento" importante, pois explicita o problema. Há gaps de habilidades e competências que são comuns em qualquer rede, pois acumulam-se desde o Ensino fundamental e ficam mais explícito no Ensino médio - justifica Risolia.

De acordo com o secretário, a queda de desempenho do Rio pode ser explicada, em parte, pela presença de Escolas compartilhadas (durante o dia funcionam para a rede municipal, e à noite, para a estadual). Ele também observa que o número de colégios avaliados no Rio caiu de 35, em 2009, para 29, em 2012, sendo 59% de instituições estaduais.

- É uma mostra muito peque. Vejo que essa flutuação de ranking como algo normal. Em 29 Escolas, há uma agrícola e algumas compartilhadas, o que é um problema. Talvez o resultado fosse um pouco melhor (sem elas), mas não esconderia o problema.

Questionado se a qualidade da Educação não deveria ser a mesma em todas as Escolas da rede, Risolia reconhece o desafio e aponta o Ensino integral como um dos caminhos para melhorar. Outro é a reformulação do Ensino médio. O secretário se espelha em experiências bem sucedidas na China e na Coreia para tentar fazer o Rio evoluir.

- A solução que nós demos é o de Ensino médio de dupla Escola, que não teve nenhuma nessa mostra. As Escolas com horário integral têm um resultado muito melhor do que a de jornadas de 4 horas. É assim que funciona no mundo todo: com foco, com metas e meritocracia, reforço Escolar e planejamento, com muita avaliação periódica e uma gestão de resultados durante o ano inteiro.





Nas três provas, rio alcançou nota abaixo da média nacional 
O estado do Rio de Janeiro teve desempenho abaixo da média nacional nas três provas do Pisa. Na média geral do exame, e foi também o único estado do Sudeste a ficar, de novo, abaixo da média do país. O Rio alcançou o décimo lugar na avaliação de Matemática, com 389 pontos; o décimo também na área de Leitura, com 408 pontos; e 11º na pesquisa sobre os conhecimentos dos Alunos sobre questões de Ciências, com 401 pontos.

Na média geral, o Rio também ficou em 10º, com 399,3 pontos, caindo duas posições em relação a 2009, quando ficou em 8º, 408.

O desempenho dos estudantes brasileiros no Pisa 2012 difere bastante de um estado para outro. Na área de Matemática, o Distrito Federal ficou em primeiro lugar no ranking nacional, com 416 pontos. Nota bem mais alta do que a de Alagoas, pior colocado, onde os estudantes fizeram 342 pontos na mesma prova. Mesmo assim, o rendimento da capital federal não é o bastante para superar, na relação internacional do Pisa, países como o Chile (423 pontos) ou o Cazaquistão (432). A média do Brasil é de 391 pontos.

Alagoas também é o pior estado brasileiro nas outras duas áreas pesquisadas pelo programa promovido pela OCDE. Em Leitura, os estudantes alagoanos de 15 anos fizeram 355 pontos, enquanto, em Ciências, alcançaram apenas 346 pontos. Se comparados com os outros países, os resultados deixariam o estado no Nordeste do Brasil em último lugar nos três rankings.

Na prova de Ciências, o melhor estado brasileiro foi o Espírito Santo, cujos estudantes fizeram 428 pontos, acima da média nacional (405). A nota não seria o suficiente para deixar essa unidade da federação à frente de países como os Emirados Árabes Unidos e a Malásia num ranking internacional.

Mas os capixabas foram também os melhores do país na média geral, calculada a partir da média aritmética das três provas, com 423 pontos. O resultado é melhor do que a nota média nacional (402). O Espírito Santo teve a terceira melhor nota em matemática (414) e a quarta mais alta em Leitura (427).

O Rio Grande do Sul aparece com o melhor resultado na avaliação de Leitura. Os Alunos gaúchos fizeram 433 pontos na prova aplicada em 2012. O resultado, entretanto, está abaixo da média dos 65 países analisados pelo Pisa para essa área de conhecimento (496 pontos). Em segundo lugar nessa avaliação, no Brasil, estão o Distrito Federal e o Mato Grosso do Sul, ambos com 428 pontos, acima da nota do país na disciplina (410).

Fonte: O Globo (RJ)

PISO DE PROFESSOR SAI DA PAUTA DA CÂMARA

A decisão foi anunciada após reunião do presidente com professores municipais

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, decidiu atender ao apelo de Professores municipais e retirar de pauta a polêmica proposta que altera o reajuste do piso salarial do magistério. A decisão foi anunciada ontem, após reunião com dirigentes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam).

A categoria é contra o PL 3776/08, do Executivo, que prevê a atualização anual do piso salarial nacional dos Professores da rede pública de Ensino básico pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses. O texto altera a atual lei do piso do magistério (Lei 11.738/08), que prevê o reajuste com base em percentuais definidos na lei que regulamentou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Consenso- O projeto está pronto para a votação no Plenário e tem o apoio da Confederação Nacional dos Municípios, que reúne os prefeitos. No entanto, Henrique Alves concordou em deixar a análise da matéria para o próximo ano, a fim de buscar o consenso.

O deputado Artur Bruno (PT-CE), que acompanhou a reunião, explicou que o projeto do Executivo, caso aprovado, reduziria bastante o percentual de reajuste dos Professores. “Uma grande conquista dos Professores e da Educação, de uma maneira geral, foi a lei do piso do magistério. O projeto reajustaria de acordo com a inflação. Em vez de 19%, seriam 6%. Então, a decisão do presidente [de adiar a votação] já garante o aumento de 19% em janeiro do próximo ano.”

A presidente da confederação, Vilani de Oliveira, lembrou que os Professores do Ensino básico chegaram a ameaçar uma greve contra o projeto de lei. “Para nós, é muito importante [a retirada de pauta] porque há uma predisposição da nossa categoria em paralisar suas atividades em atendimento à lei do piso, para que ela seja cumprida na sua integralidade.” 

Fonte: Jornal da Câmara (DF)

DEZ ESCOLAS PÚBLICAS MOSTRAM COMO OBTER BONS RESULTADOS EM MATEMÁTICA

Ranking mundial colocou o Brasil entre os piores no ensino de matemática. Levantamento mostra bons exemplos em escolas públicas com notas altas

Levantamento do Movimento Todos pela Educação, feito com exclusividade para o G1, aponta que controlar de perto a lição de casa, oferecer aulas de reforço, incentivar e estimular os professores, e aproveitar parcerias com o governo são algumas das medidas adotadas por dez escolas públicas brasileiras consideradas "bons exemplos" no ensino de matemática. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, divulgados na terça-feira (3), apontam que o Brasil melhorou no conhecimento da disciplina, mas ainda tem muito a avançar. O país ficou em 58º lugar entre 65 nações no ensino de matemática – a grande maioria dos alunos brasileiros sabe somar, subtrair, multiplicar e dividir, mas ainda não consegue aplicar esses conceitos no dia a dia.

As escolas brasileiras avaliadas pelo Movimento Todos pela Educação mantêm desde 2007 resultados consistentes e acima da média nacional nas questões de matemática da Prova Brasil, feita a cada dois anos para analisar a qualidade das turmas de 5º e 9º ano do ensino fundamental e de 3º ano do ensino médio. O levantamento revela que alunos dessas escolas têm desempenho similar aos de instituições de ponta, como os colégios militares, federais e de aplicação.

Critério de escolha
O critério de seleção usado no cruzamento de dados foi a porcentagem de alunos do 9º ano do ensino fundamental – idade ideal entre 14 e 15 anos – com aprendizado adequado em matemática acima de 45% na Prova Brasil de 2007, superior a 60% na edição 2009 e maior que 70% em 2011.
Em 2011, a meta esperada para o Brasil nesse quesito era de 25,4%, mas a média nacional ficou em 16,9%. Tendo desempenho acima de 70%, essas escolas já atingiram a meta do Movimento Todos pela Educação para 2021 para o aprendizado em matemática no 9º ano.

Seguindo os critérios acima, foi possível chegar a um grupo de dez escolas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e no Nordeste, as escolas públicas acima das metas são federais, militares ou de aplicação, afirma o Todos pela Educação. Segundo Priscila Cruz, diretora executiva do movimento, as instituições destacadas nesse levantamento mostram que fazer o trabalho básico no ensino pode dar bons resultados. "Elas fazem muito bem feito o básico e conseguem avançar, às vezes mais do que aquelas que ficam inventando coisas mirabolantes", diz.

Para descobrir os detalhes sobre os projetos pedagógicos desse grupo de escolas municipais e estaduais, o G1 entrevistou professores e diretores. Em comum, as instituições têm o fato de serem pequenas, com menos de 100 alunos matriculados no 9º ano. Elas representam, portanto, o perfil médio das escolas do país – a média de matrículas nessa série foi, em 2011, de 70 alunos. Veja as cinco principais medidas destacadas pelas escolas no levantamento:

1) Não deixar nenhum aluno para trás
O principal foco das escolas é "não deixar o aluno para trás". As instituições ouvidas pelo G1 não fazem vestibulinho nem selecionam os alunos por desempenho acadêmico. Porém, elas dizem que mantêm o hábito de estar sempre atentas aos estudantes – novos ou antigos– que apresentam dificuldades nas aulas. Em matemática, a criança precisa aprender todo o conteúdo de uma etapa para ir para a fase (série) seguinte. Se não aprender cada um desses passos, vai se perdendo no processo ao longo dos anos.

Continuidade no trabalho com os estudantes em todo o ensino fundamental e apoio aos que têm dificuldade são alguns dos segredos por trás do sucesso que a Escola Municipal José Negri, de Sertãozinho (SP), tem obtido nos últimos anos. Em 2011, 80,7% dos estudantes tiveram desempenho adequado em matemática na Prova Brasil – muito acima da meta do país para 2011, de 25,4% dos alunos.

Lá, além de aulas clássicas de matemática, os alunos estudam no laboratório de informática. Eles também são "avaliados internamente de várias formas, com provas individuais, mensais e bimestrais, exercícios resolvidos em casa e em sala de aula". Um dos caminhos seguidos pelos professores para garantir a fixação do conteúdo é partir do concreto para o abstrato, explica a diretora Inês Angélica Servidoni Nogueira Cabril, de 74 anos. Assim, segundo ela, o aluno constrói o conhecimento através de situações-problema.

Na Escola Estadual Francidene Soares Barroso, de Itamarati (AM), das oito aulas semanais de matemática para alunos do ensino fundamental e médio, duas são específicas para um melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e duas para a olimpíada de matemática da instituição. "Fazemos acompanhamento a cada prova aplicada. Os professores que trabalham com ensino da matemática têm formação com cursos específicos e trabalham em cima das competências cobradas na Prova Brasil", afirma Gleice Menezes, diretora da escola há 15 anos.

Os alunos que não acompanham a turma têm aulas de reforço. O colégio, porém, conta com um poderoso aliado. "Os estudantes são muito interessados, sempre dizem que gostam mais de matemática e se identificam com a matéria. Nosso desafio agora é envolver mais as famílias, o que ainda é um problema para nós", diz Gleice.

Desde as séries iniciais do ensino fundamental da Escola Municipal Professor Doriol Beato, de Conselheiro Lafaiete (MG), os alunos são livres para participar de atividades extraclasse de reforço, caso tenham dificuldade de aprendizagem específica em matemática. "Só vem o aluno que quer estudar", diz a diretora Maria Cristina de Moura Fernandes, que está na escola há 22 anos e já atuou como coordenadora e pedagoga do colégio. Em 2011, o Doriol teve 76,6% dos alunos com o aprendizado esperado na área.

Na Escola Municipal Pastor Hans Müller, localizada em Joinville (SC), a evasão escolar e o rodízio de professores são muito baixos. Atualmente, são 830 alunos. Quem entra no 1º ano costuma ficar até o 9º e concluir o ensino fundamental. Na grade curricular, os alunos podem optar entre inglês e alemão. A boa infraestrutura é outra aliada: a instituição tem laboratório de informática, biblioteca, quadra coberta e auditório. "A escola é muito procurada por conta dos bons resultados que alcança. Temos uma demanda grande, há pelo menos 20 crianças na lista de espera para cada série", afirma a diretora Wally Maria Effting.

2) Incentivar os alunos já avançados
Várias das escolas que entraram no levantamento, por terem mais de 70% de seus alunos com aprendizado adequado em matemática em 2011, não se contentam apenas com a palavra "adequada". Por isso, os professores não só ajudam os alunos com maior dificuldade a acompanhar a turma, mas incentivam os estudantes com maior facilidade a continuar avançando em seu próprio ritmo. Uma das maneiras mais comuns de fazer isso é por meio das olimpíadas acadêmicas, principalmente a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

Para estimular o interesse de seus estudantes, a professora Sônia Ruschel Poersch, do Colégio Estadual Professor Jacob Milton Bennemann, do município de Feliz (RS), diz que tomou para si a tarefa de inscrever os alunos nas olimpíadas de matemática e que, apesar de alguns decidirem participar apenas "fazendo por fazer", ela afirma que outros já pegaram gosto pela competição, mas ainda não ganharam medalhas.

De acordo com Sônia, o que dá resultado é um trabalho constante de cobrança para que os estudantes façam exercícios, incluindo lições de casa várias vezes por semana, com pesquisa e apresentação de trabalhos. Suas ferramentas são velhas conhecidas de todas as gerações: o livro, o caderno, o giz e o quadro negro. "É um trabalho mais tradicional. Em matemática, tem que fazer exercício, assimilar, entender, fazer, fazer e fazer."

Em Sertãozinho (SP), o estudante Otávio Sarti Alves, de 13 anos, aluno da Escola Municipal Professor José Negri, coleciona medalhas em matemática. "A gente se esforça, mas a qualidade do ensino é o que mais conta", diz. "Perguntam se sou inteligente, mas acho que a inteligência depende do nosso esforço. Por isso, a gente tem que aproveitar as oportunidades que tem na escola."

Na edição deste ano, 19 estudantes da Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão, escola municipal de Cocal dos Alves, no interior do Piauí, passaram para a segunda fase da Obmep, e 17 foram premiados – um com medalha de prata, cinco com bronze e 11 com menções honrosas. Segundo o diretor do colégio, João de Brito Amaral, os professores vão à escola aos sábados para tirar dúvidas dos alunos, que são incentivados a criar grupos de estudos.

Principalmente no segundo semestre, e em anos de aplicação da Prova Brasil e outras avaliações, a escola também instituiu um sistema de reforço escolar no contraturno (período inverso àquele em que o aluno está matriculado), no qual alunos do 9° ano são convidados a atuar como professores dos mais novos. "Eles têm uma linguagem até mais acessível aos estudantes das séries menores. A gente só conta com dois professores de matemática para dar apoio", disse Amaral, enfatizando que a escola cumpre todo o currículo obrigatório, e não apenas os conteúdos que caem na Prova Brasil. Em 2011, 89,5% dos alunos do 9° ano apresentaram desempenho adequado na avaliação do MEC.

De acordo com o rendimento dos alunos da escola José Negri, em Sertãozinho (SP), no contraturno eles têm a possibilidade de estudar de maneira focada. "Temos aulas que chamamos de apoio, no período contrário, para alunos com dificuldades. E também aulas de projetos de olimpíadas para os estudantes avançados. Na sala de aula, há ajuda mútua entre eles: os mais avançados procuram ajudar os que têm maior dificuldade", explica a diretora Inês.

Um dos alunos que acabaram se destacando na escola foi Otávio Sarti Alves, que conquistou uma medalha de ouro na Obmep de 2013.

3) Estabelecer laços fortes com os pais
O envolvimento dos pais é um dos fatores citados por professores e diretores dos colégios ouvidos pelo G1 como causa direta dos bons resultados. Na Escola Estadual Dom Aquino Correia, em Juruena (MT), cidade de 12 mil habitantes e distante 900 km da capital Cuiabá, quem elege o diretor é a própria comunidade escolar. Edilso Bratkoski afirma que cumpre seu segundo mandato e, em 2014, deixará a diretoria para voltar a lecionar química e ciência.

Marlene de Paula Freitas, que dirige há cinco anos o Educandário Evangélico Ebenézer, em Gurupi (TO), explica que tenta incentivar os professores e fortalecer parcerias com os pais. Entre os projetos que envolvem as famílias, está o Tarefa de Casa, que incentiva os alunos a fazerem lições de casa com frequência. "Toda criança precisa fazer a tarefa. Se não fizer, tem que ficar 10 ou 15 minutos depois da aula para fazê-la", conta Marlene.

Além da checagem rigorosa do comprometimento dos estudantes com a lição de casa, os professores do educandário ficam de olho no desempenho geral de seus alunos. "Quando a professora percebe que a criança está ficando relapsa, desmotivada, a gente liga para a mãe e faz convite para vir à escola – não deixa só para o final do ano". O mesmo acontece, segundo a diretora do Ebenézer, na hora de identificar e reduzir as deficiências dos alunos novos, caso eles cheguem à escola atrasados em relação aos demais colegas.

A Escola Municipal Professor Governador Portela, de Miguel Pereira (RJ), foi inaugurada em 1942 para atender os funcionários da Estação Ferroviária Miguel Pereira, que funcionou até 1996 no distrito de Governador Portela. O colégio esteve em operação por 55 anos, ficou desativado por dois e foi reabertao pela prefeitura em 2000, no mesmo endereço – um prédio histórico. Na Prova Brasil de 2011, 89,7% dos alunos do 9° ano tiveram desempenho adequado em matemática.

Segundo o diretor Vladimir dos Santos Barros, o respeito adquirido no passado pela escola se mantém entre os alunos, professores e a comunidade até hoje. São 200 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, muitos deles têm pais que também estudaram no colégio. "Os pais são muito engajados. Fazemos eventos envolvendo as famílias, o que ajuda a melhorar a qualidade do ensino. A receita é simples: há um compromisso de família, escola e corpo docente com a educação", afirma Barros.

Já a comunidade da escola catarinense Pastor Hans Müller é tão engajada, que os professores se voluntariam para dar aulas de reforço no contraturno escolar. Atualmente, o pai de um dos alunos também faz isso, mas em anos anteriores já houve participação de estudantes do ensino médio de escolas particulares da região. Ainda no período inverso ao das aulas regulares, os estudantes têm como opção atividades como aulas de dança, capoeira e italiano.

4) Recursos e programas do governo
O Educandário Evangélico Ebenézer, do Tocantins, tem, além do desempenho acima da média na Prova Brasil e de uma colocação privilegiada entre as 50 melhores escolas públicas do Brasil no Ideb, 70% das medalhas em olimpíadas do conhecimento conquistadas por estudantes do estado, diz a diretora Marlene.

Com os bons resultados, vieram também os bônus por desempenho a professores, alunos e até funcionários que cuidam da limpeza e da merenda. A escola também aderiu a programas dos governos. Por causa de um deles, conseguiu mais de 600 laptops, que os alunos usam tanto na escola quanto em casa.

Na escola Dom Aquino, de Mato Grosso, o foco da equipe gestora é trabalhar a leitura e interpretação de texto com os alunos, o que também resulta em bons resultados em matemática. Mas o incentivo está ancorado em infraestrutura: para incentivar a leitura entre os mais de mil estudantes da escola, entre ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), a biblioteca é bem "recheada". São quase 9 mil títulos, além de revistas e gibis. "Costumamos comprar livros que os alunos indicam e, em média, fazemos 120 locações por dia." Os professores também levam para salas de aula uma "caixa de leitura", com alguns livros que os alunos leem durante os intervalos.

A diretora Wally Maria, da escola Pastor Hans Müller, em Joinville (SC), destacou a baixa rotatividade de docentes como um indicador de qualidade. "Os professores são concursados e permanecem por muitos anos na escola. Isso permite que eles conheçam bem as crianças e as acompanhem durante os nove anos. Os pais também são muito presentes e ajudam a cobrar as tarefas em casa", afirmou.

A cooperação entre professores também dá resultados. Na escola mineira Doriol Beato, os alunos com dificuldades em matemática têm dois professores à disposição: o regular, da sala de aula, e o "recuperador", que ensina no contraturno. "Há um trabalho de equipe: um professor sempre dá continuidade ao trabalho do outro na série seguinte", afirma a diretora Maria Cristina, da Escola Estadual Pio XII, de Bom Princípio (RS).

Veja lista de dez escolas públicas com bons resultados em matemática:

Escola Estadual Dom Aquino Correa
Cidade: Juruena (MT)
Matrículas no 9º ano em 2011: 61
Participação na Prova Brasil 2011: 88,5%
Aprendizado adequado em matemática: 55,1% (2007), 64,7% (2009) e 73,9% (2011)
Diferencial: Diretor eleito, foco em leitura e intepretação

Educandário Evangélico Ebenézer
Cidade: Gurupi (TO)
Matrículas no 9º ano em 2011: 57
Participação na Prova Brasil 2011: 100%
Aprendizado adequado em matemática: 49,1% (2007), 65,8% (2009) e 78,9% (2011)
Diferencial: Nenhum aluno é deixado para trás

Escola Municipal Prof. Governador Portela
Cidade: Miguel Pereira (RJ)
Matrículas no 9º ano em 2011: 30
Participação na Prova Brasil 2011: 96,7%
Aprendizado adequado em matemática: 88,9% (2007), 77,4% (2009) e 89,7% (2011)
Diferencial: Respeito pela história da escola

Col. Estadual Prof. Jacob Milton Bennemann
Cidade: Feliz (RS)
Matrículas no 9º ano: 32
Participação na Prova Brasil 2011: 84,4%
Aprendizado adequado em matemática: 53,6% (2007), 71,4% (2009) e 74,1% (2011)
Diferencial: Foco na prática dos exercícios, uso do quadro-negro convencional

Escola Municipal Pastor Hans Müller
Cidade: Joinville (SC)
Matrículas no 9º ano em 2011: 106
Participação na Prova Brasil 2011: 92,5%
Aprendizado adequado em matemática: 49,2% (2007), 69,0% (2009) e 72,6% (2011)
Diferencial: Pouca evasão, aulas de alemão e voluntários ensinando no contraturno

Escola Municipal Professor José Negri
Cidade: Sertãozinho (SP)
Matrículas no 9º ano em 2011: 78
Participação na Prova Brasil 2011: 100%
Aprendizado adequado em matemática: 77,6% (2007), 75,8% (2009) e 80,7% (2011)
Diferencial: Apoio a quem tem dificuldade e incentivo a quem tem facilidade

Escola Estadual Francidene Soares Barroso
Cidade: Itamarati (AM)
Matrículas no 9º ano em 2011: 145
Participação na Prova Brasil 2011: 77,2%
Aprendizado adequado em matemática: 58,9% (2007), 81,7% (2009) e 78,3% (2011)
Diferencial: Aulas focadas na Prova Brasil e nas olimpíadas de matemática

Escola Estadual Pio XII
Cidade: Bom Princípio (RS)
Matrículas no 9º ano em 2011: 28
Participação na Prova Brasil 2011: 85,7%
Aprendizado adequado em matemática: 60,0% (2007), 69,2% (2009) e 70,8% (2011)
Diferencial: Professores sempre em formação

Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão
Cidade: Cocal dos Alves (PI)
Matrículas no 9º ano em 2011: 41
Participação na Prova Brasil 2011: 92,7%
Aprendizado adequado em matemática: 60,5% (2009) e 89,5% (2011). A escola não teve o resultado da Prova Brasil 2007 divulgado pelo MEC
Diferencial: Alunos mais velhos ensinam os mais novos

Escola Municipal Professor Doriol Beato
Cidade: Conselheiro Lafaiete (MG)
Matrículas no 9º ano: 191
Participação na Prova Brasil 2011: 91,6%
Aprendizado adequado em matemática: 80,3% (2007), 70,1% (2009) e 76,6% (2011)
Diferencial: Professor "recuperador" no contraturno


Escola acima da média no Prova Brasil tem medalhista em matemática
“A gente se esforça, mas a qualidade do Ensino é o que mais conta.” Essa é a consideração do estudante Otávio Sarti Alves, de 13 anos, Aluno da Escola Municipal Professor José Negri, de Sertãozinho (SP), uma das dez instituições do país que obtiveram desempenho acima da média em matemática na última edição da Prova Brasil: 80,7% dos Alunos do 9º ano do Ensino fundamental da unidade de Ensino foram avaliados com nível de aprendizagem adequada em matemática, enquanto a média nacional dos estudantes foi de 16,9%.

Para Alves, o grande diferencial que permitiu à Escola conquistar essa colocação, são as atividades extras, realizadas no período da tarde. Duas vezes por semana, o adolescente deixa de lado o computador e a televisão para ficar quase 12 horas estudando nos laboratórios da Escola. Como resultado, também conquistou medalha de ouro na 9ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), e na 16ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), ambas em 2013.

“Perguntam se eu sou inteligente, mas eu acho que a inteligência depende do nosso esforço. Por isso, a gente tem que aproveitar as oportunidades que tem na Escola. Tudo isso vai ser importante depois, quando eu for prestar vestibular”, disse Alves que, apesar de ter facilidade com os cálculos, quer estudar artes cênicas.

Alves credita grande parte das premiações ao acompanhamento dos Professores que, segundo ele, estão sempre preocupados em incentivar os Alunos, principalmente aqueles que têm mais dificuldade. “Eles explicam de um jeito que a gente entende. Quando o assunto é difícil, fazem peças de teatro, gincanas e isso deixa a gente mais interessado.”
Alunos de Sertãozinho tiveram desempenho em
matemática acima da média nacional no Prova
Brasil 2011 (Foto: Weber Sian/Jornal A Cidade)

Envolvimento da família
A diretora da Escola, Inês Servidoni Cabril, explica que o envolvimento da família também é fundamental para o desempenho dos estudantes. Por isso, os coordenadores se encontram periodicamente com os pais para conversar sobre os problemas enfrentados em sala de aula e obter detalhes sobre a vida pessoal dos Alunos.

“A gente procura desenvolver um trabalho em equipe, com a presença dos pais e dos Professores. É importante que todos estejam envolvidos no processo de aprendizagem: Professores satisfeitos com o trabalho que realizam e pais presentes na vida Escolar”, explica Inês.

O resultado pode ser comprovado no número de Alunos medalhistas em olimpíadas de português, matemática, ciências e astronomia: Desde 2006, quando a Escola começou a inscrever os estudantes, foram 106 premiações conquistadas em competições Escolares. “A gente segue o planejamento Escolar anual, como é determinado pelo MEC [Ministério da Educação], não tem segredo.”
Otávio faz atividades extras às terças e quintas-feiras, no período da tarde (Foto: Weber Sian/Jornal A Cidade)

Prova Brasil
Aplicada a cada dois anos, a Prova Brasil é uma avaliação nacional cujo objetivo é analisar a qualidade dos Alunos que cursam o 5º e o 9º ano do Ensino fundamental e 3º ano do Ensino médio.

Um levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação com exclusividade para o G1 mostra que os Alunos de dez Escolas públicas - entre elas a EMEF Professor José Negri - mantêm, desde 2007, resultados consistentes e acima da média brasileira nas questões de matemática.

O critério de seleção usado no cruzamento de dados foi a porcentagem de Alunos do 9º ano do fundamental com aprendizado adequado em matemática acima de 45% na Prova Brasil de 2007 e 60% na edição de 2009.

Em 2011, o desempenho dessas Escolas foi maior que 70%, ou seja, essas Escolas já atingiram a meta do Todos Pela Educação para 2021 para o aprendizado em matemática no 9º ano. Em 2011, a meta esperada para o Brasil nesse quesito era de 25,4%, mas a média nacional ficou em 16,9%.

Fonte: G1

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

ELEIÇÃO PARA DIRETOR


Pais, alunos, professores e servidores de 69 escolas estaduais de Natal participam nesta segunda-feira (2), da escolha de seus diretores. Desde a última segunda-feira (25), a Secretaria de Estado da Educação, por meio da Coordenadoria dos Órgãos Regionais de Educação e da Comissão Central de Gestão Democrática, promove eleições para gestores de 300 escolas da rede estadual em todas as regiões do Rio Grande do Norte.

A novidade para este ano é a utilização do Sistema Integrado de Gestão da Educação – SIGEduc, no processo de votação. “O nosso objetivo foi modernizar e agilizar o processo, acabando definitivamente com a votação manual. No ano passado, já havíamos utilizado um aplicativo de computador para a votação, mas esse ano resolvemos agregar o aplicativo ao SIGEduc, tornando o processo ainda mais rápido e seguro”, revelou a secretária de Estado da Educação, professora Betania Ramalho.

De acordo com o coordenador dos órgãos regionais de Educação, Eduardo Colin, o desafio foi implantar o sistema de forma rápida e simultânea em todas as escolas do estado em que estavam programadas as eleições. “Para isso, realizamos treinamentos com os responsáveis pelas eleições nas Diretorias Regionais de Educação – DIRED, e com os presidentes das comissões eleitorais das escolas. Até o momento, nas regionais em que as eleições ocorreram, como Parnamirim, Nova Cruz, Mossoró e Pau dos Ferros, o resultado da utilização do sistema tem sido muito satisfatório.”

O presidente da Comissão Central de Gestão Democrática, secretário adjunto da Educação, professor Joaquim Oliveira, explica que as eleições ocorrem todos os anos. “Em um ano realizamos o processo para uma parte das escolas da rede, enquanto no ano seguinte há eleições para a parte restante. O mandato do diretor é de dois anos, podendo ser reeleito para mais dois anos. Compõem a chapa diretor e vice, coordenadores administrativo, pedagógico e financeiro.”

Até agora, já escolheram seus gestores para o biênio 2014/2015, as escolas estaduais das regionais de Parnamirim, Nova Cruz, São Paulo do Potengi, Ceará-Mirim, Macau, João Câmara, Assú, Mossoró, Umarizal, Angicos, Apodi e Pau dos Ferros. Nesta segunda (2), é a vez das escolas de Natal. Já as escolas das regionais de Santa Cruz, Currais Novos e Caicó escolhem seus gestores na terça-feira (3).

Entre as unidades que escolherão seus gestores nesta segunda, em Natal, estão as escolas Wiston Churchill, Luis Soares, Francisco Ivo, Edgar Barbosa, Mascarenhas Homem, Walfredo Gurgel, Raimundo Soares, Ana Julia Mousinho, Antonio Pinto de Medeiros e Berilo Wanderley.

ENSINO MÉDIO



O Google do Brasil, em parceria com a Fundação Lemann, lançou o Youtube Edu (http://www.youtube.com/educacao), plataforma de vídeos educacionais.

O projeto foi lançado com 8.000 vídeos de ensino médio, separados por disciplina. Nesse primeiro momento, os conteúdos disponíveis são das seguintes matérias: língua portuguesa, matemática, química, física e biologia.Todos os conteúdos disponíveis no canal foram avaliados pela Fundação Lemann, que aprovou 26 canais.

O lançamento é chamado pelo Google de "plataforma de excelência" para estudantes, professores e escolas do país. Excelência porque os vídeos publicados no Youtube EDU passam pela curadoria de uma comissão de professores, que avaliam a veracidade das informações e a qualidade das aulas.

A previsão é que a partir de 2014, o canal contemple conteúdos de outras matérias e também de outros níveis de ensino, como o fundamental e também o ensino superior. O portal está inclusive com uma chamada aberta para que outros professores e canais compartilhem seus conteúdos para que possam ser avaliados pela equipe de curadores.

Um dos principais objetivos do projeto é estimular a produção de conteúdo educacional de qualidade para a internet. A plataforma é aberta e qualquer educador pode submeter o canal para avaliação. Os professores que já tiveram os canais aprovados podem incluir material sem precisar passar pela curadoria novamente.

A proposta é que o canal seja constantemente atualizado com novos vídeos.

Videoaulas

O YouTube Edu dividiu os vídeos selecionados não apenas por matérias (biologia, física, português, matemática e química), mas também por assuntos. Assim, o usuário pode selecionar os temas das disciplinas que mais interessam. Por enquanto, são cerca de cinco temas por cada matéria. Assim, quem estiver interessado em aprender mais sobre biologia, pode selecionar videoaulas sobre genética, saúde, ecologia, seres vivos ou evolução da vida.

JORNADA PEDAGÓGICA 2014


A Secretaria de Estado da Educação inicia nesta semana sua Jornada Pedagógica 2014, um dos momentos mais importantes de seu calendário. A partir das 9h desta quinta-feira (3), técnicos de todos os setores pedagógicos da secretaria e das Diretorias Regionais de Educação – DIRED, estarão reunidos, em tempo integral, no Centro de Treinamento da Emater – CENTERN, em São José de Mipibu, para avaliar o ano letivo 2013 e definir as metas para 2014. O tema da jornada é “Avanços e desafios na consolidação da Educação Pública de Qualidade: o direito do aluno aprender”.

“Desde que iniciamos o trabalho na secretaria, elaboramos e colocamos em prática um calendário de jornadas pedagógicas, de maneira que o ano letivo é concluído e inicia com esse momento. Por isso, convidamos os diretores das DIRED e a equipe pedagógica da secretaria, pra gente organizar melhor o calendário escolar da Educação e fazer um balanço das ações pedagógicas realizadas pelo conjunto das escolas. Partindo dos resultados que temos conseguido, até as necessidades que estão surgindo dessa própria avaliação”, destacou a secretária de Educação, Betania Ramalho, que vai comandar os trabalhos no CENTERN.

Betania Ramalho lembrou ainda que todas as ações colocadas em prática pela secretaria estão inseridas no Programa de Educação do Governo do Estado, que abrange sete dimensões e 20 metas. “Apesar dos esforços para prestar uma maior assistência em relação à infraestrutura, aos prédios escolares, merenda e transporte, o nosso objetivo principal é melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem, a parte pedagógica das escolas, tornando o currículo mais atrativo, com interligação entre as disciplinas, aplicando novos métodos para apresentação dos conteúdos. A jornada pedagógica é um instrumento para que essas orientações cheguem às escolas.”

Segundo o coordenador de Desenvolvimento Escolar, da Secretaria de Estado da Educação, professor Marcos Cleber, o evento desta semana, que reúne os técnicos das secretarias e das regionais até a próxima sexta-feira (6), no CENTERN, é apenas o primeiro momento da jornada 2014. “Pois desse encontro vai surgir uma série de jornadas regionais, para que as orientações cheguem a todas as escolas e elas possam iniciar o ano letivo organizadas, no dia 22 de janeiro.”

Desde 2011, a Secretaria da Educação realiza jornadas pedagógicas com o objetivo de orientar as escolas. Em 2012 e 2013, ocorreram jornadas na abertura do ano letivo e na preparação para o segundo semestre.