terça-feira, 28 de janeiro de 2014

GREVE

Trabalhadores em educação da rede estadual entram em greve por tempo indeterminado

Os trabalhadores da rede estadual deflagraram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria realizada na manhã desta terça-feira (28). O motivo para a paralisação é o descumprimento por parte do governo dos acordos firmados em 2013.

“Não há mais espaço para promessas”, declarou a coordenadora geral Fátima Cardoso. “Corremos muito atrás, buscamos sempre o diálogo, mas só recebemos promessas e com o tempo vimos que não passava disso”, lembrou.

A greve foi deflagrada no primeiro dia do ano letivo de 2014 porque no ano passado, após outra paralisação, o governo firmou um acordo com a categoria e não cumpriu. Em agosto, reeditou o combinado, mas até agora nada foi cumprido.

A SEEC foi notificada diversas vezes pelo Sindicato, mas somente nesta segunda-feira (27), na iminência da deflagração da greve, chamou a direção para uma audiência. A secretária Betânia Ramalho não compareceu e enviou o secretário adjunto para uma conversa que não avançou nas reivindicações. O governo se comprometeu apenas a pagar o terço de férias no próximo pagamento e a reajustar o piso salarial em fevereiro com retroativo a janeiro, o que é uma obrigação do estado prevista em lei.

Enquanto a propaganda oficial do governo mostra que está tudo certo, as escolas da rede estadual continuam sucateadas e se deteriorando, o número de professores é insuficiente para a demanda, falta suporte pedagógico e os profissionais estão insatisfeitos com as péssimas condições de trabalho e com o descaso. Mesmo diante do clamor de pais e estudantes diversas escolas foram fechadas nos últimos anos.

Após várias tentativas, só restou à categoria deflagrar a greve. O SINTE/RN convocou a categoria para cruzar os braços e exigir respeito. Na assembleia foi definido ainda um cronograma de atividades que serão desenvolvidas durante a greve.

Pauta de reivindicações
•Revisão do Plano de Carreira do Magistério
•Pagamento de uma Letra para os professores
•Redimensionamento do porte das escolas e gratificação dos diretores
•Modificação da portaria 731/2003
•Permanência da Letra quando da Promoção Vertical
•Mecanismo de Concessão de Licenças-prêmios
•Ajuste do déficit na correção salarial de 2013
•Complementação na base salarial dos funcionários da educação
•Convocação dos concursados


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domingo, 26 de janeiro de 2014

EDUCAÇÃO

Governadora anuncia reajuste, progressão e pagamento de férias a professores

FOTO:Ivanízio Ramos
A Governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, anunciou o reajuste de 8,32% para professores ativos e inativos da educação na tarde desta sexta-feira (24), durante despacho administrativo com a secretária de Estado da Educação, Betania Ramalho.

Na ocasião, a chefe do Executivo Estadual também anunciou a adição de uma letra (progressão horizontal) a partir de março a todos os professores e especialistas, bem como autorizou o pagamento do terço de férias a todos os servidores do quadro da Secretaria da Educação e adiantou que encaminhará para a Consultoria o projeto de lei que altera o porte das escolas da rede estadual. Os projetos serão encaminhados à Assembleia Legislativa tão logo o ano legislativo seja iniciado.

A rigor, o aumento de 8,32% será pago em fevereiro retroativo a janeiro e obedece ao Piso Nacional com percentual definido pelo Ministério da Educação. Ao todo, desde 2011, já foi concedido aumento acumulado de 91,53%. Na prática, um professor em início de carreira receberá R$ 1.780 contra R$ 930 antes da gestão da Governadora.

A secretária de Educação, Betania Ramalho, declarou que além da progressão horizontal, já foram pagos quinquênios e mais de três mil aposentadorias represadas desde 2006. “Fizemos tudo isso para mostrar que o Governo está promovendo uma reposição de direitos que não foram cumpridos em anos passados”, disse.

A titular da pasta também comentou que o novo piso dos professores deixa o Rio Grande do Norte na posição de um dos únicos do país a cumprir plenamente o estabelecido pelo Ministério da Educação. Isso permitirá que os professores reordenados tenham uma carga de trabalho destinado também a atividades fora de sala de aula para atendimentos aos alunos e planejamento de atividades.

Betania Ramalho ainda declarou que a alteração do porte das escolas é incide na gratificação dos diretores, de acordo com o tamanho das escolas. Pela nova proposta da governadora, os diretores terão a gratificação atual dobrada em praticamente todos os portes. Além disso, os diretores das Diretorias Regional de Educação (Dired) também receberão aumento na gratificação. “Isso é um reconhecimento muito importante para aqueles que contribuem efetivamente para o fortalecimento da educação”, encerrou a secretária.

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

INEP DIVULGA AS NOTAS MÁXIMAS E MÍNIMAS DO ENEM

Em matemática e suas tecnologias, a nota máxima foi 971,5. Nessa área, o menor desempenho alcançou 322,4

As notas máximas e mínimas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 já estão disponíveis. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as notas correspondem ao menor e ao maior desempenho de todos os participantes do exame e não podem ser comparadas ano a ano ou mesmo entre as áreas de conhecimento. No ano passado, mais de 5 milhões de estudantes fizeram o Enem.

Em matemática e suas tecnologias, a nota máxima foi 971,5. Nessa área, o menor desempenho alcançou 322,4 pontos. Ciências da Natureza registrou a nota máxima de 901,3 e a menor foi 311,5. Já em Ciências Humanas, o desempenho máximo chegou a 888,7 e o mínimo ficou em 299,5. A prova de linguagens e códigos teve como nota mais alta 813,3 pontos e a menor pontuação ficou em 261,3.

As pontuações seguem a Teoria de Resposta ao Item (TRI). O modelo funciona da seguinte forma: o valor de cada uma das questões vai variar de acordo com o percentual de acertos e erros de estudantes naquele item. Ou seja, um item que teve alto índice de acertos será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos na composição da nota final. Já o estudante que acertar uma questão que teve um alto índice de erros ganhará mais pontos pelo item.

No sistema da TRI, a nota mínima não é 0 e a nota máxima não é 1.000. O participante que deixa a prova em branco ou erra todas as questões da prova recebe a nota mínima correspondente ao seu caderno de prova. Para explicar o sistema, o Inep criou o guia Entenda a Sua Nota no Enem, que pode ser baixado no site da entidade.

A nota do Enem pode ser usada para a participação em programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona estudantes para vagas no ensino superior público; o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas em instituições privadas; e o Sistema de Seleção Unificada do Ensino Técnico e Profissional (Sisutec), que seleciona estudantes para vagas gratuitas em cursos técnicos.

Os estudantes também precisam da nota do Enem para firmar contratos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e para a obtenção de bolsas de intercâmbio do Programa Ciência sem Fronteiras.

Fonte: Agência Brasil
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COMEÇA ADESÃO DE PROFESSORES AO PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

MEC espera que 495,6 mil docentes do país participem das aulas

A partir desta segunda-feira (20) professores de escolas públicas de todas as disciplinas do ensino médio podem aderir ao Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. O pacto oferece este ano, formação continuada que será presencial e desenvolvida na própria escola. Os educadores vão receber bolsa mensal de R$ 200 para fazer a formação.

Pode aderir o docente que atue em sala de aula e esteja registrado no Censo Escolar de 2013. O professor que aderir à formação será cadastrado pelo diretor da escola. Para os professores participarem é preciso que as secretarias estaduais de educação e do Distrito Federal tenha feito a adesão ao pacto. O último balanço do MEC (Ministério da Educação) contabilizou 22 unidades da federação inscritas até o dia 14. A meta é que até o final do mês todas estejam participando.

O MEC espera que os 495,6 mil docentes do ensino médio que trabalham em 20 mil escolas públicas do país participem das aulas.

Este ano os professores cursarão dois módulos do pacto. O primeiro trata da formação comum a todos e, no segundo, serão abordados conteúdos das áreas do conhecimento, como ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática. Os docentes vão destinar seis horas semanais à formação continuada. Serão três horas de aulas coletivas e três de estudos individuais.

Os conteúdos desenvolvidos pelas universidades públicas, serão inseridos nos tablets enviados no ano passado pelo MEC às secretarias de educação dos estados e do Distrito Federal. Cada secretaria assumiu a responsabilidade de distribuir os equipamentos aos professores da rede. Os professores orientadores, supervisores e coordenadores também recebem bolsas que variam entre R$ 765 e R$ 2.000.

Fonte: Agência Brasil
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ENSINO MÉDIO INOVADOR RECEBERÁ ADESÃO DE ESCOLAS EM FEVEREIRO

Instituições dispostas a adeirir ao Programa Ensino Médio Inovador devem apresentar projeto de mudança do currículo escolar e de ampliação da carga horária

Em fevereiro próximo, será aberto nos 26 estados e no Distrito Federal o período de adesão de escolas públicas ao Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI). Para desenvolver as atividades previstas no programa, as escolas terão apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação, por meio da plataforma on-line Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE interativo). O ProEMI tem hoje 5,6 mil escolas. A meta do governo federal, este ano, é chegar a 10 mil, o que representaria 50% da rede pública do ensino médio.

A coordenadora do ensino médio da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Sandra Garcia, explica que as unidades dispostas a aderir devem apresentar projeto de mudança do currículo escolar e de ampliação da carga horária, elaborado de acordo com as diretrizes curriculares nacionais do programa. Hoje, o ensino médio prevê 800 horas de aula por ano e 2,4 mil nos três anos. No ProEMI, serão mil horas anuais e 3 mil no fim do curso, implantadas de forma gradativa.

Como as 27 unidades da Federação já aderiram ao programa, Sandra Garcia observa que elas são as responsáveis por indicar as escolas. Na adesão, as unidades de ensino devem informar o tipo de projeto a ser desenvolvido e o número de estudantes que serão atendidos em 2014 e em 2015. As bases para a elaboração do projeto de mudança curricular estão definidas nas diretrizes curriculares nacionais do ProEMI, em vigor desde janeiro de 2009.

Currículo — Para participar do ProEMI, a escola deve organizar o novo currículo a partir de oito macrocampos, três deles obrigatórios e dois selecionados de acordo com os interesses da equipe pedagógica, dos professores e, principalmente, dos estudantes. São obrigatórios o acompanhamento pedagógico (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza), a iniciação científica e pesquisa e a leitura e letramento.

O currículo será completado com a escolha de duas atividades entre os macrocampos línguas estrangeiras, cultura corporal, produção e fruição das artes, comunicação, cultura digital e uso de mídias e participação estudantil.

Além dessas definições, a escola precisa informar no projeto o número de alunos abrangidos pelo novo currículo e a jornada escolar, que pode ser de cinco horas ou em tempo integral, neste caso, com mínimo de sete horas diárias. A quantidade de estudantes é que determina o valor do repasse de recursos.

A Resolução nº 31, de 22 de julho de 2013, que trata dos recursos financeiros para o ProEMI, divide as escolas em nove grupos, considerados o número de estudantes atendidos pelo programa e a jornada diária, de cinco horas (com ou sem ensino médio noturno) ou de sete horas, que caracteriza tempo integral. Conforme as tabelas contidas na resolução, uma escola com até 100 alunos e com jornada diária de cinco horas, por exemplo, receberá R$ 20 mil por ano. Também com cinco horas de aula, embora com mais de 1.401 estudantes, a escola receberá R$ 100 mil. Escolas do ensino médio com educação integral recebem mais recursos. Com até 100 alunos, R$ 28 mil anuais; com mais de 1.401 estudantes, R$ 140 mil.

Instituído pela Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009, o ProEMI integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em 2007. Conforme a portaria, os projetos de reestruturação curricular devem possibilitar o desenvolvimento de atividades que integrem e articulem as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia. Entre as inovações estão o aumento da carga horária, a leitura como elemento central e básico de todas as disciplinas, o estudo da teoria aplicada à prática, o fomento das atividades culturais e professores com dedicação exclusiva.

O processo de adesão das escolas se dará pelo PDDE Interativo, sistema informatizado que contém o diagnóstico de cada unidade de ensino.


Fonte: MEC
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NOTAS MÁXIMAS DO ENEM SOBEM EM TODAS AS PROVAS, EXCETO LINGUAGENS

Inep divulgou a maior e a menor nota possíveis nas provas objetivas. De 2012 para 2013, notas de humanas, natureza e matemática subiram

As notas máximas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) subiram na edição de 2013, em comparação com a de 2012, em três das quatro provas objetivas: ciências humanas, ciências da natureza e matemática. Na prova de linguagens e códigos, ela foi ligeiramente mais baixa, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A maior nota registrada entre as quatro provas objetivas foi na prova de matemática: 971,5.

Todos os anos, após abrir os resultados do Enem para consulta individual dos candidatos, o Inep divulga a nota máxima e a mínima em cada prova objetiva.

Em 2013, pouco mais de 5 milhões de candidatos participaram dos dois dias do Enem. No primeiro dia, foram aplicadas as provas de ciências humanas e de ciências da natureza.

Em ciências humanas, a maior nota tirada por um candidato na prova foi 888,7, e a menor foi 299,5. As duas pontuações foram mais altas que as registradas no Enem 2012 (874,9 e 295,6). Em ciências da natureza, a nota máxima registrada foi 901,3 pontos, e a mínima, 311,5, também mais altas que na edição anterior, quando a maior nota foi 864,9 e a menor foi 303,1.

No domingo, quando os candidatos fizeram as provas de matemática, de linguagens e de redação –que é corrigida usando outra metodologia. Em matemática, a nota máxima foi 971,5 (mais alta que os 955,2 pontos registrados em 2012). O menor desempenho de um candidato foi 322,4 pontos; em 2012, a nota mínima havia sido 277,2.

Em linguagens, a nota mais alta do Enem 2013 foi 813,3, ligeiramente mais baixa que no Enem 2012, quando a nota máxima dos candidatos nesta prova foi 817,9. A nota mínima chegou a 261,3, mais de 30 pontos abaixo da menor nota registrada na edição anterior do Enem, que foi de 295,2.

É impossível tirar nota mil na prova objetiva
Isso acontece porque, segundo a metodologia aplicada no Enem – a Teoria de Resposta ao Item, ou TRI –, é impossível tirar nota zero ou nota mil em uma dessas provas, porque o cálculo da nota não depende de o aluno acertar ou errar todas as questões: cada questão tem um peso diferente, e a avaliação não leva em conta apenas o número de acertos, mas quais questões o aluno acertou e quais ele errou. Entenda mais sobre o cálculo da TRI.

Segundo o Inep, é impossível que qualquer participante do Enem 2013 tenha tirado notas acima dessas máximas, ou abaixo das mínimas divulgadas. Em nota, o presidente do órgão, Luiz Cláudio Costa, afirmou que "os participantes que deixam a prova em branco ou erram todas as questões da prova recebem a nota mínima correspondente ao seu caderno de prova". Se o candidato.


Fonte: G1
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PROJETO DE LEI PREVÊ TURNO INTEGRAL E MUDANÇA NO CURRÍCULO NO ENSINO MÉDIO

Comissão defende alterações porque argumenta que o Ensino Médio está desgastado, com altos índices de evasão de alunos e distorção de séries

Não é de hoje que se discutem novas maneiras de atrair os estudantes de ensino médio e melhorar seu desempenho, com formas mais efetivas de ensinar os conteúdos. Um passo para um ensino médio mais completo e articulado foi dado no final de novembro, quando foi aprovado o texto do Projeto de Lei (PL) 6840/2013, que prevê mudanças na forma como está estruturado o ensino brasileiro, alterando a Lei 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O PL propõe alterações principalmente em relação ao aumento da carga horária e dos conteúdos trabalhados em sua forma de apresentação aos alunos. No texto, a comissão argumenta que é necessário mudar o ensino médio pois ele está desgastado, com altos índices de evasão e distorção de séries - a rede pública brasileira tem uma média de 14,2% de reprovação e 10,8% de abandono. O atual currículo é considerado ultrapassado, com excesso de conteúdos que não consideram as diferenças individuais e geográficas dos alunos. Para a formulação do projeto, foi formada a Comissão Especial destinada a promover Estudos e Proposições para a Reformulação do Ensino Médio, que realizou diversas audiências públicas e seminários estaduais desde 2012 sobre o assunto.

O deputado e relator do projeto, Wilson Filho, acredita que é preciso atrair os estudantes a continuar na escola até o final do ensino médio, motivando também os professores a não mais utilizarem o sistema de “decorebas”, onde o aluno decora a matéria com o único objetivo de passar no vestibular.

Sete horas diárias
Uma das principais mudanças propostas pelo texto é que a jornada do ensino médio passe de 2.400 horas, número praticado atualmente, para 4.200, distribuídas em sete horas diárias. Para esta medida, o deputado acredita que é necessário que as escolas sejam preparadas para estar com o aluno por esse período. “Nessas sete horas, os professores têm de passar o conhecimento e não apenas enrolar. A programação precisa ser interessante”.

Aqui entra outro ponto importante do projeto: a mudança nos currículos. Cerca de 80% dos alunos que saem do ensino médio da rede estadual não vão para a universidade. Para eles, o sistema de decorar fórmulas e conteúdos para passar na prova de vestibular não irá ajudar. No novo ensino médio, as disciplinas seriam divididas por áreas do conhecimento, como já ocorre no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): linguagens, matemáticas, ciências humanas e ciências da natureza. Nelas, deverão ser englobados os conhecimentos da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural, da filosofia e sociologia, da realidade política e social brasileira, uma língua estrangeira moderna e ainda a inclusão de uma segunda opção de língua estrangeira, e cada região poderia definir a que melhor se encaixa.

O projeto enfatiza a necessidade de se transversalizar o ensino, relacionando disciplinas que conversam entre si, para que as aulas se tornem mais dinâmicas e práticas. Alguns temas, coma prevenção ao uso de drogas e álcool, educação ambiental e sexual, educação para o trânsito e temas legislativos como noções da Constituição Federal e do Código de Defesa do Consumidor, estão citados no projeto para serem tratados dentro da grade curricular prevista. A criação de novas disciplinas continua precisando da autorização do Ministério da Educação e do Conselho Nacional da Educação.

A última grande mudança no currículo dentro do PL se trata do último ano do ensino médio. Os alunos poderiam escolher ênfases em uma das quatro áreas do conhecimento ou no ensino profissional, de acordo com a profissão que queiram seguir. O terceiro ano passaria a ser estudado de acordo com as escolhas dos alunos, mas os assuntos básicos das disciplinas não deixarão de ser tratados. “Ênfase não é exclusividade, é apenas um direcionamento para a área escolhida. Se ao final do ano o aluno mudar de ideia quanto à área que quer seguir, pode refazer no próximo ano com outra ênfase”, explica o relator do projeto. No ingresso às universidades, fica a cargo das instituições decidir se também focarão suas provas de acordo com a ênfase escolhida pelos candidatos no ensino médio.

Ensino profissionalizante
A questão do ensino profissionalizante ser vinculado ao ensino médio já é prevista em lei, mas, segundo o deputado Wilson Filho, apenas 14% das matrículas do ensino médio englobam essa opção. O projeto busca levar o tema à atenção dos alunos. O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Munhoz Alavarse acredita que o ensino profissionalizante pode ser uma opção. “Os jovens do ensino médio precisam saber que o ensino superior não é a única alternativa. Tem muitos postos de trabalho que não precisam de educação superior”. Alavarse cita o caso dos cursos técnicos. “No Brasil, eles parecem não ter prestígio social, sendo que cursos técnicos têm maior empregabilidade e também pagam bons salários”.

O PL também prevê que o Enem passe a ser gratuito e obrigatório no histórico escolar e ter validade de três anos. O estudante pode fazer a prova todos os anos se quiser; se no ano seguinte o aluno tirar uma nota maior, ela ficará no registro para ser utilizada no ingresso a universidades e em programas como o Prouni.

O ensino noturno também é abordado no projeto: ficaria restrito a alunos maiores de 18 anos e coma mesma carga horária da opção diurna, porém distribuída de outra forma: 4.200 horas, divididas em quatro horas diárias, com duração de quatro anos. As horas que ficam faltando, seriam estabelecidas pelo sistema de ensino por meio de trabalhos, que poderão ser feitos a distância. Na realidade brasileira, muitos jovens menores de 18 anos se encontram em situações que os impedem de frequentar a escola durante o dia, como o trabalho. O deputado explica que as escolas poderiam decidir pelas exceções. “Uma legislação tem de pensar na maioria absoluta, e a maioria dos estudantes brasileiros pode estudar de dia. Caso contrário, não conseguiremos formatar um novo ensino médio”, diz.

O papel do Estado na gestão escolar
Fernando Luis Schüler, cientista político e diretor geral do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec/RJ), relembra que é importante que se debata a forma como são geridas as escolas públicas. “Me parece que a sociedade continua se recusando a reconhecer a questão mais importante da qualidade do ensino: a gestão. Todos os indicadores dos últimos 20 anos demonstram uma incapacidade congênita do Estado de executar de maneira eficiente a gestão escolar”. Para ele, o projeto de lei propõe uma tese positiva englobando a questão do ensino integral, mas foca no problema errado: se a gestão da escola for precária, o ensino continuará a ser precário, mesmo integral, acredita.

Schüler defende o reposicionamento do papel do Estado na educação, que deveria progressivamente sair da gestão direta das escolas e atuar apenas como grande agência reguladora e financiadora da educação. “Nos resultados do Enem 2012, não há, entre as 1.500 primeiras colocações, uma escola pública estadual. O modelo de gestão brasileiro deveria ser mais autônomo e despadronizado. Deveria permitir que o diretor consiga repor um livro faltante ou uma janela quebrada o mais rápido possível, sem precisar passar por burocracias que não permitem que essas reposições sejam feitas no mesmo dia. É preciso mais agilidade”, justifica.

O deputado Wilson Filho explica que não há no projeto uma proposta de mudança na gestão, mas sim indicações ao poder executivo, como a criação de uma modalidade exclusiva do ensino médio no Plano de Ações Articuladas (PAR), do governo federal, para que se possa auxiliar melhor os Estados a investir em educação de qualidade. “Concordo que o Estado não tem condições de gerir as escolas, mas a ideia da federalização da educação brasileira levanta a questão de saber se o governo terá como controlar todas as escolas do País. Quanto a administração pelo setor privado, o tema não entrou no projeto porque se refere a todo o ensino nacional, não apenas ao ensino médio. Já a questão da desburocratização do ensino e da gestão, é um tema que pode ser debatido futuramente”, diz.

Próximos passos
O projeto está aguardando a constituição de uma Comissão Temporária na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA), que poderá efetuar melhorias no projeto. Após, irá ao Congresso. Se aprovada, a Lei passa a valer para os novos estudantes. As indicações devem ser implementadas em um prazo de 10 anos, englobando 50% das escolas e matrículas e introduzidas totalmente em 20 anos.

Fonte: Terra
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JUIZ INDEFERE LIMINAR PEDIDA POR CRISTOVAM PARA GARANTIR REAJUSTE MAIOR NO PISO DOS PROFESSORES

Portaria interministerial estabeleceu reajuste de 8,32%, mas senador defende 19%

Foi indeferida em 10 de janeiro a medida liminar pedida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em ação popular ajuizada para tentar garantir maior aumento no piso salarial nacional dos professores em 2014. Portaria interministerial estabeleceu reajuste de 8,32%, o que resultaria num novo piso de R$ 1.697.37, já que o valor atual é de R$ 1.567,00. No entanto, segundo o senador, o reajuste deve ser de 19% (R$ 1.864,73), para que seja respeitada a legislação em vigor.

A Portaria Interministerial 16/2013, assinada pelos ministros da Educação e da Fazenda, apresentou uma nova estimativa de custo por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para 2013, que serve de referência para a correção do piso salarial do magistério em 2014. O senador Cristovam e entidades sindicais, porém, discordam do critério utilizado pelo governo.

Na ação popular ajuizada por Cristovam, distribuída para a 6ª Vara Federal do DF, ele cita pesquisa do DataSenado na qual a maioria dos entrevistados apontou a baixa remuneração dos professores como o maior problema da educação pública. Ele argumenta que a portaria interministerial é ilegal por desrespeitar os cálculos estabelecidos para o reajuste pela legislação em vigor.

Para o senador, o reajuste estabelecido pelo governo para 2014 não respeita a resolução do Ministério da Educação que, em 2012, definiu critério para reajuste do piso nacional, criado pela Lei 11.738/2008, oriunda de projeto de lei de autoria do próprio Cristovam.

Em entrevista à Agência Senado nesta quarta-feira (22), Cristovam lembrou que apenas a medida liminar foi indeferida e que a ação popular ainda será julgada pela Justiça Federal. Entretanto, ele disse não acreditar numa decisão em curto ou médio prazo.

De acordo com o senador, a ação está muito bem embasada técnica e juridicamente. Ao decidir indeferir a liminar, o juiz federal Társis de Santana Lima argumentou exatamente que seria preciso fazer uma análise estatística, não presente nos autos, para poder decidir sobre o pedido apresentado.

Argumentos
Na ação, Cristovam afirma que a mudança realizada pelo governo, que resultou no índice de 8,32% de aumento, atende à pressão de prefeitos e governadores que dizem não ter condições de pagar o piso salarial.

“Não é mera coincidência que o percentual de correção do piso para 2014 obedeça à demanda dos prefeitos, dos governadores e do próprio governo federal, frente às previsões já enunciadas em meados de 2013. Os dados já consolidados do Fundeb, até novembro de 2013, apontavam crescimento do valor mínimo de aproximadamente 15%. E isso leva a crer que o Ministério da Fazenda e o Ministério da Educação agiram na ilegalidade, a fim de contemplar reivindicações de governadores e prefeitos que dizem não ter condições de honrar o reajuste definido na Lei do Piso, mas que, em momento algum, provam a propalada incapacidade financeira”, diz o texto apresentado à Justiça.

Em abril de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente ação direta de inconstitucionalidade ajuizada por governadores contra a Lei do Piso (ADI 4167). Em 2013, no exame de embargos de declaração, a Corte confirmou que o pagamento do piso era devido desde o julgamento da ação.

Cristovam é autor também do PLS 155/2013, que determina que a União deve garantir diretamente o pagamento do piso nacional a todos os professores da educação básica pública, mesmo que vinculados a estados e municípios. Para Cristovam, já que a maioria dos governadores e prefeitos alegam não ter condições para arcar com o cumprimento do piso, a União deveria ser obrigada a assumir esse pagamento.

Fonte: Agência Senado
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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PISO SALARIAL DOS PROFESSORES

MEC ainda não se pronunciou sobre reajuste do piso do magistério para 2014
Seg, 13 de Janeiro de 2014 11:33 Agência CNM

Ag. CNM
O ano se inicia e até agora o Ministério da Educação não se pronunciou quanto ao percentual de reajuste do piso salarial do magistério para 2014. A falta da divulgação oficial por parte do órgão gera expectativa aos gestores municipais.

De acordo com a Lei 11.738/2008, o critério de reajuste é a variação do valor mínimo anual por aluno dos anos iniciais do ensino fundamental urbano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) nos dois anos anteriores à concessão do reajuste.

No entanto, como a Lei prevê reajuste anual em janeiro e a receita realizada do Fundeb a cada ano é divulgada somente em abril do ano seguinte, o governo federal criou uma fórmula para cálculo do índice de reajuste do piso, que considera a última estimativa do valor aluno/ano do Fundeb nos dois anos anteriores à atualização do valor do piso.

As últimas estimativas do valor aluno/ano do Fundeb para 2012 e 2013, respectivamente publicadas pelas Portarias 1.495, de 28 de dezembro de 2012, e 16, de 17 de dezembro de 2013, foram de R$ 1.867,15 e R$ 2.022,51. Com base no critério adotado pelo MEC, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) prevê um reajuste de 8,32% e um piso salarial de R$ 1.697,39.

A CNM aguarda, entretanto, a divulgação oficial do percentual pelo Ministério.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Pelo valor do piso, CNTE convoca mobilização para início do ano letivo

MEC orienta atualização do piso em 8,32%; previsão era de 19%

Foi publicada nesta quarta-feira (18), por meio da Portaria Interministerial nº 16, a nova estimativa de custo aluno do Fundeb para 2013, a qual serve de referência para a correção do piso salarial do magistério em 2014.

O critério utilizado pelo MEC para atualizar o piso compara a previsão de custo aluno anunciada em dezembro de 2012 (R$ 1.867,15) com a de dezembro de 2013 (R$ 2.022,51), sendo que o percentual de crescimento entre os valores foi de 8,32%, passando o piso, em 2014, à quantia de R$ 1.697,37. Até então, a previsão de atualização era de 19%.

Assim como no ano passado, a CNTE questiona o percentual de correção do piso para 2014, uma vez que dados já consolidados do Fundeb, até novembro deste ano, apontam crescimento do valor mínimo de aproximadamente 15%. E isso leva a crer que o MEC agiu na ilegalidade, a fim de contemplar reivindicações de governadores e prefeitos que dizem não ter condições de honrar o reajuste definido na Lei do Piso, mas que, em momento algum, provam a propalada incapacidade financeira.

Se, em 2013, o calote no reajuste do piso foi de cerca de 8%, este ano ele ficará em torno de 7%, totalizando 15%, fora as contradições interpretativas do acórdão do STF sobre o julgamento da ADIn 4.167, que excluiu o ano de 2009 das atualizações e fixou percentual abaixo do previsto em 2010, conforme denunciado à época pela CNTE.

Diante da nova “maquiagem” que limitará o crescimento do piso, inclusive à luz do que vislumbra a meta 17 do PNE, a CNTE antecipa sua decisão de organizar grande mobilização nacional da categoria no início do próximo ano letivo.

A CNTE também continuará orientando suas entidades filiadas a ingressarem na justiça local contra os governadores e prefeitos que mantêm a aplicação dos percentuais defasados para o piso do magistério, como forma de contrapor os desmandos dos gestores públicos que têm feito caixa com os recursos destinados à valorização dos profissionais das escolas públicas.

Plano Nacional de Educação

O plenário do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (17), a versão do PNE que seguirá para análise final na Câmara dos Deputados.

Em nota divulgada na própria terça, a CNTE expôs sua contrariedade ao relatório final do Senado, apontando os pontos críticos que a Entidade lutará para que sejam revertidos na tramitação da Câmara dos Deputados, que deverá ocorrer no início de 2014.

Essa tramitação derradeira colocará frente a frente os substitutivos aprovados pela Câmara e o Senado, devendo prevalecer um dos dois textos. E a CNTE lutará pela manutenção das metas de alfabetização até o fim do primeiro ciclo do ensino fundamental, pela expansão das vagas públicas na educação profissional e no ensino superior, pela destinação das verbas públicas (10% do PIB) para a educação pública, assim como requererá a manutenção de artigos do projeto de lei e de estratégias do substitutivo da Câmara, a exemplo da que prevê a fixação de prazo para aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional – a fim de que o PNE não se torne uma nova carta de intenções – e da que garante a complementação da União ao CAQ, além de outros pontos.


Escrito por: CNTE