segunda-feira, 14 de abril de 2014

Votação do PNE é adiada para 22 de abril

O relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), apresentou mudanças na questão do financiamento da Educação e que dá maior responsabilidade à União no repasse de recursos a estados e municípios


A votação do Plano Nacional de Educação (PNE) na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto foi adiada para o dia 22 de abril, a primeira terça-feira após a Semana Santa. A expectativa era que a votação fosse concluída hoje (9), mas a sessão, que durou pouco mais de uma hora, foi suspensa com o início da ordem do dia no plenário da Casa. O relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), apresentou mudanças na questão do financiamento da educação e que dá maior responsabilidade à União no repasse de recursos a estados e municípios. Apesar da questão ser polêmica, o debate pautou-se novamente pela questão de gênero.

O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre as diretrizes estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. O plano também destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação – atualmente são investidos no setor 5,3% do PIB brasileiro.

A sessão, inicialmente marcada para as 13h e adiada para as 14h, começou por volta das 15h pela falta de quórum. O plenário 1 da Casa estava lotado. Eram estudantes, trabalhadores, membros de organizações educacionais e membros de grupos religiosos, além de representantes do Ministério da Educação (MEC) e de outros órgãos do governo. As demandas variavam, mas a maioria pedia pelo início da votação.

O presidente da comissão, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), espera que no dia 22 ou 23 a votação seja concluída, mas prevê que ainda ocorrerão muitos debates. Os deputados deverão votar o texto principal e, em seguida, os destaques. Coimbra acredita que deverão ser analisados entre 17 e 24 destaques. Para cada um haverá o encaminhando da orientação da liderança do partido. "Será um trabalho de transpiração", diz.

O relator fez uma alteração no ponto de polêmica que está travando as discussões, retomando o texto da Câmara: "São diretrizes do PNE a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual". A redação contraria grupos e parlamentares ligados a instituições religiosas e que estavam presentes na sessão. Eles defendem que a questão de gênero e a orientação sexual não sejam tratadas na escola.

A redação proposta pelo relator foi construída com movimentos sociais, organizações da sociedade civil, entre outros grupos, ao longo de três anos de discussão. O trecho foi alterado no Senado Federal. Agora os grupos religiosos defendem a retomada da redação anterior, que condensava as desigualdades em: "todas as formas de discriminação".

Para o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), isso está "impedindo a votação do PNE por uma questão que não é menor, é uma questão que é relevante, mas que não é todo o PNE. A questão da promoção da igualdade da erradicação de qualquer forma de discriminação no âmbito escolar é necessária. A escola não é única, ela é diversa. A escola é formada de gente branca, gente negra, gente pobre, mulheres, homens, transexuais, homossexuais, heterossexuais. A escola é um lugar de diversidade".

A União Nacional dos Estudantes (UNE) também pedem a votação, para evitar "que se termine o ano sem um PNE". "Temos urgência em aprovar o plano e, para isso, é fundamental termos foco no que é importante para que a educação brasileira avance", diz a presidenta da UNE, Virgínia Barros.

O presidente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, comemorou a reinclusão da estratégia 20.10, que trata de uma maior responsabilização da União no financiamento da educação em estados e municípios. "A gente conquistou uma lei que determina a obrigatoriedade do governo federal em participar decisivamente da educação básica, mas ainda vai ser preciso regulamentar o processo de participação. Defendemos que seja de forma dura, bastante criteriosa, que o dinheiro não seja desperdiçado por estados e municípios, para que de fato chegue nas escolas", diz.

Uma estimativa da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e da Associação Nacional de Pesquisadores em Financiamento da Educação (Fineduca) mostra que o repasse do governo federal aos estados e municípios passaria de R$ 9 bilhões para R$ 46,4 bilhões. Subiria do equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2% do PIB, nas atuais condições.


Fonte: Agência Brasil
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quarta-feira, 2 de abril de 2014

PNE PODE SER VOTADO HOJE COM 10% DO PIB PARA O ENSINO PÚBLICO

Relator diz que comissão especial da Câmara deve mudar texto do Senado

O relator do Plano Nacional de Educação (PNE), deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), reforçou ontem que vai manter no seu parecer a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) unicamente para a Educação pública. O texto será votado hoje na comissão especial que analisa a proposta. Em videochat promovido pela Câmara, o deputado disse que o texto final deverá ser examinado ainda este mês pelo Plenário da Casa e remetido à presidente Dilma Rousseff para sanção em maio.

O projeto do PNE foi enviado pelo Executivo em dezembro de 2010. Aprovado pela Câmara em 2012, tramitou no ano seguinte no Senado, onde foi alterado, e voltou à Câmara para análise final. Segundo ele, os deputados deverão manter a destinação dos 10% do PIB para a Educação pública, rejeitando o texto aprovado pelos senadores, que estabelece o investimento do mesmo percentual do PIB em Educação, não necessariamente pública, o que poderia beneficiar entidades filantrópicas e assistenciais.

Escolaridade - Respondendo a internautas, o relator disse que o objetivo do PNE é ampliar a Escolaridade da população. Atualmente, segundo Vanhoni, a Escolaridade média do brasileiro é de 7,3 anos. Nos países desenvolvidos, esse número chega a 13 anos. No caso do Ensino superior, o deputado afirmou que apenas 12% dos jovens chegam à universidade.

Na Argentina, são três vezes mais. “O Brasil precisa enfrentar o desafio de consolidar Educação e pesquisa como o principal vetor do desenvolvimento econômico e social, e E isso exige recursos para a Educação pública”, disse o deputado. “O Brasil tem uma dívida muito grande com a Educação. Temos perto de 11 milhões de crianças de 0 a 3 anos que ainda estão fora da Escola. No Ensino médio, quase 1 milhão de jovens estão fora”, afirmou.

Desigualdades- Questionado por internautas, o relator explicou que vai manter a redação de um dispositivo que determina que a superação das desigualdades educacionais dará ênfase à “promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. Esse trecho havia sido alterado no Senado. Um internauta chegou a perguntar se ele iria manter a “ideologia de gênero” no relatório. O parlamentar defendeu que o PNE “deve ser o espaço ideal para que a sociedade promova ações para diminuir as desigualdades, de renda, culturais ou educacionais.

E o nosso País tem uma sociedade profundamente machista”, afirmou Vanhoni. O deputado enfatizou ainda no videochat que uma das principais metas do PNE é estimular a Escola em tempo integral para a Educação infantil. Segundo ele, a meta é incorporar 1 milhão de crianças a cada ano na Educação integral.


Fonte: Jornal da Câmara (DF)
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RESULTADO DO PISA REFLETE PROBLEMAS ESTRUTURAIS DO ENSINO, DIZ ESPECIALISTA

Para Daniel Cara, avançar na qualidade da Educação requer que haja complementação de recursos do governo federal aos estados e municípios

A avaliação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada hoje (1°), que traz o Brasil na 38° posição entre os 44 países que testaram habilidades de estudantes de 15 anos em resolver problemas de raciocínio e de lógica, relacionados à situações do cotidiano, é o reflexo de problemas estruturais da educação brasileira, na avaliação do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), Daniel Cara.

“Isso decorre da maneira como se organiza a gestão da educação no Brasil. Se tem forte responsabilização dos governos municipais e estudais e participação aquém do necessário do governo federal. É um problema estrutural que vem desde a época da proclamação da República. O governo federal é quem mais arrecada recursos e quem menos contribui na área de educação”, disse Cara sobre os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012.

Segundo ele, para avançar na qualidade da educação é preciso que haja complementação de recursos do governo federal aos estados e municípios, de modo a garantir o direito à educação com um padrão mínimo de qualidade. “Essa complementação deve vir junto com uma lei dura para determinar a forma como os estados e municípios vão gastar os recursos, e a sociedade deve poder acompanhar a fiscalização”, conclui.

O coordenador da CNDE acrescenta que é preciso garantir uma política de valorização dos profissionais de educação e escolas com estrutura adequada para o ensino.

O Pisa é aplicado a cada três anos, voltado para leitura, ciências e matemática, e, pela primeira vez, mediu a capacidade de resolução de problemas mais elaborados de lógica e raciocínio. No Brasil, menos de 2% dos estudantes avaliados atingiram a performance máxima na solução dos problemas. A avaliação registra que, no país, as meninas tiveram desempenho melhor que os meninos.

Os países que lideram o ranking da OCDE são Cingapura, Coreia do Sul e Japão. As três últimas posições são ocupadas por Uruguai, Bulgária e Colômbia.

Em dezembro do ano passado a OCDE havia divulgado resultados do Pisa 2012 que mostram que, entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar no desempenho dos estudantes nas três áreas de conhecimento avaliadas.





Inep diz que Brasil tem políticas públicas para ampliar qualidade da educação
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Francisco Soares, disse hoje (1°), que o Brasil tem políticas públicas concretas para continuar ampliando a qualidade da educação ao comentar pesquisa divulgada hoje (1°) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados apontam que o Brasil ocupa a 38° posição entre 44 países que testaram habilidades de estudantes de 15 anos em resolver problemas de raciocínio relacionados ao cotidiano.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012 mostra ainda que, no Brasil, menos de 2% dos estudantes que participaram atingiram a performance máxima na solução dos problemas. “O Pisa mostra que não estamos parados, estamos caminhando. Nos níveis 5 e 6 [níveis que medem o melhor desempenho], o Brasil tem 2% e os países mais consolidados têm 11%. Essa diferença de 2% para 11% é a menor diferença que tivemos desses países em avaliações. Vemos que temos que caminhar, mas já caminhamos também”, disse Soares.

O presidente do Inep disse ainda que o Brasil tem políticas públicas para preparar os estudantes para a solução de problemas concretos como os apresentados no Pisa, entre eles, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Com o Enem, o Brasil trouxe para seu curriculum esse tipo de demanda”, diz.

Na avaliação, os estudantes tiveram que desenvolver atividades como executar tarefas em um aparelho de MP3, usar o controle remoto de um aparelho de ar-condicionado para controlar condições de temperatura e umidade, sem instruções prévias, e simular a compra de um bilhete de trem em um teclado sensível ao toque.

Os países que lideram o ranking da OCDE são Cingapura, Coreia do Sul e Japão. As três últimas posições são ocupadas por Uruguai, Bulgária e Colômbia.


Fonte: Agência Brasil

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ALUNOS BRASILEIROS FICAM ENTRE OS PIORES EM TESTE DE RACIOCÍNIO LÓGICO

Pela primeira vez, Pisa avaliou habilidades cognitivas de estudantes de 44 países. Brasil ficou apenas com a 38ª colocação

Os estudantes brasileiros têm sérias dificuldades para resolver problemas de matemática aplicados à vida real. É o que mostram os resultados de um novo teste do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgados nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil ficou apenas com 38ª colocação entre os 44 países participantes.

É a primeira vez que a OCDE realiza este teste, que buscou avaliar mais as habilidades cognitivas dos estudantes do que seu conhecimento de conteúdo matemático. Participaram do exame cerca de 85 mil alunos, todos com 15 anos de idade. Os adolescentes de Cingapura e Coreia do Sul alcançaram as melhores pontuações nessa avaliação. Veja o ranking completo no final da reportagem.

“Os alunos de 15 anos com dificuldades para resolver problemas serão os adultos de amanhã lutando para encontrar ou manter um bom emprego", disse Andreas Schleicher, diretor interino de Educação da OCDE. "As autoridades e educadores devem rever seus sistemas de ensino e currículos para ajudar os estudantes a desenvolver suas habilidades para resolver problemas, cada vez mais necessárias nas economias atuais".

A OCDE é conhecida por divulgar, a cada três anos, os resultados gerais do Pisa, que, na sua última edição, em 2012, avaliou estudantes de 65 países com provas de matemática, ciência e leitura. Divulgados em dezembro do ano passado, os resultados desses exames mostraram uma realidade péssima para o Brasil. Apesar de uma melhora em matemática desde 2003, quando o Pisa começou, o país estava na 58ª posição, bem abaixo da média nas três disciplinas.

A prova de matemática do Pisa já mostrava as dificuldades dos alunos brasileiros com problemas que pediam raciocínio lógico e conhecimentos básicos da disciplina. Apenas 33% dos alunos de 15 anos do país conseguiram resolver questões com o grau de complexidade mais baixo. Para muitos especialistas, o problema está justamente nos problemas de leitura. A maioria dos nossos estudantes não consegue interpretar o enunciado da questão.

Veja o ranking completo
1º - Cingapura, 562 pontos
2º - Coreia do Sul, 561
3º - Japão, 552
4º - China/Macau, 540
5º - China/Hong Kong, 540
6º - China/Xangai, 536
7º - China/Taipé, 534
8º - Canadá, 526
9º - Austrália, 523
10º - Finlândia, 523
11º - Reino Unido, 517
12º - Estônia, 515
13º - França, 511
14º - Holanda, 511
15º - Itália, 510
16º - República Tcheca, 509
17º - Alemanha, 509
18º - Estados Unidos, 508
19º - Bélgica, 508
20º - Áustria, 506
21º - Noruega, 503
22º - Irlanda, 498
23º - Dinamarca, 497
24º - Portugal, 494
25º - Suécia, 491
26º - Rússia, 489
27º - Eslováquia, 483
28º - Polônia, 481
29º - Espanha, 477
30º - Eslovênia, 476
31º - Sérvia, 473
32º - Croácia, 466
33º - Hungria, 459
34º - Turquia, 454
35º - Israel, 454
36º - Chile, 448
37º - Chipre, 445
38º - Brasil, 428
39º - Malásia, 422
40º - Emirados Árabes, 411
41º - Montenegro, 407
42º - Uruguai, 403
43º - Bulgária, 402
44º - Colômbia, 399


Fonte: O Globo Online

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