quinta-feira, 29 de maio de 2014

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Câmara aprova Plano Nacional da Educação


A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (28), por unanimidade o Projeto de Lei 8035/10, que cria o novo Plano Nacional da Educação (PNE) e apresenta as 20 metas para Educação nos próximos 10 anos. Agora, resta apenas os deputados analisarem os destaques do texto na próxima semana, para que a proposição seja encaminhada para a sanção da presidenta Dilma Rousseff.

A deputada Fátima Bezerra, coordenadora do Núcleo de Educação e Cultura da Bancada do PT, que juntamente com os movimentos sociais, como a CNTE, UNE, UNDIME, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entre outras, lutaram fortemente pela aprovação da matéria pelos deputados, declarou que “aquilo que era um sonho, se tornou realidade. Hoje é um dia histórico para a educação brasileira”.


De acordo com a deputada, esse é um dos maiores legados que o Governo da presidenta Dilma Rousseff poderia oferecer ao país. “Aprovar o PNE é fazer valer o sonho e luta de Paulo Freire, Anísio Teixeira, Florestan Fernandes e tantos outros que lutaram incansavelmente por um Brasil alfabetizado, por Brasil inclusivo e por um Brasil generoso. Parabenizo os movimentos sociais ligados à educação que incansavelmente não desistiram de lutar por um PNE, que está sintonizado com as aspirações dos movimentos sociais, dos professores, dos estudantes e dos gestores de todo país. E o relator, deputado Angelo Vanhoni, pelo brilhante parecer”, congratulou.

“Estamos oferecendo ao Brasil um Plano Nacional de Educação que o país merece, seja na universalização e ampliação da creche à pós-graduação, passando pela educação em tempo integral, como na valorização do magistério brasileiro e do financiamento de 10% do PIB para educação pública”, completou.

Fátima declarou ainda que, agora, é importante acelerar a aprovação dos planos estaduais e municipais, para que no regime de colaboração e cooperação técnica e financeira entre os entes federados, possa se concretizada as metas definidas pelo PNE.

Saiba mais

O PNE tem 20 metas que visam, entre outros objetivos, erradicar o analfabetismo e universalizar o atendimento escolar, com o aumento de vagas em creches, ensino médio, profissionalizante e universidades públicas.

O plano recebeu mais emendas do que a Constituição, cerca de 2916 emendas, sendo 515 somente da deputada Fátima Bezerra. Durante sua gestão como presidenta da Comissão de Educação e Cultura em 2011, a deputada percorreu vários Estados, sempre ouvindo a população e encaminhando as demandas ao relator do projeto, deputado Angelo Vanhoni.

Na sua participação como membro da Comissão Especial na Câmara dos Deputados, Fátima sempre defendeu as metas 17 e 20 - valorização dos professores e mais recursos para educação, respectivamente.


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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Número de conselhos municipais de Educação cresce, mas ainda há desafios

Dados são de levantamento feito pela organização não governamental Todos pela Educação; região Norte é a que tem o menor percentual de municípios com conselhos

O número de municípios com conselhos municipais de Educação vem crescendo nos últimos anos. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.718 (84,8%) já contavam com conselho constituído em 2011. A Região Norte é a que tem o menor percentual de municípios com conselhos de educação (65%) e o Sudeste tem o maior percentual, 90%. Em 2009, 4.403 municípios tinham conselhos e, em 2006, eram apenas 3.760.

Os dados são de levantamento feito pela organização não governamental Todos pela Educação com base em informações da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fortalecer os conselhos como instrumentos de participação e fiscalização da gestão escolar faz parte das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), em debate no Congresso Nacional.

Os conselhos estão previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). No entanto, não existe legislação no país que obrigue uma cidade a ter um Conselho Municipal de Educação. A decisão depende apenas do próprio município. As cidades que não têm esse colegiado acabam dependendo do conselho estadual de educação que normalmente tem sede na capital do estado.

A pedagoga e pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Eloisa de Blasis, avalia que a formação e o trabalho dos conselhos municipais têm avançado, mas que essas instâncias ainda enfrentam desafios. “No Norte e Nordeste ainda temos municípios pequenos, com baixa arrecadação, que, com o fortalecimento da municipalização, não tinham estrutura para garantir a existência desse colegiado, mas estamos avançando nessas regiões”, diz.

Nos municípios brasileiros que têm conselho, a pesquisa aponta que 69,5% deles são paritários, ou seja, contam tanto com representantes da gestão municipal quanto da sociedade civil. Em 2006, menos da metade (47,6%) tinha essa característica.

A composição do conselho deve sempre buscar o equilíbrio entre membros da Secretaria Municipal de Educação, pais e estudantes. Há ainda a possibilidade da participação de entidades religiosas, organizações não governamentais, fundações e instituições de capital privado.

“Temos ainda situações em que o conselho não é necessariamente paritário, a composição algumas vezes vai atender à composição política local”, alerta a pesquisadora Eloisa de Blasis. “Outras vezes ele funciona como fórum paritário e zela pela política de educação do município”, completa.

Os conselhos funcionam como mediadores e articuladores da relação entre a sociedade e os gestores da educação municipal. O órgão tem função consultiva, normativa, deliberativa, mobilizadora e de fiscalização. Faz parte dessas funções, por exemplo, a autorização para o funcionamento de escolas públicas municipais e da rede privada e o acompanhamento da execução de políticas públicas da área educacional.

Uma das atribuições mais importantes dos conselhos municipais é a de cobrar e orientar a elaboração do Plano Municipal de Educação (PME), política que vai reger os rumos da educação da cidade para a década seguinte.

“O conselho tem como função opinar sobre assuntos educacionais, colaborar com a política educacional e a elaboração do plano municipal de educação, zelar pelas distorções normativas em matéria de educação, fazer análises de situações que chegam até eles e precisam de um parecer”, explica Eloisa de Blasis.

Um exemplo de atuação de um conselho vem do município de Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco. O colegiado mantém encontros semanais e é formado por 15 conselheiros, entre eles, representantes da Secretaria de Educação, de pais, alunos, e também do setor privado. Os conselheiros são eleitos por representantes de cada segmento.

“Cabe a nós propor correções de políticas públicas, já fizemos normatização de credenciamento de escola, da relação professor e aluno. Cabe a nós também provocar discussões para que algo necessário seja viabilizado”, explica a presidenta da Câmara da Educação Básica do conselho de Goiana, Carmem Nóbrega.

Ela lembra de um caso em que o conselho conseguiu intervir na reforma de uma escola. Segundo ela, a solicitação de reforma já havia sido feita pelo diretor, estava aprovada, mas a escola não tinha a documentação relativa ao território que ocupava. O conselho, então, atuou com a prefeitura para conseguir o documento e assim viabilizar o início da obra.

Carmem conta que a atuação desses órgãos ainda é um desafio e que o sucesso depende da gestão do colegiado e do combate ao ingresso de pessoas com interesses políticos. “Estamos andando, há muitas contradições, mas as instâncias democráticas estão aí e precisamos da organização de cada conselho. Vemos, em alguns casos, a prática de nepotismo, mas precisamos garantir a indicação de quem efetivamente representa aquele segmento”, diz.


Fonte: Agência Brasil
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Opinião: A Educação e a Copa

"Educação Integral como política pública que procura oferecer espaços qualificados de aprendizagem e de formação", afirma Cleci Maria Jurach

Robótica, Mídias Escolares, Jogos Escolares, Escola Aberta, Olimpíadas de Filosofia, Astronomia, Português e Matemática, Baú de Histórias, Adote um Escritor, Fronteiras da Educação, Cidade Escola, Colônias de Férias, Alimentação Saudável, Músicas e Danças e Vou à Escola. Todos são projetos e ações que buscam dar conta da complexidade social com a qual a Educação dialoga.

Para além de instrumentalizar o Aluno, fornecendo-lhe recursos para se relacionar com a sociedade, interessa-nos dotá-lo de condições para que seja capaz de ler e interpretar o mundo em que vive. Um olhar diferenciado nos leva a encaminhar Alunos de inclusão ao programa de Trabalho Educativo, preparando-os para uma vida independente em sociedade.

Educação integral como política pública que procura oferecer espaços qualificados de aprendizagem e de formação. A proposta de agregar outros tempos à sua jornada regular tem se estruturado a partir da realidade e da capacidade de cada estabelecimento de Ensino. Não há fórmula mágica nem predefinida. Com parcerias e Professores vinculados ao projeto Cidade Escola, dialogamos com cada comunidade Escolar para dar forma a essa proposta, que leva o município a ter 52% dos Alunos da rede no regime de Educação Integral.

Ampliar vagas na perspectiva de diminuir a demanda na Educação infantil é uma constante, como garantia do direito da criança ao convívio Escolar. Essa caminhada é mais sólida ainda porque existe o envolvimento e o profissionalismo de 4 mil Professores e 1,5 mil funcionários. Nesse sentido, a Formação Continuada é marca dessa rede. Oferecer múltiplas e sempre singulares condições para o desenvolvimento e aprendizagem de cada Aluno, de cada Professor, de cada funcionário são compromissos renovados a cada ano pela Smed.

Para isso, investimentos acima dos 25% constitucionais são feitos, infraestruturas constantemente melhoradas e recursos humanos disponibilizados através de concursos públicos já realizados e em processo de nomeação para Educação infantil, Anos Iniciais, Áreas de Conhecimento, Técnicos de Nutrição. Pela primeira vez, através de uma política pública de inclusão, serão nomea-dos monitores no Ensino fundamental, e não apenas na Educação infantil.

Transformar o ano da Copa do Mundo no ano da Educação, quando nossas ações serão movidas pela mesma paixão que o futebol desperta, fará com que utilizemos o evento como ferramenta pedagógica para explorar e aprender com diferentes culturas, línguas e costumes de nossos visitantes.

É assim que projetamos conquistar a Copa da Educação. Nossos Alunos são a razão de ser da nossa profissão. Por eles trabalhamos motivados, felizes e superamos obstáculos, propiciando condições para que a Escola pública ofereça sentido e futuro. Perspectiva concreta de reescrever biografias.

Um ótimo ano a todos e que venha a Copa da Educação.


Fonte: Zero Hora (RS)
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Opinião: Médio, mas não medíocre

"Nos últimos sete anos, com exceção de 2011, quando houve um modesto crescimento, o clima é de estagnação", afirma Luiz Garcia

Há apenas uma boa notícia sobre a Educação básica no Brasil: os responsáveis não estão procurando esconder da opinião pública a séria situação em que ela se encontra. E esta foi revelada pelo Censo da Educação básica realizado no ano passado.

Em poucas e lamentáveis palavras: o Ensino médio, depois da simples Alfabetização, enfrenta uma crise de extrema gravidade: não apenas deixou de crescer como o número de matrículas diminuiu. No ano passado, a queda foi assustadora: 64 mil estudantes a menos. O ministro da Educação, José Henrique Paim, não escondeu o tamanho do buraco.

Nos últimos sete anos, com exceção de 2011, quando houve um modesto crescimento, o clima é de estagnação. Boas notícias, apenas no Ensino básico: 98% das crianças de 6 a 14 anos chegaram à Escola. É bom, mas é pouco: para crescer até modestamente, o país precisa de muito mais do que um nível aceitável de Alfabetização.

Na área do Ensino médio, a situação pode ser definida como crítica: no primeiro ano, uns 30% dos estudantes abandonam a Escola ou são reprovados. É um número alto demais, com consequências negativas óbvias no crescimento do país. A crise é documentada por pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico no seu Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). A OCDE constatou que o Brasil, apesar de fazer esse teste com Alunos já de 15 anos, o que não acontece em outros países, tem resultados inferiores aos demais. Não se pode dizer, vale a pena repetir, que os responsáveis pelo nosso sistema educacional estejam indiferentes ao problema.

A divulgação do Censo de Educação básica prova que ninguém pensa em jogar o problema para debaixo do tapete, até mesmo, vale a pena repetir, porque o governo não dispõe de um tapete grande bastante para isso. E é até possível que as revelações assustadoras da pesquisa incentivem uma reação em todos os níveis da administração pública.

Afinal de contas, o problema é igualmente federal, estadual e municipal. E é bom não esquecer que ele ocorre na etapa talvez mais importante da Educação dos nossos jovens cidadãos: o Ensino médio. Quando ele tem graves deficiências, muitos deles têm problemas graves, seja para começarem a trabalhar, seja para buscarem um lugar nas universidades. Não podemos deixar que, nessa área, médio seja sinônimo de medíocre.


Fonte: O Globo (RJ)
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Editorial: O gargalo do Ensino Médio

"Cerca de 1,5 milhão de jovens, que deveriam estar frequentando as salas de aula, estão fora da escola", afirma jornal

A aferição do desenvolvimento da Educação no Brasil não para de revelar deficiências. O país tem tido, pelo menos, o mérito de manter e aperfeiçoar vários processos de avaliação tanto das Escolas quanto dos Alunos. Melhor assim, pois desconhecer ou quebrar o termômetro não ajuda a baixar a febre e muito menos a tratar a doença.

é velho conhecido dos estudiosos. A má notícia é que ele continua pouco atraente e, em muitos casos, ainda inalcançável para uma multidão de jovens. O fenômeno ocorre em época de elevado nível de emprego e incremento da oferta de oportunidades de realização profissional. Nem o natural apelo que a oferta deveria significar para a faixa etária dos 15 aos 17 anos tem servido de motivação.

O Censo da Educação básica de 2013, divulgado terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC), revelou dado preocupante. Houve queda em vez de aumento do número de matrículas entre 2012 e 2013. Esperava-se salto no percentual de ingressos porque não houve decréscimo da população nessa faixa etária.

Em 2013, segundo o censo, 8,312 milhões de Alunos estavam matriculados no Ensino médio em todo o país. É o pior resultado em cinco anos. Em relação a 2012, a redução foi de 0,7%. O índice parece baixo, mas é inquietante: revela que cerca de 1,5 milhão de jovens, que deveriam estar frequentando as salas de aula, estão fora da Escola. Deixaram, por algum motivo, de dar prosseguimento aos estudos, com evidente perda do enorme potencial de trabalho, criatividade e inovação que representam para um país em crescimento.

O dado alentador do censo, que pode oferecer alguma luz sobre o que fazer para garantir a retomada do crescimento das matrículas no nível médio, é que os esforços do poder público e de instituições mantidas pela iniciativa privada na ampliação da oferta de vagas no Ensino profissional têm conseguido bons resultados. O número de matriculados em Escolas de formação técnica mais que triplicou em cinco anos. Passou de 780,1 mil Alunos para 2,44 milhões em 2013. Em relação a 2012, em vez de queda, houve crescimento de 5,7%.

Orgulhoso de ter avançado na universalização do Ensino fundamental, o país precisa atacar o quanto antes o atoleiro que paralisa a trajetória dos rapazes e moças, impedindo-os de ultrapassar o nono ano de atividade Escolar. Entre as desvantagens do Brasil nos rankings de competitividade, pesquisas internacionais apontam a baixa Escolaridade, medida em anos de estudo.

Bom começo seria aprovação do Plano Nacional de Educação, projeto que se arrasta no Congresso Nacional, em boa parte porque o governo tem travado a aplicação obrigatória de verbas públicas equivalentes a 10% do PIB no setor, independentemente das incertezas do sucesso da exploração do pré-sal. É hora de o Brasil levar a sério a prioridade que os governantes dizem conceder à Educação.

Fonte: Correio Braziliense (DF)
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Editorial: Ensino Médio está em grave crise

"O país perde em vários sentidos quando parcela dos estudantes que cursaram os anos iniciais do ciclo básico abandona a escola", afirma jornal

A cada nova bateria de dados sobre a Educação, a precariedade do Ensino médio fica mais patente. O quadro não é desconhecido, mas preocupa, e cada vez mais. Desta vez, o mensageiro das más notícias é o Censo da Educação básica, de 2013.

Divulgado terça-feira pelo ministro da Educação, José Henrique Paim, o levantamento confirma a tendência de parte ponderável dos formados no ciclo fundamental se evadir da Escola. Enquanto 98% das crianças entre 6 e 14 anos estavam matriculadas nos primeiros anos do aprendizado formal, no segmento de jovens que devem cursar o ciclo médio, de 15 a 17 anos de idade, 15,8% não estudavam, na pesquisa feita em 2012.

A gravidade deste quadro está no fato de que o país perde em vários sentidos quando parcela dos estudantes que cursaram os anos iniciais do ciclo básico abandona a Escola. E o grande prejuízo não é nos recursos do contribuinte aplicados pelo Estado na Escola básica e, numa parcela, desperdiçados.

A maior perda é da oportunidade histórica, porque o país deixará de se beneficiar em sua integralidade do chamado "bônus demográfico", ao não conseguir qualificar a juventude para entrar no mercado de trabalho em condições de atender às necessidades do setor produtivo, crescentemente pressionado pela concorrência externa. Há, inclusive, implicações no financiamento da Previdência, dependente de novos contribuintes para arcar com os benefício de uma parcela crescente da população de aposentados.

Devido ao inexorável processo de envelhecimento da população, este "bônus" tem prazo certo para ser resgatado. No caso brasileiro, como a idade média já sobe em razoável velocidade, pode-se dizer que se está atrasado neste resgate.
É de extrema necessidade um projeto específico de aperfeiçoamento do Ensino médio público. Se foi possível começar-se a melhorar o ciclo fundamental, o mesmo é factível no período seguinte.

E terá de ser algo profundo, sem excluir o currículo, um dos polos das mudanças. Pois está evidente que o Ensino médio não motiva o adolescente, atraído pelo sonho de ganhar o próprio dinheiro no mercado de trabalho, em atividades que exijam menos qualificação. Ou, o pior, não estude, nem trabalhe, e entre no grupo dos "nem, nem".

Boa notícia do Censo é que cresceram as matrículas no Ensino médio em tempo integral e em cursos profissionalizantes. Isso indica caminhos para uma nova política. Mas mesmo aqui há problemas: de acordo com o cientista político Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, muitas Escolas de tempo integral não seguem o melhor projeto pedagógico. Usam, por exemplo, esportes para manter os Alunos na Escola.

Nada é fácil no setor educacional. Mas não há alternativa a não ser enfrentar com firmeza as dificuldades. 


Fonte: O Globo (RJ)
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A cada ano, mais estudantes da Educação Básica migram para escolas privadas

Censo 2013 mostra que rede privada cresceu 3,5% em relação a 2012; na rede pública a situação é inversa: matrículas caíram 2%

A cada ano, os dados do Censo Escolar feito pelo Ministério da Educação mostram uma queda no número de estudantes brasileiros. Esse fenômeno, no entanto, não tem sido percebido na rede privada de ensino. Ao contrário das escolas públicas, as instituições particulares ganham cada vez mais alunos. Entre 2012 e 2013, a rede cresceu 3,5%. A rede pública – que inclui os colégios federais, estaduais e municipais –, por sua vez, tive queda de 1,9% nas matrículas.

O percentual de redução das matrículas na rede pública representa um contingente de 790.415 alunos. Como explicam os especialistas, parte desse número reflete a queda natural no número de estudantes do país, já que a população reduziu de tamanho e as políticas educacionais para correção de fluxo (diminuir a quantidade de jovens reprovados) surtiram efeito. Os números do Censo mostram que essa queda geral nas matrículas foi de 502.602 estudantes entre 2012 e 2013.

Veja tabela aqui.

Os outros 287.813 alunos, no entanto, migraram para a rede privada no ano passado. Agora, a escolas públicas possuem 8.610.032 alunos. A participação das escolas particulares no total de matrículas do País saltou de 12% em 2007 para 17% em 2013. A quantidade, segundo o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) Reynaldo Fernandes, é significativa. Reynaldo já presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela elaboração do censo a partir dos dados oferecidos pelas secretarias estaduais e municipais de educação.

Ele ressalta que muitas famílias, quando melhoram a renda, tendem a colocar os filhos nas escolas particulares. “Toda vez que a economia melhora, as matrículas na rede privada aumentam. As pessoas ainda têm a percepção de que a escola particular é melhor, apesar de existirem muitas ruins. Além disso, a greve se torna outro motivo de transferência”, concorda Ruben Klein, diretor-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave).

Para Rubem, a queda geral no número de estudantes não deve ser vista com preocupação. A redução de quase 3 milhões de estudantes nos últimos seis anos, para ele, é um bom sinal. “Uma parte dessa queda é explicada pela questão demográfica, mas o principal é que menos estudantes estão ficando retidos nas séries. Se analisássemos a população que deveria estar matriculada no ensino fundamental ou no ensino médio, veríamos que temos muito mais matrículas do que deveríamos, porque há muitos fora da série adequada para a idade”, afirma Klein.

A maior perda da escola pública foi na rede estadual. Em 2013, 4,2% dos 18,7 milhões de estudantes matriculados em 2012 deixaram os colégios da rede. Na rede municipal, não houve alteração de alunos. Há cerca de 23 milhões de crianças estudando nos colégios municipais. A rede federal, que é pequena diante das outras, cresceu 5,2%. Em 2012, possuía 276 mil alunos e, em 2013, ultrapassou os 290 mil.

Jornada ampliada

O número de estudantes do ensino médio que estuda em turno integral também aumentou. Ontem, os dados do crescimento da oferta de jornada ampliada para os alunos do ensino fundamental foram ressaltados pelo ministro da Educação, Henrique Paim, como a grande revelação do censo. Em um ano, a quantidade de crianças nas escolas integrais aumentou 45,2%. Há 3,1 milhões de crianças nessas escolas do total de 29 milhões de alunos do ensino fundamental.

Entre os adolescentes e jovens que cursam o ensino médio, a parcela que possui jornada ampliada é bem menor. Em 2013, 377.662 alunos estavam matriculados em turnos integrais. Um percentual de 4,54% dos 8,3 milhões de matriculados nessa etapa. O crescimento em relação a 2012 foi de 26,8%. A maior parte das vagas está na rede pública: 344 mil (um aumento de 28,2% no número de alunos em relação a 2012). Na rede privada, as vagas de jornada ampliada cresceram 14,8%, chegando a 33 mil estudantes.


Fonte: iG
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Opinião: Defasagem entre tecnologias e a Educação

"Dados recentes indicam que, apesar de a maioria dos docentes ter acesso à internet em casa, só 2% utilizam o computador na sua profissão", afirma José Pastore

Ao escrever sobre os computadores que pensam e corrigem erros, no artigo publicado em 11/2/2014, pensei ter chegado ao topo dos avanços tecnológicos. Ledo engano. As leituras sobre o assunto mostram um horizonte infinito. O estoque de inovações que estão prontas ou quase prontas para ser lançadas é enorme e cobre todas as áreas do saber. Na agricultura,por exemplo,fala-se seriamente em fazendas verticais, nas quais legumes e hortaliças serão cultivados de modo intensivo em prédios próximos das cidades, economizando terra, transporte e mão de obra.

Os engenheiros, em parceria com os neurocientistas, estão inventando a transmissão de imagens diretamente ao cérebro, sem passar pela vista, acelerando a captação de conhecimentos. As máquinas de tradução e interpretação simultâneas e as que decifram manuscritos já estão no mercado,substituindo tradutores e intérpretes.

A lista de inovações é imensa. Todas têm enormes implicações para o trabalho humano. São as “tecnologias disruptivas”,que, ao contrário das tecnologias evolutivas, exigem habilidades inexistentes. É isso mesmo. Dentro de dez anos, a maior parte dos seres humanos vai trabalhar com técnicas que ainda não foram inventadas.

A disseminação da computação e da informática porá em risco 47% dos empregos americanos (Carl B. Frey e Michael A. Osborne, The future of employment: how susceptible are jobs to computerisation, University of Oxford, 2013). Na Finlândia,são 36% (Mika Pajarinene Petri Rouvinen, Computerization threatens one third of Finnish Employment, Etla Brief n.º 22, 2014), porque naquele país o sistema de Ensino é melhor do que nos Estados Unidos. Nos dois casos, os seres humanos terão de passar por reciclagem e readaptação profissionais.

Eles só conseguirão acompanhar a evolução tecnológica se tiverem bom senso, lógica de raciocínio, capacidade de transformar informações em conhecimentos, se souberem trabalhar em grupo, numa palavra, se tiverem flexibilidade mental, o que depende de uma Educação de boa qualidade. Havendo flexibilidade, os trabalhadores conseguirão se ajustar, tirando proveito inclusive das novas formas de aprendizagem como a oferecida pela enorme quantidade de cursos a distância viabilizados pela internet.

Não há dúvida. Essa modalidade de Ensino constitui uma poderosa resposta para ajudar a superar as deficiências atuais. Mas, repito, ela será aproveitada apenas por quem passou por uma boa Escola nos níveis fundamental e médio. Aqui reside o angustiante gargalo do Brasil.

O Ensino nesses níveis é precário sob qualquer ângulo. Vejam o caso dos Professores. Temos 1,5 milhão de Professores nos Ensinos fundamental e médio. A grande maioria se formou em Escolas de má qualidade. Não se pode esperar a formação de bons Alunos de Professores limitados. Dados recentes indicam que, apesar de a maioria dos Docentes ter acesso à internet em casa, só 2% utilizam o computador na sua profissão. Não é para menos: nas Escolas públicas, 90% dos computadores estão na secretaria, e não na sala de aula. Há mais uma agravante. Do atual contingente de 1,5 milhão de Professores, 600 mil vão se aposentar nos próximos anos sem perspectiva de serem substituídos por colegas de melhor qualidade, em vista do crônico desinteresse pela carreira do magistério.

Como diz João de Oliveira, esse quadro deveria pôr o País em estado de alerta máximo, exigindo que o governo e a sociedade agissem imediatamente para garantir a formação de uma geração que tenha a necessária flexibilidade mental para se ajustar aos novos métodos de trabalhar (João B. A. Oliveira,O Brasil em alerta máximo, Valor, 18/2/2014). Estou com ele. É isso o que temos de exigir dos candidatos que se aprontam para vender promessas nas próximas eleições. Não se pode combater o progresso tecnológico. Temos de vencer com ele.

Professor DA FEA-USP, É PRESIDENTE DO CONSELHO DE EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO DA FECOMÉRCIO-SP E MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS






3 perguntas para - Tecnologia nas salas de aula
Vice-presidente da divisão de Educação da Microsoft,o americano Anthony Salcito reconhece que a tecnologia transformou as chances de acesso ao conhecimento fora da Escola. Um dos principais desafios hoje, para ele, é fazer com que os Professores não vejam mais aparelhos como vilões, mas aliados dentro da sala de aula.


Quais são as melhores formas de aproveitar a tecnologia na Educação? 

Muitas vezes a conversa sobre tecnologia na sala de aula parece terminar nela mesma. Apenas fornecem computadores para ajudar Professores nas aulas e Alunos a aprenderem.O mais importante, entretanto, é iniciar com perguntas,não com respostas. O que esperamos conquistar? Qualé a dinâmica desses estudantes? Quais as reais necessidades daquele Professor?


Como a tecnologia mudou o papel do Professor?

Não adianta competir coma realidade digital, é preciso usá-la a seu favor. A aprendizagem necessária não é como operar os dispositivos – softwares ou mídias –, mas por que aplicá-los para ensinar diferente.

O Professor agora deve usar os dispositivos para apoiar o estudante na busca pelo conhecimento, dentro e fora da Escola, promovendo discussões e diálogos ainda mais profundos. Recentemente as tendências tecnológicas têm chegado mais rápido às salas porque o apetite cresceu e a distribuição de dispositivos ficou mais fácil.Nos últimos anos, como o Brasil avançou no uso de tecnologias na Educação?

O desenvolvimento socioeconômico contribuiu nas transformações, principalmente de infraestruturadas Escolas. Há boas e inovadoras experiências em diversas partes do País, porém é preciso que os Educadores se comuniquem e partilhem mais informações. Outro caminho importante é dar voz aos Alunos e descobrir o que desejam.

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)
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Aulas de xadrez contribuem para mudar a realidade de escola

Projeto "Xadrez como Ferramenta de Inclusão Social" foi um dos vencedores, no ano passado, da sétima edição do Prêmio Professores do Brasil


Professor de educação física e xadrez na Escola Municipal Jardim das Palmeiras, em Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, Cleiton Marino Santana idealizou projeto para tentar mudar a realidade daquela instituição de ensino, inserida em um complexo de desigualdade e vulnerabilidade social.

O projeto, Xadrez como Ferramenta de Inclusão Social, foi um dos vencedores, no ano passado, da sétima edição do Prêmio Professores do Brasil, na categoria Temas Livres, subcategoria Séries ou Anos Finais do Ensino Fundamental.

Com recursos da Fundação André Maggi, de utilidade pública, foram adquiridos móveis, computadores, impressora, lousa digital, 70 peças de xadrez escolar, dez peças de xadrez oficial, seis livros e 45 relógios específicos do jogo, entre outros equipamentos. “Nosso objetivo era criar a melhor sala de ensino de xadrez do Brasil”, diz o professor.

Além dos alunos que participam das aulas, o projeto conta com alunos-monitores, que ajudam na organização da sala, no ensino da modalidade e em outras atividades. Cada monitor é responsável por uma área do projeto e recebe treinamento semanal sobre os conceitos técnicos do jogo e de suas metodologias de ensino. De acordo com Cleiton, isso contribui para a evolução do aluno-monitor quanto a itens como cumprimento de horários, responsabilidade, organização, respeito, paciência, autocontrole e demais habilidades necessárias à futura inserção no mercado de trabalho.

As aulas de xadrez fizeram tanto sucesso que logo ultrapassaram o horário da educação física, ao qual estava restrita. O projeto foi ampliado e, hoje, a sala de xadrez fica aberta de segunda a sexta-feira, das 7 às 11 e das 13 às 17 horas. Aos sábados, das 7 às 11 horas, com atendimento a mais de 750 alunos por semana.

Com a repercussão, outras escolas mostraram interesse. Isso levou Cleiton a preparar alunos integrantes do projeto para atuar como professores-monitores nas demais instituições.

Com graduação em educação física e pós-graduação em docência do ensino superior, Cleiton considera o xadrez uma grande ferramenta escolar, pois a prática colabora para a concentração do aluno. Entre os bons resultados do projeto, ele cita melhoria no rendimento, como a obtenção de notas médias melhores entre os alunos que praticam o jogo em relação aos demais.

Estímulo — Os estudantes convidados a participar de competições em eventos municipais, regionais ou nacionais tiveram a oportunidade de conhecer localidades e de entrar em contato com outras culturas. Para o professor, que está no magistério há 12 anos, a atividade contribui, assim, para ampliar os horizontes e as perspectivas dos alunos. Ele afirma ainda que a oportunidade de participar de torneios e fazer viagens é um estímulo para que os alunos não integrantes do projeto passem a se dedicar ao xadrez.

O desenvolvimento do projeto Xadrez como Ferramenta de Inclusão Social possibilitou, ainda, a integração entre pais e alunos, a aprendizagem de tecnologias (computador e lousa digital), a criação da Associação de Xadrez de Campo Novo e o destaque dos monitores do projeto na segunda fase das Olimpíadas Brasileiras de Matemática.


Fonte: MEC
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Conhecimento em jogo

Como uma Olimpíada de Língua Portuguesa pode estimular a leitura e a escrita, e ajudar a reverter os péssimos indicadores de português do país

Somente metade da população brasileira tem o hábito de ler livros. Entre essas pessoas, a média de leitura é de duas obras inteiras por ano. Nossa taxa de Analfabetismo entre jovens e adultos é de 8,7%, número que pula para 18,3% quando se trata de Analfabetos funcionais.

O País ainda amarga o 55º lugar no ranking de leitura do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), estando à frente só de dez países. Num cenário como esse, em que fica evidente a falta de estímulo e valorização do Ensino de Língua Portuguesa, esforços para a celebração do conhecimento devem ser vistos como um importante passo para promover uma nova realidade que permita a melhoria desses números.

Se depender dos milhões de Alunos que devem participar das Olimpíadas de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, há esperança. O concurso, realizado pela Fundação Itaú Social e pelo Ministério da Educação, lança sua quarta edição na segunda-feira 24 e se firma como um programa que estimula estudantes do Ensino fundamental e médio de Escolas públicas a se envolverem cada vez mais com a língua.

FOCO
Oficina de Ensino em Belo Horizonte, parte do programa das Olimpíadas de Língua Portuguesa

Para Sineudo Pedro dos Santos, 24 anos, finalista regional na última edição das Olimpíadas, em 2012, a experiência abriu muitas portas. “Depois que participei, senti que é possível chegar mais longe”, diz. A afirmação ganha ainda mais peso por causa da sua trajetória. Santos saiu do Ceará e mudou-se para Tamboara, no Paraná, em 2010, para trabalhar em lavouras de cana.

Como ainda faltava cursar o último ano do Ensino médio, decidiu voltar para a Escola dois anos depois. Para conseguir uma boa nota em Língua Portuguesa, escreveu um texto sobre sua própria realidade: a de um cortador de cana nordestino vivendo no interior paranaense. Foi selecionado pela Escola e ficou entre os finalistas. “O reconhecimento foi grande. Até ganhei uma bolsa de estudos em uma universidade”, conta.

A Professora de Santos, Vanicléia de Oliveira Sousa Rebelo, reitera o impacto positivo do projeto. “Muda a vida do Aluno. Ele se sente valorizado e passa a dar muito mais importância ao aprendizado”, afirma.

DEDICAÇÃO
A potiguar Taiana Cardoso Novais foi uma das vencedoras da edição de 2012.
"Meu sonho é ter uma biblioteca em casa"

Do Norte e do Nordeste vêm outros dois exemplos. Taiana Cardoso Novais, do Rio Grande do Norte, foi uma das vencedoras das Olimpíadas em 2012. “Sempre gostei muito de ler e de escrever e fiquei bastante empolgada com a possibilidade de participar do concurso”, afirma Taiana. Hoje com 18 anos, ela faz faculdade de engenharia de produção e, sempre que pode, usa seu tempo para escrever artigos e crônicas, seus gêneros favoritos. “Mas também sou apaixonada por livros. Meu sonho é montar uma biblioteca em casa.”

Outra ganhadora da última edição, Ana Lina Souza de Oliveira, 18 anos, diz que viu no evento uma maneira de fazer com que outras pessoas conhecessem a hidropirataria, um dos dramas de Macapá, cidade onde vive. “É uma polêmica local. Navios cargueiros internacionais abastecem seus reservatórios com água do rio Amazonas, levando várias espécies aquáticas. Fiquei orgulhosa por levar esse assunto para conhecimento nacional”, afirma.

PREMIADA
Ana Lina Souza de Oliveira, de Macapá, foi a Brasília para receber a medalha na categoria "artigo de opinião"

Na opinião de Patrícia Mota Guedes, gerente de Educação da Fundação Itaú Social, um dos benefícios do projeto é justamente fazer com que o Aluno se volte para sua própria realidade, conhecendo melhor o lugar onde vive. “As produções são muito ricas e têm um retorno positivo para a comunidade”, diz.

Patrícia ainda destaca o programa de formação continuada dos Professores que se inscrevem nas Olimpíadas. “São disponibilizados materiais para que sejam trabalhados os gêneros textuais em sala de aula de maneira dinâmica.” Priscila Cruz, diretora-executiva da Todos Pela Educação, acredita que um dos grandes funis de aprendizado em língua portuguesa se dá entre o final do Ensino fundamental e o Ensino médio. “Na primeira etapa da Educação, voltada à Alfabetização, há muito progresso. Mas depois os índices de aprendizado caem muito. Por isso, trazer novos estímulos, como é o caso das Olimpíadas, é uma maneira de melhorar o desempenho dos estudantes.” 


Fonte: Revista Isto É
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Brasil deve melhorar infraestrutura e acesso à Educação de qualidade, diz OCDE

Relatório da Organização diz que o Brasil deve diminuir o acesso desigual à Educação de qualidade

Relatório divulgado hoje (21) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) diz que o Brasil deve resolver problemas estruturais como o acesso desigual à educação de qualidade e deficiências de infraestrutura para incentivar a criação de empregos e o equilíbrio na proteção social. O relatório Avançando Rumo ao Crescimento 2014 foi apresentado pela OCDE em Sydney, na Austrália.

Uma das recomendações da OCDE é que o Brasil aprimore os resultados e a igualdade no acesso à educação, melhorando a remuneração dos professores, expandindo programas de formação profissional e concedendo incentivos de desempenho a esses profissionais. “No caso do Brasil, as reformas na área da educação contribuirão para a redução das desigualdades”, diz o relatório.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) é destacado no relatório como uma ação notável, responsável por um sistema de ensino profissionalizante cujo objetivo é ampliar a rede de escolas técnicas federais e dar treinamento gratuito a jovens de baixa renda.

A OCDE também faz recomendações ao Brasil na área econômica, tais como aumentar o investimento privado em infraestrutura, remover obstáculos à concorrência, reduzir as distorções no sistema tributário e incentivar a formalização dos trabalhadores.

O relatório ressalta que o governo simplificou procedimento para obras públicas e também cita o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dizendo que as ações do programa estão em fase de implantação, mas que ainda há muito a ser feito para acelerar o investimento em infraestrutura.


Fonte: Agência Brasil
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Ensino Médio é o grande gargalo da Educação no Brasil, aponta MEC

Já as matrículas nas creches e escolas de Ensino Integral têm trajetória positiva

Dados divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta terça-feira (25) apontam que no ensino médio o número de matrículas ficou estável entre 2012 e 2013. Segundo as informações do Censo Escolar, 8,3 mil estudantes estavam matriculados ao longo dos dois últimos anos. Por outro lado, as matrículas nas creches cresceram 7,5% e nas escolas de educação integral tiveram alta de 45% no mesmo período.

O MEC admite que a estabilidade no número de matrículas não é satisfatório. Para o presidente do Inep, os dados vão melhorar, uma vez que os investimentos feitos nessa área são de longo prazo.

O ministro da Educação, Henrique Paim, avalia que Ensino Médio é o grande desafio do governo.

— Teve uma enorme inclusão de alunos no Ensino Médio. Eu tinha um número pequeno e nós incluímos muita gente. O fluxo está melhorando, então esses números vão mudar ao longo da história. Para Paim, o Ensino Médio é o grande desafio do governo.

Ele frisou que o esforço é grande e que o governo trabalha com várias instituições no sentido de ter o que classificou como “ensino médio inovador”. É um esforço que está sendo feito nessa direção.

Creches e instituições de ensino integral

O Censo Escolar mostra que, no ano passado, mais de três milhões de estudantes estavam matriculados em escolas que oferecem aula em período integral no Ensino Fundamental. O ministro comemora os números e avalia que os dados são reflexo das políticas públicas e programas do governo.

-- As políticas públicas que o Brasil tem promovido ao longo dos últimos anos já se refletem na realidade brasileira e isto é reafirmado pelos dados do Censo Escolar.

Outro dado que o governo considera positivo é o crescimento de matrículas em creches do País. Nos últimos sete anos, houve um aumento de quase 73% no número de matrículas – passou de 1,5 milhão em 2007 para 2,7 milhões no ano passado.


País tem menor número de matrículas na Educação Básica dos últimos 7 anos
O Brasil tem o menor número de crianças matriculadas, em escolas públicas e privadas, na educação básica dos últimos sete anos. O dado foi retirado do Censo Escolar 2013, divulgado pelo Ministério da Educação nesta terça-feira (25). A análise revela que 50.042.448 estudantes terminaram 2013 matriculados em instituições de ensino – uma queda de 1% na comparação com o ano anterior.

Em 2007, início da série histórica do Censo Escolar, esse número era de 53.028.928. A maior queda foi registrada nos quatro anos finais do ensino fundamental. Os dados revelam que o número de matrículas caiu de 13,6 mil em 2012 para 13,3 mil em 2013 – uma queda de quase 3%.

Para o ministro da Educação, Henrique Paim, a queda não é preocupante. Segundo ele, os dados revela o movimento de queda demográfica aliado a uma melhoria na qualidade do sistema de ensino.

— É considerada uma queda boa porque nós temos, de um lado, um movimento demográfico, a população com essa faixa etário vem reduzindo ao longo desses anos e, ao mesmo, tempo, temos um melhor desempenho do aluno e menor retenção do sistema.

Na avaliação do presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Francisco Soares, a o menor número de matrículas também mostra que o fluxo escolar está ficando cada vez maior, com taxas de repetência menores.

— O sistema está ficando melhor. O fluxo está melhorando, as crianças não estão ficando retidas, concluiu.


Fonte: R7
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Rede social de Educação reúne 31 milhões de usuários em 190 países

Em seis anos de existência, Edmondo promove troca de experiências entre professores e diminui 'solidão' da profissão

Quando a porta da sala de aula se fecha, o professor se vê ali, sozinho, com 30, 40 alunos. Bate insegurança, dúvida, solidão, os educadores costumam dizer. Mas a tecnologia tem ajudado a diminuir essa sensação. O Edmodo, maior rede social do mundo voltada para a educação, tem se fortalecido como um espaço em que, para além de organizar a sala de aula com atividades virtuais, os professores podem trocar experiências boas ou ruins, aprender juntos, compartilhar materiais.

Em seis anos de existência, a rede já reúne mais de 31 milhões de usuários, entre educadores e estudantes, espalhados por 190 países, inclusive no Brasil. Desde 2011, eles organizam a EdmodoCon, um dia inteiro de atividades voltadas ao desenvolvimento profissional.

“Com o Edmodo, é como se estivéssemos abrindo as portas da sala de aula, fazendo com que ela fique mais transparente, diminuindo a solidão do professor”, afirma Cesar Nunes, que há anos utiliza a ferramenta para a formação de professores. Ele tem prestado assessoria à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, que usa o Edmodo em grande escala, como ferramenta oficial da rede.

Nunes conta que a primeira etapa das formações é fazer com que os professores usem a plataforma como se fossem alunos – o que ajuda a diminuir o gap geracional e faz com que os eles compreendam a perspectiva dos estudantes. Isso porque o Edmodo funciona como uma rede social mesmo, em que cada integrante tem um perfil e pode interagir com seus pares. No caso da plataforma, os professores criam turmas e convidam seus alunos a participar de discussões, marcam atividades por um calendário comum, propõem quizzes e indicam materiais interativos relativos aos assuntos debatidos. No seu uso tradicional, o educador convida seus alunos, que são do ensino básico. Nas formações para professores, os moderadores fazem o papel do professor e, os professores, o papel dos alunos.

A segunda etapa das oficinas de Nunes se baseia em usar o potencial do Edmodo para discussões profundas, a partir da troca de experiências práticas. “Conseguimos expor as boas práticas e as discussões não ficam só na teoria”, afirma o especialista. Quando um professor forma um grupo de alunos na plataforma, essa turma recebe um código. Só quem tem esse código pode acompanhar as discussões.

Assim, quando os dilemas e as boas práticas estão sendo discutidas nas oficinas para professores, eles são convidados a mostrar seu trabalho para os colegas. Ao compartilhar o código, esse professor pode mostrar em detalhes como desenvolveu atividades ou resolveu problemas. “Nós criamos heróis dentro da rede, com trabalhos que já existiam e não tinham espaço para ser compartilhados”, diz Nunes.

Para Ana Maria Menezes - coordenadora de tecnologias educacionais da Cultura Inglesa de Uberlândia e usuária do Edmodo desde 2009, quando a plataforma ainda estava no início e nem menu em português tinha - diz que a plataforma ajuda a democratizar o conhecimento. "Antigamente, o poder estava em ter um conhecimento que ninguém tinha. Hoje, essa relação com o conhecimento mudou completamente. Quanto mais você, professor, compartilha o que sabe com os colegas, mais você será procurado como alguém que tem algo a compartilhar."


Fonte: Portal Porvir
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ONU alerta para sistemas de ensino que discriminam pessoas com deficiência

Pesquisa observa que as escolas não podem negar alunos com deficiência e devem adaptar currículos e métodos de ensino para fazer com que todos tenham acesso igual à Educação

Um estudo realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) mostra que os sistemas de ensino têm adotado abordagens discriminatórias em relação às pessoas com deficiência, muitas vezes, infringindo o direito à educação.

Alguns estudantes são impossibilitados de frequentar a escola por causa de uma deficiência. Outros vão para colégios especiais, resultando em segregação. Ainda há aqueles que vão para colégios regulares, mas que são obrigados a se adaptar às normas da instituição.

O estudo explica que a inclusão de alunos com deficiência implica na eliminação de barreiras que restringem ou proíbem sua participação no sistema de ensino em geral e a mudança de culturas, políticas e práticas das escolas regulares para se acomodarem às necessidades de todos os alunos.

A educação inclusiva fornece uma plataforma para combater o estigma e a discriminação. Ela também permite que as pessoas com deficiência, que normalmente sofrem desproporcionalmente com o desemprego, participem plenamente da sociedade.

A pesquisa observa que as escolas não podem negar alunos com deficiência e devem adaptar currículos e métodos de ensino para fazer com que todos tenham acesso igual à educação. As medidas devem ser postas em prática para eliminar barreiras físicas, socioeconômicas e de comunicação, dando, se preciso, apoio individualizado para facilitar a inclusão.

O estudo, que defende a adoção de uma meta para educação inclusiva na agenda de desenvolvimento pós-2015, também recomenda a contratação de professores que são qualificados em linguagem gestual e Braille e têm formação para lidar com as necessidades dos alunos especiais.

De acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a educação inclusiva é essencial para a realização do direito à educação, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades.


Fonte: UOL Educação
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Opinião: O Brasil em alerta máximo

"O Brasil não precisa de mais Professores. Precisa mudar radicalmente o perfil das pessoas que vêm para o magistério e o sistema de formação e carreiras", afirma João Oliveira

O Brasil não precisa de mais Professores. Precisa mudar radicalmente o perfil das pessoas que vêm para o magistério e o sistema de formação e carreiras. Vejamos os dados.

O Brasil tem mais de 1,5 milhões de Professores na Educação básica - 40% deles com mais de 40 anos de idade. A cada ano, cerca de 30 mil Professores ingressam no magistério. Em sua grande maioria, esses novos Professores cursaram a Escola pública, situam-se entre os 10% com piores notas no Enem e ganham entre 50 e 70% do salário médio de outras profissões equivalentes em anos de Escolaridade. Aumentos significativos dos salários dos Professores tanto em termos absolutos quanto relativos, nas últimas duas décadas, não resultaram em mudança no perfil de recrutamento nem em melhoria no desempenho dos Alunos. Mesmo onde os salários são significativamente maiores do que a média nacional, esse quadro não se altera.

Na era da sociedade do conhecimento, em que a qualidade dos recursos humanos é o fator mais importante de produtividade, essa informação deveria colocar os responsáveis pelos destinos do Brasil em estado de alerta máximo. O que está em jogo não é apenas o futuro das pessoas - é o futuro da própria nação.

Se todas Escolas fossem de tempo integral e cada Professor cuidasse de uma turma não faltaria Professor

O problema é complexo, mas o terreno é bem mapeado. As soluções também são bem conhecidas - o que não significa que sejam fáceis de implementar. Comecemos pelo quantitativo: temos cerca de 1,5 milhão de turmas de Ensino fundamental e médio, 1,5 milhão de Professores pessoas-físicas, mas pagamos 3 milhões de "cargas horárias": em outras palavras, para cada turno de aulas que os Alunos frequentam na Escola, pagamos o equivalente a dois contratos de salários de 20 horas/aula por Professor. Ou ainda: se todas Escolas fossem de tempo integral e os Professores cuidassem de uma turma não faltariam Professores no Brasil. Isso dá uma ideia da ineficiência.

As propostas em curso - como a redução do tempo de trabalho em sala de aula, o gatilho embutido no piso salarial e as propostas do Plano Nacional de Educação (PNE), de aumentar o ganho em função de titulação só contribuem para tornar o sistema ainda mais ineficiente e para impedir possíveis soluções eficazes. Tais problemas são agravados pela ineficiência da operação de duas redes públicas de Ensino num mesmo município e pela disfuncionalidade do Ensino médio.

O debate não poderia ser mais oportuno. Primeiro, o número de Alunos está diminuindo em função da demografia e pode diminuir mais com o fim da reprovação em massa. Segundo, a oportunidade de ampliação para o tempo integral, se feita em bases racionais, poderia ensejar um novo arranjo de carreiras e remuneração, desde que isso motive a revisão das políticas relacionadas ao magistério. Terceiro: a proximidade das eleições. O governo federal pode ter um papel importante na busca e no encaminhamento de soluções viáveis. E, sobretudo, pode deixar de atrapalhar. Nos parágrafos seguintes, estão delineadas contribuições para o debate do tema.


Qualquer equação duradoura para estabelecer um sistema educativo de qualidade requer que os salários de Professores e respectivos encargos representem no máximo 50% dos gastos com a operação de um sistema Escolar. Isso significa que o pagamento dos Docentes necessários para ministrar um turno de Ensino a cada turma de Alunos - seja de tempo integral ou parcial - deveria custar no máximo 50% do custo total de operação da rede. Sem isso, não sobram outros recursos para tornar eficaz o trabalho dos Professores. Hoje, esse gasto varia de 60 a 100%.

Por exemplo, se os Professores necessários para uma turma custam R$ 60 mil/ano e a turma tem em média 25 Alunos, o custo/Aluno/ano deve ser de aproximadamente R$ 4,8 mil. O custo médio atual para tempo parcial é de

R$ 2,2 mil. Por outro lado, a ineficiência no uso do tempo do Professor significa menores salários para cada hora trabalhada. Antes, portanto, de fazer promessas e de aumentar os encargos para Estados e municípios é preciso fazer as contas.

Em segundo lugar, será necessário tornar o magistério uma carreira atrativa para Alunos do Ensino médio situados acima do percentil 70 num teste como o Enem ou a Prova Brasil. Isso requer uma série de medidas consistentes, bem conhecidas, e que não se limitam a salários. Mas sem atrair e manter pessoas desse calibre no magistério não se melhora a Educação. Não há formação e capacitação que conserte.

Por último: qualquer solução é de longo prazo, e exige uma política que atuem em dois tempos: uma nova carreira, em novas bases, concebida dentro de uma equação financeiramente viável associada a oportunidades de transição para os atuais Professores. O que não dá para fazer é uma nova carreira que abranja a todos e incorpore todas as ineficiências do sistema atual - inclusive os aposentados.

Num país federativo como o Brasil, é necessário muita prudência para interferir na questão, especialmente por parte do governo federal. Estados e municípios hoje já não conseguem suportar os custos dos diversos encargos, leis, programas e projetos concebidos em Brasília.

Entre as ações que o governo federal poderia empreender estariam estímulos para projetos de municipalização do Ensino fundamental associados a políticas de expansão para o tempo integral economicamente viáveis, inclusive do ponto de vista de criar carreiras atrativas para Professores.

Outra linha de ação seriam estímulos para a diversificação do Ensino médio pelas redes estaduais, com maior participação do setor privado e do setor produtivo na oferta de um Ensino não-acadêmico. Mas para que esses estímulos sejam viáveis, seria necessário eliminar os entraves hoje criados pela legislação, e que serão agravados caso se aprove o PNE. Algum pré-candidato à Presidência da República habilita-se a estudar a fundo essa questão? Ou a própria presidente, Dilma Rousseff, deseja rever posições? Só assim, será possível tirar o Brasil do alerta máximo.

*João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa e Beto

Fonte: Valor Econômico (SP)
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Editorial: Brasil e os analfabetos

"As metas propostas pela ONU dificilmente serão cumpridas em sua totalidade, visto que, se falarmos apenas no analfabetismo, na última década, o número de adultos analfabetos caiu apenas 1%", afirma jornal


Em recente relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de um total de 774 milhões de adultos Analfabetos no mundo, 72% deles estão concentrados em dez países e nessa lista está o Brasil, em 8º lugar.

Não surpreende que a Índia lidere o ranking, com um total de 287 milhões de Analfabetos, seguido de China e Paquistão. No entanto, a taxa de Analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais, consideradas adultas, foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de Analfabetos no Brasil.

Os números são surpreendentes. Porém, a crise na aprendizagem não é só no Brasil, mas um problema global. Em 2000, 164 países assumiram o compromisso de atingir seis metas para melhorar a Educação até o final de 2015 e desde então são monitorados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as metas estão expandir o atendimento Escolar na primeira infância, universalizar o Ensino primário, ampliar as oportunidades de estudo da população adulta, reduzir o Analfabetismo em 50%, alcançar a igualdade de gênero e melhorar a qualidade da Educação.

De fato, as taxas de Analfabetismo têm caído entre a população mais jovem, mesmo que não nas estimativas esperadas. Mas, o grande número de Analfabetos no mundo se concentra entre idosos, principalmente em municípios pequenos, que na maior parte estão no interior dos estados. As metas propostas pela ONU dificilmente serão cumpridas em sua totalidade, visto que, se falarmos apenas no Analfabetismo, na última década, o número de adultos Analfabetos caiu apenas 1%.

O relatório vai mais além ao destacar que 250 milhões de crianças de todo o mundo não estão aprendendo o básico na Escola e afirmando que 10% do que é investido em Educação primária são desperdiçados em um Ensino de baixa qualidade, formando o que conhecemos como Analfabetos funcionais – aqueles jovens e adultos incapazes de ler uma única frase.

Se falarmos da Educação no Brasil e dos desafios propostos, conseguimos melhorar no primeiro aspecto, ampliando o atendimento em Creches e Pré-Escolas; e no segundo, que prevê matricular todas as crianças no Ensino fundamental. No entanto, as condições de acesso à Educação não são igualitárias e a ampliação do número de estudantes na Educação primária ainda não significa a universalização do acesso aos conhecimentos básicos.

A Educação no país apresenta dois pontos positivos: conseguimos atingir 94,4% da população de 7 a 14 anos matriculados no Ensino fundamental e temos conseguido reduzir as distorções série-idade, já que a proporção de jovens na idade para o Ensino médio é mais do que o dobro da que tínhamos em 1995. Além disso, o país aumentou o acesso ao Ensino superior através de diversos programas. No entanto, falta muito. E o principal, falta ao governo compreender que a Educação é a chave para nos tornamos um país exemplar em todos os aspectos.



Fonte: Diário de Pernambuco (PE)
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PL que desobriga ensino de sociologia e filosofia na escola será modificado

Deputado recebeu críticas depois de protocolar projeto de lei que previa o fim dessas disciplinas no Ensino Médio


Desde 2008, todas as escolas brasileiras são obrigadas por lei a ensinar sociologia e filosofia durante o ensino médio. Considerado um avanço por muitos professores, a obrigatoriedade estaria ameaçada por um projeto de lei de autoria do deputado federal Izalci Lucas Ferreira (PSDB-DF). Questionado pelo Terra, o parlamentar garantiu, contudo, que vai retirar a proposta do texto, que prevê também outras mudanças.

Ferreira disse ter recebido muitas críticas pelo projeto. Ele esclarece que considera as disciplinas importantes, mas questiona a carga horária dedicada a elas atualmente e explica que o objetivo original de sua proposta era um ensino transversal, de forma que os assuntos de sociologia e filosofia permeassem outras disciplinas. Entretanto, o deputado mesmo ressalta que nem todos os professores de outras licenciaturas possuem formação adequada para lidar com sociologia e filosofia.

O Projeto de Lei (PL nº 6.003/2013) pretende alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seus artigos 9º, 35º e 36º e propõe, além da questão que envolve as duas disciplinas, aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de forma seriada, em cada um dos três anos dessa etapa, e ampliar a carga horária mínima do ensino médio para 3 mil horas (hoje são 2.400 horas). Com a ampliação, segundo o deputado, seria possível aumentar o número de horas de sociologia e filosofia.

O desejo de ampliar a carga horária e trabalhar com interdisciplinaridade é compartilhado pelo subsecretário de Gestão de Ensino da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e professor de sociologia, Antonio Vieira Neto. "Desejo que as competências de sociologia sejam percebidas em outras disciplinas. Este é o trabalho de integração curricular por área de conhecimento", afirma. Vieira Neto diz que o conhecimento é algo único e não fragmentado. "A ideia é que o aluno tenha uma visão geral do contexto do conhecimento onde tudo isso esteja integrado", observa.

Segundo o professor de Sociologia e Filosofia do Colégio Visconde de Porto Seguro de São Paulo, Steevens Beringhs, essas duas disciplinas são importantes por provocarem no aluno uma reflexão crítica. "Não só da sociedade como um todo, mas de si próprio também. Sobretudo, elas trazem subsídios para reflexão enquanto ser humano", afirma. Vieira Neto diz que as duas disciplinas entraram na matriz curricular para dar uma dimensão social e política do mundo aos estudantes. "Isso serve para dar condições, porque alguns não convivem com isso nas suas próprias casas", afirma.

Além de trazer o contexto do mundo para escola, Vieira Neto acredita que o conteúdo dessas matérias fazem com que os alunos entendam a sociedade e como ocorre o seu funcionamento. O professor de filosofia do Colégio Estadual Araucária, em Araucária, no Paraná, Ivanildo Luiz Monteiro acredita que suas aulas são os momentos em que os alunos mais têm oportunidade de expor o que sentem. "Eles não têm aquela inibição de dizer o que pensam porque sabem que ali não estão sendo julgados", diz. Nas suas avaliações, ele prefere trabalhar com seminários, nos quais a turma tem liberdade de participar das discussões. Para a realização da atividade, é orientada uma pesquisa prévia com auxílio de uma bibliografia. Na sua escola, são oferecidas duas horas por semana de filosofia.

Apesar de algumas escolas priorizarem conteúdos tradicionais como matemática e português, com foco nas provas de vestibular, Beringhs enxerga a "dupla" como conteúdos-chave para os processos seletivos, inclusive o Enem. "Elas servem como argumento para as redações, que representam boa parte desse tipo de prova. Além disso, são disciplinas sensibilizatórias, que incitam a reflexão crítica", aponta.

O interesse do jovem em uma determinada disciplina é muito relativo, acredita o subsecretário. Ele afirma que há uma tendência dos alunos darem maior importância às matérias de português e a matemática, porque essas seriam as grandes dificuldades do ensino médio. Por outro lado, Beringhs diz que a receptividade dos alunos na sala de aula "é a melhor possível". Ele relata que os estudantes percebem ter uma distância muito grande entre ler o livro didático e o livro original de pensadores, como Roberto DaMatta, por exemplo. "Por serem de uma geração mais crítica, eles encontram na sociologia um caminho para um aprendizado mais autônomo", afirma.

O professor diz que tem uma condição ideal na escola, onde as disciplinas são oferecidas nos três anos do ensino médio. Além disso, no nono ano do fundamental, a escola oferece aulas que tratam de atualidades e já introduzem os assuntos de filosofia e sociologia. São facultativas, mas a procura é grande, segundo Beringhs.


Fonte: Terra
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NEUROCIÊNCIA VIRA FERRAMENTA PARA MELHORAR APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS

Entendimento sobre o funcionamento do cérebro facilita trabalho de professores e pode revolucionar a sala de aula

Professores da educação básica de algumas escolas brasileiras têm experimentado estudar algo, aparentemente, muito distante da realidade da própria formação: a neurociência. Projetos ainda pouco comuns – mas inovadores e com bons resultados onde já foram testados – têm mostrado que os conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro pode ser um grande aliado dos educadores.

Durante a graduação, os educadores se concentram nos estudos dos estímulos que provocam aprendizagem. “O problema é que ela depende fundamentalmente da biologia, da organização e da estrutura do sistema nervoso para acontecer. Conhecendo essas caraterísticas, o professor consegue entender porque algumas estratégias que utiliza funcionam e outras não”, ressalta Leonor Bezerra Guerra, professora do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Pioneira em divulgar a neurociência no mundo educacional, Leonor diz que os avanços da tecnologia digital permitiram compreender sinapses e processos cerebrais essenciais para o funcionamento do cérebro. Com isso, a ciência que estuda o sistema nervoso tem colaborado para a compreensão de outras áreas de conhecimento, como a psicologia e a educação.

Os professores começam a perceber, agora, que o processo biológico da aprendizagem não diminui a importância da educação. “É o estímulo que a criança recebe do meio externo que fará com que ela adquira atitudes, hábitos, valores”, destaca a professora, que coordena o projeto NeuroEduca da UFMG, que divulga e orienta educadores sobre o tema. Sem a resistência, os professores podem enxergar nesse conhecimento um potencial transformador.

Leonor lembra que, sem a devida atenção para o conteúdo repassado pelo professor, o aluno não conseguirá ativar o centro de memória do cérebro. “O sistema nervoso precisa estar direcionado à experiência. Se o professor não consegue chamar a atenção do aluno para que as redes neurais sejam ativadas, ele não vai memorizar e armazenar informações”, explica.

Novas estratégias
O educador que estuda a neurociência é convidado a entender que todos podem aprender desde que as estratégias sejam adequadas. “Não basta dar acesso à escola, é preciso garantir que as crianças aprendam”, afirma Regina Migliori, que acaba de publicar o livro Neurociências e Educação, que traz pesquisas e modelos de aplicação prática desses conhecimentos em sala.

“Isso cria um novo patamar de responsabilidade dos educadores no desenvolvimento das crianças. A quantidade de diagnósticos de crianças com déficit de atenção é uma piração. Infelizmente, vemos muitas abordagens que têm um ponto de partida equivocado na identificação do problema”, reforça Regina.

Taís Ciboto, professora no curso de pós-graduação em Neurociência aplicada à Educação das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), acredita que os conhecimentos da neurociência podem ser instrumentos para que professores lidem com situações para as quais não foram preparados. Mas não é uma “receita de bolo”. “É importante lembrar que o ser humano completo vai para a sala de aula. Não é só a inteligência, mas também as emoções, o que ele vive fora da escola”, diz. O curso de pós-graduação em neurociência da FMU existe desde 2012 e já formou 50 alunos.

Primeiras experiências
Idealizado no ano 2000, o NeuroEduca tinha a pretensão de ampliar as palestras esporádicas, feitas pela professora Leonor desde 1994, para explicar em inúmeras escolas o que era a neurociência e como ela poderia auxiliar o processo educacional. O projeto passou a atender solicitações de escolas públicas e particulares, fazendo capacitações ou palestras de “sensibilização ao tema”.

“Isso não significa que o professor vai usar novas estratégias em sala de aula. Às vezes, ele não reflete sobre mudanças e mudar é difícil para qualquer um”, comenta. Quase 14 anos e 25 mil educadores formados ou “sensibilizados” depois do início, Leonor se contenta em saber que o interesse pelo tema é crescente. Ela, que também é autora do livro Neurociência e educação: como o cérebro aprende, conta que muitos estudos e grupos surgiram nos últimos anos.

Agora, ela gostaria de ver as graduações em pedagogia inserindo o tema em seus currículos. “Pretendo ainda sensibilizar os cursos para incluir o conhecimento sobre as bases neurológicas da aprendizagem das diretrizes curriculares nacionais”, afirma.

Meditação e concentração
Regina Migliori é doutora em Filosofia da Ciência e pós-graduada em Neuropsicologia e conduz o programa Meditação, Neurociência e Educação. O projeto está em fase de testes em uma escola do Sesi de Alagoas para ser ampliado para toda a rede depois. Lá, tem feito sucesso.

O primeiro passo é a formação dos professores. Depois de um curso de oito semanas, eles testam as práticas que farão com os próprios alunos. Usam exercícios de meditação para treinar o foco e a atenção dos alunos e os ensinarem a lidar com as emoções durante o processo de ensino e aprendizagem.

Dilson Costa Neves, diretor geral da Escola Sesi Industrial Abelardo Lopes em Alagoas, conta que o colégio já desenvolvia um trabalho de tentar concentrar os alunos antes das aulas. Pelo sistema de som da escola, eles faziam todos pararem atividades, refletirem, treinarem a respiração e se concentrarem antes das aulas. “O projeto está dentro do que a gente acredita. É uma maneira de repensarmos a aprendizagem e as nossas práticas pedagógicas”, pondera.

Segundo ele, os professores estão encantados com o que aprenderam. “Eles agora repensam suas práticas para não dar aulas repetitivas, encontrar novas formas de chamar a atenção dos estudantes, estimulá-los a aprender e passaram a trocar mais experiências com os colegas”, conta Neves.


Fonte: iG
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ESTUDO APONTA DISTORÇÃO EM MÉTODO DO ENEM

MEC divulga a classificação das escolas em que pelo menos 50% dos alunos participaram da prova. Para pesquisadores, isso reduz o estímulo por parte das instituições para que os alunos prestem o exame

As metodologias do Ministério da Educação (MEC) para calcular as médias e definir os rankings estaduais do Exame Nacional do Ensino médio (Enem) estão gerando resultados incorretos, conforme aponta um estudo realizado pela Secretaria de Educação (Seduc), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Segundo a pesquisa, entre outros problemas, os dados divulgados pelo MEC comprometem a avaliação real do Ensino público e desestimulam a participação dos estados no exame.

O levantamento, realizado pelo Professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Daniel Lavor, e pelo secretário adjunto de Educação, Maurício Holanda, teve como base os microdados do Enem de 2011, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), e leva em consideração apenas os Alunos de Escolas públicas.

De acordo com Daniel Lavor, a principal distorção dos dados ocorre a partir da comparação entre estados e Escolas que possuem índices diferentes de participação de Alunos. "Uma Escola em que apenas os melhores Alunos fazem o Enem vai ter uma média mais alta", diz.

Avaliação baixa
O cálculo de médias estaduais desconsiderando o percentual de Alunos, na visão dos pesquisadores, faz com que as redes públicas não se empenhem em incentivar a participação de todos os estudantes na prova para manter uma média nacional alta.

O levantamento sugere duas propostas de cálculo de desempenho para corrigir as distorções. "Nossa ideia é que se fale da média e da quantidade de estudantes que fizeram a prova", resume Maurício Holanda. Atualmente, o MEC divulga a classificação das Escolas em que pelo menos 50% dos Alunos participou da prova. "Ainda assim, não tem como comparar essas Escolas entre si", reforça Daniel.

Contagem
Um dos métodos sugeridos na pesquisa consiste em multiplicar a média que o estado alcançou pelo índice de participação de Alunos. "Esse cálculo se justifica porque inclui todos os estudantes na conta", aponta o Professor. Na contagem feita durante o estudo, utilizando o novo cálculo, o Ceará, que teve a sexta maior participação no exame, subiu 17 posições no ranking nacional de desempenho no Enem, indo do 24º para o 7º lugar.

O Espírito Santo, que possui o maior índice de participação, com 80% de Alunos na prova, subiu do 11º para o 1º lugar na classificação, enquanto Santa Catarina, que ocupava o 2º na média nacional, caiu para a 20ª posição por ter apenas 39,6% de Alunos fazendo a prova.
A outra equação sugerida no estudo contempla o nível de aprendizado dos Alunos, analisando o porcentual que conseguiu atingir a nota mínima desejada no Enem. Para a secretária de Educação do Estado, Izolda Cela, a reavaliação dos resultados do exame deve contribuir para otimizar o Ensino público.

De acordo com Maurício Holanda, o levantamento da Seduc já foi submetido à presidência do Inep e deve ser apresentado aos demais gestores de Educação durante a reunião do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed), que será realizado em março, no Amapá. 


Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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