segunda-feira, 20 de julho de 2015

Seis projetos do Cenpec passam a compor o Guia de Tecnologia do MEC

Guia é uma ferramenta que auxilia os gestores educacionais na escolha de materiais e tecnologias de qualidade para o uso nas escolas públicas brasileiras

A partir deste ano, seis iniciativas desenvolvidas pelo Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) passam a compor o Guia de Tecnologias do Ministério da Educação. O resultado do último lote do Edital de 2014 foi publicado no Diário Oficial na última segunda-feira (22/06). O Guia é uma ferramenta que auxilia os gestores educacionais na escolha de materiais e tecnologias de qualidade para o uso nas escolas públicas brasileiras.

Dentre as ações realizadas pelo Cenpec, foram selecionados para compor o Guia o Portal da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro; os cursos online Caminhos da Escrita e Sequência Didática: aprendendo por meio de resenhas; o Programa Jovens Urbanos e os projetos de Aceleração de Aprendizagem do 1º ao 5 º ano e do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

“A inclusão desses seis projetos no Guia de Tecnologias do MEC é extremante importante para nós. É o reconhecimento de que estamos cumprindo nossa missão de desenvolver tecnologias sólidas e de qualidade voltadas para a melhoria da educação pública”, alegra-se Maria Amabile Mansutti, coordenadora técnica do Cenpec. Segundo ela, estas ações foram construídas, aperfeiçoadas, avaliadas e implementadas em muitas redes de ensino. Agora, com o reconhecimento do ministério, certamente terão maior impacto sobre as políticas educacionais.

Outros projetos do Cenpec também já foram selecionados em edições anteriores do Guia de Tecnologia do MEC como o Aceleração de Aprendizagem do 6º ao 9º ano, o Programa Jovens Urbanos, Incentivo à Leitura, Melhoria da Educação no Município e o Projeto Criança. Confira abaixo os projetos do Cenpec selecionados no Edital 2014:

PORTAL DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA ESCREVENDO O FUTURO

O que é: Disponibiliza materiais, fóruns, debates e cursos online de formação de professores com o objetivo de contribuir para o ensino da língua portuguesa, utilizando a metodologia que considera os gêneros textuais e seus usos sociais. A Olimpíada tem caráter bienal e, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Nos anos ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos. Acesse o portal e saiba mais. Realização: Iniciativa da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec. Parceria com Todos pela Educação, Canal Futura, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

CURSO ON-LINE CAMINHOS DA ESCRITA

O que é: Curso desenvolvido preferencialmente para professores de Língua Portuguesa em exercício na rede pública de ensino, que lecionem no Ensino Fundamental II e Médio. Educadores dos anos iniciais também podem participar. Com duração de 12 semanas, o conteúdo está estruturado para que o participante desenvolva, em grupo, um projeto de práticas de letramento que possa ser realizado em sala de aula. Mais informações no site.
Realização: Iniciativa da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec. Tem como parceiros na execução das ações: Canal Futura, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

CURSO ON-LINE SEQUÊNCIA DIDÁTICA: APRENDENDO
POR MEIO DE RESENHAS


O que é: Formação de professores no ensino de Língua Portuguesa que possibilita ao participantevivenciar uma sequência didática para escrever uma resenha de um produto cultural. O curso tem duração de 12 semanas e é voltado para educadores que atuam escolas públicas no Ensino Fundamental e Ensino Médio. Saiba mais no site.
Realização: Iniciativa da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec. Parceria com o Canal Futura, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

“A inclusão do Portal da Olímpiada da Língua Portuguesa e dos cursos de formação no Guia no MEC amplia a possibilidade de que mais pessoas tenham acesso ao nosso trabalho. Hoje a nossa comunidade tem cerca de 270 mil educadores de todo o país cadastrados, que encontram não apenas apoio teórico e material de referência sobre a língua portuguesa, mas uma rede de muita troca, onde os professores inspiram uns aos outros” - Sonia Madi, coordenadora da Olimpíada de Língua Portuguesa.


PROGRAMA JOVENS URBANOS

O que é: Formação de jovens de 16 até 21 anos que habitam as metrópoles. Sua metodologia formativa tem como objetivo promover o desenvolvimento de sensibilidades e o envolvimento reflexivo dos jovens com os territórios da cidade, oferecendo oportunidades para que conheçam e explorem espaços onde estão concentradas práticas juvenis, artísticas, tecnológicas, relativas ao mundo do trabalho, das políticas, das ciências, de promoção da saúde, de lazer e de esportes. Saiba mais no site.
Realização: Iniciativa da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec, investe na atuação em rede, na qual poder público, organizações locais, comunidades, população e entidades de reconhecida expertise social e técnica agem articulados, de forma a multiplicar esforços e recursos.

“O PJU já foi selecionado pelo Guia de Tecnologias do MEC em outras edições. Esse é um espaço fundamental para disponibilizar a metodologia para todos os municípios, não apenas para colocar o Cenpec em contato com outras organizações públicas e privadas, mas principalmente para disseminar a nossa visão de juventude, que requer políticas públicas intersetoriais, como as de educação integral, da secretaria de juventude, da assistência social e do ministério do trabalho” - Wagner Santana, coordenador do Programa Jovens Urbanos.

ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM

O que é: Formação de professores do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de gestores educacionais com base em material didático-pedagógico (para professores e alunos), especificamente elaborado para a organização curricular e pedagógica das classes de aceleração. O objetivo do projeto é reintegrar crianças e jovens com distorção idade-série, ou seja, que estão fora da idade escolar adequada. Mais informações no site.
Realização: Iniciativa da Fundação Volkswagen com coordenação técnica do Cenpec.

“Ficamos muito satisfeitos com esse reconhecimento, em especial pela nossa experiência de atuação nos anos finais do Ensino Fundamental frequentemente tão esquecido. Este é um projeto de qualidade, com resultados efetivos na superação do atraso escolar, que ainda é muito grave em todo o país” - Claudia Petri, gerente de projetos do Cenpec.
 
 
Fonte: Portal Cenpec  
 
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Opinião: Tecnologias no ensino - com qual conteúdo?

Não há dúvida de que mesclar o estudo por livros impressos com objetos digitais é o caminho mais indicado; mas, para dar certo, há que garantir conteúdo de qualidade", afirma Andrea Ramal

A Microsoft acaba de lançar um site que ensina a usar o Minecraft – um dos jogos eletrônicos mais populares do mundo – com finalidade educacional. Ao fazer isso, vai ao encontro de duas tendências das novas formas de aprender: a gamefication (didática que usa desafios, competições e ambientes lúdicos para resolver problemas) e a incorporação de recursos digitais ao ensino.

Isso não significa que o livro didático será substituído. Mas, se até pouco tempo ele era o principal material de referência, a partir de agora esse recurso deve se relacionar com objetos digitais, como vídeos, exercícios interativos e estudos de caso multimídia, viabilizando ao aluno uma experiência de aprendizagem com percursos flexíveis, ainda que bem estruturados.

A questão não é qual tecnologia, mas que conteúdo se coloca dentro dela. O caso do Minecraft pode ser uma tentativa interessante, mas há que lembrar que se trata apenas de mais um ambiente, sem muito conhecimento dentro. Ele exercita o poder de tomar decisões, a criatividade e a resolução de problemas, mas em algum momento, o aluno terá que acessar e estudar conteúdos mais complexos.

Não há dúvida de que mesclar o estudo por livros impressos com objetos digitais, conforme os percursos e ritmos de aprendizagem de seus alunos, é o caminho mais indicado para que escolas e universidades brasileiras melhorem o padrão de desempenho dos estudantes. Isso implica reestruturar os planos de ensino, associando de forma lógica as aulas presenciais e as atividades à distância.

Mas, para dar certo, em cada área do conhecimento, há que garantir conteúdo de qualidade também nos aplicativos eletrônicos. É preciso ter cuidado com certas adaptações, improvisos e produções caseiras sem grande valor didático.

Um ou outro aplicativo popular e divertido sempre pode motivar os alunos. No entanto, é mais provável que os melhores resultados de aprendizagem sejam os que derivem de conhecimento impresso e digital consistente, oriundo de autores e editoras de referência na área técnica, científica e acadêmica, estudado com a orientação de professores bem preparados. É isso que, para além de divertir e motivar, desenvolve competências para o trabalho e para a vida.
 
Fonte: G1  
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Aproximar a escola do aluno, o maior desafio do século 21

Para especialistas, não basta empurrar a tecnologia para dentro da sala de aula

Métodos do século 19,mais professores do século 20 e alunos do século 21. Desta forma, a conta da educação não fecha. É assim que o educador e filósofo Mario Sérgio Cortella analisa o dia a dia das salas de aula no País. A solução, porém, não é apenas empurrar a tecnologia para dentro da escola. Para Cortella e especialistas, é fundamental entender o papel do professor e levar em consideração o mundo dos alunos.

“Muitos professores falam:‘os alunos não são mais os mesmos’.Então eu me pergunto:por que eles dão aula do mesmo jeito?”, questiona Cortella, provocador. Segundo ele, para conseguir minimizar os conflitos,o professor precisa ficar atento ao que é arcaico – do passado e que lá deve ficar – e ao que é tradicional e deve ser levado para sempre. Já sobre o novo, tecnologia, por exemplo,ele garante que é preciso entender o papel que ela deve ter.

“Tecnologia é ferramenta. O principal é entender o que emociona nossos alunos e trabalhara partir disso, usando a tecnologia como ponte”. Em sua opinião, a internet proporciona informação. Mas informação é apenas o caminho para se alcançar o conhecimento.E é do professor a tarefa de conduzir isso.

A consultora de Educação da Bett Brasill,Vera Cabral Costa, pensa semelhante. Segundo ela, professor não é a fonte única do conhecimento e o Google está aí para provar isso. O que aprender também mudou e datas e “decorebas” hoje não fazem diferença, já que a informação está disponível em todo lugar.“Oque vale é a capacidade de usar a informação e transformá-la em conhecimento. A tecnologia não desvaloriza a profissão docente. Ao contrário.De transmissor do conhecimento,o professor passa a ser o maestro da transformação do aluno em cidadão autônomo”.

Barreiras

Andrea Guedes tem 35 anos e é professora orientadora de informática educacional (poie).Ela concorda que as aulas devem ser mais atrativas para que a aprendizagem dos alunos possa ser mais efetiva. No entanto, há barreiras a vencer,para que a teoria de aulas dinâmicas para atender essa nova geração de alunos vire prática.“Hoje a informática, que é como que trabalho, por si só não é uma novidade para os alunos. O papel dela é contribuir como ensino em todas as outras matérias. Mas isso ainda acontece de diferentes formas”.

Para Andrea, a rede particular consegue integrar melhor a tecnologia às disciplinas. Já na rede pública, a questão esbarra na demora burocrática para que os equipamentos cheguem às salas de aulas.“Hátambémaresistênciadealgunsprofessoresaferramentastecnológicas.Por outro lado,muitoseducadorestrabalhammaisdeumperíodoefaltatempoparaqueelessequalifiquem”. Na opinião dela,pensar na educação do século 21 é equacionar esses problemas.

Indisciplina

Porém, nada assusta mais no dia a dia escolar do que a indisciplina, diz Cortella. E isso, afirma, vem de casa. “ Os pais de agora tiveram um descuido:acharam que seus filhos eram seus pares e não seus subordinados”. Assim,para ele, as crianças crescem confundindo desejo com direito e um exercício na escola é uma afronta.

Além disso, o cotidiano que deixa os pais mais ausentes também impacta. “Às vezes, o primeiro adulto que o aluno vê no dia é o professor perguntando da lição e exigindo disciplina.Aí ele vai para cima mesmo”. Por isso, Cortella defende que trabalhar a indisciplina não deve ser uma ação isolada entre professores;precisa fazer parte de um projeto político pedagógico e que,necessariamente, precisado apoio da família.
 
Fonte: A Tribuna (SP)  
 
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Participação constante dos pais reforça os laços com a escola

Escola em Minas Gerais procura manter comunicação constante com as famílias dos alunos; pais vão à escola para contar histórias e participar de competições esportivas
A Escola Estadual Professor Joaquim Pimenta de Araújo, no município mineiro de Água Boa, a 380 quilômetros de Belo Horizonte, procura manter comunicação constante com as famílias dos alunos. Para isso, promove reuniões e desenvolve projetos que contribuem para o fortalecimento de suas iniciativas. A escola atende aproximadamente 400 alunos do ensino fundamental.

Além de convidadas a participar de eventos pontuais, como festas e datas comemorativas, as famílias são chamadas a colaborar em ações desenvolvidas ao longo do ano letivo. Assim, os pais vão à escola para dar depoimentos, contar histórias, participar de competições esportivas e até mesmo desenvolver, com os professores, oficinas de culinária e de artesanato.

“O principal benefício de uma maior participação das famílias é o aumento da confiança mútua”, diz Elenita Alves Xavier Barreiros, diretora da instituição. “A família sente segurança quanto ao trabalho da escola, e a escola sente-se apoiada e confiante no desempenho de suas funções”, destaca. Para ela, a relação de credibilidade reforça os laços que vão além dos muros da escola e acaba por beneficiar toda a sociedade. “É importante que os pais percebam que a presença é sempre bem-vinda”, assegura Elenita. Há 24 anos no magistério e há dez na direção, ela tem licenciatura plena e pós-graduação em matemática.

Para Andréia Christina Alves Barroso Leite, vice-diretora, a participação das famílias proporciona mais credibilidade à escola. “O aluno passa a ter mais confiança, e a família é respeitada em seus direitos”, analisa. De acordo com Andréia, embora ainda exista uma parcela que sempre está ocupada demais para participar ativamente dos trabalhos propostos, as famílias costumam atender bem aos convites. “Quando se trata de educação, é fundamental plantar a semente e regá-la constantemente, confiando sempre que colheremos bons frutos”, enfatiza Andréia. Há 15 anos no magistério, ela tem graduação no curso normal superior.

Diálogo — “Procuro envolver os pais nos projetos da escola e até mesmo nas atividades diárias que realizo na sala de aula”, explica Márcia Rodrigues de Paula Moraes, professora de turma de terceiro ano do ensino fundamental. “Nas reuniões com os pais, discutimos os projetos, como o de recital de poesia, por exemplo”, diz. Márcia também mantém contato pelo celular e pelo whatsapp. “Se alunos faltam, ligo pessoalmente para saber o porquê e sempre que necessário”, revela. “Nosso diálogo é permanente.”

Há 15 anos no magistério, a professora acredita que a participação efetiva da família na escola torna o processo ensino-aprendizagem mais dinâmico e prazeroso para o aluno. Além disso, enfatiza, contribui para elevar a autoestima dos alunos e melhorar a disciplina. Márcia tem graduação em curso normal superior e pós-graduação em docência superior.

Fonte: Portal MEC 
 
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Entenda o que é a Base Nacional Comum de Ensino

Ideia é criar uma base para o ensino que seja comum em todas as escolas do Brasil

Educadores de várias partes do Brasil se reuniram em um Seminário Internacional que aconteceu nesta quarta-feira (8), em Brasília, para debaterem a reformulação do ensino médio e a construção de uma base nacional curricular comum.

A ideia é criar uma base para o ensino que seja comum em todas as escolas do Brasil. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Eduardo Deschamps, considera que, atualmente o conteúdo do ensino médio está direcionado somente para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Não é o caminho adequado, os países com educação de classe mundial desenvolveram a partir de uma base comum os seus currículos que guardam espaço para a diversidade, como no Brasil vai ter que ter”, completa.

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que a base nacional curricular comum da educação básica deve estar concluída até junho de 2016. A Base Nacional é uma das vinte metas do PNE e está prevista na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes.
 
 
Fonte: Agência Brasil  
 
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Ex-interno da Fundação Casa é premiado na Olimpíada de Matemática

Adolescente cumpriu medida socioeducativa durante um ano e sete meses. Cerimônia de premiação da Obmep 2014 acontece nesta segunda no Rio

O Theatro Municipal do Rio recebe na tarde desta segunda-feira (20) a cerimônia de premiação da 10ª Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), com a presença do matemático Artur Ávila, o brasileiro vencedor da Medalha Fields, considerada o "Nobel da Matemática". No total, participaram 18 milhões de estudantes: 6.500 ganharam medalha e 46.200, uma menção honrosa. Neste último grupo estão 37 adolescentes que cumpriam medida socioeducativa no Brasil. O G1 conversou com um deles, A. T. S., ex-interno da Fundação Casa, em São Paulo.

O adolescente parou os estudos ainda no ensino fundamental para trabalhar. Durante o período em que ficou internado, em uma unidade na Zona Sul da Capital, ele voltou a ter aulas e concluiu o primeiro ano do ensino médio. Sem ter aulas preparatórias para a Obmep, o jovem teve a nota mais alta da unidade – no total 542 internos da fundação chegaram à segunda fase do torneio.

"Eu fiquei feliz [quando soube da menção honrosa]. Foi um passo muito grande para mim ter conseguido terminar a prova. Tentei fazer a prova com tudo o que eu aprendi aqui dentro", conta o jovem.

O gosto por fazer cálculos, porém, não se estende às regras do português. "Eu fiz a olímpiada de português, mas não passei. Eu gosto mesmo é de educação física e matemática. Das outras matérias eu não gosto muito, não. Prefiro fazer contas, pensar. A matemática faz a gente pensar muito e eu consigo raciocinar."

Volta às aulas

A. foi desinternado em março deste ano, após cumprir um ano e sete meses de medida socioeducativa por roubo. Hoje, planeja fazer carreira e voltar aos estudos. "Eu trabalho com descarregamento de carga. Eu tenho que terminar a escola, mas não tem vaga. Ficaram de ver se conseguem para este meio de ano, mas acho que no ano que vem tem."
De acordo com a pedagoga Kátia Martins de Aguiar, que há tres anos trabalha na Fundação Casa, a olimpíada é uma forma de medir o desenvolvimento do aluno e de motivá-lo. "Essas competições são um incentivo, é muito bom para eles. Proporciona a procura de um sentido, de reconhecer o próprio potencial. Faz com que eles possam se apoiar nos estudos e ver que este é o caminho", afirma.

Filho de uma doméstica e sem contato com o pai, A. pretende mudar sua vida para crescer junto com a namorada e a filha de quase dois anos. "Quero crescer na vida, ser alguém, dar orgulho para a minha mãe, família, minha filhinha."

Defasagem escolar

Segundo balanço da Fundação casa, 9.965 adolescentes cumprem medida socioeducativa em 148 centros no estado de São Paulo.

Para Aguiar, a defasagem escolar é muito comum entre os adolescentes que são internados. "Eles não frequentaram a escola, se evadiram, e aqui dentro acontece a escola. Estes adolescentes têm que amadurecer e pensar no porquê estão aqui. Eles não podem simplesmente passar por aqui, tem que haver uma reflexão e devem evoluir aqui dentro", afirma a pedagoga, que ressalta que a mudança é um processo lento.

"O meu trabalho é de plantar sementinhas. Demora, mas quando eu vejo um resultado como esse me encorajo a seguir em frente."

Obmep 2014

Mais 18 milhões de alunos de 46.698 escolas do país todo se inscreveram na 10ª Obmep. Para participar, os estudantes devem estar matriculados da 6ª a 9ª série do ensino fundamental e nos três anos do ensino médio de escolas públicas. Alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) também podem participar.

Os 6.500 jovens com maiores pontuações na segunda fase da Olimpíada receberão medalhas. Segundo a Obmep, são 501 de ouro, 1.500 de prata e 4.500 de bronze.

Os medalhistas também receberão bolsas de iniciação científica e poderão se candidatar ao Programa de Iniciação Científica e de Mestrado (PICME), quando estiverem matriculados no ensino superior. Além disso, 46.200 participantes receberão também certificados de menção honrosa. Os professores, as instituições de ensino e as secretarias municipais de educação também receberão prêmios.

A edição de 2015 da Obmep ainda está em andamento.
 
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Fonte: G1