segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Mais da metade dos analfabetos funcionais do país estão empregados

Levantamento é do Instituto Montenegro em parceria com o Ibope.
Maior parte está empregada na Agropecuária (21%).

No mercado de trabalho tem vaga para quem não desistiu de estudar. O levantamento é do Instituto Montenegro em parceria com o Ibope, que o Bom Dia Brasil antecipa.

Lembra dos brasileiros que só conseguem ler e escrever informações bem simples, os chamados analfabetos funcionais? 60% estão empregados.

A maior parte está empregada na Agropecuária (21%), depois quase empatados vem Comércio (17%), Serviços Domésticos (16%) e Construção Civil (15%).

Já entre os que não leem e não escrevem nada, só metade consegue emprego (47%). A notícia animadora é que o percentual de analfabetos absolutos vem caindo, hoje são 4%. Em 2001, eram 12%.

Isso mostra que a preocupação maior hoje é com a qualidade do ensino. Tem mais gente estudando, mas nem por isso o resultado é melhor. Porque é grande ainda o número de analfabetos funcionais, aqueles que dominam números e letras, mas não conseguem interpretar um texto.

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Alfabetização: quando meu filho vai aprender a ler e a escrever

É preciso respeitar o tempo da criança. Entenda como funciona esse processo e saiba o que você pode fazer para estimular o interesse pelo universo das letras sem pular etapas 
 

Cada criança tem o seu tempo. Você já deve ter escutado isso muitas vezes na ansiedade de saber quando o seu filho engatinharia, daria os primeiros passos, começasse a falar... A alfabetização não é diferente, e também é preciso perceber e levar em conta o interesse dela pelo universo das letras -- tanto faz se ele surgir aos 3 ou aos 6 anos. Não há necessidade de comprar um alfabeto de EVA e mostrar todo dia ao seu filho, mas também não precisa fazer cara de paisagem se ele perguntar com que letra começa o seu nome antes mesmo de iniciar a alfabetização. É saudável que essa curiosidade parta da criança e não há motivos para podar, desde que seja realmente um interesse genuíno dela.
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QUANDO HÁ PROBLEMA DE ALFABETIZAÇÃO

“Os adultos não devem impor censuras sobre o que a criança pode ou deve ler e escrever, nem sobre a idade certa para esse aprendizado”, defende Maria do Rosário Longo Mortatti, professora da Unesp e presidente da Associação Brasileira de Alfabetização. “A criança não precisa pedir ou esperar permissão dos pais ou da escola. Ela pode e deve começar esse aprendizado quando desejar.”

COMO DESPERTAR O INTERESSE NA CRIANÇA?

Em primeiro lugar, nunca force a barra nem queira fazer o papel da escola. Mas, sim, os pais também têm função importante nesse caminho. É preciso oferecer à criança um ambiente de letramento desde cedo. O que isso quer dizer? Conversar desde a barriga, falar diretamente com o filho quando bebê, ter muitos livros em casa ao alcance dele e contar histórias.
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11 DICAS PARA ESTIMULAR O SEU FILHO NA ALFABETIZAÇÃO - SEM PRESSA

“As famílias precisam conversar mais e ficar menos tempo em frente às telas. A oralidade é a primeira fase da escrita. Quando a criança é incentivada a falar e a se expressar, o processo da alfabetização fica mais fácil”, aponta Gisela Wajskop, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e colunista da CRESCER. Gisela ressalta também o valor da leitura. “Na maioria dos países desenvolvidos e com bons modelos de educação, como Austrália, Nova Zelândia, Finlâdia e Canadá, a expectativa de alfabetização é entre 6 e 7 anos, isso porque há muito incentivo à leitura desde cedo. Na escola, os professores leem muito. Em uma sala de educação infantil, há mais de 100 títulos à disposição dos alunos”, conta.

Um estudo do Centro Norueguês de Leitura da Universidade de Stavanger mostrou a importância de ler em casa desde os primeiros anos de vida da criança para a aquisição da leitura e da escrita formais na escola.Os pesquisadores analisaram as habilidades de 1.171 alunos da primeira série (crianças que completam 6 anos) e entrevistaram os pais para saber com que frequência e quanto liam para os filhos, desde quando faziam isso e qual era o número de livros infantis que tinham em casa. Os resultados indicam que, quanto mais significativo é o livro na vida das crianças desde pequenas, mais preparadas elas estarão para aprender a ler e escrever.

SEU FILHO ESTÁ PRONTO PARA A ALFABETIZAÇÃO?

Estar pronto para a alfabetização depende ainda do desenvolvimento motor e cognitivo. A orientação temporal e espacial, conceitos como grosso e fino, em cima e embaixo, largo e estreito, são adquiridos antes da leitura e da escrita. Esse desenvolvimento não depende apenas da maturidade, mas também de estímulos e da interação com outras pessoas – e aí entram novamente os pais. “A habilidade de segurar um lápis, por exemplo, exige maturação do sistema nervoso central, mas é algo ensinado. Escrever passa por etapas que começam com o desenho, depois com a noção de que existem letras e que elas têm função de escrita, até chegar à compreensão de que a escrita representa os sons da língua.
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COMO A ALFABETIZAÇÃO ACONTECE EM CADA IDADE DA CRIANÇA

Esse desenvolvimento normalmente ocorre associado à evolução da leitura, que começa com o reconhecimento de imagens”, explica a pediatra Glaura César Pedroso, membro do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Já deu para perceber que inúmeros fatores interferem no sucesso da alfabetização. A escola é a principal responsável pelo processo, logo, metodologias diferentes conduzirão a criança por caminhos e tempos distintos. Segundo a professora Maria do Rosário Longo Mortatti, presidente da Associação Brasileira de Alfabetização, existem dois tipos básicos de métodos usados no Brasil e no mundo: o sintético, da parte para o todo, e o analítico, que faz o caminho inverso. Para saber como funcionam, clique aqui!
 
 
Por Fernanda Montano - atualizada em 24/02/2016 17h37  
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LEITURA E EXPRESSÃO


No Brasil, apenas 8% têm plenas condições de compreender e se expressar
 
Foi isso mesmo que você leu no título: apenas 8% das pessoas em idade de trabalhar são consideradas plenamente capazes de entender e se expressar por meio de letras e números. Ou seja, oito a cada grupo de cem indivíduos da população.

Eles estão no nível "proficiente", o mais avançado de alfabetismo funcional em um índice chamado Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional).

Um indivíduo "proficiente" é capaz de compreender e elaborar textos de diferentes tipos, como mensagem (um e-mail), descrição (como um verbete da Wikipedia) ou argumentação (como os editoriais de jornal ou artigos de opinião), além de conseguir opinar sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto.

Também é apto a interpretar tabelas e gráficos como a evolução da taxa de desocupação (veja que tipo de gráfico é nesta notícia) e compreende, por exemplo, que tendências aponta ou que projeções podem ser feitas a partir desses dados.

Outra competência que o "proficiente" tem é resolver situações (de diferentes tipos) sendo capaz de desenvolver planejamento, controle e elaboração.
Documento traz explicações do que é considerado "proficiente" (arquivo em .pdf)
Clique aqui para fazer download do estudo "Alfabetismo no Mundo do Trabalho" (arquivo em .pdf)

Numa situação ideal, os estudantes que completam o ensino médio deveriam alcançar esse nível -- no Brasil, o ensino médio completo corresponde a 12 anos de escolaridade.

A situação tem importância para a economia e geração de empregos.

Para a professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Ana Lúcia Guedes-Pinto, essa defasagem reflete as desigualdades socioeconômicas históricas no país e aponta para a necessidade de mais investimento na educação básica e pública.

"Ainda não atingimos [bons] níveis de alfabetismo", diz a docente do departamento de ensino e práticas culturais da Faculdade de Educação. "[Os proficientes] ainda é um grupo muito pequeno, de elite", completa Guedes-Pinto.

Há cinco níveis de alfabetismo funcional, segundo o relatório "Alfabetismo e o Mundo do Trabalho": analfabeto (4%), rudimentar (23%), elementar (42%), intermediário (23%) e proficiente (8%). O grupo de analfabeto mais o de rudimentar são considerados analfabetos funcionais.

O estudo foi conduzido pelo IPM (Instituto Paulo Montenegro) e pela ONG Ação Educativa. No conjunto, foram entrevistadas 2002 pessoas entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.
 
Karina Yamamoto
Do UOL, em São Paulo 29/02/201605h00 > Atualizada 29/02/201612h25
  
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