sexta-feira, 27 de maio de 2016

Família - Livro interativo ajuda pais e professores conversarem com crianças

O livro "100 perguntas que vão dar o que falar" é uma iniciativa do "Todos pela educação"

A ideia do livro é que os pais leiam as perguntas e conversem com os filhos
 (Foto: Shutterstock)
Qual foi o dia mais feliz da sua vida? O que você mais gosta de fazer na escola? Como você acha que vai ser o mundo daqui a cem anos? Do que você mais gosta de brincar? Esses e outros questionamentos são propostos no livro “100 perguntas que vão dar o que falar”. O livro é uma iniciativa do movimento “Todos pela educação” para incentivar o diálogo entre adultos e crianças ou jovens.

A ideia do caderno surgiu de uma pesquisa feita pela organização feita em todas as regiões do Brasil. Foi descoberto que uma das maiores dificuldades de pais e professores era o diálogo. As perguntas foram feitas com base nessa pesquisa e com a ajuda da Comunidade Executiva Cedac, que trabalha na formação de professores.

Apesar de estar relacionado à educação, o caderno não foi feito apenas para valorizar o relacionamento na escola. “O livro também propõe conversas sobre sentimento e é para ser usado como instrumento para apoiar o vínculo da criança com a família”, conta a gerente de Mobilização e Comunicação do Todos pela educação, Camilla Salmazi, mãe de Luisa.

No caderno, pais, mães, tios, tias, avôs ou avós ou qualquer adulto que conviva intensamente com crianças e jovens podem ler juntos as perguntas e depois anotar. “Com o passar do tempo, é possível retomar uma pergunta já feita, comparar as respostas atuais com as anteriores”, acrescenta Camilla.

A ideia principal do livro é que os pais leiam as perguntas para os filhos. “Mas nada impede que as crianças vejam as perguntas junto com o pai. Também é uma forma de estimular a leitura”, explica Camilla.

O livro não está à venda, mas está disponível em versão virtual e pode ser acessada aqui. Empresas e organizações que queiram fazer parte do projeto, também podem entrar em contato com o “Todos pela educação” e combinar a impressão.



Isabela Kalil ,Filha de Kátia e Fabio 22.05.2016  
 
FONTE: http://www.paisefilhos.com.br/familia/livro-interativo-ajuda-pais-e-professores-conversarem-com-criancas/

Como a internet das coisas pode entrar na escola

Os dados gerados pela conexão de dispositivos cotidianos podem apoiar a tomada de decisões que impactam na aprendizagem dos alunos
 
Tudo o que existe hoje pode ser conectado, desde eletrodomésticos até mesmo um simples sapato. O conceito por trás da internet das coisas (IoT) prevê a integração de qualquer dispositivo com a rede de computadores, o que permite simplificar e automatizar uma série de tarefas cotidianas, como programar a geladeira para fazer compras ao acabar um determinado produto. Para o consultor Marcus Garcia, doutor em educação e mestre em tecnologia da informação, a internet das coisas também pode impactar a maneira como são tomadas as decisões dentro das escolas.

Nesta quinta-feira(19), durante o congresso Bett Brasil Educar 2016, realizado em São Paulo, o consultor apontou como a tecnologia transforma a educação e cria novas possiblidades de interação. “O conceito por trás da internet das coisas prevê a conexão de tudo o que nós usamos. Trazendo para dentro dos portões da escola, você pode pegar alguns exemplos simples, como transformar o celular dos alunos em um mecanismo valioso de acompanhamento da vida escolar”, explica em entrevista ao Porvir.

Ao conectar diferentes espaços e objetos da escola, um aluno poderia utilizar o seu celular para acessar laboratórios, verificar a disponibilidade de livros na biblioteca, marcar reuniões ou até comprar lanches. Tudo isso ficaria registrado, ao mesmo tempo em que sensores no material escolar poderiam contabilizar faltas ou acompanhar o seu trajeto de volta para casa.

A integração desses objetos à internet permite registrar as preferências dos alunos e reunir um grande volume de dados, como a quantidade de vezes que ele comprou doces na cantina ou chegou atrasado na escola. “Na medida em que você consegue reunir dados em uma plataforma adequada, você leva informação qualificada para gestores, professores ou pais tomarem decisões”, relaciona, ao afirmar que isso traz a possibilidade de acompanhar o desenvolvimento do aluno e permitir que ele possa interagir dentro de um ambiente integrado.

E para quem acha que tudo isso ainda está muito distante da realidade, Garcia afirma: “as tecnologias já estão todas aí. Não estou falando de ficção científica.” No entanto, ele menciona que ainda é necessário investir em infraestrutura nas escolas e preparar educadores para tomar decisões com base em dados. “A formação inicial está muito defasada do ponto de vista do uso das tecnologias e das suas aplicações. Apenas a revisão desses currículos permitirá dar conta da preparação desse docente ou gestor. Já os que já estão formados, seria necessário buscar cursos específicos de gestão voltada para o uso das tecnologias.”

Embora todos os dispositivos tenham potencial de se conectar com a rede, o consultor ainda reforça que os educadores devem preservar as relações humanas e o trabalho olho no olho. “A boa e velha sala de aula não mudou. Ela continua lá.”
 
por Marina Lopes 20 de maio de 2016
FONTE: http://porvir.org/como-internet-das-coisas-pode-entrar-na-escola/

Por que é importante aprender português e matemática?

Estudantes brasileiros enfrentam dificuldades para interpretar textos e fazer contas



Não é novidade que brasileiros de 15 anos, comparados a estudantes de outros países, amargam péssimas notas nas disciplinas de português e matemática. A deficiência apresentada por eles é refletida a cada três anos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa. Desde a sua primeira participação na avaliação, em 2000, o Brasil não melhorou muito: no último anúncio do ranking mundial, o país estava no 55.º lugar em leitura e no 58º em matemática, de uma lista de 65 países. Mas por que é tão importante melhorar nessas matérias?

Criado em 2000, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), desenvolvido e coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), tem como objetivo fazer uma comparação entre o desempenho de estudantes de 15 anos de diversos países. Em 2012, o programa contou com a participação de 65 países.

A avaliação, que é aplicada a cada três anos, engloba três áreas do conhecimento: leitura, matemática e ciências. Sendo que a cada edição uma dessas áreas é priorizada. Além do conhecimento escolar, o Pisa procura testar a capacidade dos alunos de analisar, raciocinar e refletir ativamente sobre seus conhecimentos e experiências. Os resultados da avaliação servem também como ferramenta para que os governos redefinam e melhorem as políticas educativas de cada país.

A resposta é simples: sem capacidade de interpretar textos e fazer contas simples, como a de juros simples, por exemplo, não é possível avançar em nenhum outro campo do conhecimento. Os professores das universidades passam então a dar aulas de conteúdos elementares que já deveriam ter sido superados e impedem o avanço em conteúdos específicos das carreiras. “Você não faz ciências, nem artes, nem humanidades sem o conhecimento básico das linguagens do português e da matemática”, afirma o professor sênior da Universidade de São de Paulo (USP) e especialista em educação, Luis Carlos de Menezes.

As causas para que estudantes de 15 anos no Brasil estejam tão abaixo do esperado no domínio de leitura é matemática são complexas, mas passam necessariamente por dois motivos: atraso nos anos de estudo e a baixa escolaridade dos pais, que refletem na rapidez na aprendizagem. “Muitos estudantes de 15 anos estão ainda na 7.ª ou 8.ª séries e não tiveram todo o conteúdo, quando comparado com outros países. Ao mesmo tempo, uma parcela significativa dos pais não teve educação de qualidade e por isso não tem como ajudar esses alunos na hora dos estudos”, explica Naercio Aquino Menezes Filho, professor do Insper e doutor em economia pela Universidade de Londres.
Formação dos Professores

O baixo desempenho dos alunos em avaliações como o Pisa também é reflexo, segundo especialistas, da má formação dos professores. “Falta vivência de escola e de como ensinar crianças nas diferentes idades. É um marceneiro que vira marceneiro sem ter lidado com a madeira”, exemplifica Luis Carlos de Menezes.
Qualidade dos novos professores no Brasil é cada vez pior, revela estudo Leia a matéria completa

Para Alexsandra Camara, assessora educacional da área de matemática da Rede de Colégios do Grupo Marista e doutoranda em educação, é preciso trabalhar com as competências e habilidades nas áreas, qualificar o trabalho do docente, com ênfase nas aprendizagens significativas, na mediação e na gestão da sala de aula.

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Um dos caminhos apontados pelos especialistas em educação é que a formação dos professores deve ser complementada com aulas práticas nas escolas de educação básica. Os futuros profissionais têm que sair das salas de aula das universidades. “É preciso formar exercendo, com uma densidade importante nas aulas práticas, como na Finlândia, por exemplo. Lá tem uma formação feita na escola. Os professores passam por uma formação fazendo o serviço pelo qual vão ser habilitados”, diz Luis Carlos de Menezes. Veja também

No caso da China e da Coreia do Sul, também em boa colocação no Pisa, esse resultado se deve à qualidade dos professores, à competitividade entre os estudantes para poderem estudar nas melhores universidades e às muitas horas de estudos – entre 16 e 18 horas por dia. Já na Finlândia, o segredo do sucesso no sistema escolar é seu foco na qualidade como um todo, começando pela escolha dos professores e a retribuição por meio de bons salários.

Isso não acontece no Brasil, já que os professores recebem uma bonificação baixa para dar aulas. “A tragédia começa pelos salários, passa pela infraestrutura e falta de acompanhamento. O professor hoje não tem convívio pedagógico na escola. Ele está solitário com o seu bando de alunos e com a sua formação deficiente”, lamenta Luis Carlos de Menezes.

No fim da fila

Os estudantes brasileiros estão entre os piores em português e matemática no Pisa, a avaliação internacional que reuniu 65 países em 2012. Os resultados de 2015 ainda não foram divulgados.

Desempenho do Brasil no Pisa

O Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) é um exame internacional que avalia o desempenho de estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências.

Posição do Brasil no ranking mundial do Pisa


Caroline do Prado, especial para Gazeta do Povo  
 
Fonte: Ministério da Educação. Infografia: Gazeta do Povo.
 
 
 

Uma escola para se inspirar

Localizado em São Bernardo do Campo, Centro Educacional da Fundação Salvador Arena traz currículo diversificado e investimento de 20 mil reais anuais por aluno

As bibliotecas têm projeto do arquiteto Edmir Perrotti, que implementou no Brasil o conceito de biblioteca interativa

Cerca de 3 mil dólares (ou 10 mil reais) é o valor que, anualmente, o Brasil desembolsa para cada estudante matriculado na Educação Básica de sua rede pública. Para se ter uma ideia, o valor corresponde a um terço do investido por aluno pelos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), segundo o relatório “Education at a Glance”, divulgado pela entidade no final de 2015.

Em São Bernardo do Campo (SP), no entanto, uma escola totalmente gratuita chama a atenção por destoar enormemente desse panorama. Investe cerca de 20 mil reais por aluno ao ano, quantia equivalente a praticadas por países com sistemas educacionais considerados de ponta como Alemanha, Japão e Reino Unido.

Mais: dos 2.500 estudantes ali matriculados, da Educação Infantil ao Ensino Superior, metade é oriunda de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo. Resumindo, crianças e jovens vindos de contextos socioeconômicos vulneráveis tendo acesso à uma educação de primeiro mundo.

Criado em 1989, o Centro Educacional da Fundação Salvador Arena (CEFSA) foi desenvolvido para ser uma espécie de escola-modelo para as escolas públicas do País. Sua história começa com a vinda do imigrante italiano Salvador Arena que, chegando ao Brasil, fez fortuna e tornou-se um dos maiores empresários do setor metalúrgico do País à frente da Termomecanica. Filho único e sem herdeiros, Arena viu na criação da escola uma forma de deixar seu legado e impactar outras gerações.

Iniciar os estudos na instituição é, pode-se dizer, uma questão de sorte. A entrada no colégio é realizada por meio de sorteio da Loteria Federal. Todo ano, 105 crianças ingressam na instituição pelo sorteamento que segue alguns critérios. Do total, 25 são filhos de funcionários da Fundação Salvador Arena. Das 80 vagas restantes, 50% são vagas sociais, isto é, destinadas a famílias que ganham até 1,5 salário mínimo.

O Ensino Médio, por sua vez, oferece 210 vagas. Se o aluno obtiver a média 7 do 6° ao 9° ano, ele garante automaticamente sua vaga na etapa. Se não conseguir, concorre com a comunidade por meio de uma espécie de vestibular. Das vagas que são abertas para concorrência, novamente, 50% são sociais.

Além do investimento volumoso, outro diferencial da escola está na grade curricular ofertada, bastante diversificada. Aulas de agricultura, robótica, cerâmica, educação financeira, modelismo, música e teatro são algumas das novidades que despontam no cotidiano escolar dos alunos do colégio. Fora o Ensino Médio, todos os outros ciclos funcionam em tempo integral.

“Desde a fundação da escola, houve essa preocupação de desenvolver mais do que as competências cognitivas, para que os alunos se desenvolvam como seres humanos”, explica Cristina Favaron Tugas, diretora pedagógica da Educação Básica.

Nas aulas de agricultura, por exemplo, a importância de plantar, colher, valorizar uma alimentação saudável e respeitar a natureza são questões norteadoras. “Com esse tipo de abordagem, fica mais claro para as crianças a noção de desperdício. Quando compreendem todo o processo por trás do alimento que chega ao prato delas, percebem que uma porção desperdiçada não é apenas um pouco de arroz sendo jogado no lixo, mas tempo e cuidado sendo desperdiçados”, explica a diretora.  
Aula de agricultura na estação agroambiental do Centro

Além da estação agroambiental, um curral, uma cisterna, uma estação de tratamento de esgoto e um extenso pomar ajudam a dar essa visão holística. “As crianças participam da ordenha manual e mecânica das vacas. O leite é usado internamente na faculdade de Engenharia de Alimentos, onde vira queijo, sorvete. Há ainda palestras sobre os vários tipos de leite e os processos que os transformam nos produtos encontrados nos supermercados”, conta Cristina.

A própria configuração da sala de aula tenta acompanhar as inovações curriculares ao fugir da disposição tradicional dos alunos enfileirados diante do quadro-negro e do professor. “Estamos testando novas disposições. Há salas com as mesas organizadas em formato de X, outras com carteiras em duplas, em grupos. Enfim, estamos vendo quais modelos favorecem mais a aprendizagem compartilhada”, explica Cristina.

A preocupação em pensar a arquitetura escolar não como um recipiente para os alunos, mas como um dos elementos influenciadores do processo de ensino-aprendizagem e da convivência fica evidente nas bibliotecas do espaço, projetadas pelo arquiteto Edmir Perrotti, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e responsável pela implementação do conceito de biblioteca interativa em diversas cidades do Brasil.

Nas partes reservadas aos alunos da Educação Infantil e Fundamental I, prateleiras baixas, condizentes com a altura das crianças, favorecem a consulta e pesquisa nos livros, revistas e outros materiais dispostos. Na parte coletiva, bancos que imitam uma pequena arquibancada permitem que todos os alunos enxerguem e participem da contação de histórias e outras atividades lúdicas. “Todas as nossas bibliotecas possuem uma infoeducadora, uma pedagoga que realiza o trabalho de mediação com os professores das demais disciplinas. Então se a professora de Língua Portuguesa utilizará o espaço, a infoeducadora a ajuda com indicações de livros, preparação do espaço para a proposta da aula, entre outras intervenções”.

Na escola, os estudantes também recebem alimentação gratuita e dispõem de programações culturais e esportivas que acontecem no teatro e nos complexos poliesportivo e aquático sediados dentro do terreno da instituição.

No Ensino Médio, saltam aos olhos o investimento feito nos laboratórios e na ampliação da participação dos alunos com a incorporação de alguns conceitos de gestão democrática.

As salas elegem os alunos representantes que se tornam responsáveis por encaminhar as demandas dos colegas aos supervisores. “Para se candidatar tem de ter ficha-limpa, isto é, não pode ter infrações recentes”, diz a diretora. A partir das demandas, é feita a deliberação em uma espécie de plenária. “Os alunos também fazem a avaliação dos professores e demais funcionários”.

Cerca de 80% dos alunos que se formam na Educação Básica do centro vão para a universidade, dos quais 60% para instituições públicas. Laboratório do curso de Engenharia de Controle e Automação

O CEFSA oferece também quatro cursos de Educação Superior: Administração, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Computação e Engenharia de Controle e Automação. Por ano, são abertas 80 vagas por curso, 40 no primeiro semestre e mais 40 no segundo. Destas, metade é destinada aos estudantes de famílias que ganham até 1,5 salário mínimo.

Os cursos ofertados foram escolhidos de acordo com o perfil econômico da região do ABC paulista, importante polo industrial do País. “Temos muitas fábricas instaladas na região. Então é uma respostas às necessidades locais. Muitas empresas procuram estagiários e funcionários aqui e também nos solicitam para fazer o desenvolvimento de produtos por conta dos nossos laboratórios de ponta”, conta Wilson Carlos da Silva Júnior, diretor acadêmico das faculdades.

Segundo o diretor, a empregabilidade dos egressos gira em torno de 96%. “Também fazemos o acompanhamento da evolução socioeconômica dos nossos alunos. Podemos dizer que a grande maioria tem uma ascensão social significativa, cerca de 60% estão com renda de 3 mil reais mensais para mais. Uma ascensão que não só impacta a vida deles, mas também de suas famílias e comunidades”, comemora Júnior.
 
 
FONTE: http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/uma-escola-para-se-inspirar/
 

Dicas para melhorar a reunião escolar e ampliar a participação das famílias

Centro de estudos Harvard Family Research Project faz recomendações para diretores, professores e pais participarem dos encontros de maneira mais efetiva

As reuniões de pais costumam ser um dos momentos mais comuns de interação entre a escola e a família. Embora esses encontros sejam importantes para acompanhar e apoiar o desenvolvimento dos alunos, nem sempre eles ocorrem da maneira mais efetiva, o que acaba frustrando ambos os lados.

Com base em uma publicação do centro de estudos Harvard Family Research Project, nos Estados Unidos, o Porvir reuniu dicas para diretores, professores e pais tornarem as reuniões mais efetivas e refletirem juntos sobre como podem apoiar no desenvolvimento dos alunos. Confira:

— Diretores —

Antes das reuniões
1. Envie mensagens para todos da escola e reforce a importância da participação familiar nas reuniões.

2. Divulgue antes a pauta da reunião para os pais e professores.

3. Compartilhe informações sobre as reuniões de pais e mestres com a comunidade de maneira geral.

4. Organize formações com os professores para que eles possam utilizar os melhores métodos para conduzir as reuniões.

5. Ajude as famílias a obterem informações sobre o desenvolvimento e rendimento dos seus filhos e demonstre que isso é importante.

Durante as reuniões
6. Esteja disponível para auxiliar os professores que precisam de apoio para conduzir a reunião e ofereça orientações aos pais.

7. Caminhe pelo edifício escolar para receber as famílias e comunicar a satisfação da escola com a sua presença.

8. Use as reuniões como um ponto de partida para obter uma maior participação da família na escola. Aproveite e compartilhe informações sobre como eles podem se envolver mais.

Depois das reuniões
9. Obtenha feedback dos professores e pais sobre o que funcionou e não funcionou durante as reuniões. Use isso para melhorar os próximos encontros.

10. Garanta uma comunicação constante entre as famílias e a escola. Oriente os professores para que eles estejam sempre em contato com as famílias. Também ofereça oportunidades para que as famílias sejam envolvidas na escola.

— Professores —

Antes das reuniões
1. Mande convites para as reuniões por meio de folhetos, avisos, e-mail ou telefonemas. Também inclua informações sobre horários e metas dos encontros.

2. Revise o trabalho dos alunos e também esteja preparado para apresentar seus dados de avaliações. Pense o que gostaria de saber mais sobre seus alunos por meio das famílias.

3. Prepare ideias e materiais para utilizar durante as reuniões. Elabore um portfólio com os trabalhos dos estudantes para compartilhar com as famílias.

4. Crie um ambiente acolhedor para receber as famílias. Deixe os trabalhos dos alunos expostos e organize as carteiras em círculos.

Durante as reuniões
5. Comece contando sobre o crescimento dos estudantes e as interações entre a classe. Ajude as famílias a conhecerem as metas de aprendizagem e identificarem quais são os campos que os alunos precisam de apoio.

6. Use exemplos para demostrar o progresso e as habilidades desenvolvidas pelos estudantes.

7. Faça perguntas e escute as famílias sobre seus sonhos e esperanças para os alunos. Também questione sobre estilos de aprendizagem e oportunidades educativas fora do espaço escolar.

8. Compartilhe ideias que possam apoiar a aprendizagem e sugira atividades para que as famílias possam colaborar com o desenvolvendo dos alunos dentro de casa.

9. Evite julgar o que os pais devem fazer. Busque soluções colaborativas para qualquer problema.

10. Explique como será feita a comunicação com as famílias e como elas poderão entrar em contato com você.

Depois das reuniões
11. Faça um acompanhamento com as famílias. Agradeça a presença dos pais e também entre em contato com aqueles que não puderam comparecer. Ofereça apoio aos pais e diferentes alternativas de comunicação.

12. Mantenha uma comunicação regular com as famílias, incluindo notícias positivas e atualizações do progresso dos estudantes. Também pergunte se os pais querem se envolver em outras atividades educativas.

143 Crie atividades de classe que possam se basear no que você aprendeu sobre as culturas das famílias, o ambiente de aprendizagem que eles estão inseridos e as necessidades dos estudantes.

— Pais —

Antes das reuniões
1. Esteja pronto para falar e escutar. Aproveite para saber do progresso do seu filho. Além de verificar suas notas e resultados, compartilhe com o professor sobre como é o comportamento do seu filho dentro de casa, quais são suas necessidades, sonhos e como o professor poderia ajudar.

2. Revise as tarefas e provas do seu filho antes da reunião. Faça uma lista de perguntas que gostaria de fazer ao professor.

3. Esteja preparado para ouvir sobre as virtudes e deficiências do seu filho. Também faça perguntas sobre como você e o professor podem colaborar com o desenvolvimento dele.

Durante as reuniões
4. Questione como está o desenvolvimento do seu filho, qual é o seu rendimento em comparação ao da classe e como ele poderia melhorar.

5. Peça para ver os trabalhos que o seu filho desenvolveu.

6. Compartilhe seus pensamentos e emoções relacionados ao seu filho. Diga em quais áreas o seu filho mais precisa de ajuda.

7. Pergunte como você pode apoiar o desenvolvimento do seu filho dentro de casa.

8. Tente conhecer quais são as atividades da escola você poderia estar mais envolvido.

Depois das reuniões
9. Faça um planejamento com as coisas que você e o professor se comprometeram para ajudar no desenvolvimento do seu filho.

10. Programe outra reunião para conversar com o professor ou pergunte como vocês poderão manter contato.

11. Converse com o seu filho sobre a reunião e compartilhe com ele o que você aprendeu. Mostre como você apoiará a aprendizagem dele dentro de casa e também peça sugestões.
 
 
 
por Redação 23 de maio de 2016
Este conteúdo faz parte da
Série Engajamento Familiar
 
FONTE:http://porvir.org/dicas-para-melhorar-reuniao-escolar-ampliar-participacao-das-familias/ 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

OPINIÃO

As tecnologias podem transformar a educação?

A rapidez das mudanças tecnológicas do mundo hoje tem impactado a vida cotidiana de todos nós e as políticas públicas dos setores de educação, saúde, segurança, etc. Na área da educação, as tecnologias abrem caminhos para experiências como a educação a distância, a formação de comunidades de aprendizagem virtuais e a criação de inúmeros aplicativos, que buscam aumentar o interesse dos alunos pelas disciplinas, diversificar as aulas e reunir conhecimentos em diferentes plataformas. Contudo, a velocidade da disseminação das novas tecnologias nos leva a fazer algumas reflexões.

De um lado, não podemos considerar as tecnologias como a nova bala de prata educacional. Estudos realizados pela OECD demonstram que as tecnologias podem impactar a melhoria da qualidade de educação daqueles estudantes que já têm desenvolvidas as habilidades de leitura, escrita, cálculo ou as competências de análise, síntese, dentre outras. No entanto, para alunos com nível precário dessas habilidades e competências, o uso das tecnologias fica restrito essencialmente a redes sociais e entretenimento. Ou seja, empregar a tecnologia em sala de aula não necessariamente implica em mais aprendizado para todos os alunos.

Isso não quer dizer que devemos descartar o uso de tecnologias em sala de aula. Ignorar a tecnologia não faz sentido em um mundo no qual ela é parte do dia-a-dia de todos, desde as crianças aos jovens, adultos e idosos de todas as classes sociais. Por isso, devemos entender quais recursos tecnológicos podem ser ferramentas efetivas para apoiar e impactar resultados educacionais de forma ampla.

Na semana passada, tive a oportunidade de visitar e conhecer diversos laboratórios de pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT), o Media Lab, nos EUA. Muitas vezes, temos preconceito em relação ao pragmatismo americano, muito voltado para os aspectos práticos do mundo. Mas sem dúvida eles têm a capacidade de desenvolver e acolher pesquisas que estão na fronteira do conhecimento. Fiquei encantada com tantas possibilidades e, principalmente, com o que ouvi de diversos professores pesquisadores.

Dou um exemplo: sabemos que para melhorar a educação precisamos formar professores, adquirir bons materiais, melhorar os processos de avaliação, etc. E que isso demora de cinco a dez anos, pelo menos. Mas o que podemos fazer agora, para que essa geração de crianças pequenas não seja prejudicada por esta demora? Tal pergunta inspirou os pesquisadores a usar as tecnologias para que as crianças e jovens não percam seu futuro e possam desenvolver sua criatividade, seu vocabulário e suas chances de ter oportunidades mais iguais.

Nesse contexto, está o programa Scrach, que faz uso de uma plataforma online gratuita para desenvolver a criatividade, o trabalho colaborativo e até as habilidades de programação das crianças. Outro exemplo é o projeto Curious Learning, que busca aumentar o vocabulário e a conversação de crianças de regiões rurais e urbanas de alta vulnerabilidade social. Para isso, são usados joguinhos e aplicativos virtuais. E muitos outros projetos do MIT/ Cambridge pesquisam diversas áreas da educação e neurociência em busca de evidências que possam inspirar programas concretos para impactar as comunidades e transformar o mundo.

Educação é um processo de longo prazo, mas não podemos sacrificar as gerações atuais enquanto esperamos as mudanças definitivas acontecerem. Não se trata de optar por curto ou longo prazo. Temos de encontrar meios para traçar políticas de longo prazo, mas que tenham várias etapas com impactos no curto e médio prazos também. E neste aspecto, o uso da tecnologia para a educação pode nos oferecer boas saídas.

O problema é que, na experiência brasileira, o provisório se torna permanente e o curto prazo se estende como longo prazo. Superar e transformar esse modo de ser e fazer política é um enorme desafio. Precisamos encará-lo de frente para avançarmos no desenvolvimento de políticas que possam ser mais efetivas. Assim, caminharemos para uma educação mais justa para todas as crianças e jovens brasileiros.

Maria Alice Setubal, a Neca Setubal, é socióloga e educadora. Doutora em psicologia da educação, preside os conselhos do Cenpec e da Fundação Tide Setubal e pesquisa educação, desigualdades e territórios vulneráveis. 
 
FONTE: http://educacao.uol.com.br