quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Como vai a saúde dos nossos professores?

Más condições no ambiente escolar impactam o desempenho profissional dos docentes e, consequentemente, o aprendizado alunos


Em 2016, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo concedeu 128.178 mil licenças médicas a professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio (PEB II), totalizando 2.901,529 dias de afastamento. Os dados foram obtidos pelo movimento Todos Pela Educação por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

São números altos, mesmo para uma rede enorme como a paulista, que mostram como as condições de trabalho impactam diretamente a saúde dos educadores. Portanto, estabelecer boas condições no ambiente escolar é fundamental para eles e, consequentemente, para os estudantes.

Mas o que seria um bom ambiente escolar? Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) em 2010 apontou os maiores problemas enfrentados pela rede na opinião dos docentes – ou seja, fatores que contribuem para que não se crie um cenário saudável e favorável à aprendizagem. São eles: superlotação das salas de aula, jornada excessiva de trabalho e violência. O quadro abaixo traz mais informações:



Dados como esses são reveladores da importância da Meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), que diz respeito à valorização da carreira docente. É urgente a necessidade de se instituir políticas públicas específicas voltadas à saúde do professor, afinal, a qualidade da Educação também depende de professores saudáveis e dispostos. 

Legislação

Apesar da estratégia 7.31 do PNE visar medidas que assegurem a integridade física, mental e emocional dos profissionais da Educação, ainda não existe nenhum programa nacional para atender essa necessidade. Por outro lado, tramita hoje na Câmara dos Deputados o projeto de lei PL-2776/2011, que institui a política nacional de saúde vocal. A proposta prevê aos profissionais da área uma avaliação anual feita por psicólogos, otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais. Também preconiza o oferecimento de programas periódicos de capacitação e treinamento para o uso adequado da voz, além de ações de reabilitação dos profissionais já acometidos por lesões vocais e/ou laríngeas.

Para os docentes da rede estadual de São Paulo, em 2010 foi instituído o decreto nº 55.727Programa SP Educação com Saúde que, em consonância com a Lei Estadual nº 12.048, de 2005, tem como objetivo promover ações que agreguem qualidade de vida, promoção de saúde e prevenção de agravos relacionados ao trabalho para os docentes.

O Todos Pela Educação entrevistou professores que desenvolveram problemas de saúde durante o exercício da docência por conta das más condições do ambiente escolar. As histórias dos educadores e as dicas dos especialistas para prevenir as principais doenças serão publicadas nas próximas semanas. Acompanhe!

João Bittar/ MEC

Por Denise Crescêncio, do Todos Pela Educação


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O Perfil dos professores do Ensino Básico no Brasil e o PNE

"É preciso reconhecer a necessidade de avançar em estudos mais detalhados para poder formular políticas públicas de Educação com foco nas condições de vida e trabalho dos educadores", afirma Milko Matijascic, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Marcos Santos/USP Imagens/ Fotos Públicas
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado em 2014. Caso sejam cumpridas as suas vinte metas, ocorrerá uma transformação decisiva para a melhoria no atendimento e, sobretudo, na qualidade da Educação brasileira. A avaliação conjunta de todas essas metas e respectivas estratégias é uma tarefa de grande porte que já vem sendo empreendida por instituições de peso como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Todos Pela Educação, a quem agradeço a concessão deste importante espaço para divulgar os esforços de pesquisa.

O presente artigo tem por objetivo sintetizar os principais resultados da pesquisa que focalizou as grandes regiões geográficas brasileiras e apresentou detalhes das situações de domicílio metropolitanas, urbanas não metropolitanas e rurais. Como a quantidade de informações é muito grande, nosso objetivo no presente contexto enfoca o Brasil segundo a situação de domicílio. Os resultados mais precisos e análises mais detalhadas podem ser encontrados no Texto para Discussão (TD) 2304 do IPEA.

O foco do TD 2304 do Ipea foi verificar as condições de vida, inserção no mercado de trabalho e a remuneração dos professores da Educação Básica a partir dos dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A opção pela Pnad teve por objetivo verificar as condições gerais para todos os professores do Brasil em temas que somente essa fonte ou o Censo Demográfico, já um tanto defasado, podem realizar. Mais importante: a Pnad serviu de opção para o próprio PNE para verificar a evolução dos salários dos professores, sendo possível também medir o seu nível de formação. Os resultados obtidos para o Brasil contam com indicadores importantes que devem estar na mira dos formuladores de políticas públicas, uma vez que o estudo abordou temas relativos às metas 15, 16 e, sobretudo, 17 do PNE.

Os resultados mostram que existe uma inserção preponderante de mulheres enquanto professoras, com uma maior participação das que são brancas. No entanto, homens e mulheres negros ganham mais importância nas regiões urbanas não metropolitanas e, sobretudo, nas rurais. Os professores possuem uma participação menor na condição de pessoa de referência no domicílio e também um menor número de filhos em relação aos demais ocupados. Além disso, a inserção de professores em domicílios com renda inferior à linha de pobreza (abaixo de meio salário mínimo per capita) ou de indigência (com renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo) é bem menor que nas demais ocupações, mas pode atingir um total de 14,7% em áreas rurais ou de 4,4% nas urbanas. Ou seja: isso requer atenção para poder atingir as metas propostas pelo PNE.

Quando o tema é a posição na ocupação, os professores da Educação Básica são quase que exclusivamente assalariados, pois 99,1% deles estão nessa condição. Os dados também revelam que 94,1% deles contribuem para a previdência, o que é notável em relação aos demais trabalhadores onde esse patamar é inferior a 60%. Outra característica importante é que os professores da Educação Básica empregados pelo setor público federal representam um contingente marginal. Já as demais formas de emprego, ou seja, o setor público estadual ou municipal e o setor privado, contam com um número de empregados similar nas regiões metropolitanas. No entanto, nas áreas urbanas não metropolitanas e, principalmente, rurais, é o setor público municipal o principal empregador.

Mais de 10% dos professores de escolas públicas estaduais e municipais possuem mais de uma atividade docente, com uma incidência um pouco menor nas áreas rurais. Esses resultados representam o dobro do obtido nas demais ocupações. O número mais modesto para a iniciativa privada revela que a maioria professores que também atuam no setor público consideram ser este o seu emprego principal. Esses resultados também são válidos para mais de uma atividade, não se detendo apenas nas docentes, mas, nesse caso, os indicadores se aproximam de 20% para os professores de escolas estaduais, 15% nas municipais e oscila entre 10% e 20% nas privadas metropolitanas e urbanas não metropolitanas, respectivamente. Esses patamares são elevados e requerem atenção, pois a maioria das escolas com bom desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) contam com professores que possuem dedicação exclusiva a apenas uma escola.

A escolaridade dos professores é uma questão importante. Em escolas estaduais, cerca de 11% dos professores em áreas urbanas não possuem Ensino Superior. Nas escolas municipais, esse patamar oscila entre 16 e 21% e nas privadas, entre 25 e 28% para regiões metropolitanas e nas demais urbanas. Para as escolas rurais esse patamar é sempre superior a 30%. Fica claro, portanto, onde deve se concentrar o esforço para qualificar os professores.

O número de professores com Pós-graduação ainda é muito reduzido no Brasil e será um grande desafio atingir um contingente de 50% estabelecido pelo PNE para 2024, quando se encerra a sua vigência.

Em matéria de remuneração, os professores em áreas metropolitanas auferem salários maiores que os de outras áreas urbanas e estes, por sua vez, possuem remunerações bem superior à dos colegas nas áreas rurais. Professores empregados no serviço público recebem salários maiores que os da iniciativa privada. No âmbito do setor público, os professores federais recebem os salários mais elevados, ultrapassando, em muitas regiões, a média salarial para profissionais com nível superior. Os professores da rede estadual, por sua vez, recebem salários menores que os da esfera federal, mas superiores aos da municipal – sendo que os últimos concentram o maior número de docentes da Educação Básica no Brasil.

Por fim, é possível verificar que os professores com mais de uma ocupação recebem remunerações maiores em relação àqueles que possuem um único emprego. Quando os professores atuam em atividades secundárias não docentes, suas remunerações, não raro, são maiores nessa atividade. Isso poderia se explicar pelo fato de existirem professores que atuam no mercado de trabalho devido ao conhecimento profissional que possuem, ajudando a formar as gerações mais novas. Por outro lado, se a adoção de outra atividade visa apenas a complementação de renda, esse é um fator negativo, pois os professores deveriam receber bons salários que permitissem o sustento de sua família. Isso reforça a necessidade de elevação dos salários docentes com um meio eficaz para melhorar a qualidade da Educação, conforme preconiza o PNE.

Diante do exposto, é preciso reconhecer a necessidade de avançar em estudos mais detalhados, com bases de dados que atinjam os municípios e cada uma das escolas existentes, para poder formular políticas públicas de Educação com foco nas condições de vida e trabalho dos professores. Esse é um aspecto muito relevante para promover a retomada do desenvolvimento do País em bases sustentáveis.

*Milko Matijascic é técnico de Planejamento e Pesquisa pelo Ipea. Doutor em Economia pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas desde 2002 – e Bachelier en Sciences Économiques et Sociales pela Academia de Poitiers (França, 1983). Integra, desde 2008, o comitê Científico da AISS – Associação Internacional de Seguridade Social – e da Revista Internacional de Seguridade Social.

Todos Pela Educação

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Professora alerta para apagão na formação de profissionais de ensino

O Brasil está vivendo um “apagão” grande e preocupante na formação de professores, e deve encontrar caminhos para estimular a formação desses profissionais. A avaliação é da diretora da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) Amábile Pacios. Segundo ela, a falta de professores para as matérias de exatas é o que mais preocupa.

O tema foi abordado hoje (15) durante audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. “Temos que incentivar as instituições a continuar investindo nos cursos de licenciatura, apesar da baixíssima procura, e incentivar as universidades federais a continuar formando professores, e acima de tudo convocar a juventude para a profissão de ser professor. Em todos os aspectos, nenhum país pode ir para a frente se não tiver professor. A educação acontece diariamente, com o professor em sala de aula”, disse Amábile.

Na avaliação da professora, o desinteresse dos alunos na carreira decorre da desvalorização da profissão na sociedade. “Esse desprestígio da profissão por parte da sociedade e das famílias desestimula as pessoas a fazerem cursos de licenciatura”. Uma sugestão apresentada por ela é a de oferecer vantagens para entidades privadas que quiserem exercer o papel de formar professores no país, como a facilitação na avaliação de instituições que oferecerem cursos de licenciaturas. A proposta já foi apresentada ao Ministério da Educação.

Financiamento

Durante a audiência, o diretor Executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior de São Paulo (Semesp), Rodrigo Capelato, defendeu mudanças na forma de financiamento do ensino superior. A entidade apoia o modelo australiano, que leva em consideração o desempenho do estudante no mercado de trabalho depois da formação, ou seja, se houver frustração de renda, seja porque o indivíduo teve desempenho ruim no mercado de trabalho, ou porque ficou muito tempo desempregado, o valor de sua dívida é reduzido proporcionalmente.

Na avaliação de Capelato, o Brasil deve refletir sobre o modelo de financiamento para o ensino superior que deve ser adotado. “A primeira pergunta que termos que responder é: nós queremos uma universidade gratuita ou queremos financiamento para todos? No mundo, existem países que adotam a universidade gratuita, mas ela é para todos, ou ela é paga, mas há financiamento para todos. O Brasil não se posiciona nem de um lado nem de outro. Então, o gratuito muitas vezes é para uma pequena elite”, disse.

Capelato apresentou um estudo da entidade com novas propostas de diretrizes de políticas públicas para o ensino superior. “Nosso objetivo é estimular e dar início à discussão de uma nova proposta de desenvolvimento de uma política pública para o ensino superior de longo prazo. Que se mudem os governos, mas que a política pública continue visando dez, vinte anos”, disse.


Edição: Fernando Fraga

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br

A Base quer a tecnologia na sua disciplina. E agora?

Documento encara o assunto como uma competência que deve atravessar todo o currículo de uma escola. Saiba como isso pode influenciar as suas aulas
A Base Nacional Comum Curricular já teve sua terceira versão divulgada, e está em fase de discussão em audiências públicas pelo país, um dos últimos passos antes de sua homologação. É um momento de dúvidas, angústias e controvérsias – algo natural se considerarmos a complexidade do documento e a influência que terá nas políticas públicas. E eu, como docente de tecnologias da rede pública de ensino, tenho uma preocupação em especial: como a tecnologia está sendo tratada na Base?

Jocemar do Nascimento, coordenador do Projeto de Ensino de Programação e Robótica na Fundação para o Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico de Cascavel, no Paraná, explica que a tecnologia, na BNCC, “não é o objeto de estudo e não precisa exatamente de um currículo”. Por essa razão, ela deve ser discutida como um meio de aplicação, e não conteúdo em si. “No Ensino Médio, vejo a possibilidade de este campo ser introduzido como uma área de conhecimento específica. Mas, na Educação Infantil e no Fundamental, a tecnologia precisa ser aplicada como uma ferramenta que ajuda a atingir os objetivos e direitos de aprendizagem estabelecidos”, defende o pesquisador.

Apesar de estar presente em todas as etapas de ensino, esse ainda é um assunto que gera polêmica. Em outras postagens de NOVA ESCOLA, muitos educadores já se manifestaram, enumerando as dificuldades em se utilizar meios digitais em sala de aula de maneira efetiva.

Compartilho desses desafios, uma vez que enfrento todos os dias a falta de infraestrutura e os problemas com conectividade. Acredito que este será o maior entrave, levando em consideração que serão necessários investimentos em todas as unidades escolares para alinhar as áreas do conhecimento à era digital. Um caminho é a mudança de foco. “Na linguagem de programação, por exemplo, existe a robótica, mas o foco não é ensinar o aluno a fazer um robô, e sim, o processo de construção do robô. Nela, podemos trabalhar o raciocínio lógico, leitura, escrita e habilidades matemáticas”, sugere Jocemar.

E como o documento prevê utilização das tecnologias?

A BNCC reconhece os benefícios que a cultura digital tem promovido nas esferas sociais. O avanço tecnológico e a multiplicação de celulares e computadores estão diretamente ligado ao hábito de consumo desses jovens. Diante dessas interações multimidiáticas e multimodais, a proposta da Base é trabalhar com uma intervenção social que contextualize o uso da tecnologia ao conteúdo aplicado, desenvolvendo essa que é uma das dez competências gerais citadas pelo documento. Confira alguns trechos da versão atual que defendem essa prática:

Competência geral da Educação Básica: “Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas. ”

Competência de Matemática para o Ensino Fundamental: “Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais, de outras áreas do conhecimento, validando estratégias e resultados.”

Competência de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental: “Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável.”

Competência de Artes para o Ensino Fundamental: “Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.”

Sugestões de uso

O campo para se trabalhar com as tecnologias é vasto, possibilitando o seu uso através de inúmeras ferramentas, abaixo apresento algumas sugestões de softwares livres e gratuitos.

Matemática

Ardublock: Software de linguagem de programação que utiliza blocos de funções prontas, auxiliando criar programas para o Arduinos de forma simples e intuitiva. 

Língua Inglesa

HagáQuê: Editor de histórias, que possui um banco de imagens com os diversos componentes para a construção, como cenário, personagens e vários recursos de edição para essas imagens e pode ser utilizado para o ensino de línguas.

Wondershare Quiz Creator: Software de produção de questionários com opção de inclusão de arquivos flash e pesquisas com objetos multimídia.

ProProfs: Aplicativo de produção de questionários, testes e exames online, com cores e imagens.

Celly: Rede social, que permite que o professor se comunique com seus alunos por mensagens de texto, e-mail e ou chat, sendo possível criar enquetes e produzir lembrete aos alunos.

Artes

Edutopia: A plataforma reúne ferramentas e recursos como dicas, conferências, vídeos, depoimentos, grupos e blog por áreas temáticas, organizado por temas como Artes, Música, dança, entre outros.

GIMP: Um software de edição e criação de imagens e possui uma série de ferramentas e recursos, como pincéis e efeitos para fotografias.

Ainda não sabemos se os gestores públicos conseguirão garantir os recursos necessários e formação docente para a aplicação dessas premissas. O que temos de concreto é a certeza de que esse pode ser um grande propulsor de inovação, criatividade e inventividade por meio da experimentação.

Agora quero saber de você. Qual é a sua opinião sobre essa relação entre currículo e tecnologia?

Por: Débora Garofalo

https://novaescola.org.br/conteudo

Metade dos professores já usa celular em atividades na escola, diz pesquisa

Levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação mostra ainda que 92% das escolas entrevistadas têm acesso à internet sem fio



Passou de 39%, em 2015, para 49%, em 2016, o porcentual 
de docentes que utilizam a internet do celular em atividades 
com os alunos 
Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Uma pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Ceti-Br) mapeou o uso da internet e de dispositivos móveis em escolas brasileiras. Os resultados mostram aumento do porcentual de professores que usam a internet do celular em atividades com seus alunos e de escolas com acesso à internet sem fio. 

De acordo com a pesquisa, passou de 39%, em 2015, para 49%, em 2016, o porcentual de docentes que utilizam a internet do celular em atividades com os alunos. O uso é maior entre professores com até 30 anos de idade e de colégios particulares. 

Entre os alunos entrevistados, 52% disseram usar o celular em atividades para a escola. O número é maior (59%) quando analisados os dados específicos de alunos do 9º ano do ensino fundamental (de 14 anos). Já entre os alunos do 2º ano do ensino médio, o porcentual sobe para 74%. Mas estudantes do 5º ano do fundamental - crianças de 10 anos - usam menos os equipamentos, segundo a pesquisa (27%).

Para a antropóloga Tania Fontolan, diretora do Programa Semente, o uso dos equipamentos eletrônicos pode ser positivo. "Faz sentido a escola incorporar esse instrumento (celulares) para que seja usado da melhor forma possível. Uma escola que não usa esses recursos no planejamento de seus cursos está privando o aluno de uma convivência orientada com uma coisa que na vida real todos nós usamos."

Tania destaca, porém, a necessidade de que o uso dos equipamentos tenha uma função pedagógica. "Tem que estar bem amarrado em um projeto em que se tenha clareza das finalidades. Não existe a ferramenta pela ferramenta". 

A pesquisa mostra ainda que 92% das escolas entrevistadas têm acesso à internet sem fio. Entre as escolas públicas, o porcentual é um pouco menor (91%). Entre as particulares, o número é de 95%. 

Foram avaliadas 1.106 escolas em áreas urbanas de todo o país com entrevistas. 1.854 professores de

Língua Portuguesa, Matemática e multidisciplinares e 11.069 alunos de 5º e 9º ano do ensino fundamental e 2º ano do ensino médio foram entrevistados.
Veja abaixo como alguns colégios de São Paulo lidam com a tecnologia: 

Na visão do Colégio Santa Maria, o uso das TDIC (tecnologias digitais de informação e comunicação) deve se dar de forma criativa, incorporando-se as ferramentas digitais aos processos de produção do conhecimento. Leia o relato completo aqui

No Colégio Marista Arquidiocesano, as novas tecnologias já estão em sala de aula. A escola reforça o papel do professor, enquanto mediador, na construção de novos conhecimentos. Leia o relato completo aqui

Para o Cambridge English, a tecnologia digital oferece oportunidades transformadoras que não estavam disponíveis no passado, estende o aprendizado para além da sala de aula física e permite novas formas de interação e aquisição de conhecimento. Leia o relato completo aqui

No Colégio Prudente de Moraes de Salto, o uso de celular só é permitido para alunos do Fundamental II e Ensino Médio no intervalo das aulas e quando o professor desenvolve uma atividade específica que necessita da sua utilização em sala de aula como ferramenta de trabalho. Leia o relato completo aqui

No Colégio Bandeirantes, o smartphone já é visto como uma ferramenta que complementa a dinâmica das aulas ao permitir uma nova forma de interação dos alunos com o conteúdo apresentado pelos professores. Leia o relato completo aqui

Em sala de aula no Equipe é proibido o uso de dispositivos móveis. A orientação é para que permaneçam desligados e dentro das mochilas. O uso, no entanto, passa a ser permitido se a ferramenta for incorporada à aula como uma das estratégias do professor. Leia o relato completo aqui

No Colégio Stockler, o uso do celular foi motivo de debate. A principal lição extraída pela equipe do ao repensar o papel do equipamento na sala de aula foi que para converter a tecnologia em aliada, ela não pode ser um fim em si só. Leia o relato completo aqui

Para o Colégio FAAP, existem situações como a pesquisa orientada, a composição de textos, ou jogos pedagógicos nos quais os recursos tecnológicos são necessários, bem vindos e pedagogicamente eficazes. Leia o relato completo aqui

Para o Colégio Jardim Anália Franco, é preciso buscar novas metodologias, as ativas, que são capazes de envolver os educandos na busca de seu próprio conhecimento. "Não podemos pensar em educação desatrelada da tecnologia", destaca o colégio. Leia o relato completo aqui

Entre proibir e liberar, o Colégio Novo Tempo preferiu não ser radical. Buscou o equilíbrio e apostou em outros recursos tecnológicos para chamar a atenção das turmas. Leia o relato completo da escola aqui

Para falar com uma geração familiarizada com recursos tecnológicos desde cedo, a escola precisa se adaptar e modernizar sua forma de atuação. Essa é a visão do Colégio Alicerce. Todos os recursos são considerados, inclusive o celular, mas sempre com um objetivo: ajudar o aluno a aprender. Leia o relato completo aqui.

O Estado de S. Paulo

FONTE:http://educacao.estadao.com.br