Na próxima quinta-feira (15), a primeira edição do Prêmio IPL – Retratos da Leitura premiará, entre outras categorias, as três bibliotecas de maior destaque do Brasil: Biblioteca Pública Estadual do Acre, Biblioteca de São Paulo – Parque da Juventude e Biblioteca Parque Estadual Rio de Janeiro.
Segundo o presidente do Instituto Pró-Livro, Marcos da Veiga Pereira, estes espaços são atrações para a comunidade. “A ideia de que bibliotecas são só o lugar para livros precisa ser revolucionada. Elas devem ser um parque de cultura, onde há videoteca, contadores de história e evidentemente, as obras”, diz. Funcionários que conheçam o acervo e saibam sugerir leituras para o público também ajudam a despertar o interesse pelo local.
Marcos afirma que, quando estes locais se tornam espaços de lazer, atraem a comunidade e ajudam a estimular o hábito da leitura. Os moradores do entorno da biblioteca passam a frequentá-la e, consequentemente, a interagir entre si. “Eles exercitam a cidadania e o respeito, lidam uns com os outros, conhecem novas pessoas”, afirma. “Ser apresentado ao mundo dos livros traz um benefício monstruoso. É um privilégio poder ter o prazer de ler, ter o livro como companheiro. A gente precisa ser capaz de ter imaginação”, complementa.
O diretor do IPL cita os resultados do ranking mundial de educação - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês), divulgado neste mês. O Brasil teve queda na pontuação nas três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. “A gente vê como o país está atrasado em termos de educação. É preciso incentivar o envolvimento das comunidades nas bibliotecas”, diz.
Público infantil
Para atrair as crianças às bibliotecas, Marcos afirma que é preciso pensar além da ideia de que são espaços fechados e escuros. É necessário que existam áreas de silêncio, mas não há necessidade de se restringir a elas. “Precisa ser tudo colorido e aberto, moderno. O livro permite a poesia, o teatro, pode haver a encenação de uma história. Quanto mais espaços e atividades, maior a chance de cativar esse público”, diz.
Tecnologias
Na discussão sobre livros digitais e impressos, o diretor do IPL afirma não ser purista. Para ele, não são opções excludentes. “O livro, para mim, é um conteúdo, não uma forma. Vai ter gente que vai preferir o papel, por achar mais acalentador, sentir o cheiro da tinta impressa. E há quem goste mais do digital”, diz.
De acordo com Marcos, a biblioteca pode se abrir às tecnologias e ter computadores e tablets. O desafio do livro digital, neste aspecto, é a burocracia no processo de empréstimo. “O e-book se propaga mais facilmente. Não sei como faríamos em relação aos direitos do autor da obra”, explica.
Outras categorias
Abaixo, confira os vencedores nas demais categorias do prêmio:
Cadeia Produtiva:
• Instituto Ecofuturo (mantenedora: Suzano Papel e Celulose) – Projeto Bibliotecas Comunitárias - Ler é Preciso.
• Skoob – (Portal de compartilhamento sobre livros e leituras pelos leitores)
• Companhia das Letras (Editora Schwarcz) – Projeto Clube de Leitura – em presídios
Categoria ONGs:
• Fundação Itaú Social - Programa Itaú Criança - Campanha “Leia para uma criança”
• Associação Vaga Lume – Expedição Vaga Lume
• ACEC – Associação Cultural Estudos Contemporâneos - Flupp - A Festa Literária das Periferias.
Categoria Mídia:
• Revista Emília
• Fundação Volkswagen - Plataforma do Letramento (coordenação técnica CENPEC)
• GloboNews Literatura
Por Luiza Tenente, G1
FONTE: http://g1.globo.com
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