Pesquisa mostra que 55% dos docentes e 51% dos
coordenadores pedagógicos pensam que, ainda que 100% das escolas
pesquisadas possuam pelo menos um computador, o número de equipamentos
por aluno mostra uma limitação para o uso efetivo do equipamento
O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou na manhã desta
terça-feira os resultados da II pesquisa das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), produzida pelo Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto Br. De acordo com os dados da pesquisa, 93% das escolas públicas
urbanas têm acesso à internet, porém a grande dificuldade que as
instituições enfrentam é a "usabilidade" da ferramenta. Em 2010, esse
número era de 86%.
"Apesar de ser um número expressivo, temos que pensar até que ponto é
uma ferramenta usual. Essas escolas podem ter apenas um computador na
sala do diretor. As pessoas podem ter essa tecnologia em casa, mas podem
não saber usar essa tecnologia", afirmou Juliano Cappi, coordenador da
pesquisa. "Isso é possível de ser vencido a médio prazo e até curto
prazo se o governo resolver interferir", completou.
O estudo analisou 650 estabelecimentos educacionais, sendo 497 escolas
públicas e 153 particulares, que entraram nessa amostra pela primeira
vez nessa edição. As escolas federais não fazem parte do estudo. Todas
as escolas pesquisadas têm, em média, 500 alunos.
"Mesmo com investimentos para a introdução das tecnologias de
informação e comunicação nas escolas, o uso efetivo do computador e
internet em atividades com os alunos ainda permanece como um desafio a
ser vencido", disse Cappi.
Prova disso é a estabilidade e o baixo número de escolas que possuem
computadores em salas de aula: apenas 4% em 2010, número que se repetiu
no ano seguinte.
A pesquisa mostra que 55% dos docentes e 51% dos coordenadores
pedagógicos pensam que, ainda que 100% das escolas pesquisadas possuam
pelo menos um computador, o número de equipamentos por aluno mostra uma
limitação para o uso efetivo do equipamento na escola. Para eles, a
baixa velocidade de conexão é um fator importante. Enquanto 32% das
escolas têm velocidade de internet entre 1 e 2MB, outras 25% possuem
velocidade abaixo de 1MB.
"É difícil um professor, dadas as condições que possui, com 15 anos de
experiência e que construiu conhecimento da carreira baseado num estilo,
começar a incorporar isso em seu cotidiano. É importante quebrarmos
essas barreiras de infraestrutura. O professor precisa ter condições de
trabalho e isso não acontece do dia para a noite", afirmou Cappi.
O coordenador da pesquisa afirmou ainda que esses dados levantados pelo
Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação
(Cetic.br) serão levados ao MEC para que um maior investimento seja
feito na infraestrutura das escolas em relação às tecnologias.
"Foi uma luta conseguir fazer essa pesquisa. Ficamos quase três anos
batalhando as articulações, para conseguir entrar nas escolas públicas
brasileiras. Ainda assim, o trabalho é muito grande. Mesmo as escolas
recebendo ofícios das secretarias há uma resistência muito grande.
Ficamos felizes de ver como esses resultados podem ajudar a gente nessa
área", afirmou.
Fonte: Terra
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