No DF há 1,5 mil alunos com altas habilidades na rede pública
Uma turma composta por 47 Alunos com altas habilidades na área de Artes Visuais do Condomínio Pôr-do-Sol, em Ceilândia, é exemplo de superação. Eles foram descobertos por familiares e Professores e, agora, aprimoram suas habilidades natas. Várias crianças carentes já estão, inclusive, vivendo de seus próprios talentos.
E mais: 16 deles estão participando de uma mostra de artes visuais e todos frequentemente concorrem a prêmios, por meio dos trabalhos confeccionados em sala de aula. Assim como eles, existem outros tantos superdotados no DF. Eles precisam, apenas, serem descobertos. A Professora de artes plásticas Sandra Regina Machado se empenha em reconhecer a habilidade de crianças e adolescentes em idade Escolar. Ela faz parte da equipe de profissionais do Atendimento Educacional Especializado em Altas Habilidades/Superdotação da Secretaria de Educação do DF (SEDF).
HABILIDADES
O atendimento de artes visuais da Professora acontece no Centro de Ensino fundamental (CEF) 32 de Ceilândia e envolve Alunos em faixa etária de sete a 18 anos. Para participar, não precisa ser necessariamente Aluno da rede pública. “O candidato deve ter predisposição para as artes. Geralmente, eles são trazidos por outras pessoas que percebem seus talentos. A partir daí, passam por um período de observação e depois prosseguem matriculados em caráter efetivo”, explica a Professora. O projeto tem dado tão certo que a turma frequentemente participa de concursos, passeios culturais e exposições. “Aqui, eles desenvolvem técnicas porque a ideia é aperfeiçoar as habilidades. Eles participarão de um concurso intitulado “Brincando com Artes”, da Codevasf. Há sete anos, a Escola participa, e sempre com destaque. Eles também já participaram de premiações no Museu da mprensa”, conta, orgulhosamente, a Professora que é artista plástica.
CAÇULA
Ana Clara Ribeiro, 7 anos, é a ca- çula da turma. Ela cursa o 2° ano e lembra que começou a se destacar aos quatro anos. “Eu ficava treinando na minha casa”, relata, contando ainda que gosta de ler, de escrever, de pintar e de matemática.
Sinais aparecem muito cedo
O superdotado pode estar em qualquer lugar. Segundo a Professora do Instituto de Psicologia do Departamento Escolar da Universidade de Brasília (UnB) e PHD na área de Altas Habilidades, Ângela Virgolim, algumas características são mais presentes nas pessoas com altas habilidades. “Ainda bebê, ele dá sinais de curiosidade, tem a percepção apurada, anda e lê mais rápido do que a média. Até mesmo a linguagem é desenvolvida com vocabulários ricos. E na medida em que vai crescendo, se percebem os destaques em certas áreas”, diz. No DF, há 1,5 mil estudantes da rede pública de Educação com altas habilidades. O coordenador de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação, Antônio Leitão, afirma que a pasta faz um trabalho suplementar atualmente em 12 regionais de Ensino.
Discriminação nas escolas ainda existe
Atualmente, não existe uma concordância entre os estudiosos sobre o que seria superdotação ou altas habilidades. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que cerca de 3,5% a 5% de toda a população mundial possua alguma categoria de alta habilidade. De acordo com a Professora Ângela Virgolim, muitos destes estudantes sofrem discriminação nas Escolas. “Superdotado traz um peso na palavra devido ao sufixo ‘super’, que remete a uma ideia de que a pessoa é excelente em tudo que faz. Isso é um mito.
Hoje, se trabalha com as habilidades que são melhores desenvolvidas, como as artes, esportes, entre outros. Entendemos a inteligência em diversas formas”, explica. Para a psicóloga, é essencial que o governo trabalhe em mais políticas públicas para este público. “Muitos pensam que eles podem se virar sozinhos, já que sabem de tudo. Vemos a exclusão do Aluno, as dificuldades emocionais e sociais. Faltam recursos. A Escola e a sociedade não entendem as necessidades, e muitas vezes os pais é que vêm pedir atendimento”, observa a Professora, PHD na área de Altas Habilidades.
Fonte: Jornal de Brasília (DF)
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