segunda-feira, 5 de março de 2018

Governo anuncia liberação de R$ 1 bilhão para formação de professores

MEC informou que serão oferecidas 190 mil vagas para formação de professores e de estudantes de cursos de licenciatura. Temer participou de evento no Planalto em que recursos foram anunciados.


O presidente Michel Temer (centro), no Palácio do Planalto, durante evento no Palácio do Planalto nesta quarta (28) (Foto: Isac Nobrega/PR)

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (28) a liberação de R$ 1 bilhão para a formação de professores. De acordo com o Ministério da Educação, a verba sairá do orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

Ainda segundo o ministério, serão oferecidas 190 mil vagas para formação de professores e de estudantes de cursos de licenciatura.

O evento de anúncio dos recursos aconteceu no Palácio do Planalto, e o presidente Michel Temer participou da cerimônia.

Segundo o MEC, os recursos anunciados nesta quarta serão investidos por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir de agosto, até 2019.

Ainda de acordo com o ministério, estão previstas:

45 mil vagas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid);
45 mil vagas no Programa de Residência Pedagógica;

100 mil vagas na Universidade Aberta do Brasil (UAB).

"O Ministério da Educação está destinando R$ 1 bilhão para política de formação inicial para essas três ações", afirmou a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães Castro.

Ela destacou, ainda, a necessidade de os professores dominarem o conteúdo que vão ensinar. Também é preciso, segundo a secretária-executiva, conhecer a realidade escolar.

"Em geral, o aluno sai da escola, da faculdade, sem nunca ter conhecido o funcionamento de uma escola de educação básica, nem público nem privada", disse.

Conforme a Capes, nesta quinta (1º) serão publicados os editais no "Diário Oficial da União" do Pibid e da residência pedagógica. Em março, as instituições de ensino deverão apresentar os projetos, que serão avaliados por bancas examinadoras.

O início das atividades para os estudantes será em agosto, bem como o pagamento de bolsas, cujos valores variam de R$ 650 a R$ 1,5 mil. O órgão explicou que também há bolsas disponíveis para professores e coordenadores.

Em março, as instituições de ensino deverão apresentar os projetos que serão avaliados por bancas examinadoras. O início das atividades para os estudantes será em agosto, bem como o pagamento de bolsas, cujos valores variam de R$ 650 a R$ 1,5 mil. O órgão explicou que também há bolsas disponíveis para professores e coordenadores.

'Grande alicerce'

Em um rápido discurso ao final do evento, o presidente Michel Temer afirmou que o investimento de R$ 1 bilhão na formação de professores reforça as ações do governo para melhorar o "sistema educacional do país".

"A formação de crianças e jovens é, na verdade, um grande alicerce para uma economia próspera, para uma democracia vibrante para uma cidadania plena", disse.

Curso a curso

No caso do programa de iniciação à docência, o objetivo do governo é permitir que o futuro professor tenha contato com o ambiente escolar ainda na primeira metade do curso.

Conforme Maria Helena Guimarães, os beneficiados devem estar nos dois primeiros anos do curso. A intenção é que os professores tenham "aproximação com a realidade escolar a partir do aprendizado" nas faculdades.

Na residência pedagógica, segundo o MEC, o objetivo é o "aperfeiçoamento do estágio curricular supervisionado", com a experiência do estudante, na segunda metade do curso, em escola de educação básica.

O estágio, até o momento, é feito em escolas da rede pública, segundo Maria Helena.

"Ela [residência pedagógica] tem um ciclo de formação que se estende por 18 meses. Durante os 18 meses os alunos receberão as suas bolsas", afirmou.

Nos dois programas, cada selecionado será acompanhado por um professor de escola com experiência na mesma área de ensino estudada. Os dois programas integram a Política de Formação de Professores, anunciada em outubro de 2017.

No caso das vagas na UAB, é oferecida capacitação para professores que atuam fora da sua área de formação. Os cursos são realizados à distância.

Alfabetização e ensino médio

Ao fazer um pronunciamento no evento, o ministro da Educação, Mendonça Filha, afirmou que em março será divulgado o edital da edição de 2018 do Enem e que o governo federal vai lançar uma política para fortalecer a alfabetização.

"Crianças mal alfabetizadas têm estreitado o seu caminho em relação ao futuro", disse o ministro.

Mendonça também declarou que, até o final de março, pretende concluir a proposta de Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio - a BNCC para os ensinos infantil e fundamental foi homologada no ano passado.

"Espero entregar ao Conselho Nacional de Educação a nossa proposta para a base nacional, que será deliberada pelo conselho e depois retornará para homologação pelo Ministério da Educação", afirmou.

Por Guilherme Mazui e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo, Brasília

FONTE: https://g1.globo.com/educacao/noticia/governo-anuncia-liberacao-de-r-1-bilhao-para-formacao-de-professores.ghtml

Maranhão eleva piso salarial do professor a R$ 5,750

Valor é referência para professor em início de carreira com carga de 40h semanais; estado tem o maior piso salarial para a categoria em todo o país



O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), anunciou nesta semana a recomposição de 6,81% nos salários do magistério e professores contratados da educação básica, o que eleva o piso da categoria a R$ 5,750 para 40h trabalhadas, o que promove a remuneração de referência dos professores maranhenses a maior do país.

Já o docente em início de carreira com 20h semanais receberá o valor proporcional, equivalente a R$ 2.875,41. Durante o anunciou do reajuste, o governador afirmou que investimento é fundamental para desenvolver do estado do Maranhão. Embora o estado tenha, ano a ano, subido nas avaliações que medem a vulnerabilidade da população, o Maranhão ainda é um dos estados brasileiros com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mediano.

Na contramão

O governador Geraldo Alckmin anunciou, no dia 4 de janeiro deste ano, o reajuste de 7% do piso salarial de mais de 200 mil professores da rede estadual. Com o reajuste, o salário base de um professor paulista passará de R$ R$ 2.415,

"Sala de aula digital: um caminho sem volta"

Arrisco dizer que nunca foi tão difícil educar como é hoje em dia. Tanto para os pais quanto para os professores. Com toda essa tecnologia fazendo parte do cotidiano de crianças e adolescentes, como atrair a atenção dos alunos para os métodos tradicionais de ensino? A competição entre livros e cadernos com tablets e celulares chega a ser por vezes desleal. As ferramentas tecnológicas ganham de lavada o interesse dos alunos. E, em razão disso, não dá mais para os educadores fugirem desses recursos em sala de aula. As chamadas TDICs – Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação – podem e devem ser incorporadas nas práticas educativas. E te garanto que todos – alunos e professores – serão mais felizes, e o processo de ensino e aprendizagem, muito mais prazeroso. 

Não adianta remar contra a maré; os estudantes de hoje em dia são nativos digitais. Para eles, tudo é on-line e a tecnologia é algo muito óbvio e natural. Por isso é tão difícil hoje despertar interesse pelo que foge desse universo. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, 22 milhões (91%) das crianças e adolescentes brasileiras acessaram a internet pelo celular em 2016. Então, como não incorporar esse recurso como ferramenta pedagógica? 

O desenvolvimento de aplicativos educacionais que auxiliam na alfabetização e no aprendizado da matemática, de ciências e de idiomas está bastante avançado e rico em conteúdo de qualidade. Diversas editoras também têm agregado conteúdo digital a seus livros didáticos. É só buscar os que mais se encaixam em seu planejamento educacional, que deve ser bem elaborado, com objetivos definidos. Dessa forma, os recursos tecnológicos tendem a ser um complemento no desenvolvimento das atividades em sala de aula, potencializando novas formas de aprendizagem. 

Sim, é um desafio usar a tecnologia a nosso favor. Muitas vezes parece mais fácil lutar contra ela do que gerenciar o “efeito zumbi” que ela causa nos jovens. Afinal, a grande maioria de nós é um professor que está inserido em uma sala de aula no estilo do século 19, com a formação do século 20 e alunos do século 21, como dizia a mestra e especialista em Educação, Carolina Defilippe. Para mudar esse cenário é preciso capacitação com foco específico em tecnologia. Também é necessário engajamento e coragem para mudar a didática tradicional. Práticas inovadoras são sempre bem-vindas e devem ser integradas aos conteúdos. 

Precisamos valorizar as inteligências múltiplas da nossa geração de alunos, que consegue interagir de diversas formas e executar inúmeras atividades ao mesmo tempo. Porém, é preciso direcioná-los pedagogicamente e tecnologicamente. Sem esse tipo de orientação, eles provavelmente se perderão no caminho da aprendizagem, desviando-se do foco proposto pelo professor. Esse é o papel que o educador moderno deve exercer em sala de aula.


ARTIGO
Luis Antonio Namura Poblacion: "Sala de aula digital: um caminho sem volta"
Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica

#EducaçãoJá!

É preciso ter obsessão para melhorar a Educação no Brasil

Jaime Saavedra, diretor global de Educação do Banco Mundial, diz que quando se trata de melhorar a qualidade do ensino, o Brasil é parte do problema – mas também da solução
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Por: Soraia Yoshida
Jaime Saavedra, diretor global de Educação do Banco Mundial Foto: Divulgação



“É preciso investir mais dinheiro em Educação e garantir que esse dinheiro não seja desperdiçado”, afirma Jaime Saavedra, diretor global da área de Educação do Banco Mundial. Ao discutir o peso que os governos do mundo inteiro deveriam dar ao ensino-aprendizagem, Jaime entende que os alunos deveriam ter igualdade de condições. “E se você precisa gastar mais em um estado para que as crianças tenham as mesmas condições, então que seja”, diz.


À frente das iniciativas de Práticas Globais de Educação, ele se diz extremamente preocupado com o que chama de “crise no aprendizado”. Indicadores do Banco Mundial apontam que nos países em desenvolvimento, o número de crianças que não são capazes de ler, escrever ou fazer operações básicas de matemática – mesmo após alguns anos na escola – é gigantesco. “Na África Subsaariana, esse número chega a 90%”, diz.


O diretor global de Educação acredita que a maneira de virar o jogo está relacionada a mais investimentos, mas chama atenção para que esses recursos não se percam e, sim, sejam usados de maneira eficiente. “Dinheiro gasto com um professor que falta e não dá aula é dinheiro desperdiçado”, afirma. “E não podemos desperdiçar dinheiro para Educação, temos de garantir que seja usado corretamente”.

Jaime fala por experiência própria. Ele foi ministro da Educação no Peru, período durante o qual o país apresentou melhores resultados na aprendizagem. Segundo ele, por estar no comando de uma pasta de interesse nacional, ele percebeu rapidamente como as mudanças poderiam ter um impacto em todo o país. "Faço questão de dizer que trabalhar para o serviço público é uma honra porque você pode gerar impacto na vida das pessoas, principalmente dos jovens e crianças", diz.

De passagem pelo Brasil para participar do seminário “Aprendizagem: Realizando o Potencial da Educação”, em São Paulo, Jaime Saavedra discutiu suas preocupações sobre o nível educacional e como o Brasil se encaixa hoje nesse cenário. Leia a seguir os principais trechos da entrevista a NOVA ESCOLA.



Quando o sr. fala em uma crise de aprendizado global, do que exatamente estamos falando? E onde fica o Brasil nesse cenário?
Eu uso o termo crise devido à magnitude do problema. Não estamos enfrentando uma situação em que 10% dos estudantes não conseguem ler nem escrever, mesmo na escola. Estamos vivendo um problema global em que 50% dos estudantes dos países em desenvolvimento não conseguem aprender. Esse número varia de mais ou menos 20% em países da Europa Oriental até 90% em países da África Subsaariana. Além disso, temos 260 milhões de crianças em idade escolar que deveriam estar matriculadas no Ensino Fundamental e no Ensino Médio que não vão à escola. E, para piorar, a média de matrículas em Educação Infantil fica em torno de 50% nos países em desenvolvimento. É um problema enorme: garantir que as crianças estejam na escola e que elas tenham todas as condições para aprender. O Brasil é parte do problema e parte da solução.

De que maneira?
O Brasil é um país de dimensões continentais e em termos de aprendizado, os números ficam entre 50% e 60% - o que coloca o país na média da América Latina. Considerando os resultados do Pisa, se você olhar para o Brasil notará que houve uma melhoria durante algum tempo, mas então os resultados estagnaram. Como a maioria dos países da América Latina, fica na faixa de baixo do Pisa. O desafio de avançar na melhoria do ensino de maneira global, nós vemos também para o Brasil.

Em muitos países, a discussão é que o ensino não avança porque os professores precisam ser melhor preparados. Por outro lado, educadores chamam atenção aqui no Brasil para o fato de que pouquíssimas iniciativas, mesmo aquelas que mostram resultados, se mantêm de um governo para o outro. O sr. já disse anteriormente que os professores são parte da solução. Qual a sua visão para isso?
Quando falo que são necessárias certas condições para que as políticas se mostrem efetivas para melhorar a educação, é a isso que me refiro. Você precisa planejar os programas para que tenham o tamanho certo e estejam alinhados da maneira correta. Em muitos casos, o alinhamento político precisa ser feito entre diferentes atores, mas o importante é ter um alinhamento político que permita ao Brasil ter persistência e sustentabilidade de políticas públicas. E como você citou, entra um novo governo e quer começar tudo outra vez e aí temos problemas. Os países bem-sucedidos em termos de políticas públicas para Educação são aqueles que sustentaram essas políticas por muito tempo. Sobre os professores, eu diria que eles têm que ser parte da solução. Não há outra alternativa, não existe reforma sem professores. Não se trata de pensar “ah, já que as crianças são tão inteligentes hoje, vamos encontrar um software para que elas aprendam sozinhas”. Isso não existe. A tecnologia é muito importante, ela permite que o aprendizado se torne mais rápido, efetivo e mais divertido. Mas terá de ser sempre uma ferramenta usada pelo professor para ensinar. Por isso eu reforço que os professores precisam ser parte da solução. E a parte importante para o país é que o Brasil tem todas as condições para avançar.

Temos razão para nos sentir otimistas, então?
Sim. Há algumas reformas que já estamos vendo, como o novo Ensino Médio, por exemplo, e é uma mudança que está indo na direção certa. Se for aprovada e implementada da maneira correta, vai colocar o Brasil em uma posição mais vantajosa para conseguir melhorar a qualidade da educação. O Brasil também precisa aprender mais com sua própria experiência. Você encontra exemplos muito bons em vários municípios. O Brasil não precisa imitar a Finlândia, a Coreia do Sul ou Cingapura. O país vai experimentar um grande progresso se imitar o que acontece de bom dentro do próprio Brasil. Agora, a questão é que não se pode parar com os primeiros bons resultados. É preciso continuar melhorando.

Uma das questões que pesa sobre o país é a desigualdade, que faz com que tenhamos mais investimento e melhores condições em algumas partes do Brasil e menos em outras, ou seja, os alunos não recebem de saída condições iguais de se desenvolver e aprender. O sr. acredita que podemos diminuir essa lacuna progressivamente ou ainda vai levar muito tempo?
É uma questão de recursos, sim, mas é uma questão de vontade política de promover mudanças. É muito difícil diminuir a desigualdade de uma hora para outra, isso ainda vai levar algum tempo. Mas não precisa demorar 30 anos. É um processo, mas acredito que será possível ver mudanças mais rapidamente.

O sr. defende que as mudanças globais demandam que os professores se preocupem não apenas em passar conhecimento, mas também outras habilidades que permitam aos estudantes chegar mais preparados para encarar os desafios de hoje. Como atingir esse equilíbrio entre conhecimento e capacidades e de que forma os professores podem fazer isso em sala de aula?
Em primeiro lugar, é preciso garantir que os professores tenham a mentalidade de que precisam fomentar essas habilidades entre seus estudantes – e não pensar que eles vão desenvolvê-las em casa. “Eu só vou ensinar História e pronto”, não é isso. Eles precisam estar conscientes de que é parte de sua responsabilidade. E isso não está claro para todos os professores. Eu tive bons professores que faziam as duas coisas. Hoje precisamos que todos os professores estejam conscientes de que sua responsabilidade também é fomentar as habilidades socioemocionais nos alunos.

O segundo ponto é que você pode fomentar essas habilidades ao mesmo tempo em que está passando conhecimento. Se você ensina História preocupado apenas que os alunos memorizem datas, você pode mudar para ensinar o contexto histórico e incentivar o pensamento criativo. Essa é a maneira certa. Você ensina aos alunos como articular ideias e incentiva a formação do pensamento crítico, enquanto explica os acontecimentos históricos. É uma combinação, não se trata de escolher uma coisa ou outra. Dessa maneira, os alunos aprenderão as habilidades fundamentais, como ler e escrever, assim como conhecerão Matemática, História, Geografia, Economia, Ciência etc. combinadas a estas outras habilidades socioemocionais. Não existe subcategorias de perseverança e desenvolvimento de trabalho em equipe, você ensina isso enquanto ensina Biologia. 

Qual seria o seu conselho para melhorar a educação brasileira a partir de agora?
Mais do que um conselho, que não é o nosso papel no Banco Mundial, e sim acompanhar as reformas, eu diria que o que está sendo feito no Ensino Médio é um movimento na direção certa. No ano passado a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi aprovada e o desafio agora é implementar esse currículo, garantindo que os professores internalizem qual é maneira de ensinar esse currículo. Essa é uma prova de que as coisas precisam seguir adiante entre um governo e outro. Porque este processo de mudança no Ensino Médio e na elaboração de um currículo nacional é algo que vai ficar para o próximo governo. Todos esses processos levam anos para serem elaborados e implementados. É assim que as coisas acontecem. 

Essa é a receita?
Esse é o desafio para o Brasil. Aliás, não apenas para o Brasil, mas para todos os países bem-sucedidos em suas políticas de melhoria de qualidade do ensino. Aumentar o número de alunos matriculados e ao mesmo tempo melhorar a qualidade do ensino, o que em muitos casos está ligado a melhorias nas condições para os professores. Você precisa garantir que a sociedade tenha essa “obsessão pela educação”, a vontade de seguir em frente com reformas, permitindo a continuidade de um governo para o outro. É uma obsessão por melhorar a formação dos professores, motivá-los e escolher as melhores pessoas para que sigam nessa carreira. São coisas que não se consegue mudar da noite para o dia. Você precisa ter essa obsessão na sociedade, de tal forma enraizada, que será mantida de um governo para o outro.

FONTE:https://novaescola.org.br/conteudo/10174/e-preciso-ter-obsessao-para-melhorar-a-educacao-no-brasil

Base Nacional Comum

Saiba como organizar sua escola para as discussões da Base

No dia 6 de março, escolas do Brasil inteiro deverão se mobilizar para debater o documento que guiará os currículos de todas as escolas do país
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Por: Laís Semis
Crédito: Divulgação/MEC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada no ano passado, deverá ser implementada nos próximos dois anos em todas as escolas da rede pública e privada do Brasil. Para dar conta do desafio de ter um país inteiro alinhado nessas discussões, é preciso que todos os atores envolvidos no dia a dia da escola estejam apropriados do seu conteúdo para aplicá-los na prática. Neste momento, as redes estão discutindo a construção dos currículos. Para que estes contemplem as realidades locais em que estão inseridas as escolas e o processo seja transparente, legítimo e de credibilidade, a participação dos gestores escolares e professores é imprescindível. 

Para auxiliar as discussões e dar suporte aos gestores, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime) desenvolveu uma série de materiais detalhados. As orientações e propostas de atividades são de caráter sugestivo e podem ser usadas por completo ou parcialmente pelas redes e instituições de ensino. O MEC está fazendo uma mobilização nacional para que no dia 6 de março todas as escolas participem de discussões sobre o tema – seja em grupos internos ou com representantes na secretaria de Educação. 




A data é apenas uma referência. Caso não seja possível realizar as atividades no Dia D, é possível usar o material nos momentos de formação coletiva da equipe ou organizar outra data para mobilização. “O importante é que as redes e escolas se familiarizem com a Base e ampliem o debate sobre o documento", apontam os órgãos organizadores no material orientador. 

A proposta para a data é que sejam realizadas apresentações, atividades e dinâmicas de caráter formativo. A programação pode ser feita nas unidades escolares ou serem organizadas pela secretaria em um evento centralizado ou em diversos polos da cidade. Cada rede ou escola poderá organizar o Dia D da maneira que preferir. 

Para inspirar e auxiliar a organização desse encontro e de outras formações que podem acontecer ao longo do ano sobre o tema, o material traz um passo a passo de atividades, tempo estimado para realização de cada uma delas, dicas e arquivos de apoio, como PDFs e Power Points, para utilização com a equipe. O material é completo e dá instruções claras para introduzir as discussões na escola. 

As sugestões foram organizadas em um roteiro de 4h que pode ser conferido aqui. São cinco atividades propostas sobre como a BNCC se articula com a sua rede/escola, reflexões sobre a formação dos estudantes para o futuro, como as dez competências previstas pela Base se articulam no contexto da escola, como compartilhar as informações sobre o tema e um momento final dedicado às aprendizagens do dia. 

+ Baixe o PPT ou o PDF de apoio para apresentação 

Um outro material também foi divulgado para os que desejam realizar um dia mais longo de atividades ou continuar as discussões em um segundo momento. Nele, outras três outras atividades são propostas com foco na Educação Infantil e componentes curriculares do Ensino Fundamental; planejamento de sala de aula à luz das competências gerais, campos de experiências, objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades; e como as competências do aluno e do professor se dão na prática. Entre o pacote desenvolvido pelo MEC, Undime e Consed, ainda há um vídeo tutorial para uso dos conteúdos.

+ Baixe o PPT ou o PDF de apoio para apresentação das atividades extras


As orientações também incentivam o registro das discussões para que as redes organizem as informações de maneira a circular entre as escolas e redes. Se a sua escola ainda não se mobilizou, entre em contato com a secretaria para se informar se a rede está planejando alguma ação centralizada. E vale lembrar: apesar da mobilização nacional para o Dia D, a Base é um documento complexo, obrigatório e que exige o entendimento dos professores para sua aplicação. As discussões devem se estender e aprofundar ao longo de todo o ano para que a transposição para a sala de aula favoreça a aprendizagem dos estudantes.

FONTE: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1956/saiba-como-organizar-sua-escola-para-as-discussoes-da-base