terça-feira, 12 de julho de 2016

Tecnologia na Educação

Celular na escola, pode ou não pode?

Com o maior acesso das crianças e jovens aos dispositivos móveis, como celulares e tablets, proibir ou não o uso desses aparelhos na escola tornou-se dúvida recorrente entre gestores, professores e pais. Não há resposta única para essa dúvida. Depende muito da relação que a instituição tem com toda a comunidade escolar e com os alunos.

Como a escola é um espaço para a aprendizagem, é fundamental que professores e gestores criem um ambiente que propicie esse aprendizado. Se os alunos estão usando o celular na hora da aula e isso está prejudicando a aprendizagem deles, é preciso que a escola intervenha. Nesse caso, o melhor caminho não é simplesmente proibir, mas dialogar com a turma para que todos entendam o melhor momento do uso dos aparelhos.

Esse diálogo pode não ser fácil e depende da forma como a escola veio construindo sua relação com os alunos. Se esse relacionamento ainda é conflituoso, no início talvez seja preciso adotar regras mais rígidas; caso essas questões estejam melhor resolvidas entre os alunos e a escola, as próprias crianças e jovens vão entender quando o uso é adequado ou não.

O importante é não encarar o celular como uma ameaça ao aprendizado, mas como uma ferramenta: os aparelhos eletrônicos estão cada vez mais presentes nas nossas vidas, assim como no dia a dia da molecada, e podem ser um bom recurso pedagógico quando usados de forma planejada e intencional.

Existem alguns exemplos de como os professores podem usar o celular de forma interessante. Nas aulas de história, por exemplo, são comuns as atividades em que o professor pede aos alunos que entrevistem pessoas idosas da comunidade e busquem descobrir mais sobre a história do bairro e da cidade. Já pensou que bacana seria se os alunos pudessem gravar essas conversas com os seus celulares e depois fizessem uma espécie de documentário? E se os alunos fossem encorajados a desenvolver aplicativos, estimulando a criatividade e fazendo uso da lógica? Com uma proposta pedagógica consolidada, há diversos usos possíveis da tecnologia no dia a dia escolar.

Quando a turma toda está envolvida em uma atividade interessante, que os estimule, o aluno que ficar de fora por desinteresse ou indisciplina será o peixe fora d’agua, e as crianças têm o discernimento de interpretar essas situações. As crianças e os jovens querem aprender e expressar sua curiosidade e criatividade. E isso é fundamental para o processo de aprendizagem.

Em questões como essa é também imprescindível o diálogo com as famílias. A intencionalidade da escola precisa ser compartilhada e explicitada, seja com o uso ou não de dispositivos tecnológicos. Isso fortalece o vínculo e ajuda a conscientizar os alunos sobre a importância daquilo que estão aprendendo. No meu último texto para o blog, falei sobre o papel da escola na formação ética e moral dos alunos e dei como exemplo a questão do uso dos celulares em sala de aula. Confira aqui.
 
 
por Ricardo Falzetta 12/07/2016 06:00  
 
FONTE:http://blogs.oglobo.globo.com/todos-pela-educacao

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