quarta-feira, 19 de junho de 2013

ELES SÃO COBRAS EM MATEMÁTICA

Método motivacional de professor busca despertar maior interesse dos alunos pelos números e cálculos

No Centro de Ensino Fundamenta 11 (CEF 11), no Gama, os Alunos aprendem uma matemática venenosa. Quem ensina a disciplina no quadro-negro é a anaconda e os melhores Alunos são chamados de grandes sucuris. As salas de aula também estão repletas de outras cobras. São cinco em cada uma delas e, ao fim do bimestre, 30 novas aparecem. Tudo isso faz parte do método motivacional do Professor João Rosa Borges, 56 anos, adotado por ele há duas décadas com o objetivo de despertar maior interesse dos Alunos pelos números e cálculos. A ideia original do projeto Ninho das Cobras nasceu em uma Escola de Anápolis (Goiás), mas foi adaptada por João Rosa para atender os estudantes do Distrito Federal.

Este é o primeiro ano da iniciativa no CEF 11. Ao todo, o método envolve seis turmas do 6° ano (antiga 5ª série) do Ensino fundamental e funciona a partir da nota tirada pelo Aluno em uma prova bimestral de matemática. Dependendo do desempenho atingido, o estudante pode receber o título de grande sucuri, correspondente à melhor nota entre as turmas; de sucuri, relativo à melhor obtida em sala de aula; e de cobra, a mais alta conquistada entre os estudantes de uma mesma fileira de carteiras. Os demais, com rendimento normal, são intitulados de filhotes.

Diferentemente do que ocorria no colégio goiano, onde Alunos de todos os anos eram classificados, na Escola do Gama apenas os que assistem às aulas de Borges estão integrados à metodologia, isto é, algo em torno de 166 adolescentes. Segundo ele, outros estudantes da rede pública já participaram da experiência. Ele destaca universitários e Professores já graduados. “Aqui, no CEF, estamos no segundo ninho. Da primeira vez, não apliquei prova bimestral. Fiz uma revisão no conteúdo e apliquei o teste. Mas, normalmente, o resultado é dado depois de dois meses. A avaliação conta com 40 questões de múltipla escolha, em que uma certa anula uma errada, como nos vestibulares da UnB (Universidade de Brasília)”, esclareceu.

Na opinião do Professor, esse tipo de competição saudável deveria ser perpetuada. Ele a analisa como uma forma de impulsionar os estudantes no caminho do conhecimento. Diante disso, ele ressalta a vontade de todos em se tornar cobras. Esse é o caso de Ana Clara da Silva, 12 anos, do 6º ano E. Ela relata ter dificuldades em exatas, mas promete dar duro para conseguir sair da posição de filhote. “Estudo em casa, faço as atividades. Estou me empenhando cada vez mais. Na próxima prova, quero ser, pelo menos, cobra”, garante. Ana Clara analisa a dinâmica criada pelo mestre como uma forma adicional de incentivo. “Por conta disso, muitas vezes, dou mais atenção para matemática do que para outras matérias”, justificou.

Ao contrário dela, a colega Geovana Almeida Alves, 11 anos, sempre teve facilidade e gosto pelos números. A combinação entre aptidão e esforço, segundo ela, integra a fórmula para alcançar os postos mais altos, como os conquistados por Geovana no último teste: de grande sucuri e de sucuri da sala. “A prova valia 2 pontos e eu tirei 1,6. Não esperava conseguir tanto, pois tenho colegas muito inteligentes. Foi uma surpresa boa”, afirmou. Ela garante que não fará corpo mole na próxima avaliação. “Vou melhorar ainda mais para não perder os títulos. Sorte a minha que sempre fui bem em matemática”, ressaltou.

O nome dos Alunos com notas mais altas vai para um ranking criado por Borges. A lista é entregue a Professores de outras disciplinas para, segundo explica, “dar um feedback aos colegas”. “Assim, eles podem verificar se o desempenho daquele estudante em matemática é parecido com o obtido nas demais matérias”, destacou João Rosa. Após a classificação dos estudantes, os pais são chamados para uma cerimônia de entrega de medalhas e de diplomas de honra ao mérito. O ouro corresponde à grande sucuri, enquanto a prata à sucuri e o bronze, à cobra. Um dos eventos ocorreu no último dia 15, no CEF 11, às 14h. Geovana foi uma das estudantes homenageadas. A estudante Emily Átila, 11 anos, também é uma das cobras em matemática da Escola.

Mudanças
O primeiro ninho formado por Borges coroou o Aluno Vinícius de Oliveira, 10 anos, como a grande sucuri. A avaliação valia 10 pontos e ele tirou 9,2. Ele é de uma turma diferente à de Geovana, mas, como ela, anuncia que se esforçará para recuperar o título. “Agora, vou prestar atenção redobrada nas questões”, adianta.
O método do Professor João Rosa Borges passará por mudanças no próximo bimestre, com envolvimento ainda maior dos Alunos com as melhores colocações nas provas. Na ocasião, eles serão identificados com coletes de monitores e terão a função de ajudar os colegas com dúvidas na matéria.

A medalha de ouro vai para quem conquista o título de grande sucuri
Classificação
Anaconda Professor
Grande sucuri melhor nota entre as turmas
Sucuri melhor nota da sala
Cobra melhor nota entre os Alunos sentados em uma fila
Filhotes demais Alunos
Premiação
Ouro grande sucuri
Prata sucuri
Bronze cobra

"Não esperava conseguir tanto, pois tenho colegas muito inteligentes. Foi uma surpresa boa”
Geovana Almeida Alves, 11 anos, estudante do CEF 11.

Fonte: Correio Braziliense (DF)


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BRASIL PRECISA ENSINAR MATEMÁTICA BEM E TER MAIS ENGENHEIROS, DIZ CNI

Segundo a avaliação que consta do "Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022", Brasil tem baixa qualidade na Educação Básica e nas faculdades, além de pouca oferta de Ensino Profissionalizante

No Brasil, a baixa qualidade da educação básica e das faculdades, e a pouca oferta de ensino profissionalizante atrapalham a inovação, a produtividade e a competitividade das empresas.

A avaliação consta do "Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022". O estudo foi realizado em nove meses pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com participação de cerca de 500 representantes empresariais, e apresentado nesta terça-feira (21).

O documento faz uma análise dos desafios do país para a próxima década na área industrial e apresenta dez pontos que a CNI considera fundamentais para melhorar a produtividade e a competitividade.

Segundo o mapa, os resultados em termos de qualidade da educação não são condizentes com o volume de recursos investidos na área. O investimento em educação no Brasil representa 5,7% do PIB, percentual próximo ao de países como Holanda, França e Estados Unidos.

Na última avaliação do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, realizado pela OCDE), em 2009, o Brasil ocupou a 54ª colocação, enquanto a Holanda ficou em 9º lugar, a França em 25º e os EUA em 26º.

A situação é pior quando o conteúdo avaliado é matemática, que coloca os alunos brasileiros na 57ª posição. . Esse estudo avalia alunos de 15 anos de idade.

Somente 15% dos jovens brasileiros acessam o ensino superior, o que equivale a 4 milhões de pessoas, sendo que a taxa de conclusão é de apenas 15,2% dos ingressantes, diz a CNI, citando dados do Senai de 2012).

Em2010, havia cerca de 10 milhões de graduados –10% da população adulta brasileira–, enquanto no Chile essa taxa é de 25% e, na média da OCDE, de 30%.

A falta de profissionais qualificados em determinadas áreas é um gargalo para a inovação, diz a CNI. Na graduação tecnológica, os números são considerados "baixíssimos": apenas 0,16% da população entre 20 a 29 anos frequentavam um curso desse tipo em 2007, enquanto 11,26% das pessoas na mesma faixa frequentavam cursos de graduação regulares.

A CNI destaca a "escassez de engenheiros", cuja atividade possui um impacto amplo sobre muitos setores e atividades, sobretudo para a indústria. Somente 5% dos graduados no Brasil formam-se em engenharia.

Enquanto o país tem dois graduados em engenharia para cada 10 mil habitantes, no Japão, são 10,2 e na China, 13,4. Além disso, há a questão da qualidade dos profissionais formados, sobretudo das universidades privadas, que é considerada baixa.

Fonte: UOL Educação


http://www.todospelaeducacao.org.br

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20% NÃO TÊM ENSINO SUPERIOR

Publicação do Todos Pela Educação indica que meta de educadores com graduação no Brasil se aproxima dos 74% na Educação Básica

Dezessete anos depois de a legislação sugerir que todos os Professores da Educação básica tivessem o Ensino Superior no Brasil, 25,91% dos Docentes ainda lecionam sem atingir o objetivo. No Rio Grande do Sul, o número é um pouco menor: 20%.

Os dados, divulgados ontem, fazem parte da 2ª edição do Anuário Brasileiro da Educação básica, publicação feita pelo movimento Todos Pela Educação, que reúne indicadores educacionais de todo o país. Neste ano, o documento foi organizado de acordo com os temas das 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita no Senado há mais de dois anos. No projeto inicial, que teria vigência a partir de 2011, o prazo para que a meta de todos os Professores com graduação fosse atingida era 2020.

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, afirma que apesar de parecer uma realidade distante, o Brasil vem em uma trajetória ascendente, visto que essa obrigatoriedade passou a existir a partir de 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB).

– Acho que o grande desafio não é cumprir a meta. O que falta é a qualidade da formação. Durante muito tempo as universidades formaram teóricos e pensadores desta Educação de qualidade e não os futuros Professores propriamente ditos – disse Priscila.

A coordenadora das Licenciaturas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Umbelina Maria Duarte Barreto, também acredita que será possível cumprir com a meta e cita o EAD, Educação à distância, como facilitador desse processo. Quanto à qualidade da formação dos Docentes, Umbelina é mais otimista:

– A vocação inicial das universidades é acadêmica mesmo, mas houve uma articulação ao longo dos anos com o Ensino aplicado, de se voltar para sala de aula.

No Estado, a rede estadual de Ensino apresenta um cenário mais favorável. De acordo com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), 96,9% dos Docentes têm nível superior. Rosa Mosna, assessora técnica da Seduc, conta que uma das estratégias do governo é incentivar esta formação com uma bolsa-auxílio permanente de R$ 200:

– O curso é gratuito e o dinheiro serve para ajudar no custeio de apostilas, por exemplo. Acreditamos que este residual que ainda não ingressou no nível superior são aquelas pessoas que estão para se aposentar.

Faça você mesmo
O anuário lançado pelo movimento Todos Pela Educação tem o mérito de reunir tabelas, números e diagnósticos a respeito da Educação básica em todo o Brasil. Em mais de 140 páginas, o leitor encontra informações sobre a formação dos Professores, os índices de Alfabetização e a quantidade de horas diárias que os estudantes passam dentro do ambiente Escolar, entre outro temas.Aliada a esse esforço gigante de organizar informações, há ainda uma qualidade fundamental no documento: o fácil manuseio. Ou seja, não é preciso ser especialista para percorrer as páginas, conferir as tabelas e os gráficos, ler os artigos e compreender, por fim, que ainda há muito o que fazer para qualificar as salas de aula brasileiras. Portanto, fica aqui o convite: entre no site, baixe o arquivo e descubra como você pode contribuir para garantir que todos os estudantes tenham acesso a um aprendizado de qualidade.

Fonte: Zero Hora (RS)

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