terça-feira, 20 de outubro de 2015

Internet de fácil acesso para crianças faz mal ou bem? Pedagogos discutem

Segundo Pollyana Mustaro, a interação de aparelhos digitais na escola é possível e pode ser administrada respeitando o ritmo de aprendizado dos alunos

A discussão que envolve formas de inserir a tecnologia digital na educação de crianças tem sido uma preocupação frequente entre pedagogos e pais. Afinal, é bom ou ruim aproximar tão cedo a internet das crianças? E os riscos para a aprendizagem e também na exposição de informações para estranhos? O assunto foi tema da série especial "BrinquedoTec", da EPTV, afiliada da TV Globo, que mostra exemplos de situações enfrentadas por professores e pais. [Veja as entrevistas e reportagens nos vídeos ao longo do texto]

Limite x desenvolvimento
A questão do desenvolvimento das crianças, se a internet pode atrapalhar ou ajudar, precisa respeitar a idade e o momento de cada menino ou menina, segundo a pedagoga Alessandra Arce Hai.

"O limite da tecnologia é dado pelo próprio desenvolvimento da criança. Quanto menor a criança, mais inserida no mundo real ela deve estar. E mais distante do mundo tecnológico. Em que sentido? A criança pequena aprende muito mais interagindo, ponto a mão na massa mesmo, brincando, observando o mundo", defende a pedagoga. [Confira a entrevista completa dela no vídeo acima]

Para Alessandra, os aparelhos digitais não precisam ser evitados, mas saber dosar o tempo é fundamental.

"Tenho que dosar muito bem o tempo que ela vai ficar com esse material na mão. E também preciso, antes de ofertar para a criança, ver o que é esse material. Eu preciso brincar com esse material, ver se ele está adequado ou não, pensar se é legal ou não apresentar isso pro meu filho. Então, os pais precisam participar ativamente. Não basta só baixar o programinha porque está na moda e dar na mão do filho", esclarece.

Interação na escola
A interação de aparelhos digitais na escola é possível e pode ser administrada respeitando o ritmo de aprendizado dos alunos, segundo a pedagoga Pollyana Mustaro.

"A tecnologia faz com que a gente tenha a oportunidade de personalizar o processo de educação, bem como que cada criança não precise estar exatamente num nível muito semelhante, dado que ninguém é igual", diz. [Assista à entrevista dela completa no vídeo abaixo]

No entanto, segundo Pollyana, é preciso ter uma supervisão do uso da tecnologia, para que não sejam usadas como "babás eletrônicas", assim como acontece com a televisão. Além disso, é essencial ter cuidado para não dar aos filhos acesso a aplicativos para crianças maiores querendo deixar os filhos mais "inteligentes".

"Os pais imaginam que o aplicativo é para uma determinada faixa etária e eles querem que seu filho use antes pra ele ficar mais inteligente. Só que isso pode causar estresse na criança. A faixa etária muitas vezes é delimitada por uma questão cognitiva, do que aquela criança é capaz de fazer num determinado momento. Se nós forçamos, a criança vai ter estresse, baixa estima, vai achar que não é capaz de fazer determinadas coisas", alerta a pedagoga.

Mudança na metodologia de ensino
Para a diretora do Instituto Inspirare, Anna Penido, é fundamental que os professores sejam preparados para conhecer os recursos disponíveis e fazer o melhor uso das tecnologias e equipamentos nas salas de aula.

"Por que a gente vai fugir do que é bom? A ideia é abraçar a tecnologia não como se fosse a salvação, não como se fosse o único recurso, mas como um poderoso instrumento tanto para fortalecer a atuação do professor (...), quanto para engajar mais o aluno", afirma. [Assista à entrevista dela no vídeo abaixo]

Anna acredita que os recursos digitais ainda estão sendo explorados e estudados para que uma forma ideal de implementação nas escolas seja definida.

"Não adianta simplesmente a gente substituir a lousa pela lousa digital, ou o livro pelo livro digital, e continuar oferecendo as mesmas metodologias de ensino para os alunos que não estão sendo atraentes, que não estão de fato fazendo com que eles aprendam", pontua a diretora.

Conheça a experiência de pais
Histórias de crianças e pais que passaram por experiências com os filhos e o uso da internet em casa e nas escolas podem ser conferidas nas reportagens da série especial. É só clicar nos vídeos abaixo.

Fonte: G1 
http://www.todospelaeducacao.org.br

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