terça-feira, 26 de agosto de 2014

Brasileiro não reconhece escola como instituição importante na formação da cidadania

Sistema de Educação Básica aparece em penúltimo lugar - atrás apenas do Judiciário - em avaliação da contribuição das instituições

O brasileiro não reconhece a Escola como elemento importante na formação da cidadania. O sistema de Educação básica aparece em penúltimo lugar - atrás apenas do Judiciário - em avaliação da contribuição das instituições para formação e disseminação dos valores cívicos feita em pesquisa da CPM Research com 1.110 entrevistados.

A família aparece em primeiro lugar, seguida da universidade, da mídia, da polícia e do Ministério Público.O estudo será apresentado hoje no Encontro Internacional do Ciclo Educação para o Futuro, na PUC-SP. Segundo o estudo, feito com habitantes das cinco regiões do país no início deste mês, os brasileiros não admitem ter deficiências na formação sobre o assunto.

A maioria se considera cidadão ativo por ter consciência de seus direitos e deveres.- As manifestações de junho de 2013 mostraram a nossa incapacidade no que diz respeito à cidadania ativa. Cada um saiu de casa com o seu cartaz, dizendo o que era importante para si, mas sem estar organizado. Isso vem de uma falta de formação no Ensino básico, que não nos ensina sobre nossos direitos e deveres como cidadãos - avalia Oriana Monarca White, diretora da CPM Research e membro do Núcleo de Estudos de Futuro (NEF) da PUC-SP.Entre as ações consideradas mais importantes para ser um cidadão ativo,

“Ensinar as crianças a serem cidadãos ativos desde os primeiros anos da Escola” aparece quinto lugar e “Acompanhar o trabalho dos representantes públicos” em nono, atrás, por exemplo, de “Ter um CPF”, em sétimo.Oriana desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre o tema. Ela compara a situação do Brasil com a de outros países como Itália e Espanha, onde o Ensino de cidadania ativa é orientado por programas conduzidos pelos ministérios da Educação. Durante um mês, a Professora aplicou métodos usados por esses países em duas Escolas públicas de São Paulo. O projeto envolveu exibição de filme, leitura de contos e fotografia.- A ideia foi fortalecer alguns preceitos e ensiná-las a se articular na hora de reclamar - conta Oriana.

Duas Educadoras italianas, Milva Valentini e Patrizia Bracarda, vão participar do encontro na PUC-SP. Depois de apresentar o projeto de pós-doutorado, em outubro, Oriana pretende enviar propostas sobre o tema para o Ministério da Educação:

- A discussão desse tema nas Escolas, desde muito cedo, precisa ser imposta pelo ministério. É incrível que a sociedade civil - através de ONGs, por exemplo - se organize para trabalhar com isso. Mas precisamos de leis tratando do assunto.



Fonte: O Globo Online

http://www.todospelaeducacao.org.br

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