domingo, 25 de março de 2012

ATUALIZAÇÃO DO PISO

Procedimento e bases para a atualização do piso

Outras questões que a CNTE remeterá ao debate, no esforço de pavimentar a efetividade do piso vinculado à carreira dos profissionais do magistério (e da educação, em geral), refere-se:
  1. À recepção sem restrições das verbas vinculadas à educação no cômputo dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, possibilitando, assim, a valorização da carreira dos profissionais da educação dentro do percentual de 25% da receita resultante de impostos que os estados, o DF e os municípios devem aplicar em políticas de manutenção e desenvolvimento do ensino (incluindo os salários dos educadores);
  2. À necessidade de se acelerar a tramitação do PL 2.826/11 (antigo PL 1.592/03) que fixa as diretrizes nacionais para as carreiras dos profissionais da educação básica pública, em conformidade com o art. 206, V da Constituição Federal;
  3. Ao estabelecimento de critérios para medir o esforço fiscal e educacional dos entes federados, à luz dos preceitos constitucionais que lhes compete cumprir, para fins de recebimento de mais verbas federais para a educação (e para o piso do magistério);
  4. À revisão dos entraves que impedem a União de enviar recursos para a complementação do piso a estados não contemplados com verbas federais para o Fundeb;
  5. À aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional como forma de comprometer as gestões públicas a observarem todas as normas educacionais;
  6. À derrubada do veto presidencial ao art. 7º da Lei 11.738, que indica, expressamente, a punição para o gestor público que descumprir a Lei do Piso.
Esses pontos são os indicadores iniciais da CNTE para o diálogo no Congresso sobre a importância da manutenção do reajuste do piso ao Fundeb (sua principal fonte de pagamento, podendo ser agregadas outras) e para assegurar a perspectiva de ganho real a todo o período de vigência da Lei.
A respeito das matérias veiculadas por alguns veículos de comunicação sobre o PL 3.776/08, a CNTE reitera que jamais foi convidada a participar do debate acerca da formulação da proposta original do Projeto, a qual, todos sabem, teve origem na pressão de governadores e prefeitos à época da sanção da Lei pelo ex-presidente Lula. Coube à CNTE, como interlocutora dos trabalhadores em educação, atuar no processo de alteração da proposta do Executivo no Senado, e que culminou na aprovação do PLC nº 321/2010, recentemente rejeitado pela CFT/Câmara.
Diante desse importante tema, a CNTE volta-se novamente à sociedade, aos governos das três esferas administrativas e aos parlamentares para chamar a atenção de todos sobre a importância de o projeto do Plano Nacional de Educação prever a aplicação mínima de 10% do PIB no setor público educacional. O país não conseguirá saldar a dívida histórica com seu povo, tampouco garantir a base para o desenvolvimento sustentável, sem que novas verbas garantam a universalização das matrículas escolares e a qualidade socialmente referenciada em todos os sistemas de ensino do país.
Roberto Franklin de Leão
Presidente da CNTE

ATUALIZAÇÃO DO PISO


Após muita pressão no Congresso e no Executivo Federal, a CNTE conseguiu manter válido, para o ano de 2012, o critério de reajuste do piso salarial nacional do magistério. Contudo, a nossa vitória foi parcial, uma vez que gestores estaduais e municipais insistem em alterar o art. 5º da Lei 11.738, e o Congresso Nacional, à revelia do debate democrático instalado desde a tramitação no Senado do PL 3.776/08, já votou a substituição da atualização monetária do piso para o INPC/IBGE – fato que só não se efetivou em razão do recurso de plenário apresentado pela deputada Fátima Bezerra (PT-RN) contra a decisão terminativa da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, em dezembro do ano passado, suspendendo temporariamente o trâmite do Projeto.
Primeiramente, é preciso ter claro as dimensões da decisão da CFT/Câmara, cujo resultado põe em risco o processo de valorização do magistério da educação básica pública. Não tivesse a Comissão apreciado o projeto de reajuste em pauta extraordinária, sem aviso-prévio às entidades sindicais e contrariando a decisão do Senado e de mais quatro comissões permanentes da Casa – num claro arranjo favorável aos gestores estaduais e municipais –, o assunto poderia estar sendo tratado em patamares mais favoráveis às partes envolvidas no processo.
No entanto, o episódio lastimável da CFT/Câmara impôs aos trabalhadores a obrigação de negociar, mais uma vez, o critério de atualização do piso, a fim de impedir a adoção exclusiva do INPC/IBGE e, em contrapartida, manter o princípio de valorização expresso tanto na Lei 11.738 quanto na meta 17 do projeto de Plano Nacional de Educação. Aos gestores, não obstante terem forçado nova discussão sobre o índice de reajuste, ficou o ônus perante a opinião pública de promoverem nova manobra contra a Lei do Piso – após a derrota no STF – e a obrigação de honrar o reajuste de 22,22% neste ano. À Câmara dos Deputados, imputa-se o descrédito a sua Comissão de Finanças e Tributação, que desrespeitou o debate democrático em torno de uma pauta sensível para a sociedade, causando intensa efervescência política em diversos estados da federação.
No dia 1º de março, a CNTE obteve do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, o compromisso de que o recurso de plenário que suspendeu a tramitação do PL 3.776/08 não será votado até que uma comissão de parlamentares apresente nova proposta para o reajuste do Piso. Isso indica um caminho mais promissor – reforçado pelas declarações do ministro Aloizio Mercadante – de que o piso do magistério não poderá se vincular apenas à reposição inflacionária, como desejam governadores e prefeitos, pois isso lhe retiraria a condição de política de valorização da categoria.
O papel da CNTE, nesse processo, será de convencer os parlamentares de que eles optaram pela decisão correta ao aprovarem a atual fórmula de reajuste do piso. E que a manutenção do critério depende, também, de uma maior participação da União no complemento do piso a estados e municípios, inclusive aos que não recebem a suplementação federal do Fundeb.
Roberto Franklin de Leão
Presidente da CNTE


continua...

sábado, 17 de março de 2012

CNTE

 
     
 
CNTE comemora sucesso da greve nacional
A greve nacional da Educação foi um sucesso. Durante três dias, professores e demais trabalhadores da área pararam suas atividades, para cobrar o cumprimento da Lei Nacional do Piso do Magistério e dos compromissos assumidos pelos governadores e prefeitos com a categoria. O movimento envolveu as redes estaduais e municipais de ensino. Em alguns estados, como Pernambuco, mais de 85% das escolas pararam. Em muitos municípios Brasil afora a adesão foi quase total, caso de Curitiba, onde 95% dos educadores saíram às ruas para protestar.
“Foram três dias muito bons. Mostramos para os governadores e prefeitos que nós não aceitamos que eles simplesmente digam que não têm dinheiro para cumprir a Lei do Piso. Consideramos que eles precisam se esforçar para encontrar condições de saldar essa dívida. Precisam fazer melhor as contas dos seus estados e municípios, provar que gastam com a educação aquilo que é disposto na Constituição”, avalia o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão.
O dirigente da CNTE lembra que cumprir a Lei Nacional do Piso não significa apenas o pagamento da remuneração de acordo com o valor definido pelo Ministério da Educação (MEC). “É preciso que se tenha claro que a Lei do Piso não fala só do salário. Fala de jornada, de carreira. Esses são pontos importantíssimos que são descumpridos. Isso tudo precisa ser cumprido”.
De acordo com o presidente da CNTE, a próxima batalha dos trabalhadores da Educação é fazer uma campanha contra a votação, no Congresso, do projeto de lei que altera os critérios de reajuste do piso, colocando apenas o INPC como fator de correção. “Nós não aceitaremos isso. Aceitamos discutir sobre a questão, mas não vamos discutir nada que não seja valorização. Aliás, o próprio ministro Aluizio Mercadante já se manifestou a respeito e na sua fala ao Congresso Nacional ele disse que não dá para ser simplesmente o INPC o fator de reajuste do piso”, afirma.

Veja como foi a mobilização nacional pelo piso nos estados:
ALAGOAS - Trabalhadores em educação fazem ato em frente à Secretaria de Educação
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/366-al/9871-greve-nacional-sinteal-realiza-ato-na-semed
AMAZONAS - Professores fazem protesto na Assembleia Legislativa
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/367-am/9875-professores-fazem-protesto-na-aleam-e-cobram-melhorias-para-a-educacao
DISTRITO FEDERAL - Ato público reúne milhares em Águas Claras
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/371-df/9852-greve-ato-publico-reune-milhares-em-aguas-claras
GOIÁS - Educadores estaduais em greve param BR-153                              
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/373-go/9890-educadores-estaduais-em-greve-param-br-153
MARANHÃO - Sindicato apresenta os avanços na revisão do Estatuto do Educador
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/374-ma/9891-sindicato-apresenta-os-avancos-na-revisao-do-estatuto-do-educador
MINAS GERAIS - Greve nacional em Minas tem adesão de 35% das escolas e, em Belo Horizonte, a adesão é de 56%                                  
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/375-mg/9877-greve-nacional-em-minas-tem-adesao-de-35-das-escolas-e-em-belo-horizonte-a-adesao-e-de-56
MATO GROSSO - Cresce mobilização das escolas públicas no interior de Mato Grosso
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/377-mt/9876-cresce-mobilizacao-das-escolas-publicas-no-interior-de-mato-grosso
MATO GROSSO DO SUL - Carta entregue para Assomasul reivindica o cumprimento da Lei do Piso
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/376-ms/9885-carta-entregue-para-assomasul-reivindica-o-cumprimento-da-lei-do-piso
PARÁ - 70% dos trabalhadores em Educação do Pará participam da greve nacional
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/378-pa/9897-70-dos-trabalhadores-em-educacao-do-para-participam-da-greve-nacional
PERNAMBUCO - Professor em greve fazem manifestação em Recife e na Região Metropolitana
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/380-pe/9880-professor-em-greve-faz-novo-protesto-hoje
PIAUÍ - Trabalhadores mantém greve e farão protesto na segunda (19)
Trabalhadores protestam na Secretaria de Educação nesta segunda (19)
PARANÁ - Mais de sete mil foram às ruas em Curitiba, na paralisação em defesa da educação pública
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/382-pr/9889-mais-de-sete-mil-foram-as-ruas-em-curitiba-na-paralisacao-em-defesa-da-educacao-publica
RONDÔNIA - Trabalhadores em educação decidem na maioria das Regionais suspender a greve a partir de segunda-feira
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/385-ro/9894--trabalhadores-em-educacao-decidem-na-maioria-das-regionais-suspender-a-greve-a-partir-de-segunda-feira
RORAIMA - Mais de 80% das escolas aderem à greve nacional da Educação
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/386-rr/9893-mais-de-80-das-escolas-aderem-a-greve-nacional-da-educacao
RIO GRANDE DO SUL - Dia tem manifestação na SEC e ato público unificado em frente ao Palácio Piratini
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/387-rs/9895-dia-tem-manifestacao-na-sec-e-ato-publico-unificado-em-frente-ao-palacio-piratini
SANTA CATARINA - Assembleia Estadual dos Trabalhadores em Educação rejeita proposta do Governo
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/388-sc/9884-assembleia-estadual-dos-trabalhadores-em-educacao-rejeita-proposta-do-governo
SÃO PAULO - Profissionais de educação decidem manter luta por reivindicações e marcam próxima manifestação para 28 de março
http://www.cnte.org.br/index.php/giro-pelos-estados/390-sp/9883-profissionais-de-educacao-decidem-manter-luta-por-reivindicacoes-e-marcam-proxima-manifestacao-para-28-de-marco-
 
   






sexta-feira, 16 de março de 2012

Opinião: O piso salarial para professores

"Quais as desvantagens do piso? Em primeiro lugar, ele assume o mesmo valor em todo o país, enquanto o custo de vida varia muito de um lugar para outro", afirma Naercio Menezes Filho


Em julho de 2008, o presidente Lula sancionou a lei que criou o piso salarial para os professores da rede pública. O valor desse piso atualmente é de R$ 1.451. Vários Estados e municípios alegam não ter condições de pagá-lo. Por isso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) acaba de convocar uma greve nacional de professores, que está tendo adesão em vários Estados. Em que medida o piso salarial é a melhor forma de valorizar o professor brasileiro?
Antes de tudo, é importante ressaltar que é fundamental valorizar a carreira de professor. Apesar de não ser condição suficiente para garantir o aprendizado, várias pesquisas mostram o impacto positivo que um bom professor pode ter na vida dos seus alunos. Além disto, nas sociedades em que o professor é mais valorizado, os melhores alunos do ensino médio escolhem essa carreira, o que cria um círculo virtuoso. Mas, será que o piso salarial com as regras atuais é a melhor maneira de conseguir valorizar o professor e aumentar a qualidade do ensino?
Parece-me que não. Segundo as regras atuais do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), todos os Estados e municípios têm que gastar 25% de sua receita de impostos e transferências com Educação. Além disso, 60% desse montante tem que ser gasto com a Educação básica e, mais importante, 60% desses recursos têm que ser gastos com salários dos professores em exercício. Assim, os professores de cada Estado recebem (em tese) 9% das principais receitas dos Estados. Os recursos do Fundeb são distribuídos entre as redes municipais de cada estado de acordo com a proporção dos seus alunos no total.
Essa regra pode "estrangular" todos os outros gastos com Educação que não seja a folha de pagamentos
Quais as vantagens do Fundeb? A principal vantagem é que o aumento dos gastos com professores acompanha a expansão das receitas dos municípios e Estados. Assim, quando a arrecadação do Estado cresce, os professores ganham mais, ou mais professores são contratados, de acordo com as necessidades de cada rede. O valor do gasto mínimo por aluno, que deve ser seguido em todos os Estados e municípios, é determinado pelo governo federal, que complementa os gastos de cada ente federativo até que esse valor seja atingido, transferindo recursos para os estados e municípios mais pobres. Assim, se o valor determinado pelo governo federal for alto demais, ele próprio terá que arcar com o ônus de transferir mais recursos. De fato, o governo federal tem feito isso de forma crescente nos últimos anos, o que reduz a desigualdade nos gastos entre os Estados.
Entretanto, desde 2008 foi instituído o piso salarial para os professores, que funciona em paralelo com a regra do Fundeb. O piso fixa o salário mínimo inicial dos professores para uma jornada de até 40 horas semanais. É interessante notar que o reajuste do piso é determinado justamente pela evolução do gasto mínimo por aluno, fixado pelo governo federal para o Fundeb. Entre 2009 e 2012 o valor do piso passou R$ 950 para R$ 1.451, um aumento de 52%, frente a uma inflação de 17%. 
Assim, temos duas regras determinando os valores gastos com professores da rede pública no país: o Fundeb e piso salarial. Quais as desvantagens do piso? Em primeiro lugar, ele assume o mesmo valor em todo o país, enquanto o custo de vida varia muito de um lugar para outro. O poder de compra de um professor que recebe o piso em Recife é 25% maior do que o de um professor que recebe o piso, mas vive em Brasília. Além disto, o salário pago por cada município independe das suas receitas, ao contrário do Fundeb. 
Vale notar que a lei do piso determinou também que 1/3 da jornada de 40 horas do professor deve ser gasta com atividades extra-classe. Assim, como cada professor está trabalhando menos horas na sala de aula, serão necessários mais professores para as redes, todos recebendo o valor do piso. Isso pode fazer com que os prefeitos deixem de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, correndo o risco de serem acionados judicialmente ao final do mandato. Além disso, essa regra pode "estrangular" todos os outros gastos com Educação, que não sejam salários dos professores.
Finalmente, o governo federal não ajuda os gestores locais a arcar com os maiores salários. O governo simplesmente fixa o valor do piso e transfere para os gestores locais a responsabilidade pelo pagamento, usando os recursos do Fundeb. É por isso que governadores e prefeitos estão reclamando. Dados da PNAD de 2009, por exemplo, mostram que, enquanto no DF, Acre e Amapá quase todos os professores recebiam acima do piso, nos municípios da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais, mais de metade dos professores recebiam salários abaixo desse valor. Assim, para valorizar o professor o melhor seria aumentar o valor do gasto mínimo por meio do Fundeb e fiscalizar sua aplicação. Ou mudar a regra de reajuste do piso.
Há, além de tudo, uma questão de horizonte temporal. Apesar do seu impacto financeiro imediato, o aumento no salário dos professores só terá efeito na qualidade da Educação no longo prazo, se os movimentos corporativos permitirem. No curto prazo, tem acontecido exatamente o contrário. Mesmo nos lugares em que recebem acima do piso, como no DF, os professores aderiram à greve, sem motivo aparente. Quem perde sempre são os alunos, que não tem nada a ver com essa história e continuam sem aprender quase nada.

Fonte: Valor Econômico (SP)
* NAERCIO MENEZES FILHO. Professor titular, Cátedra IFB, e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper - e professor associado da FEA-USP

Protesto de professores chega ao 3º dia; Estados fazem assembleias

Professores de escolas públicas do País decidem hoje se estendem a paralisação nacional iniciada na quarta-feira


Professores de escolas públicas do País decidem hoje se estendem a paralisação nacional iniciada na quarta-feira. Segundo a CNTE, vários estados devem realizar assembleias. As manifestações pelo cumprimento da lei do piso ocorrem quase quatro anos após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a lei que instituiu o piso nacional do magistério.
De acordo com o CNTE, ontem escolas das redes estaduais e municipais de 23 estados e o Df paralisaram suas atividades. Os três estados que não foram afetados pelo movimento na quarta-feira são Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A greve nacional da educação segue até sexta.
Em Santa Catarina, cerca de cinco mil professores, de acordo com os cálculos da Polícia Militar, participaram de uma passeata no final da tarde de ontem em Florianópolis. A classe optou por conceder um prazo de "30 dias" ao governo para o atendimento de reivindicações e pagamento do piso nacional do magistério.
Os professores estaduais realizaram uma assembleia em um centro de convenções. A proposta do governo - que consiste em uma divisão do pagamento do piso em três anos - gerou revolta dos professores. Mesmo assim, a classe optou por não parar imediatamente os trabalhos.
De acordo com as informações da secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Anna Júlia Rodrigues, a categoria exige a aplicação do reajuste de 22,22% do piso nacional. Outras três assembleias regionais foram definidas.
A Secretaria da Educação de São Paulo informou que apenas 5% dos professores da rede estadual aderiram à paralisação da categoria convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). "Assim como ontem, as escolas funcionaram normalmente nesta quinta-feira", disse a secretaria.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) não divulgou um balanço, mas na quarta-feira a estimativa do sindicato era que pelo menos 30% dos professores haviam paralisado as atividades para protestar. Para hoje, a categoria agendou uma assembleia junto ao Palácio Bandeirantes. De acordo com o CNTE, os professores também farão assembleias no Maranhão, Minas Gerais e Paraíba. Nos outros estados seguem as ativadades organizadas pelos comandos de greve.
No dia 27 de fevereiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o novo piso nacional do magistério, segundo reajuste de 22% calculado com base no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Segundo levantamento da CNTE, apenas os Estados de São Paulo, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás e o Distrito Federal pagam aos seus professores o piso nacional de R$ 1.451,00 definido pela lei. "A confirmação feita pelo MEC do reajuste do piso em 22% deu muito gás ao nosso movimento. Os professores estão cada vez mais conscientes sobre o dinheiro público e sabem que há condições para cumprir com a lei. O piso do magistério provocou isso: uma ampla mobilização pela valorização da educação", afirma a representante da confederação.
Presidente do sindicato dos professores no Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), a professora Rejane Oliveira concorda que os educadores estão mobilizados em torno da lei do piso. No Estado que paga o menor valor aos educadores do País - R$ cerca de R$ 800 - a categoria deve se reunir em frente ao Palácio Piratini, sede do Executivo, para cobrar do governador Tarso Genro (PT) uma proposta de reajuste que cumpra com o valor estipulado pelo MEC. "O governador, como Ministro da Justiça em 2008, assinou a lei do piso e, quando era candidato ao governo, disse que iria cumprir a lei sem mexer no plano de carreira. Estamos esperando que honre a promessa", diz Rejane.
O governo estadual apresentou uma proposta de pagar R$ 1.260,00 até 2014, o que foi recusado pela categoria. Além do impasse no Rio Grande do Sul, em outros quatro Estados os professores já aderiram à greve como forma de pressionar os governantes. Em Goiás, Rondônia e Piauí a paralisação teve início em fevereiro. Já no Distrito Federal a mobilização foi iniciada na última segunda-feira, para cobrar a equivalência do salário dos professores com outros servidores distritais.
Investimento de 10% do PIB na educação
Além da luta nacional pelo salário de R$ 1.451,00, os professores cobram ainda que 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do País, seja investido em educação. A meta do governo federal no Plano Nacional da Educação (PNE) é estipular esse valor em 7% do PIB. "Não podemos aceitar que em um País que já se tornou a sexta economia mundial a educação ainda não seja tratada com prioridade. Esse é o momento dos governos repensarem o papel do educador, se não daqui poucos anos não vai mais haver professor em sala de aula, porque o interesse pela carreira está cada vez menor", afirma a secretária-geral da CNTE.
A categoria ainda luta para que os Estados cumpram com outra norma definida pela lei do piso: que um terço da carga horária dos docentes seja destinada para atividades extraclasse, como cursos de capacitação, correção de provas e preparação de conteúdos. Sobre esse dispositivo, levantamento dos sindicatos aponta que apenas o Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rondônia, Sergipe seguem a regra.

Fonte: Terra

quinta-feira, 15 de março de 2012

PARALISAÇÃO NACIONAL

PARA GARANTIR PISO SALARIAL NACIONAL, PROFESSORES PARAM EM 25 ESTADOS

Em SP, secretaria diz que apenas 5% dos docentes faltaram ontem

A paralisação nacional dos professores atingiu o Distrito Federal e todos os Estados do país, exceto o Espírito Santo, de acordo com a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), que convocou o ato.
A confederação não soube estimar o número de professores que cruzaram os braços ontem. A paralisação deve durar até amanhã -alguns Estados e municípios, porém, podem estender a greve. 
A intenção é garantir o cumprimento do piso salarial nacional, instituído por lei aprovada em 2008, e fixado atualmente em R$ 1.451. 
Mas alguns governos alegam que não têm condições de pôr em prática a medida -o valor foi reajustado em 22,22%, com base no valor gasto por aluno no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
 Fonte: Folha de S.Paulo (SP)
O Grupo Folha não autoriza a publicação na íntegra do conteúdo produzido pelo jornal Folha de S.Paulo

sexta-feira, 9 de março de 2012

Opinião: Quanto vale um professor?

"Infelizmente, Educação nunca foi prioridade neste País, menos ainda nos Estados do Nordeste, onde as Escolas, em sua maioria, são sucateadas, entregues ao total abandono", afirma Aloísio Alves

* ALOÍSIO ALVES - publicitário e membro da Academia Palmeirense de Letras.
O Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, do PT, anunciou um aumento de pouco mais de 22% para as quarenta horas semanais trabalhadas pelos professores de nível médio. Teoricamente, o reajuste deveria beneficiar todos os Estados brasileiros, por se tratar de piso salarial nacional aprovado pelo Congresso em 2008 e convertido em lei federal. Mas a realidade não é bem assim.
Muitos Estados não cumprem a lei porque seus governantes alegam não existir recursos para remunerar os educadores com um salário digno. Alagoas é uma exceção nesse contexto, já que, no ano passado, o governador equiparou o salário da rede de ensino público estadual ao piso nacional, que agora passa para R$ 1.451, retroativo ao mês de janeiro.
É notória a carência de professores no Brasil, segundo dados coletados pelo próprio Ministério, que registra um déficit de 710 mil profissionais, dos quais 235 mil só no ensino médio. Ao que tudo indica, o prazer de ensinar já não é tão atraente.
Infelizmente, Educação nunca foi prioridade neste País, menos ainda nos Estados do Nordeste, onde as Escolas, em sua maioria, são sucateadas, entregues ao total abandono. Alunos de Estados e municípios, em geral, são tratados com desdém, mais parecendo ônus para os gestores que renegam a obrigação constitucional de estimular e oferecer condições de Educação indistintamente para todos.
Lembremos os casos recentes em Maceió onde Escolas, há anos sem assistência da Secretaria de Educação, quase chegam a provocar tragédias imperdoáveis. A Escola Municipal Floriano Peixoto, no distrito de Ipioca, de tão abandonada pela gestão pública está invadida por bichos peçonhentos, ratos, baratas, escorpiões; o mato sobe no teto e as salas são sujas, imprensadas, sem circulação de ar.
Um analista federal, sem nenhuma pós-graduação, ganha em torno de 8 a 12 mil reais. Um fiscal de renda ganha 16 mil. No Senado Federal, segundo o Correio Brasiliense, os auxiliares legislativos, como ascensoristas e motoristas – funções de nível fundamental –, podem ter o teto da carreira estipulado em quase 17 mil. Um motorista do Senado ganha mais que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata. O chefe responsável pela garagem, também do Senado, ganha mais que um oficial-general do Exército.
É muito difícil compreender tamanho disparate. Todas as profissões técnicas, intelectuais, religiosas, passam pelo professor. Qualquer que seja a atividade exercida, todas passam pelo professor. É humilhante ser professor no Brasil!

Fonte: Gazeta de Alagoas (AL)

Estados não garantem piso para professor

Mesmo com a medida estabelecida em lei desde 2008, Estados não garantem que vão cumprir o novo piso salarial para os professores, anunciado pelo Ministério da Educação na última semana. Levantamento da Folha de S. Paulo mostra que ao menos 11 não têm prazo para se adaptar. Entre eles, seis dizem que pretendem conceder o reajuste, mas sem saber quando. Cinco ainda analisam o impacto do reajuste no orçamento e não garantem se vão conseguir cumprir a medida.
Das 27 unidades da federação, ao menos 11 não têm plano para que lei federal aprovada em 2008 seja cumprida. Governadores dizem haver dificuldades de caixa; professores ameaçam parar para que salário seja pago.
O novo piso salarial foi calculado em R$ 1.451 -o que corresponde a pouco mais do que dois salários mínimos. O valor, para professores com jornada semanal de 40 horas, representa reajuste de 22,22% em relação ao ano passado.
O MEC usa o gasto por aluno no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) como base para o aumento. Alguns governos querem o cálculo com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou 2011 em 6,08%.
Entre os Estados que ainda não sabem se conseguirão se adaptar, o caso mais grave é do Rio Grande do Sul, que tem o menor piso do país: R$ 791. No fim de fevereiro, o Estado chegou a fazer um plano para cumprir o piso antigo - mas só em 2014.
No Piauí, professores iniciaram greve na segunda passada exigindo o piso. O governo diz que analisa se há condições de dar o reajuste. A ameaça de greve também existe no Rio Grande do Sul e no Pará, onde o ano letivo, previsto para ter início em abril, pode nem começar. O governo paraense propõe um aumento gradual, chegando em setembro ao valor do piso. (FOLHA DE S. PAULO).

PARADA NACIONAL

Entre os dias 14 e 16 de março de 2012, as escolas públicas de nível básico, em todo Brasil, paralisarão suas atividades para protestar contra o descaso de grande parte dos gestores públicos em não garantir educação de qualidade socialmente referenciada para todos e todas.
Embora o Brasil, nos últimos anos, venha galgando importantes resultados socioeconômicos - já tendo alcançado o posto de 6ª economia do mundo -, a educação continua sendo um entrave para a inclusão de todos os brasileiros e brasileiras no processo de desenvolvimento sustentável.
Cada vez mais, os meios produtivos exigem maior e melhor qualificação profissional, e as relações socioculturais e ambientais, idem. Sendo que é papel da escola pública garantir o acesso e a permanência de todos ao conhecimento e à participação cidadã na vida política, social e econômica do país.
À luz desses objetivos, que defendemos para a escola pública, a pauta da CNTE para a Greve Nacional dos Trabalhadores/as em Educação consiste em:
  1. Ampliar o investimento em educação para 10% do Produto Interno Bruto (PIB), ao longo da próxima década, e exigir a aprovação do novo Plano Nacional de Educação;
  2. Garantir o cumprimento imediato e integral da lei federal nº 11.738, que vincula o piso salarial profissional nacional à carreira do magistério;
  3. Implementar a gestão democrática em todas as escolas e os sistemas de ensino, conforme preceitua as normas educacionais e o Estatuto da Criança e do Adolescente;
  4. Impedir a terceirização das funções escolares, sobretudo daquelas desempenhadas pelos funcionários da educação; e
  5. Assegurar outras pautas locais da educação e de seus trabalhadores.
Diante de temas tão importantes para o futuro de nosso país, convidamos a todos e todas para se juntarem à nossa luta, que é por um Brasil mais justo, próspero, soberano e sem desigualdades que impeçam o direito das pessoas à felicidade e, consequentemente, ao bem estar coletivo.
Quanto às atividades da Greve Nacional, as mesmas serão descentralizadas e estarão sob a responsabilidade das 44 entidades filiadas à CNTE. Outros sindicatos da educação, mesmo não filiados à Confederação, também poderão incorporar-se à mobilização e agendar atividades junto aos executivos e parlamentos locais, além daquelas voltadas à comunidade escolar e à população em geral.
Em âmbito nacional, a Greve marcará o início de uma ampla jornada de luta dos trabalhadores por educação pública, gratuita, universal, laica, de qualidade (com equidade), e por valorização profissional, devendo um de seus desdobramentos culminar na denúncia de governadores e prefeitos - desrespeitadores da Lei do Piso - à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a outras instituições internacionais, além dos órgãos do Poder Judiciário nacionais.

Certos de contar com a compreensão e o apoio de todos/as, subscrevemos.

Diretoria Executiva da CNTE
CNTE Informa 612 - 07 de março de 2012.

Moção de repúdio ao governador do Rio Grande do Sul, Tarso

PISOXCARREIRA

União de esforços para fazer valer o Piso e a Carreira do magistério PDF Imprimir E-mail
União de esforços para fazer valer o Piso e a Carreira do magistério
As conturbadas e lamentáveis cenas e declarações protagonizadas pelos políticos brasileiros, na última semana, após o anúncio do novo valor do piso nacional do magistério pelo MEC (R$ 1.451,00) - o qual difere da quantia defendida pela CNTE (R$ 1.937,26) - expõe, como dissemos no editorial anterior, as fragilidades do federalismo nacional e requer, imediatamente, ações do Estado no sentido de garantir o cumprimento da legislação e de viabilizar, em definitivo, uma política pública essencial para a qualidade da educação escolar.
O primeiro consenso a ser construído refere-se à vontade política dos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) em valorizar o magistério e os demais educadores. Partindo desse compromisso, é preciso enfrentar os problemas com vistas a construir um pacto pela educação, ao longo da próxima década.
Transposto o compromisso político, que se pauta na vinculação necessária do piso ao Fundo da Educação Básica - Fundeb, principal fonte pagadora dos vencimentos de carreira do magistério, e à meta 17 do novo Plano Nacional de Educação, cujo objetivo consiste em equiparar a remuneração média dos docentes à de outras categoriais até o final da década, entram em cena as questões práticas a serem adotadas por cada Executivo da federação e pelos poderes Legislativo e Judiciário.
Em âmbito estadual e municipal, governadores e prefeitos devem assegurar a gestão financeira dos recursos vinculados à educação ao responsável direto das respectivas secretarias, à luz do art. 69, § 5º da Lei 9.394/96 (LDB). O funcionamento e a autonomia dos conselhos sociais de acompanhamento do Fundeb devem ser respeitados, a fim de auxiliar na fiscalização da gestão pública educacional.
É preciso, assim, transparência das administrações em relação aos tributos arrecadados e aos gastos efetuados com a educação, para que o auxílio federal, se necessário, ocorra em bases republicanas, sem prejuízo aos entes que cumprem rigorosamente com os princípios da administração pública e com os preceitos legais da educação.
Na esfera federal, o MEC, como indutor das políticas nacionais, precisa ter acesso seguro às informações de estados, municípios e do DF (aperfeiçoando o SIOPE - Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação), bem como estipular, em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional e com os órgão equivalentes dos Estados e Municípios, mecanismos para medir a capacidade contributiva dos entes federativos, como forma de condicionar as possíveis complementações da União ao cumprimento das metas de esforço fiscal de cada um deles. A previsão dessa iniciativa encontra-se esculpida no art. 75, § 1º da LDB.
Ao Congresso Nacional compete regulamentar a estrutura cooperativa da educação entre os entes federados, preferencialmente através da regulamentação do art. 23 da Constituição, que também deve prever espécie de intervenção federal nas hipóteses de as administrações deixarem de cumprir com seus deveres legais e constitucionais. É preciso, ainda, em consonância com o Plano Nacional de Educação, garantir mais recursos para a educação - ao menos 10% do PIB, durante a próxima década -, o que deverá ocorrer tanto pela realocação ou majoração dos recursos vinculados, como pela destinação de parcela oriunda das riquezas do pré-sal (no mínimo 50%) e maior participação da União no financiamento da educação básica (dos 5,2% do PIB investidos atualmente na educação, a parcela da União, detentora de maior parte do bolo tributário, corresponde a pouco mais de 1%).
Outras duas questões que envolvem o Parlamento dizem respeito à alteração da Lei 11.494 (Fundeb), no tocante à barreira imposta para a complementação do Governo Federal ao piso do magistério - hoje, apenas estados e municípios contemplados com a suplementação da União ao Fundeb podem acessar os recursos destinados à remuneração docente -, e à aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional, cujo conteúdo deve primar pelo correto investimento das verbas educacionais e pela punição à malversação do dinheiro público e o desleixo do gestor com as metas do PNE.
Com relação ao Judiciário, três questões são chaves: i) a superação do impasse interpretativo dos comandos do art. 212 da Constituição e art. 60 do ADCT/CF com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a fim de assegurar o investimento integral dos recursos vinculados à educação, inclusive com a folha de pessoal; ii) a execução de controle externo sobre as ações dos Tribunais de Contas de Estados e Municípios (onde houver esse último); e iii) a celeridade na punição de gestores que desviam recursos públicos e cometem outras ilegalidades.
A partir da próxima semana o Congresso Nacional deve iniciar o debate sobre a alteração do índice de reajuste do piso salarial do magistério, e os trabalhadores não abrirão mão da perspectiva de valorização real do Piso - pois “teoria furada” é o reajuste de piso pela inflação, como propôs o governador Tarso Genro, colidindo com o avanço social obtido no governo Lula de ganho real ao salário mínimo (o piso geral dos brasileiros).
Porém, para que a pauta da valorização dos/as educadores/as avance no Congresso e se efetive nas administrações públicas, será necessário colocar na mesa de negociação, além das questões tratadas acima, a necessidade de se estabelecer um parâmetro mínimo para as carreiras do magistério público escolar em todo país, como forma de dimensionar (com justiça e equidade) a parcela de suplementação da União para a garantia do padrão mínimo de qualidade educacional e, consequentemente, para o piso e a carreira do magistério.
Os desafios são muitos, além de complexos, o que comprova a necessidade do país em avançar, juntamente com o debate do Piso, do PNE, do Custo Aluno Qualidade e de outras políticas públicas, na construção imediata do Sistema Nacional de Educação.
CNTE Informa 612 - 07 de março de 2012.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Greve é adiada para o dia 14

Sinte denuncia falta de condições da escolas municipais e diz que secretário faltou com a verdade em relação ao piso

Em assembelia realizada na manhã de ontem, na ASSEN, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte), os professores da rede municipal de Natal decidiram manter o indicativo de greve, agora marcado para o próximo dia 14, quando ocorre a greve nacional. Até lá eles aguardam uma nova negociação e pretendem visitar as Escolas da capital, na companhia da imprensa, para mostrar à população que a greve não será somente por salários, mas também devido ao estado de precariedade em que se encontram muitas Escolas da rede municipal."A nossa ideia é abrir as Escolas para a opinião pública constatar que muitos prédios Escolares estão sem condições de iniciar o ano letivo", disse Fátima Cardoso, acrescentando que também na decisão de manter o indicativo de greve pesa o descrédito da Prefeitura na sociedade.
"Hoje, a categoria entende que não há como confiar mais numa prefeita que não cumpre compromissos e parcelamentos perante à Justiça. Além disso, entendemos que o percentual apresentado foi muito rebaixado, de 22% para 10% e ainda parcelado".
A coordenadora do Sinte/RN ainda contestou os números apresentados pelo secretário Walter Fonseca quando declarou à imprensa que os professores estão ganhando bem acima do piso nacional. "O professor Walter faltou com a verdade. Não existe salário de R$ 2 mil, nem tampouco de R$ 2.700 como ele anunciou. O salário do professor graduado é R$ 1.270 para uma jornada de 20h e R$ 1.490 para uma carga horária de 30h", afirma Fátima Cardoso.
Além disso, ela cobrou da Prefeitura de Natal o pagamento dos R$ 60 milhões que deviam ser destinados à Educação do município, fruto de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Promotoria de Educação do Ministério Público que, chegou inclusive a solicitar o bloqueio dos recursos nas contas municipais para fazer o repasse do dinheiro para a Educação. Quanto à situação na rede estadual de ensino, os professores têm assembleia marcada também para o dia 14 de março, quando será votado um indicativo de greve.

Fonte: Diário de Natal (RN)

Alunos aprendem em aulas práticas e exatas deixam de ser vilãs

Professores têm buscado maneiras diferentes de trabalhar o conteúdo e afirmam que o segredo está na abordagem

As disciplinas da área de ciências exatas já foram consideradas as grandes vilãs da trajetória escolar. Hoje, os alunos não têm tantos motivos para morrer de medo de física e matemática. Com o objetivo de conquistar os jovens - e evitar calafrios cada vez que for necessário fazer um cálculo -, professores têm buscado maneiras diferentes de trabalhar o conteúdo. O segredo, dizem, está na abordagem: nada de decorar fórmulas. É preciso compreender aquilo que está na lousa. Melhor ainda se, depois da tradicional explicação, for possível transformar a teoria em prática.
Incentivar a participação em eventos e competições ligados à matemática e à física vem sendo uma estratégia dos professores para conquistar os alunos. A Oficina do Estudante, de Campinas (SP), promove aulas de preparação para competições nas duas disciplinas. "O conteúdo abordado é o mesmo do ensino médio, mas as olimpíadas exigem que o aluno pense soluções diferentes para o mesmo problema", diz a professora de física Mônica Nunes.
Ela explica que os inscritos recebem acompanhamento de professores uma vez por semana, em turno contrário às aulas. "Aprofundamos a matéria e depois é treino, treino e treino", diz. Para Mônica, a base da aprendizagem está em compreender o fundamento da questão. "Assim, eles conseguem resolver problemas mesmo sem ter decorado a fórmula. Isso só acontece porque entenderam o motivo de essa fórmula existir e de onde ela vem", destaca.
Medalha de bronze na Olimpíada de Matemática do Sistema Etapa em 2011, Mathias Epstein Later, 16 anos, foi influenciado ainda em casa a gostar de números. Cursando o ensino médio na Oficina do Estudante, ele é filho de um engenheiro e estuda para seguir a mesma profissão. Gosta de todas as matérias, mas garante preferir aquelas ligadas a exatas. "Fazem mais sentido", afirma. Mathias aponta a postura dos professores como um fator decisivo para gostar ainda mais da área. "Eles explicam a matéria e dão um ou dois exemplos de cada exercício. Depois de entender como se faz, treino algumas vezes. Assim, consigo fixar", conta.

Para especialista, professores devem estar abertos a diversos métodos
Mesclar diferentes técnicas de ensino é uma boa opção para professores que querem tornar as aulas mais atrativas. Para o doutorando em Educação Matemática na PUC-SP Adriano Vargas Freitas, é importante considerar aspectos sociais e culturais do aluno, o que pode ajudar na hora de planejar os encontros. "Essas novas gerações estão atentas à internet e outras novas tecnologias, e o professor deve estar aberto a trabalhar outras modalidades de ensino", diz. "É interessante trabalhar com um currículo atualizado, bons livros didáticos e práticas que sejam enriquecedoras e proporcionem um ambiente de descoberta", acrescenta.
No caso do ensino da matemática e da física, Freitas defende a resolução de problemas. "Isso ajuda o aluno a despertar para aquilo que o professor está falando, porque ele percebe que pode utilizar aquilo na vida dele, e não apenas no ambiente escolar", afirma. Para o especialista, eventos como olimpíadas são capazes de estimular ainda mais o estudo. "É uma forma de dar oportunidade a mais um ambiente de estudo, de propagar ideias e questões interessantes. Também é importante que os professores utilizem as provas desses eventos não apenas no dia, mas também depois, para debater as questões, encontrar novas formas de resolução e incentivar o pensamento", avalia.
Laboratório de física permite aliar teoria à prática
No caso da disciplina de física, o laboratório da Oficina do Estudante recebe os alunos na hora de fazer experimentos que ilustram o conteúdo ensinado. "Ultimamente, uma turma estava estudando calorimetria. Fomos para o laboratório fazer experimentos de medição de temperatura. Usamos termômetros, falamos sobre transformação de escalas termométricas. Depois, eles criaram suas próprias escalas e, a partir delas, mediram a temperatura de seus corpos", conta a professora da Oficina.
Mônica explica que esse tipo de prática nem sempre é possível, já que alguns experimentos são muito complexos para o ambiente escolar. Ainda assim, a professora garante que os diferentes métodos resultaram na melhora do desempenho das turmas. "Eles ficaram mais interessados. As perguntas ficaram melhores, o que mostra que eles estão entendendo a matéria", completa.

Fonte: Terra

Poder Executivo de Itajá garante o pagamento do novo piso salarial dos professores da rede municipal

Segundo secretário de Educação, professores irão receber, além do aumento, diferença retroativa ao mês de janeiro

O prefeito Gilberto Eliomar Lopes (DEM) e a secretária municipal de Educação, Joana Darc Lopes, assinaram na tarde de terça-feira, dia 28, a ordem de pagamento do novo piso salarial do professores da rede municipal de Ensino em Itajá. A informação está sendo transmitida por Daniele Lopes, titular da assessoria de comunicação social do Poder Executivo itajaense.

O Ministério da Educação divulgou na última segunda-feira, dia 27, que o piso salarial nacional dos professores será reajustado em 22,22% e seu valor passa a ser de R$ 1.451,00 como remuneração mínima do professor de nível médio e jornada de 40 horas semanais.

A decisão é retroativa para 1º de janeiro deste ano. De acordo com a secretária de Educação, os professores vão receber, além do aumento, a diferença retroativa ao mês de janeiro. Joana Darc frisou o compromisso da gestão com o pagamento do piso salarial e os investimentos que a gestão prioriza a educação municipal.

A secretária Joana Darc registrou que em três anos de administração do prefeito Gilberto Lopes os professores P-1 já receberam mais de 145% de aumento salarial e os professores P-2 foram embolsados com 95% de aumento nos vencimentos salariais, enfatizando que é mais um dos compromissos que estão sendo cumpridos pelo prefeito.

PROVIDÊNCIAS
A secretária municipal de Educação se posicionou também em relação ao processo de aplicação do Plano Municipal de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos profissionais do magistério, iniciado no ano passado. Ela declarou que as alterações referentes à mudança de nível já ocorreram e agora a Secretaria de educação vai realizar a avaliação de desempenho dos docentes.

Observou que essa avaliação figura como o último passo para a concreta implantação do plano e deve ser realizada por uma empresa especializada e de renome em nível estadual. Salientou que o processo licitatório público para a contratação desta empresa já se encontra em fase de andamento.

Fonte: O Mossoroense (RN)

quinta-feira, 1 de março de 2012

Professores decidem futuro

Professores do estado devem votar paralisação na próxima sexta-feira

O primeiro assunto apresentado hoje nas salas de aula das escolas municipais de Natal deve ser a greve do próximo dia 5.
Ao contrário dos professores do estado, os magistrados do município decidiram por não adiar o indicativo de greve para o dia 14, e irão votar a paralisação nesta sexta-feira, um dia após o retorno dos alunos das férias.
Durante uma assembleia da categoria, na tarde de ontem, foi decidido, mesmo contra a vontade da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), que a greve será decidida o mais rápido possível em razão do descontentamento dos professores com a proposta da Secretaria Municipal de Educação (SME).
Na última segunda-feira, o titular da pasta, Walter Fonseca, apresentou para direção do Sinte, uma proposta que apontava 10% de reajuste, dividido em três vezes. Os professores, que pedem aumento de 22,22%, não aceitaram a proposição do Município e optaram pelo indicativo.
De acordo com a diretora do Sinte, Fátima Cardoso, o salário de um professor do município é de R$ 1.200 para 20 horas semanais, e R$ 1.400 para 30 horas. "Se o secretário não apresentar uma proposta satisfatória vai ficar muito difícil", declarou Fátima Cardoso, que se mostrou favorável a esperar mais um pouco pela paralisação. "No nosso ponto de vista é inaceitável a proposta do secretário", declarou a secretária geral do sindicato, Janeayre Souto, mostrando a divisão de opiniões dentro da diretoria do Sinte.
Durante a assembleia, a categoria também ficou bastante dividida sobre quando deveria ser a votação do indicativo de greve. Mas independente de ser no dia 2 ou 14, a opinião dos professores era única sobre as condições de trabalho dos magistrados: insatisfação. "O secretário não deu resposta sobre os outros pontos da pauta", reclamou uma professora. Além disso, o grupo se mostrava revoltado com os 30 diretores exonerados dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) que não receberam nenhuma justificativa.
Uma gestora de CMEI informou a reportagem do Diário de Natal que passou o ano de 2011 inteiro recebendo merenda de forma emergencial. "Chegava apenas o recurso federal, que é um complemento, e o da Prefeitura passou o ano todo sem ser repassado. A gente ficou recebendo merenda de forma emergencial, o que prejudicava muito, porque eles não sabiam das nossas necessidades e mandavam o que queriam".

Fonte: Diário de Natal (RN)

Governo anuncia vencedores da Olimpíada de Matemática

A edição de 2011 teve mais de 18 milhões de alunos e de 44 mil escolas participantes

 
Os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e da Educação, Aloizio Mercadante, anunciaram nesta quinta-feira os vencedores da 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A edição de 2011 teve mais de 18 milhões de alunos e de 44 mil escolas participantes. Na cerimônia, realizada no auditório do MCTI, também foi dada a largada para a Olimpíada 2012.
Para representar o Brasil, foram convidados para a cerimônia cerca de 40 medalhistas e seus familiares, além de professores e diretores de escolas do Distrito Federal. Também esteve presente o professor Antonio Cardoso do Amaral, da cidade de Cocal dos Alves, Piauí. Amaral fez 121 de seus alunos medalhistas nas Olimpíadas de Matemática. Neste ano, seus discípulos conquistaram 12 medalhas, incluindo quatro de ouro. Durante o evento, o professor salientou o envolvimento da comunidade no projeto.
A olimpíada foi criada para estimular o estudo da Matemática entre alunos e professores de todo o País. É dirigida aos alunos de 6º ao 9º ano do ensino fundamental e aos alunos do ensino médio das escolas públicas municipais, estaduais e federais, que concorrem a prêmios de acordo com a sua classificação nas provas.
As inscrições para a 8ª Obmep podem ser feitas, até 30 de março, pela internet, no endereço www.obmep.org.br.
Maior do mundo
A competição é considerada a maior do mundo em relação ao número de participantes. O quadro de participação tem sido crescente em número de alunos e escolas, desde a primeira edição, em 2005, da qual cerca de 10 milhões de estudantes e 31 mil escolas participaram. Hoje, as atividades envolvem mais de 99% dos municípios.
Pela Obmep 2011, receberão medalhas 3,2 mil alunos e outros 30 mil serão contemplados com menção honrosa. São 500 alunos com medalhas de ouro, 900 alunos com medalhas de prata, 1,8 mil alunos com medalhas de bronze e outros 30 mil alunos receberão menção honrosa.
Além disso, 131 professores serão premiados devido ao desempenho de seus alunos e 117 escolas e 60 secretarias de Educação também serão contempladas. As medalhas de ouro serão entregues pela presidente Dilma Rousseff em cerimônia no Rio de Janeiro, em data a ser marcada.

Fonte: Terra

Campeões dos Números

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) contou com cerca de 19 milhões de estudantes no ano passado e é vista como investimento no futuro

 
O Distrito Federal é a quarta unidade da Federação com mais medalhistas de ouro na 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Mesmo com um número menor de alunos e Escolas, Brasília só perde para Minas Gerais, com 111 medalhas douradas; Rio de Janeiro, com 84; e São Paulo, com 78. No DF, 37 estudantes conquistaram ouro, 44 prata, 54 bronze e 466 ganharam menção honrosa. Desses 37 jovens do topo do ranking, 29 são do Colégio Militar de Brasília, seis do Colégio Militar Dom Pedro II e dois estudam em centros de ensino fundamental.
Hoje, será a cerimônia oficial do anúncio dos premiados da Obmep 2011, com as presenças dos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp; e da Educação (MEC), Aloizio Mercadante. A cerimônia, no auditório do MCTI, além de consagrar estudantes que obtiveram melhor desempenho na competição, lançará oficialmente a edição de 2012 da Obmep.
DESTAQUES
A olimpíada vem chamando a atenção pela abrangência e alcance que conquistou nos últimos anos em todo o Brasil. A primeira edição, em 2005, teve 10,5 milhões de inscritos de 31 mil Escolas. Em 2011, na primeira fase, esse número saltou para 18,7 milhões de participantes, vindos de 44,6 mil Escolas. Para premiar os melhores colocados, são entregues 500 medalhas de ouro, 900 medalhas de prata, 1,8 mil medalhas de bronze e 30 mil certificados de menção honrosa.
A disputa é dividida em três níveis, de acordo com a série dos competidores. O primeiro é para estudantes de 6º e 7º ano; o segundo, para 8º e 9º; e o terceiro engloba todo o ensino médio. Além de ter sido um dos 37 premiados com ouro do DF, Fábio da Silva Soares, 15 anos, tem outro motivo para se orgulhar. O adolescente deixou para trás 200 medalhistas dourados e conquistou o segundo lugar na colocação geral do nível 2. Título que ele mantém com humildade: “Eu achei que fosse ganhar a medalha, mas ficar tão bem colocado foi uma surpresa”.
No 9º ano, Fábio já possuía outras duas medalhas de ouro e uma de prata de competições anteriores. Agora, ele e o colega Vitor Daniel Gonzaga de Freitas, que ficou em 29º lugar do mesmo nível, avançam para o nível 3, em que competem com alunos do 2º e do 3º anos do ensino médio. “Sempre tem uma diferença no grau de dificuldade, mas é um desafio a mais”, define Vitor.
Diferença que Gabriel Sena Galvão, 16 anos, sentiu. Com um histórico de medalhas e um ouro no último ano do ensino fundamental, ele esperava manter o rendimento. Mesmo estudando para a olimpíada, Gabriel ficou com uma medalha de prata na primeira disputa de que participou no nível 3. O resultado, que para alguns pode ser ótimo, é motivo para mais cobrança, principalmente porque a olimpíada é vista como investimento no futuro. “Para ser sincero, eu não estou na minha melhor fase”, diz. “Mas, com a preparação para a olimpíada, fiquei estimulado para estudar até outras matérias. Este ano, eu vou focar no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica e todo conhecimento que ganhei nas competições é válido.”
ISNPIRAÇÃO
Com experiência e reconhecimento na Obmep, eles se sentem motivados a traçar planos audaciosos. O irmão de Vitor Daniel, Lucas, conseguiu uma bolsa para estudar em Harvard (considerada a melhor universidade dos EUA) e é um exemplo que muitos pretendem seguir. Fábio Soares sonha com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) ou com Harvard, e Caio Oliveira Dantas, medalhista de ouro do nível 3, também considera as universidades norte-americanas da Pensilvânia e de Columbia.
O estudante de 16 anos não tem dúvida de que a premiação na olimpíada é um diferencial. Caso não consiga a bolsa para estudar fora, ele pretende cursar ciências moleculares na Universidade de São Paulo (USP). Dedicar-se mais à Obmep deste ano é uma de suas metas. “Me arrependo um pouco de não ter me esforçado mais antes, principalmente no primeiro ano, quando eu quase fui para a olimpíada internacional de astronomia”, conta.
Outros irmãos figuram entre os medalhistas de ouro: Henrique Gasparini Fiuza do Nascimento, 16 anos, e Arthur Gasparini Fiuza do Nascimento, 12. O primeiro é pentacampeão da Obmep e representa o Brasil, com outros cinco estudantes brasileiros, na Romanian Master of Mathematics (RMM), evento internacional que se realiza nesta semana na Romênia.
A quarta competição internacional de Henrique serve como inspiração para o irmão iniciante, Arthur. Em sua segunda participação no certame, ele conquistou a segunda medalha de ouro e ficou em primeiro lugar do seu nível no DF. Mesmo tão novo, reconhece que o segredo é simples: estudar. “Refiz as provas anteriores e fiz bastante exercício do banco de questões. Me preparei bastante”, relata Arthur.
Não só a família incentiva o aluno do 8º ano, como também os professores. E eles tiveram seus trabalhos reconhecidos. Jorge Luiz Marinho Pinto, do Colégio Militar de Brasília; e Edgard Cândido dos Santos e Nahida Faissal Bassis do Colégio Militar Dom Pedro II, foram premiados com um computador portátil e um pacote de programas livres relacionados ao ensino de matemática. Para Nahida, professora do 7º ano, o aprendizado vem da sala de aula. “Em algumas avaliações, colocamos exercícios da Obmep”, diz. Na trajetória desses adolescentes, vencer olimpíadas é o primeiro passo para construir e realizar grandes sonhos.

Fonte: Correio Braziliense (DF)