quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Educação: tendência é de greve no estado


Professores reúnem-se hoje em assembléia para decidir sobre paralisação e consideram difícil negociação com governo


À exemplo do que afirmou a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, em entrevista ao semanário O Poti, no mês passado, a tolerância dos professores com o Estado também é zero.
Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN), Fátima Cardoso, a greve dos professores estaduais a partir de segunda-feira é praticamente inevitável. O ano letivo no Estado começa amanhã e os professores se reúnem hoje, em assembleia, às 14h30, na sede da Associação dos Subtenentes e Sargentos do Exército (Assen).
"A situação do Estado que já era grave, agora se tornou mais difícil ainda porque o Estado virou as costas para o diálogo. Não há mais como esperar porque não se tem como justificar estar desde o mês de agosto sem negociação", justifica a dirigente.

Para complicar mais ainda o diálogo entre as partes, o Ministério daEducação (MEC) reafirmou anteontem o valor do novo Piso Nacional que foi aprovado e ratificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), elevando em 22% o valor inicial anunciado em 29 de dezembro de 2011 - o piso agora chega a R$ 1.451.

Além disso, cada plano de carreira vai adequar sua situação em cada estado. No Rio Grande do Norte, o Governo do Estado paga um piso de R$ 890 para o professor de nível médio de carreira, e o valor de R$ 1.200 para o nível superior de 30 horas.
Segundo o Sinte, o valor o para o professor de nível médio (30h) deveria ser de R$ 1.088 como ponto de partida, sendo acrescido de mais 40% para se chegar ao salário do graduado.
"A essas alturas, acho muito difícil o Governo do Estado reverter esse quadro de greve. A não ser que a secretária de Educação nos chame para conversar ainda hoje [ontem] e nos garanta que vai implementar a lei. Mas acho muito difícil porque a última audiência foi em 22 de agosto", disse Fátima Cardoso.
Além da situação salarial dos professores, o sindicato também reclama do Plano de Carreira dos funcionários ASG e Técnicos D que voltaram a ganhar o salário mínimo, sofrendo um decréscimo de 30%.
No município, greve deverá ser adiada
Com relação ao município, permanece o indicativo de greve dos professores, apesar da paralisação ter sido descartada para a próxima sexta-feira como estava sendo cogitado.

As aulas começam amanhã, mas Secretaria de Municipal de Educação (SME) e a categoria permanecem em negociação na tentativa de evitar uma paralisação que vai prejudicar 48 milalunos da rede municipal.
Segundo a presidente do Sinte, Fátima Cardoso, a última audiência com o secretário Walter Fonseca melhorou a proposta de correção salarial que colocou o aumento de 10% divididos em três parcelas até maio e se comprometeu de fazer o pagamento do terço de férias até o dia 15 de março.
"Estamos levando à assembleia a apreciação dessa proposta, mas vamos trabalhar para melhorá-la, por isso permanece o indicativo de greve mesmo passando para um outro momento, ou seja, não podemos deflagrar greve no dia 2 de março, mas vamos continuar negociando", alerta Fátima Cardoso. Os professores reivindicam o pagamento de um terço de férias e um reajuste de 22,22%, baseados na Lei Federal nº. 11.738/08.

Em sua conta do Twitter, o secretário municipal de Educação Walter Fonseca assinalou que o piso pago pela Prefeitura de Natal é de R$ 2.426, contra R$ 1.451 do Piso Nacional e que a partir de maio o valor reajustado chegará a R$ 2.668,60, o equivalente a 56,34% mais que o valor nacional.
 
Fonte: Diário de Natal (RN)
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br

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