quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

.Até onde se envolver com o estudo dos filhos

Uma dúvida ronda o pensamento de muitos pais: até que ponto é possível participar da vida escolar dos filhos?



Uma dúvida ronda o pensamento de muitos pais: até que ponto é possível participar da vidaEscolar dos filhos? Quando se trata de alunos de anos iniciais do ensino fundamental, entre seis e 11 anos, especialistas alertam para a importância de um envolvimento que estimule a autonomia.
Professora da Faculdade de Educação da UFRGS, Maria Luisa Xavier diz que um erro comum é o familiar resolver uma questão mais difícil do tema de casa se a criança está com dificuldades. Será mais útil dar dicas que o levem à resposta correta, recomenda.
Para Dóris Helena Della Valentina, docente da Faculdade de Psicologia da PUCRS, a presença dos pais é fundamental desde que se mantenha um distanciamento adequado.
Em relação aos horários para fazer deveres e trabalhos, a professora de psicologia da Educação da UFRGS Darli Collares acredita que a rigidez exagerada pode acabar com a alegria e o desejo de estudar.
Dúvidas frequentes

Meu filho tem dúvidas no tema de casa. Devo ajudá-lo?
Se o pai tiver condições, deve ajudar, porque oportuniza à criança a possibilidade de conseguir completar a tarefa. Às vezes, no entanto, o familiar faz o dever pelo filho. Fazer não é ajudar. A criança acaba tendo uma discrepância entre o que produz em casa e o que produz em sala de aula.
O objetivo do tema é criar uma autonomia, incentivar a tomada de decisões. O pai pode dar uma dica, dizer como entendeu a questão, dar direções. É importante dar um retorno à Escola sobre essas dificuldades.
Percebo que o trabalho feito em casa pelo meu filho tem um erro. Devo corrigi-lo ou deixo para o professor?
O pai não deve corrigir o erro, e sim conversar com o filho sobre isso. Perguntar por que ele fez daquela forma e não de outra, como chegou àquela conclusão. Não precisa esperar o professor, pois é importante esse diálogo em casa. A orientação é ajudar a criança a perceber qual seria o caminho certo. Não dar a resposta pronta, mas ajudar a construí-la. Quando a dificuldade aparece com frequência, deve-se conversar com a Escola.

Meu filho tem dificuldades de relacionamento com colegas. Levo o problema à direção ou deixo ele próprio resolver?
Se um problema de relacionamento está afetando a criança de uma forma grave, chegando ao bullying, o pai deve ir até a Escola. Mas a medida inicial é sempre ajudá-la a resolver por conta própria. Questioná-la sobre os motivos que podem estar levando a essa situação, dar sugestões de como contorná-la. Ensinar o filho a se relacionar é o papel dos pais.

Devo definir horários rígidos para os estudos em casa?
É preciso haver mais flexibilidade. O pai deve ajudar o filho a descobrir os momentos em que ele rende mais. Se exige a produção em determinado horário, ao longo dos anos, ele está inviabilizando a alegria e o desejo de estudar. A criança não lida bem com a pressão e a cobrança exagerada.

Devo matricular meu filho no maior número possível de atividades extras, como esportes e língua estrangeira?
É importante que os pais analisem a quantidade de compromissos dos filhos. Muitas crianças estão perdendo seu tempo de lazer, importante para estimular a criatividade, porque os pais determinam uma série de outras atividades. Sai da Escola e tem horários para tema de casa, esporte, inglês, dança. Quando o objetivo é dar mais satisfação aos pais do que aos filhos, a tendência é dificultar as escolhas no futuro. Há uma inversão: se exagera nos compromissos, o filho vai querer se livrar deles a longo prazo.


Fonte: Zero Hora (RS)

Nenhum comentário:

Postar um comentário