quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

INDICATIVO DE GREVE

Professores do Estado aprovam indicativo de greve para o dia 14

Os alunos da rede pública estadual de Educação poderão ter as aulas paralisadas já no dia 14 de março. Nesta quarta-feira (29), os professores aprovaram um indicativo de greve para a data, como forma de pressionar o Governo do Estado a conceder reajuste de 22,22%. No dia 14 de março o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte) terá nova assembleia.

Durante o encontro, os professores acusaram o Executivo de fechar o diálogo sobre a implantação e pagamento do plano de carreiras, o que os profissionais garantem que não está sendo cumprido. O objetivo da categoria é que o piso nacional dos professores, baseando na lei federal 11.738/08, seja implantado no Rio Grande do Norte.

Fonte: Tribuna do Norte

Educação: tendência é de greve no estado


Professores reúnem-se hoje em assembléia para decidir sobre paralisação e consideram difícil negociação com governo


À exemplo do que afirmou a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, em entrevista ao semanário O Poti, no mês passado, a tolerância dos professores com o Estado também é zero.
Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN), Fátima Cardoso, a greve dos professores estaduais a partir de segunda-feira é praticamente inevitável. O ano letivo no Estado começa amanhã e os professores se reúnem hoje, em assembleia, às 14h30, na sede da Associação dos Subtenentes e Sargentos do Exército (Assen).
"A situação do Estado que já era grave, agora se tornou mais difícil ainda porque o Estado virou as costas para o diálogo. Não há mais como esperar porque não se tem como justificar estar desde o mês de agosto sem negociação", justifica a dirigente.

Para complicar mais ainda o diálogo entre as partes, o Ministério daEducação (MEC) reafirmou anteontem o valor do novo Piso Nacional que foi aprovado e ratificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), elevando em 22% o valor inicial anunciado em 29 de dezembro de 2011 - o piso agora chega a R$ 1.451.

Além disso, cada plano de carreira vai adequar sua situação em cada estado. No Rio Grande do Norte, o Governo do Estado paga um piso de R$ 890 para o professor de nível médio de carreira, e o valor de R$ 1.200 para o nível superior de 30 horas.
Segundo o Sinte, o valor o para o professor de nível médio (30h) deveria ser de R$ 1.088 como ponto de partida, sendo acrescido de mais 40% para se chegar ao salário do graduado.
"A essas alturas, acho muito difícil o Governo do Estado reverter esse quadro de greve. A não ser que a secretária de Educação nos chame para conversar ainda hoje [ontem] e nos garanta que vai implementar a lei. Mas acho muito difícil porque a última audiência foi em 22 de agosto", disse Fátima Cardoso.
Além da situação salarial dos professores, o sindicato também reclama do Plano de Carreira dos funcionários ASG e Técnicos D que voltaram a ganhar o salário mínimo, sofrendo um decréscimo de 30%.
No município, greve deverá ser adiada
Com relação ao município, permanece o indicativo de greve dos professores, apesar da paralisação ter sido descartada para a próxima sexta-feira como estava sendo cogitado.

As aulas começam amanhã, mas Secretaria de Municipal de Educação (SME) e a categoria permanecem em negociação na tentativa de evitar uma paralisação que vai prejudicar 48 milalunos da rede municipal.
Segundo a presidente do Sinte, Fátima Cardoso, a última audiência com o secretário Walter Fonseca melhorou a proposta de correção salarial que colocou o aumento de 10% divididos em três parcelas até maio e se comprometeu de fazer o pagamento do terço de férias até o dia 15 de março.
"Estamos levando à assembleia a apreciação dessa proposta, mas vamos trabalhar para melhorá-la, por isso permanece o indicativo de greve mesmo passando para um outro momento, ou seja, não podemos deflagrar greve no dia 2 de março, mas vamos continuar negociando", alerta Fátima Cardoso. Os professores reivindicam o pagamento de um terço de férias e um reajuste de 22,22%, baseados na Lei Federal nº. 11.738/08.

Em sua conta do Twitter, o secretário municipal de Educação Walter Fonseca assinalou que o piso pago pela Prefeitura de Natal é de R$ 2.426, contra R$ 1.451 do Piso Nacional e que a partir de maio o valor reajustado chegará a R$ 2.668,60, o equivalente a 56,34% mais que o valor nacional.
 
Fonte: Diário de Natal (RN)
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

NATAL

Hora atividade será levada ao Judiciário

A constituição da ação que cobra do Município de Natal o cumprimento da lei do piso está sendo finalizada para posterior encaminhamento à justiça. Ação cobra a destinação de 33% da jornada de trabalho para atividades de planejamento. A assessoria jurídica do Sinte iniciará a ação na Justiça no próximo dia 28, terça-feira. Na última assembleia da categoria foi deliberada a realização de um ato público em frente à prefeitura nesse dia. A concentração ocorre às 9h para marcar o início da ação.

DESCONFIANÇA

Entrevista da secretária de Educação provoca desconfiança à direção do Sinte

Em entrevista concedida ao Jornal de Hoje de 25 e 26/02, a secretária de Educação Betânia Ramalho afirma que não haverá pagamento abaixo do piso salarial nacional para os professores. No entanto, a gestora não falou sobre a carreira, muito menos sobre os aposentados. Mas disse que algumas reivindicações serão atendidas como as promoções e os pagamentos atrasados. colocaria os passivos em dia.
Para a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso a posição da secretária é muito clara: com este anúncio o governo diz que somente os professores que estão na letra "A" receberão a correção salarial. “Não adianta fazer críticas ou apresentar à sociedade um falso discurso de preocupação com o ensino. Não existe trabalho pedagógico de qualidade sem que todos sejam valorizados nos seus salários. Mas iremos enfrentar esta turbulência, sim, e com a consciência de que se há alguém a ser responsabilizado pela greve, este alguém é o governo.”, avalia.
Balanço
Há muita coisa que depõe contra o discurso do Governo, entre elas as condições físicas de prédios que abrigam escolas. O CAIC poeta Renato Caldas de Assú, por exemplo, está sem funcionar no seu prédio desde 2011 e os alunos e professores estão espremidos em salas quentes, sem ventilação de uma antiga central do cidadão. Escolas tradicionais também não ficaram de fora do descaso. É o que comenta Fátima Cardoso: “o Governo quer se eximir da culpa sobre as condições de ensino no Estado, mas como irá explicar à sociedade situações como a que vive o Atheneu, um patrimônio de 176 anos que já passou por vários alagamentos nas salas de aula, que, inclusive comprometeram o acervo da biblioteca e chegou ao final do ano com infiltrações de esgotos que escorriam na cabeça dos professores?”.
Há outras situações que fazem cair por terra o discurso do Governo, como a falta de professores nas escolas. “Quando estamos em greve, eles relacionam ao Sindicato a responsabilidade pela falta de aulas, apesar de este ser o resultado da má administração do Governo. Mas não há como eles transferirem a responsabilidade ao Sinte pela escassez de profissionais, nem pela falta de estrutura física adequada para as escolas. Admiro a eloquência coerente. Admiro a capacidade das pessoas pelo seu conhecimento. Mas admiro muito mais os meus colegas professores e professoras que mesmo sendo massacrados pelos governos a têm coragem de enfrentar uma sala de aula.”, afirma a dirigente.
Fátima Cardoso diz lamentar que a secretária não conheça os motivos da categoria para a tomada de medidas que vão de reivindicações ao anúncio de greve. Mas afirma que a justificativa por essa falta de conhecimento é ausência de diálogo. “A última vez que ela nos recebeu foi em agosto de 2011. É por isso que continuamos a nossa luta sem virar as costas para a educação.”, finaliza.

SINTE-RN - JURÍDICO

Direção do Sinte protocola ação na Justiça

Nesta segunda-feira (27), a direção protocola uma nova ação na Justiça, desta vez pedindo o cumprimento integral da Lei 11.738/08, que versa sobre o Piso Salarial Nacional dos Professores. No documento é solicitada, também, que haja repercussão na tabela salarial do Plano de Carreira da categoria. Com isso, o Sinte realiza uma ação preventiva e fundamentada em tudo o que pode garantir o cumprimento, na íntegra, das duas leis.
A medida leva em consideração o período que o piso salarial deixou de ser complementado e que, pela lei, passou a ser integral e o governo não cumpriu. Esse período é contado a partir de 1º de janeiro de 2010, data em que se deu a integralização do piso. É justamente por esse motivo que a direção solicita, nesta ação, o pagamento da diferença que foi ignorada pelo governo.
Outro ponto da ação que coincide com a posição da CNTE diz respeito ao valor do piso para o nível médio, levando em consideração a carreira do magistério. A ação cita os profissionais ativos e os aposentados (professores/as e Especialistas em Educação, de acordo com a lei do plano de carreira). Foram destacados também os profissionais do quadro suplementar para que ninguém seja prejudicado.
A ação pede, ainda, a condenação do Estado a atualizar anualmente a matriz Salarial conforme determina a lei 11.738/08. “Consideramos existir uma dívida do Estado para com a categoria. Neste sentido, pedimos o pagamento dos valores retroativos tendo por base a matriz salarial da categoria.”, disse a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso.

DEFINIDO PISO NACIONAL DO MAGISTÉRIO

REAJUSTE FOI DE 22,22%

O Ministério da Educação (MEC) definiu em R$ 1.451 o valor do piso nacional do magistério para 2012, um aumento de 22,22% em relação a 2011. Conforme determina a lei que criou o piso, o reajuste foi calculado com base no crescimento do valor mínimo por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) no mesmo período.
A Lei do Piso determina que nenhum professor pode receber menos do que o valor determinado por uma jornada de 40 horas semanais. Questionada na Justiça por governadores, a legislação foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.
Entes federados argumentam que não têm recursos para pagar o valor estipulado pela lei. O dispositivo prevê que a União complemente o pagamento nesses casos, mas, desde 2008, nenhum estado ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim.
Em 2011, o piso foi R$1.187 e em 2010, R$ 1.024. Em 2009, primeiro ano da vigência da lei, o piso era R$ 950. Alguns governos estaduais e municipais criticam o critério de reajuste e defendem que o valor deveria ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), como ocorre com outras carreiras.
Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto de lei que pretende alterar o parâmetro de correção do piso para a variação da inflação. A proposta não prosperou no Senado, mas na Câmara recebeu parecer positivo da Comissão de Finanças e Tributação. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) prepara uma paralisação nacional dos professores para os dias 14,15 e 16 de março com o objetivo de cobrar o cumprimento da Lei do Piso.

Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil, em Brasília
Atualizado em: 27/02/2012 - 17h57

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Estados e municípios que não reajustaram piso do magistério terão que pagar retroativo

Mais um ano letivo começou e permanece o impasse em torno da Lei do Piso Nacional do Magistério
Brasília – Mais um ano letivo começou e permanece o impasse em torno da Lei do Piso Nacional do Magistério. Pela legislação aprovada em 2008, o valor mínimo a ser pago a um professor da rede pública com jornada de 40 horas semanais deveria ser reajustado anualmente em janeiro, mas muitos governos estaduais e prefeituras ainda não fizeram a correção.
Apesar de o texto da lei deixar claro que o reajuste deve ser calculado com base no crescimento dos valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), governadores e prefeitos justificam que vão esperar o Ministério da Educação (MEC) se pronunciar oficialmente sobre o patamar definido para 2012.
De acordo com o MEC, o valor será divulgado em breve e estados e municípios que ainda não reajustaram o piso deverão pagar os valores devidos aos professores retroativos a janeiro.
O texto da legislação determina que a atualização do piso deverá ser calculada utilizando o mesmo percentual de crescimento do valor mínimo anual por aluno do Fundeb. As previsões para 2012 apontam que o aumento no fundo deverá ser em torno de 21% em comparação a 2011. O MEC espera a consolidação dos dados do Tesouro Nacional para fechar um número exato, mas em anos anteriores não houve grandes variações entre as estimativas e os dados consolidados.
“Criou-se uma cultura pelo MEC de divulgar o valor do piso para cada ano e isso é importante. Mas os governadores não podem usar isso como argumento para não pagar. Eles estão criando um passivo porque já devem dois meses de piso e não se mexeram para acertar as contas”, reclama o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão.
A entidade prepara uma paralisação nacional dos professores para os dias 14,15 e 16 de março. O objetivo é cobrar o cumprimento da Lei do Piso.
Se confirmado o índice de 21%, o valor a ser pago em 2012 será em torno de R$ 1.430. Em 2011, o piso foi R$1.187 e em 2010, R$ 1.024. Em 2009, primeiro ano da vigência da lei, o piso era R$ 950. Na Câmara dos Deputados tramita um projeto de lei para alterar o parâmetro de reajuste do piso que teria como base a variação da inflação.
Por esse critério, o aumento em 2012 seria em torno de 7%, abaixo dos 21% previstos. A proposta não prosperou no Senado, mas na Câmara recebeu parecer positivo da Comissão de Finanças e Tributação.
A Lei do Piso determina que nenhum professor pode receber menos do valor determinado por uma jornada de 40 horas semanais. Questionada na Justiça por governadores, a legislação foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.
Entes federados argumentam que não têm recursos para pagar o valor estipulado pela lei. O dispositivo prevê que a União complemente o pagamento nesses casos, mas desde 2008 nenhum estado ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim.
“Os governadores e prefeitos estão fazendo uma brincadeira de tremendo mau gosto. É uma falta de respeito às leis, aos trabalhadores e aos eleitores tendo em vista as promessas que eles fazem durante a campanha de mais investimento na educação”, cobra Leão.

Fonte: Agência Brasil
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil


Edição: Graça Adjuto

Mandato havia sido prorrogado até 2013

Gestores para CMEI's foram admitidos através de um processo seletivo entre os já concursados que considerava a experiência e competência desses profissionais na área da Educação Infantil


Os CMEI s foram criados em Natal no ano de 2008 e os gestores foram admitidos através de um processo seletivo entre os já concursados que considerava, principalmente, a experiência e competência desses profissionais na área da Educação infantil.
Eles tiveram que apresentar uma proposta de gestão, com currículo e se submetido a uma entrevista, comprovando experiência em Educação infantil. Com relação ao mandato desses gestores, há discordâncias.
O secretário Municipal de Educação, Walter Fonseca diz que terminou em 30 de dezembro de 2011, já os diretores e SINTE/RN dizem que o mandato terminou em 2010 mas foi publicada prorrogação até 2013.
Pertencentes ao quadro do município, eles foram pioneiros dos primeiros CMEIs que vieram da Ativa e do MEIOS, fazendo parte da equipe que estava organizando um documento para garantir eleições diretas para gestor de Centro Infantil.
Mas, segundo informa a presidente do SINTE/RN, Fátima Cardoso, a eleição foi negada pela Secretaria de Educação e até agora não foi apresentada nenhuma solução. Desde 1997 existem eleições diretas para diretor na rede municipal de ensino fundamental, mas no ensino infantil falta uma legislação específica. 
A Lei nº 058 de 2004 que rege o pessoal do quadro do ensino fundamental I, II e EJA oficializou as eleições diretas, mas isso está ausente na Educação infantil que é regida pela Lei 114 de 2010.

Fonte: Diário de Natal (RN)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Abertas inscrições para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

Alunos do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e particulares já podem se inscrever na 15ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA)

 
Brasília - Alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas e particulares já podem se inscrever na 15ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). As inscrições podem ser feitas até 11 de março, e as provas serão no dia 11 de maio.
Organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Eletrobras Furnas, a competição será dividida em quatro níveis para estimular o estudo das ciências ligadas à astronomia.
O coordenador da OBA, professor João Batista Canalle, disse que há carência nos estudos astronômicos nas escolas brasileiras. Segundo ele, os professores têm receio de aprofundar o assunto, já que não têm ferramentas para a prática e nem conhecimento profundo sobre a ciência.
"É preciso que o conhecimento seja cada vez mais atualizado para que haja maior interesse das crianças em estudar astronomia. É obrigação de todo professor estimular esse estudo". Canalle destacou, no entanto, que por mais que o estudo da astronomia seja importante, os professores não têm a formação necessária para ensinar.
As provas serão aplicadas nas próprias escolas inscritas. Os alunos que se destacarem serão premiados com medalhas, além de um certificado de participação. Os vencedores também farão parte de um grupo de estudos que participará de competições internacionais.
Em 2011, 803.180 alunos se inscreveram na OBA, e 33.307 foram premiados. A expectativa para este ano é que mais de 1 milhão se inscrevam.
Edição: Graça Adjuto


Fonte: Agência Brasil

Opinião: Mais com menos

''A ideia de que é preciso cortar gastos no Ensino Superior e concentrar recursos no ensino básico é um sucesso de público, mas não resiste a um mínimo de lógica'', afirma artigo

 
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), mantido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) desde 2000, dedicou a edição de fevereiro do boletim mensal Infocus a uma pergunta instigante: dinheiro compra bom desempenho no Pisa? A resposta negativa não chega a ser novidade, mas agora vem sustentada em uma profusão de dados convincentes.

Para concluir que o investimento em Educação, sozinho, não garante os melhores resultados no aprendizado, o Pisa se vale de milhares de informações acumuladas na avaliação em 2009 e 2010 com 470 mil alunos de 15 anos, em 65 países que representam 90% da economia mundial.

Ao reforçar a ideia de que mais do que o volume aplicado é o modo como se usa o dinheiro que define um sistema de ensino de boa qualidade, a OCDE, que reúne as economias mais ricas e algumas outras associadas, não esconde uma preocupação contemporânea: num mundo em que cortes nos orçamentos se tornaram regra, não deixa de ser oportuno lembrar que é possível fazer mais com menos.

Ainda que este seja um dos casos em que é muito mais fácil dizer do que fazer, a mensagem se apoia em experiências concretas. Os resultados revelam que não são os países mais ricos, nem os que aplicam maiores montantes de recursos, os que se saem melhor quando o objetivo é alcançar desempenho de ponta nas habilidades básicas para a formação de mão de obra qualificada.

O fato é que o desempenho estudantil nos Estados Unidos, Noruega, Suíça e Luxemburgo, que destinam mais de US$ 100 mil por aluno do ensino fundamental, não é melhor que os obtidos em países que não gastam nem metade desse montante, casos de Estônia, Polônia e Nova Zelândia.

Onde, então, a destinação de um volume menor de investimento em Educação pode fazer mais efeito? A resposta do Pisa também não surpreende, mas não dá margem a dúvidas: o investimento deve ser feito, prioritariamente, no professor. O boletim Infocus menciona os exemplos da Coreia e de Hong Kong. Nesses países, a remuneração média dos professores é duas vezes superior ao da renda per capita nacional. E seu status social figura entre os mais elevados nas respectivas sociedades.

Na média dos países da OCDE, a remuneração dos professores se situa 20% acima da renda per capita. No Brasil, depois da lei que, em 2008, estabeleceu um salário mínimo nacional para professores - ainda não universalizado e enfrentando resistências, inclusive em Estados mais desenvolvidos do Sudeste -, a remuneração dos professores do ensino básico com formação superior, para 40 horas de trabalho semanais, não encosta na renda per capita.

O nível de remuneração dos professores, porém, segundo os relatórios do Pisa, revela apenas parte do comprometimento de um país com a Educação de suas crianças e jovens. Naqueles em que o desempenho escolar é superior, a sociedade coloca os professores em degraus mais altos da escala social. Eles são igualados aos profissionais mais qualificados e as famílias gostam quando os filhos seguem carreira no magistério.

"A qualidade de um sistema educacional não pode ser maior do que a de seus professores e diretores de escolas", concluiu o documento do Pisa, justificando a afirmação com a lembrança óbvia, mas muitas vezes esquecida, de que, no fim de tudo, é nas salas de aula que se transmite quase tudo que os estudantes aprendem.

Aplicados ao Brasil, os pontos relevantes destacados no relatório do Pisa mostram o quanto estamos longe dos melhores. O próprio relatório destaca os "expressivos" avanços brasileiros, a partir de uma base muito fraca. Mas a distância é enorme e o caminho a percorrer, pedregoso. A começar pela qualidade do debate de ideias sobre o tema, que também deixa muito a desejar.

Somos especialistas em desperdiçar, além de recursos na Educação, energia com falsas dicotomias. Por isso, o progresso vem em passos lentos e a custos elevados. Exemplo chocante é o destaque para aquela posição amplamente aceita que contrapõe investimentos no ensino fundamental com gastos no ensino superior.

A ideia de que é preciso cortar gastos no ensino superior e concentrar recursos no ensino básico é um sucesso de público, mas não resiste a um mínimo de lógica. Como seria possível oferecer um ensino básico de qualidade sem investir na qualidade da formação do professor, necessariamente obtida num ensino de terceiro grau qualificado?

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

Professora adota e compartilha aulas criativas de matemática

Professora de matemática há 18 anos, Ana Lúcia Pintro considera o magistério uma missão, não um trabalho


Professora de matemática há 18 anos, Ana Lúcia Pintro considera o magistério uma missão, não um trabalho. Por isso, procura ler, estudar, pesquisar e descobrir novos caminhos capazes de melhorar a educação.
“Preciso sentir que estou evoluindo como profissional e como gente”, diz Ana Lúcia, que leciona em nove turmas do sexto ao nono ano na Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol, em Cocal do Sul, Santa Catarina, e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José Francisco Bertero, em Criciúma, no mesmo estado.

Segundo a professora, uma aula criativa pode aumentar a concentração dos alunos e, assim, contribuir para a aprendizagem, mas aulas inovadoras de matemática exigem metodologia e recursos diversificados. Ela destaca como outro ponto importante para a elaboração de aulas o conhecimento da disciplina. “É preciso estudar muito bem os conceitos para poder planejar aulas criativas.”

Para apresentar as atividades a outros professores, Ana Lúcia criou e mantém vários blogs. “Sinto necessidade de compartilhar o que sei. Quero ajudar os colegas que não têm tempo ou conhecimento para realizar um trabalho diferente.”

Com licenciatura plena em matemática, licenciatura curta em biologia e especialização em educação matemática, ela diz gostar de história e de português e que sempre gostou de aprender.
“Escrevi 173 crônicas entre 2003 e 2006”, revela. Em 2007 e 2008, dedicou-se à produção de “baralhinhos didáticos”, com a participação dos alunos na elaboração e digitalização dos jogos. “Como gastei muito tempo na produção do material, resolvi compartilhá-lo na internet para que outros professores pudessem aproveitar”, explica.

Recursos 
Em 2009, ela passou a elaborar atividades usando o software gratuito GeoGebra. Desenvolvido para ensino e aprendizagem da matemática do nível básico até o universitário, a ferramenta inclui, em um mesmo ambiente, recursos de diferentes áreas, como álgebra, geometria e estatística.
Por meio do software, a professora constatou ser possível desenvolver pelo menos 15 das 37 competências destacadas na Prova Brasil, avaliação desenvolvida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação.
“Percebo que os alunos têm aprendido muitos conceitos matemáticos enquanto se familiarizam com as ferramentas do GeoGebra, da mesma maneira que, um dia, aprenderam a caminhar, a falar, a tomar banho”, analisa.
De acordo com Ana Lúcia, os estudantes demonstram interesse pelas aulas realizadas na sala de tecnologias educacionais. O conteúdo desenvolvido em sala de aula pode ser complementado de forma eficiente. “As aulas não são tão lúdicas quanto pode parecer”, revela.
É necessário que os estudantes se concentrem na leitura dos passos exigidos no desenvolvimento das atividades. Também precisam de concentração no manuseio do computador, ao usar as ferramentas.
“Os alunos precisam fazer cálculos e observar relações para responder os exercícios solicitados após a construção das figuras”, salienta. Ana Lúcia já criou 50 atividades para utilização do GeoGebra, postadas no blog Os Alunos que Exploravam.

Fátima Schenini e Ana Júlia Souza
Fonte: Portal do MEC

Opinião: Desafio do Ensino Médio

''É preciso flexibilização do Ensino Médio, hoje com mais de 10 disciplinas por ano iguais para todos, problema não equacionado nas novas diretrizes nacionais e na proposta da Secretaria'', diz Mariza Abreu

 
Em missão com o Sinepe/RS, visitei o Columbia International College em Hamilton, Ontário, Canadá, escola privada com 1,7 mil alunos de mais de 70 países. Em Hamilton, há quatro escolas privadas, entre elas o Columbia, com 100% de admissão às melhores universidades. E 14 públicas, das quais quatro católicas, com 40% de ingresso nas universidades.

No Canadá, a escola primária tem seis séries e começa aos seis anos. A 7ª e 8ª séries são a Junior High School, segunda etapa do nosso Ensino Fundamental. A High School tem quatro séries, da 9ª à 12ª. Como no Brasil, 12 anos letivos. No currículo oficial de Ontário há matérias obrigatórias, todas com um crédito equivalente a 110 horas no semestre, e mais 40 horas de serviço comunitário.
 
Padrão na 9ª e 10ª séries, o currículo tem depois três caminhos: preparação para o trabalho, college (superior tecnológico) ou universidade. As matérias têm a mesma carga horária semanal, variando o número de semestres em que são obrigatórias.
 
Quase todos os professores têm o mesmo número de aulas por semana com cada turma e mesmo número de turmas. E os alunos têm menos matérias por semestre, em geral quatro.
 
Não há vestibular. Os alunos são admitidos à graduação pelo desempenho na escola secundária e o currículo da 12ª série encaminha para o curso escolhido. No Columbia, seis currículos preparam para engenharias, ciências, ciência da computação, matemática e negócios, ciências sociais, artes. Só Inglês é oferecido nas quatro séries para todos.
 
Matemática é obrigatória na 9ª e 10ª séries e, nos quatro primeiros currículos, na 11ª e 12ª séries. No currículo oficial, Geografia e História do Canadá constam na 9ª e 10ª séries, mas na preparação para ciências sociais há outras matérias obrigatórias de história, sociologia etc.
 
No Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) destacam-se Xangai, Hong Kong, Cingapura, Finlândia e Canadá. Também na Finlândia, o Ensino Médio diversifica-se em vocacional e geral, esse com ênfases curriculares. Em 2009, visitei em Helsinki a escola com upper secondary de Artes Visuais.
 
No Brasil, é preciso flexibilização do Ensino Médio, hoje com mais de 10 disciplinas por ano iguais para todos, problema não equacionado nas novas diretrizes nacionais e na proposta da Secretaria da Educação, que tendem a manter número excessivo de matérias. Essa flexibilização depende do processo de admissão às universidades, também não resolvido pelo Enem, hoje vestibular unificado.
 
A propósito, em Ontário, um colégio de professores com representantes do governo e magistério concede certificação para o exercício profissional e pode cassá-la por mau desempenho.
 
* Mariza Abreu
* Ex-secretária da Educação
Fonte: Zero Hora (RS)

Opinião: Educação aquém das metas

''A questão que se coloca, neste momento, é como as 20 metas do novo PNE poderão contribuir efetivamente para atenuar o sombrio cenário da Educação'', diz artigo

 
O Plano Nacional de Educação 2011-2020 já começa com atraso. Enviado pela Presidência da República ao Congresso em dezembro de 2010, teve a apresentação do parecer da comissão especial da Câmara dos Deputados prorrogada no último dia 15 — dentro de um rito que prevê, ainda, votação em plenário, apreciação pelo Senado e sanção presidencial.
Outro aspecto merece reflexão nesse processo de aprovação: a baixa repercussão na sociedade de um plano que afetará, para o bem ou para o mal, pelo menos as duas próximas gerações e constitui um dos gargalos mal resolvidos do país.

O CIEE, que há quase meio século cuida da inclusão profissional de jovens — e, portanto, atua na delicada intersecção entre os mundos do saber e do fazer —, vem detectando a constante queda de qualidade do ensino nas últimas décadas e sua influência negativa na empregabilidade jovem, que hoje bate na casa dos 12,6% na faixa etária de 20 e 24 anos e dos 22,9% no segmento 15 a 17 anos, segundo o IBGE, em contraponto aos cerca de 6% registrado entre a população economicamente ativa. E não é por falta de vagas, pois há milhares delas não preenchidas por falta de candidatos adequados.

Olhando o país como um todo, merecem elogio a universalização do acesso ao ensino fundamental e sua extensão para nove anos; o recente (embora ainda insuficiente) estímulo ao ensino técnico; a vinculação de benefícios assistenciais à frequência escolar dos filhos; o ProUni; e outras iniciativas que asseguram avanço na quantidade das matrículas nos três níveis da Educação formal.
A questão que se coloca, neste momento, é como as 20 metas do novo PNE poderão contribuir efetivamente para atenuar o sombrio cenário da Educaçãoembora até aqui as análises precisem se restringir ao campo das intenções, pois ainda não foram testadas na prática (lembrando que, nesta, a teoria pode ser outra).

Entre as metas, sete visam à valorização do professor, com iniciativas que vão desde a ampliação para 75% do número de mestres e doutores no corpo docente das instituições de ensino superior até a adoção de critérios técnicos para a nomeação de diretores de escolas — hoje feita por indicação política, planos de carreira, etc. Detalhe: o rendimento médio do profissional da Educação não poderá ser inferior ao dos demais trabalhadores com escolaridade semelhante.

Com a questão praticamente resolvida no ciclo fundamental, o PNE fixa metas para o acesso à Educação infantil e aos ensinos médio e superior — ponto em que o otimismo sofre uma queda, considerando o balanço de resultados do PNE atual. Por exemplo, aponta que 50% das crianças de até três anos devem ter acesso a creches. Entretanto, esse mesmo patamar já constava do atual PNE, mas o percentual concretizado não atinge 20%.
O mesmo documento previa a erradicação do analfabetismo entre os brasileiros com mais de 15 anos até o final de 2010 — mas vergonhosa taxa ainda está em 9,7%. Isso sem falar do analfabetismo funcional e da incapacidade de os alunos da 3ª série do fundamental de resolver continhas de somar ou de interpretar um texto simples, por deficiência de leitura.

Também é ausência notável no novo PNE uma menção à necessária reestruturação do ensino médio regular, apontado por respeitados especialistas como ciclo de estudo sem foco preciso, sendo quase um curso preparatório para o vestibular, com excesso de matérias no currículo, em muitas das quais o aluno não vê utilidade para sua formação, entre outros aspectos que contribuem para inchar as taxas de evasão.
Ponto positivo, entretanto, para a expansão do ensino médio técnico, com a duplicação do número de vagas, o que vem atender em parte à explosão da procura por parte de jovens que concluem o fundamental e já estão de olho nas oportunidades do mercado de trabalho.

Com sua permanente preocupação com o futuro dos jovens, o CIEE só tem a aplaudir a estratégia 3.6 da Meta 3 do PNE, dedicada ao ensino médio.
Ela consagra expressamente o estímulo à expansão do estágio para estudantes do ensino médio profissionalizante e regular, preservando seu caráter pedagógico e alinhando-o à grade curricular da série em curso, “visando ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento do estudante para a vida cidadã e do trabalho”. Exatamente o que ocorre com os programas que administra em total sintonia com a Lei do Estágio (11.788/2008).

Fonte: Correio Braziliense (DF)

Opinião: Ferramenta essencial

''A legislação brasileira já entende a língua estrangeira como parte fundamental na construção de cidadãos conscientes e integrados com a realidade globalizada que os cerca'', diz Virginia Garcia

 

A mudança deste cenário só acontecerá quando o ensino de idiomas for tratado com a importância que merece dentro do contexto das políticas públicas para a Educação.
A legislação brasileira já entende a língua estrangeira como parte fundamental na construção de cidadãos conscientes e integrados com a realidade globalizada que os cerca.
Desde pelo menos a primeira metade do século 20, o ensino de outras línguas está previsto em lei, mas sem receber a atenção devida em relação à quantidade de horas de aula ou à formação deprofessores.
Nos Parâmetros Nacionais Curriculares (PCN), de 1998, houve uma mudança significativa de abordagem: está previsto que todo estudante deve ter, em seu currículo Escolar, aulas de idiomas desde o segundo segmento do ensino fundamental (atualmente, do 6 ao 9 ano).
O documento também prevê que, a partir do ensino médio, a língua estrangeira faça parte da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, em um reconhecimento da disciplina como uma ferramenta para uma formação mais abrangente e multicultural, fazendo com que os estudantes tenham uma competência linguística sólida o suficiente para acessar informações de diferentes fontes - cuja consequência é uma visão mais rica e diversa sobre o mundo.
Para abordar a questão, o British Council, inclusive, realizará, em março, o I Fórum de Língua Inglesa como Política Pública, que reunirá educadores e líderes governamentais para debater medidas para a democratização do ensino do inglês.
Para além do sentido da comunicação e da cultura, o aprendizado de idiomas é de extrema importância no mercado de trabalho. Às vésperas da realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, a demanda por profissionais que dominem outras línguas, principalmente o inglês, crescerá exponencialmente.
O porte destes eventos internacionais já serviu de incentivo para algumas medidas: desde 2010, a Prefeitura do Rio está implantando o Programa Rio Criança Global, que prevê a inclusão progressiva de aulas da língua no currículo das Escolas públicas municipais desde o 1 ano do ensino fundamental, já que, antes disso, apenas as turmas do 6 ao 9 ano eram contempladas.
O objetivo é chegar a 2014 com todas as séries incluídas, o que demanda também a contratação e a capacitação de mais professores. Em 2012, o programa deve incluir aulas de inglês nas turmas de 5 ano da rede, e a meta é que 300 mil alunos no total sejam beneficiados.
Esta é uma boa iniciativa, que fará diferença para as oportunidades de milhares de jovens no futuro próximo. Mas, enquanto em outros países, como na Europa, o ensino de línguas estrangeiras já faz parte do currículo desde, pelo menos, a década de 1970, nós ainda temos um longo caminho pela frente. Uma população mais bem educada e preparada para os desafios desta sociedade global em que vivemos será o fator decisivo para o nosso tão almejado desenvolvimento.

VIRGINIA GARCIA é diretora de Inglês do British Council

Fonte: O Globo (RJ)
A fluência em uma língua estrangeira é uma habilidade cada vez mais requisitada no mundo atual, independentemente de qual seja a profissão. Apesar disso, apenas 5% dos brasileiros têm fluência em inglês, segundo dados do British Council, organização para cultura eEducação do Reino Unido.

Opinião: Os desafios da Educação

Artigo de Antonio Jacinto Matias afirma que o salto de qualidade no ensino público só será garantido se o novo ministério, os entes da Federação e a sociedade civil despertarem para a urgência do tema

 
O novo ministro da Educação deu posse à sua equipe e inicia sua jornada para responder ao grande desafio do setor. A oportuna divulgação do relatório De Olho nas Metas 2011 pelo Movimento Todos pela Educação reforça o alerta sobre o grande desafio que ainda persiste para que o Brasil proporcione um ensino público de qualidade, concretizando o direito de aprender a crianças e jovens brasileiros, como estabelece a Constituição.
Precisamos criar as condições para que o atual ciclo virtuoso da economia seja mantido nos próximos anos e alcancemos o desenvolvimento econômico e social sustentáveis.

É inegável que tivemos importantes avanços. A ampliação do acesso ao ensino fundamental, a crescente inserção de programas de Educação integral nas escolas públicas e a utilização de sistemas de avaliação que ajudam a estabelecer metas e a mensurar resultados de aprendizado foram pontos essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes naEducação.

Embora o acesso ao ensino tenha aumentado 9,2% entre 2000 e 2010, o relatório indica, contudo, que ainda existem no País 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola. Nenhum Estado brasileiro superou a meta intermediária e persistem grandes diferenças entre as regiões.

De acordo com a análise, realizada com base no Censo Demográfico de 2010, 96,7% das crianças e dos jovens de 6 a 14 anos estão na escola. No entanto, o índice é bem menor nas faixas dos 4 aos 5 anos (80,1%) e dos 15 aos 17 (83,3%). A perspectiva é que até 2022 apenas 65,1% dos jovens de até 19 anos tenham concluído o ensino médio. Reside aí o maior desafio para universalização do acesso.

No Sudeste, onde vivem 92% de crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados, embora com bons índices relativos, verifica-se a maior concentração de excluídos do sistema de ensino em números absolutos. O atendimento na pré-escola permanece em patamares muito mais baixos do que a meta estabelecida, particularmente no Norte, onde somente 69% das crianças de 4 aos 5 anos são atendidas.

Os dados reforçam que a questão do fluxo escolar, determinada por atrasos na entrada na escola, repetência e abandono, é um ponto essencial a ser considerado nos investimentos públicos e na definição das políticas de Educação para que os jovens concluam o ensino médio na idade certa.

Em relação à meta de alfabetização de todas as crianças até os 8 anos de idade, um fator adicional que preocupa é a grande desigualdade entre as redes pública e particular.
Nas avaliações de desempenho em leitura, escrita e matemática, a rede particular concentrou duas vezes mais alunos com o nível de conhecimento esperado para essa fase. Em matemática, 74,3% dos alunos da rede particular tiveram o desempenho esperado, ao passo que só 32,6% dos estudantes da rede pública chegaram ao mesmo nível de proficiência.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o investimento por aluno no Brasil, do ensino fundamental ao superior, era de US$ 2.416 dólares ao ano em 2008. A média da OCDE nesse mesmo ano foi de US$ 8.961. O Brasil ampliou em 130% seu investimento por aluno de 2005 a 2008, ante 54% da média da OCDE.

Aumentar o investimento é necessário, mas tão importante quanto o montante a ser investido é a qualidade da gestão desses recursos. Conforme o censo, o gasto público por estudante da Educação básica no País é cinco vezes menor que o gasto por aluno do ensino superior, somados os investimentos do governo federal, de Estados e municípios.
Embora essa disparidade venha sendo reduzida ao longo dos anos - em 2000 o gasto por estudante do básico era 11,1 vezes menor -, esse ponto certamente precisa receber atenção se desejarmos reverter os déficits de atendimento e aprendizagem no País.

Algumas iniciativas que precisariam ser tomadas têm grande potencial para abrir caminho à construção de um sistema educacional eficiente, que garanta condições de acesso, alfabetização e sucesso escolar a todos os estudantes brasileiros, o que só será possível a partir de uma boa gestão dos recursos públicos investidos na Educação.
Uma é a aprovação de uma lei de responsabilidade educacional, que desde 2006 vem sendo proposta e debatida, com o firme engajamento do movimento Todos pela Educação, dada a necessidade inquestionável de estabelecer regras para a aplicação dos recursos públicos no ensino.

A execução do orçamento hoje depende muito da qualidade e do comprometimento dos gestores. Não há mecanismos de controle para garantir a aplicação dos recursos em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE), a Lei de Diretrizes de Bases daEducação e os objetivos pretendidos pelo Estado para a melhoria do ensino.

Um ponto fundamental para o cumprimento das metas do PNE é a construção de um regime de colaboração efetivo entre municípios, Estados e governo federal. Embora a Constituição de 1988 tenha transferido boa parte das atividades educacionais dos Estados para os municípios, ainda hoje não existem normas para explicitar os papéis de cada uma das esferas e articular suas ações. Essa situação se torna ainda mais desafiadora pelo fato de o Brasil ser um país federativo e seus municípios terem total autonomia para formular suas próprias políticas.

Medidas estruturais, como formação e plano de carreira de professores, estabelecimento de um currículo nacional mínimo, ampliação da oferta de Educação integral e da Educação infantil e ações múltiplas para alavancar o ensino médio e torná-lo atrativo para os jovens são inviáveis sem a cooperação técnica e financeira dos entes federados.

A agenda está repleta de desafios. É preciso que o novo ministério, os entes da Federação e a sociedade civil despertem para a grande prioridade nacional e comecem a desatar todos esses nós. Só assim vamos garantir o tão sonhado salto de qualidade do ensino público brasileiro.

* Antonio Jacinto Matias, vice-presidente da Fundação Itaú Social,
é membro do Conselho de Governança do Movimento Todos Pela Educação

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

Escolas têm pouca autonomia no Brasil

Diretores com maior liberdade de decisão e execução de ideias têm mais chances de oferecer uma Educação de qualidade aos alunos

A autonomia das escolas está diretamente relacionada à qualidade do ensino. Quanto mais liberdade, maiores são as chances de diretores e professores adaptarem seus colégios aos desafios da realidade em que estão inseridos e, consequentemente, aprimorar o aprendizado dos alunos.
Apesar de ser um dos itens assegurados pela Lei de Diretrizes e Bases daEducação (LDB) nos âmbitos administrativo, financeiro e pedagógico, esse é um aspecto que precisa ser revisto e repensado no Brasil.
O nível de autonomia é relativo. É comum encontrar, por exemplo, escolas públicas com plena liberdade para definir os livros didáticos que serão usados nas aulas, sem darem qualquer “pitaco” sobre a contratação dos professores que farão parte do seu quadro docente.
Os dados da última edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), de 2009, mostram que a autonomia dada a diretores e professores em escolas brasileiras fica aquém do cenário existente em outras nações participantes da pesquisa.
Holanda é exemplo que serve de alerta
As escolas da Holanda estão entre as que mais têm autonomia no mundo – e em vários aspectos. Os dados da última edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), de 2009, mostram que os diretores de todos os colégios holandeses são os principais responsáveis por selecionar professores para a contratação, decidir em que o orçamento será aplicado e escolher os livros didáticos a serem usados em aula.
A ampliação da autonomia começou há 15 anos, conforme o site do Conselho de Educaçãoholandês, órgão governamental independente que aconselha o ministro, o Parlamento e as autoridades locais. Contudo, junto com a maior liberdade, também aumentaram os riscos – inclusive financeiros – às escolas.
Diante de avanços, o conselho aponta como um problema a preocupação exagerada em torno da gestão, o que deixou de lado o foco na capacitação dos professores. “É preciso ter cuidado, porque em muitos casos há a desresponsabilização do papel do Estado”, alerta Adriana Dragone Silveira, do Departamento de Planejamento e Administração da Educação da UFPR. (JO) 
Professora do Departamento de Planejamento e Administração da Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Adriana Dragone Silveira defende a autonomia das escolas, desde que ela não seja vazia. “Muitas políticas são centralizadoras e o que cabe à escola é apenas a execução”, explica.
E ela reforça que a autonomia plena é sempre relativa, já que diretores devem respeitar pressupostos éticos e democráticos, sem excluir ninguém e sem praticar a opressão. “A partir do momento em que a escola pode refletir sobre seus problemas e apresentar propostas para resolvê-los, ela também se responsabiliza pelos resultados obtidos”, afirma.
Papel do Estado
Entretanto, Adriana lembra que dar autonomia não significa tirar responsabilidades do Estado, que deve oferecer uma Educação de qualidade à população. “O Estado precisa manter a escola com condições adequadas para que ela seja valorizada.”
Já o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Rubens Barbosa de Camargo, com ampla experiência em gestão escolar, defende a implantação de uma lei nacional que defina parâmetros para uma gestão democrática da Educação.
“Talvez tenhamos no Brasil milhares de sistemas [de Educação], cada um com uma particularidade. Quanto mais democrático, maior o grau de autonomia”, afirma.
Embora seja a favor da liberdade de decisão nas escolas, Camargo defende a manutenção de concursos públicos regionais para a contratação de professores e condena a adoção de apostilas por redes públicas de ensino. “A aposta em sistema de apostilas diminui a autonomia e a pluralidade pedagógica que devem existir numa escola. Isso impede que professores sejam criativos e apresentem outras propostas”, considera.
Liberdade poderia ser maior, dizem diretoras
Se a autonomia dada à direção do Colégio Estadual Pedro Ma­­cedo, em Curitiba, passasse por uma prova, a nota final seria 7 – acima da média.
Essa é a avaliação da diretora Deuzita Cardoso da Silva. À frente de uma das principais escolas públicas da capital, ela relata que há situações opostas em relação à liberdade que tem para definir os rumos da instituição.
Por um lado, o colegiado da escola tem autonomia para definir que conteúdos serão repassados aos alunos e que livros serão usados em aula. Do outro, é a Secretaria de Estado da Educação (Seed) que contrata e demite professores. “Se o diretor tivesse autonomia para escolher sua equipe, ajudaria na questão pedagógica”, afirma Deuzita.
Orçamento
Outro aspecto que poderia ser melhorado é a participação da diretoria na definição do orçamento. Hoje, o dinheiro repassado pela Seed é calculado a partir do número de alunos matriculados na instituição. “O diretor poderia ter opinião e voz para que o orçamento fosse revisto”, afirma Deuzita.
As diretorias das escolas têm liberdade para decidir como esses recursos serão aplicados, desde que respeitem as orientações da Seed. É o que explica Clair Santos, diretora do Colégio Estadual Wilson Joffre, um dos maiores de Cascavel, no Oeste do Paraná.
“Temos autonomia para usar [o dinheiro] dentro de uma série de itens permitidos, como material de consumo, pequenos reparos e alimentação. Não é tudo que a gente quer fazer que consegue”, conta Clair, que também defende a autonomia para a escolha da equipe pedagógica.
Embora a Seed tenha lançado recentemente um programa que descentraliza os recursos para atender às necessidades das escolas – seja na compra de equipamentos e merenda ou na realização de pequenas reformas –, nenhum dirigente da secretaria estava disponível para falar com a reportagem na semana passada.

Fonte: Gazeta do Povo (PR)

.Até onde se envolver com o estudo dos filhos

Uma dúvida ronda o pensamento de muitos pais: até que ponto é possível participar da vida escolar dos filhos?



Uma dúvida ronda o pensamento de muitos pais: até que ponto é possível participar da vidaEscolar dos filhos? Quando se trata de alunos de anos iniciais do ensino fundamental, entre seis e 11 anos, especialistas alertam para a importância de um envolvimento que estimule a autonomia.
Professora da Faculdade de Educação da UFRGS, Maria Luisa Xavier diz que um erro comum é o familiar resolver uma questão mais difícil do tema de casa se a criança está com dificuldades. Será mais útil dar dicas que o levem à resposta correta, recomenda.
Para Dóris Helena Della Valentina, docente da Faculdade de Psicologia da PUCRS, a presença dos pais é fundamental desde que se mantenha um distanciamento adequado.
Em relação aos horários para fazer deveres e trabalhos, a professora de psicologia da Educação da UFRGS Darli Collares acredita que a rigidez exagerada pode acabar com a alegria e o desejo de estudar.
Dúvidas frequentes

Meu filho tem dúvidas no tema de casa. Devo ajudá-lo?
Se o pai tiver condições, deve ajudar, porque oportuniza à criança a possibilidade de conseguir completar a tarefa. Às vezes, no entanto, o familiar faz o dever pelo filho. Fazer não é ajudar. A criança acaba tendo uma discrepância entre o que produz em casa e o que produz em sala de aula.
O objetivo do tema é criar uma autonomia, incentivar a tomada de decisões. O pai pode dar uma dica, dizer como entendeu a questão, dar direções. É importante dar um retorno à Escola sobre essas dificuldades.
Percebo que o trabalho feito em casa pelo meu filho tem um erro. Devo corrigi-lo ou deixo para o professor?
O pai não deve corrigir o erro, e sim conversar com o filho sobre isso. Perguntar por que ele fez daquela forma e não de outra, como chegou àquela conclusão. Não precisa esperar o professor, pois é importante esse diálogo em casa. A orientação é ajudar a criança a perceber qual seria o caminho certo. Não dar a resposta pronta, mas ajudar a construí-la. Quando a dificuldade aparece com frequência, deve-se conversar com a Escola.

Meu filho tem dificuldades de relacionamento com colegas. Levo o problema à direção ou deixo ele próprio resolver?
Se um problema de relacionamento está afetando a criança de uma forma grave, chegando ao bullying, o pai deve ir até a Escola. Mas a medida inicial é sempre ajudá-la a resolver por conta própria. Questioná-la sobre os motivos que podem estar levando a essa situação, dar sugestões de como contorná-la. Ensinar o filho a se relacionar é o papel dos pais.

Devo definir horários rígidos para os estudos em casa?
É preciso haver mais flexibilidade. O pai deve ajudar o filho a descobrir os momentos em que ele rende mais. Se exige a produção em determinado horário, ao longo dos anos, ele está inviabilizando a alegria e o desejo de estudar. A criança não lida bem com a pressão e a cobrança exagerada.

Devo matricular meu filho no maior número possível de atividades extras, como esportes e língua estrangeira?
É importante que os pais analisem a quantidade de compromissos dos filhos. Muitas crianças estão perdendo seu tempo de lazer, importante para estimular a criatividade, porque os pais determinam uma série de outras atividades. Sai da Escola e tem horários para tema de casa, esporte, inglês, dança. Quando o objetivo é dar mais satisfação aos pais do que aos filhos, a tendência é dificultar as escolhas no futuro. Há uma inversão: se exagera nos compromissos, o filho vai querer se livrar deles a longo prazo.


Fonte: Zero Hora (RS)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Crowdlearning vai além da sala de aula e divide conhecimento

Promover encontros de rápida duração, a baixo custo e que possibilitem aos participantes pensar, interagir e se inspirar é um dos objetivos do Nós Lab, um festival de workshops colaborativos


Pessoas que dominam algum tipo de conhecimento e têm vontade de compartilhar o saber - pode ser uma conversa sobre empreendedorismo, um debate sobre um campo da literatura ou uma técnica para conquistar todos os territórios no jogo de tabuleiro War. Esse é o espírito do crowdlearning: basear-se no conhecimento coletivo para promover a aprendizagem de assuntos de interesse comum.
Promover encontros de rápida duração, a baixo custo e que possibilitem aos participantes pensar, interagir e se inspirar é um dos objetivos do Nós Lab, festival de workshops colaborativos que ocorre em Porto Alegre em março. A proposta, no entanto, deve continuar mesmo depois da maratona entre os dias 15 e 28. Segundo um dos organizadores da iniciativa, Walker Massa, a ideia é estimular a troca de informações.
Se alguém acredita ter conhecimento suficiente sobre determinada área e quiser dividi-lo com outras pessoas, pode sugerir um workshop para a organização do Nós, que avalia a capacidade técnica e didática do futuro ministrante. "Queremos oficinas interativas", diz Massa.
Se aprovada, a opção entra em votação, no site do projeto. É aí que o público entra: na página, é possível votar nos cursos pelos quais o usuário mais se interessa. Os vencedores saem do papel e ganham as salas do NósCoworking, espaço onde acontece o festival.
O projeto tem apoio do Nos.vc, plataforma de crowdleraning que promove cursos, oficinas e debates de todos os tipos. O site permite que os usuários indiquem cidades para receber o evento - e os assuntos vão de fotografia a culinária, passando por educação, finanças e novos modelos de negócio.
Em Porto Alegre, a ideia é falar sobre empreendedorismo, mas Massa afirma que há espaço para outras abordagens. "Nosso foco é tecnologia, marketing e gestão, mas temos também o freestyle, em que qualquer assunto pode ser abordado", afirma. O organizador garante que o principal objetivo é estimular as pessoas a criarem e pensarem juntas.
Para especialista, troca deve ser estimulada
Para a professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco Ester Rosa, esse tipo de iniciativa é saudável. Ainda que muitos dos que ministram um workshop sobre determinado assunto não necessariamente tenham formação acadêmica na área, ela garante que essa é uma boa maneira de estar em contato com assuntos que podem não ser abordados em sala de aula.
"Posso ser formada em determinada área, mas sou ambientalista e quero discutir questões relacionadas à Mata Atlântica, por exemplo. Dessa maneira, posso encontrar pessoas com interesses semelhantes", opina.
Para Ester, esse tipo de iniciativa não vai contra os preceitos da academia. "O crowdleraning não põe em cheque o papel do professor nem a sua função pedagógica. Ele continua sendo uma pessoa capaz de abrir portas", afirma. Segundo professora, workshops como esse devem ser um complemento à formação acadêmica. "Eles não substituem a faculdade, mas podem ajudar um profissional a se tornar mais completo, com mais referências", diz.

Fonte: Terra

Aberto prazo de inscrição de estudantes para a competição deste ano

Estão abertas, até 30 de março, as inscrições para a 8ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep); a inscrição dos estudantes deve ser feita pelas escolas


Estão abertas, até 30 de março, as inscrições para a 8ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A inscrição dos estudantes deve ser feita pelas escolas. Podem participar alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio.

Na edição deste ano serão premiados 500 estudantes com medalhas de ouro, 900 de prata, 3,1 mil de bronze, além de certificados de menção honrosa. Projeto de estímulo ao estudo da matemática, a olimpíada é voltada para as escolas públicas, estudantes e professores de todo o país.

Para incentivar a participação, a Obmep produz e distribui materiais didáticos, oferece estágio aos professores premiados e a participação de alunos no Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC). No PIC, medalhistas estudam matemática por um ano com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Obmep também prepara, a cada ano, cerca de 30 medalhistas de ouro para competições internacionais.

Calendário
O regulamento da 8ª edição da olimpíada define as datas de todas as etapas do evento: 30 de março encerramento das inscrições; 5 de junho, aplicação das provas da primeira fase nas escolas; 26 de junho, último prazo para as escolas enviarem os cartões-resposta dos classificados para a segunda fase; 15 de agosto, divulgação dos classificados para a segunda fase e do local de realização das provas; 15 de agosto a 14 de setembro, período para as escolas indicarem, na página eletrônica da Obmep, os professores dos alunos classificados para a segunda fase; 15 de setembro, às 14h30 (horário de Brasília), provas da segunda fase; 30 de novembro, divulgação dos premiados na página eletrônica da olimpíada.

Promovida pelos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação; e da Educação, a Obmep é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática. Na 7ª edição, em 2011, a Obmep recebeu 18,7 milhões de inscrições de alunos de 44,6 mil escolas dos 26 estados e do Distrito Federal. 

Fonte: Portal do MEC
Ionice Lorenzoni

Professora adota e compartilha aulas criativas de matemática

 Professora de matemática há 18 anos, Ana Lúcia Pintro considera o magistério uma missão, não um trabalho


Professora de matemática há 18 anos, Ana Lúcia Pintro considera o magistério uma missão, não um trabalho. Por isso, procura ler, estudar, pesquisar e descobrir novos caminhos capazes de melhorar a educação.
“Preciso sentir que estou evoluindo como profissional e como gente”, diz Ana Lúcia, que leciona em nove turmas do sexto ao nono ano na Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol, em Cocal do Sul, Santa Catarina, e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José Francisco Bertero, em Criciúma, no mesmo estado.

Segundo a professora, uma aula criativa pode aumentar a concentração dos alunos e, assim, contribuir para a aprendizagem, mas aulas inovadoras de matemática exigem metodologia e recursos diversificados. Ela destaca como outro ponto importante para a elaboração de aulas o conhecimento da disciplina. “É preciso estudar muito bem os conceitos para poder planejar aulas criativas.”

Para apresentar as atividades a outros professores, Ana Lúcia criou e mantém vários blogs. “Sinto necessidade de compartilhar o que sei. Quero ajudar os colegas que não têm tempo ou conhecimento para realizar um trabalho diferente.”

Com licenciatura plena em matemática, licenciatura curta em biologia e especialização em educação matemática, ela diz gostar de história e de português e que sempre gostou de aprender.
“Escrevi 173 crônicas entre 2003 e 2006”, revela. Em 2007 e 2008, dedicou-se à produção de “baralhinhos didáticos”, com a participação dos alunos na elaboração e digitalização dos jogos. “Como gastei muito tempo na produção do material, resolvi compartilhá-lo na internet para que outros professores pudessem aproveitar”, explica.

Recursos 
Em 2009, ela passou a elaborar atividades usando o software gratuito 
GeoGebra. Desenvolvido para ensino e aprendizagem da matemática do nível básico até o universitário, a ferramenta inclui, em um mesmo ambiente, recursos de diferentes áreas, como álgebra, geometria e estatística.
Por meio do software, a professora constatou ser possível desenvolver pelo menos 15 das 37 competências destacadas na Prova Brasil, avaliação desenvolvida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação.
“Percebo que os alunos têm aprendido muitos conceitos matemáticos enquanto se familiarizam com as ferramentas do GeoGebra, da mesma maneira que, um dia, aprenderam a caminhar, a falar, a tomar banho”, analisa.
De acordo com Ana Lúcia, os estudantes demonstram interesse pelas aulas realizadas na sala de tecnologias educacionais. O conteúdo desenvolvido em sala de aula pode ser complementado de forma eficiente. “As aulas não são tão lúdicas quanto pode parecer”, revela.
É necessário que os estudantes se concentrem na leitura dos passos exigidos no desenvolvimento das atividades. Também precisam de concentração no manuseio do computador, ao usar as ferramentas.
“Os alunos precisam fazer cálculos e observar relações para responder os exercícios solicitados após a construção das figuras”, salienta. Ana Lúcia já criou 50 atividades para utilização do GeoGebra, postadas no blog Os Alunos que Exploravam. 
Fonte: Portal do MEC
Fátima Schenini e Ana Júlia Souza

Opinião: Pedagonet, a Educação do futuro

''Teremos cursos online e aulas virtuais que acabarão configurando o que chamamos de Pedagonet, ou seja, uma nova visão da pedagogia do futuro'', diz artigo

Estamos vivendo um período de grandes perplexidades e, aparentemente, muitas contradições. Alguns intelectuais mais apressados anunciaram o fim dos livros, jornais e revistas impressos em papel. Comemoram, com isso, a sobrevivência de milhões de árvores que deixariam de ser abatidas.
Por outro lado, foi divulgada a notícia de que, no Brasil, nos dois últimos anos, a venda de jornais cresceu significativamente, em parte devido à ampliação dos limites da nossa classe média, em virtude do sucesso das políticas econômicas do Governo.
E um dado formidável: os jovens estão lendo mais, não se contentando apenas com as notícias colhidas na internet. É claro que o fenômeno alcança em cheio os livros didáticos, uma indústria muito prestigiada pelo Ministério da Educação, que compra quase 900 milhões de reais por ano de livros para distribuição gratuita a alunos carentes das nossas escolas de Educação básica.
Já imaginaram o baque que representaria o fim ou a diminuição dessas compras às principais editoras do nosso País, algumas das quais têm se associado a gigantes do mercado internacional? Não existe uma visão clara a respeito do problema.
A poderosa Apple (lucro de US$ 13 bilhões no último trimestre de 2011) lançou mais dúvidas quando anunciou a sua entrada, nos Estados Unidos, no grande mercado de Educação, produzindo livros eletrônicos de altíssima qualidade e a preço baixo.
Vêm aí tabuletas coloridas, lousas eletrônicas, associadas a vídeos e jogos interativos, que fascinam o espírito dos nossos jovens. Teremos cursos online e aulas virtuais que acabarão configurando o que chamamos de PEDAGONET, ou seja, uma nova visão da pedagogia do futuro, mudando completamente o que até aqui considerávamos a tradicional relação ensino-aprendizagem.
Os professores serão substituídos pelas máquinas? Mesmo que os novos livros custem menos de 10 dólares, nessa nova realidade, a nosso ver será sempre necessária a orientação e o aconselhamento dos mestres, sobretudo quando advierem as dúvidas naturais. Quem as tirará?
O sonho de que isso possa ser feito em casa, por pais preparados, não contempla a realidade dos fatos. Sabe-se que, na prática, somente 10% dos pais se envolvem nos estudos dos filhos, sendo esse número ínfimo quando se trata de escolas públicas.
Esse quadro não nos parece que possa ser mudado com facilidade e em pouco tempo. O que precisa ser feito e aí vai um conselho não solicitado pelo Ministro Aloísio Mercadante é uma revolução rápida e inadiável nos cursos de formação de professores.
É matéria para figurar no anunciado Pacto Nacional da Educação. Fala- se nisso há tanto tempo que se tornou uma ladainha cansativa, sem resultados práticos. Quem conhece os cursos de pedagogia, como é o nosso caso, não a
credita que eles possam sobreviver, nas suas atuais estruturas, que passam ao largo de todas essas incríveis mudanças. Há milhares de professores que não sabem utilizar um computador, outros milhares não têm acesso às máquinas novidadeiras. Se eles não sabem, são orientados pelos alunos, numa inversão da dinâmica desejável.
Os jovens são sensíveis, respeitam os que sabem mais, não os que aprendem com eles. Eis aí um desafio posto à face da atual geração.
O Conselho Nacional de Educação, que merece o nosso respeito, deveria concentrar todas as suas baterias nesse processo de adaptação da Educação brasileira aos novos tempos, deixando de lado questões menores, como a discussão sobre o hipotético racismo de Monteiro Lobato.
Racismo é cruzar os braços diante do avanço ciclópico do conhecimento e de suas máquinas inovadoras. Que milagre está sendo esperado pela nossa geração para mudar esse quadro.

Fonte: Jornal do Commercio (RJ)

Incentivo à qualidade do ensino

Prêmio de Gestão Escolar revela iniciativas na rede estadual de ensino para democratizar e melhorar a Educação pública
 
A secretária estadual deEducação, professora Betânia Leite Ramalho, presidiu ontem no Auditório "Angélica Moura", da Seec, a solenidade de lançamento do 13º Prêmio de Gestão Escolar no Rio Grande do Norte. O lançamento ocorreu durante a 1ª etapa da Jornada Pedagógica 2012.
Ao lado de gestores potiguares que foram premiados em edições anteriores, a secretária conclamou as escolas estaduais a desenvolverem projetos que apontem para a gestão democrática e a melhoria da qualidade do ensino público.
As escolas selecionadas como "Destaques Estaduais" recebem premiação de R$ 6 mil. As seis finalistas no plano nacional ganham R$ 10 mil, e a escola vencedora, "Destaque Brasil", na etapa nacional recebe R$ 30 mil.
A escolha das finalistas nacionais é feita por uma comissão formada por representantes das entidades e instituições parceiras do Prêmio de Gestão Escolar.
Para a coordenadora estadual do Prêmio de Gestão Escolar, Luciene Urbano, que foi contemplada com apremiação quando dirigiu a Escola Estadual Donivaldo Monte, em Parnamirim, a iniciativa motiva a interação entre comunidade e escola à medida que há uma participação efetiva dos conselhos escolares, pais, alunos e toda a sociedade nos projetos desenvolvidos por cada estabelecimento.
Ela lembra que na época que a Escola Donivaldo Monte ganhou o prêmio, em 2007, houve ações de prevenção à violência com o projeto "Transformando pichação em arte", valorizando a vocação e a autoestima do aluno, além de ter promovido parcerias com a UFRN no desenvolvimento de trabalhos de iniciação científica.
"Esses projetos resultaram em premiações nas feiras nacionais e internacionais de ciência da USP e na melhoria dos índices do Ideb que retiram a escola do centésimo para o décimo lugar no estado", ressalta. 
Outra gestora premiada foi Ângela Maria dos Santos, diretora da Escola Estadual Joaquim José de Medeiros, da cidade de Cruzeta. Ela disse que o projeto ajudou a escola a avançar no processo de ensino aprendizagem à medidaque fez parcerias que visavam o combate à evasão e à repetência escolar dos anos de 2007 a 2009.
No ano 2000, o Prêmio Nacional de Gestão Escolar foi conquistado por uma escola do Rio Grande do Norte - a Escola Estadual Joaquim José de Medeiros, da cidade de Cruzeta, na região do Seridó.
Na última edição do Prêmio Gestão Escolar a ganhadora no Rio Grande do Norte foi a Escola Estadual Antônio Carlos, do município de Caraúbas, região do Médio Oeste. 
Desenvolvido pelo MEC desde 1998, o Prêmio de Gestão Escolar seleciona iniciativas e práticas de sucesso na Educação básica da rede pública em todos os estados brasileiros.
Nas várias etapas do Prêmio são avaliadas cinco dimensões envolvendo a gestão escolar: a gestão pedagógica, gestão participativa, gestão de serviços e recursos, gestão de resultados e gestão de pessoas.
A Embaixada dos Estados Unidos oferece viagem de intercâmbio aos diretores de escolas escolhidas para conhecerem experiências de escolas públicas americanas.

Fonte: Diário de Natal (RN)
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br

País tem déficit de 170 mil professores de matemática, física e química

Para Mercadante, as universidades públicas podem ajudar a suprir essa carência
O país tem déficit de 170 mil professores de matemática, física e química, afirmou na quarta-feira (15), o ministro da educação, Aloizio Mercadante, durante uma reunião com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior). 
Segundo o dirigente do MEC (Ministério da Educação), as universidades públicas poderiam contribuir para suprir a carência de docentes destas disciplinas nas escolas.

Atualmente, apenas 16% dos docentes da rede pública vieram de instituições federais de ensino superior, sendo a maioria de faculdades particulares.

Na reunião, Mercadante falou sobre o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) e também sobre a necessidade de melhorar o ensino superior para a construção de um país mais competitivo.

- Estamos investindo na expansão das universidades e na interiorização. É importante que as universidades busquem fazer parte dos arranjos produtivos locais.

Além de falar sobre o programa, o ministro o apoio da Andifes para fortalecer o banco de questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e para a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação), que será votado em breve.

Fonte: R7