terça-feira, 22 de julho de 2014

Professor perde 20% das aulas tentando controlar a bagunça

É o pior índice entre 32 países pesquisados; no total, só 68% do tempo é gasto com atividades de ensino e aprendizagem

Controlar a bagunça e pedir silêncio aos Alunos consomem 20% das horas dos Professores brasileiros em sala de aula. O desperdício de tempo dos Docentes no País é o maior em uma lista de 32 nações.

A média internacional de perdas por indisciplina é de 13%. Isso é o que mostra a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) divulgada ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os dados do Brasil foram coletados em 2013 em 1.070 Escolas, com quase 14,3 mil Professores e cerca de 1,1 mil diretores. Para resolver tarefas administrativas, os Docentes brasileiros ainda gastam 12% das horas em sala. Isso significa que sobra apenas 68% do tempo dos Professores para atividades de Ensino e aprendizagem.

Segundo o estudo, um em cada quatro Professores do Brasil gasta ao menos 40% das horas em sala com tarefas que não são de Ensino. Mário Pereira, Professor de Artes na rede pública de São Paulo há mais de 20 anos, confirma que a desordem atrasa o cronograma de conteúdos. “A saída é resolver pelo diálogo, o que nem sempre é fácil”, relata. “Já interrompi aula porque uma aluna chutou a porta ao entrar.”

A pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Gabriela Moriconi, que participou do estudo, afirma que o apoio ao Docente, em geral, é escasso. “As equipes Escolares são pequenas. Faltam profissionais com quem o Professor possa contar quando o problema de comportamento é grave. Isso acontece, por exemplo, no Canadá e na Inglaterra”.

Jornada.O levantamento também revelou que o Professor brasileiro trabalha mais tempo do que os colegas estrangeiros. Em média, gasta 25 horas semanais em classe, 6 a mais do que a média internacional. “No exterior, é comum que os Professores trabalhem em tempo integral, em uma única Escola”, diz Gabriela. “O Professor brasileiro tem pouco tempo para planejar as aulas”, criticou. 


Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)
http://www.todospelaeducacao.org.br

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