terça-feira, 23 de abril de 2013

PROFESSORES INICIAM GREVE NACIONAL PARA COBRAR O CUMPRIMENTO DO PISO

A paralisação da rede pública vai até quinta-feira. Segundo a CNTE, alguns Estados e municípios podem aprovar a prorrogação da greve


Professores da rede pública de todo o País iniciaram nesta terça-feira uma greve nacional de três dias para cobrar o cumprimento da Lei do Piso, sancionada há quase cinco anos e que ainda não é cumprida por boa parte dos Estados e municípios. Levantamento feito pelo Terra com base em dados fornecidos pelas secretarias da educação e pelos sindicatos aponta que 11 Estados pagam abaixo de 1.567,00 para um docente com jornada de 40 horas semanais.

A pior situação é verificada no Rio Grande do Sul, onde um professor com o ensino médio ganha míseros R$ 977,05 como vencimento básico. Sem condições de cumprir com a lei sem alterar o plano de carreira da categoria, o governo gaúcho optou por pagar um complemento para quem recebe menos que o piso. Situação semelhante enfrentam o Paraná, Goiás, Rondônia, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão, que também precisam reajustar os salários do magistério para se adequar à lei.

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, estima uma grande mobilização até quinta-feira para fazer cumpri a lei. "Precisamos fazer uma grande mobilização para que a lei seja cumprida, temos que brigar, ir para a rua, para cobrar por algo que foi aprovada por unanimidade no Congresso há cinco anos. Isso é uma vergonha, precisamos começar a valorizar os profissionais da educação", disse ao Terra.

Leão estima que a paralização pode resultar em greve por tempo indeterminado em alguns cidades e Estados, já que os professores farão assembleia até quinta-feira para definir os rumos da mobilização. Em São Paulo, a greve já teve início na segunda-feira e além de reajuste salarial, os professores cobram o cumprimento de um terço da jornada de trabalho para atividades extraclasse - como preparação de atividades e correção de provas, outro ponto definido pela Lei do Piso.

Em São Paulo, um professor das séries finais do ensino fundamental ganha R$ 2.088 como vencimento básico, valor acima do piso, mas que segundo os professores ainda é muito baixo. Para o presidente da CNTE, com salários muito mais atrativos na iniciativa privada, os jovens não se interessam mais pela carreira. Ele estima que faltam hoje no Brasil cerca de 300 mil docentes na educação básica pública. "Isso é resultado da política de desvalorização da profissão. Sem perspectiva de carreira promissora, o jovem se afastou do magistério."

Além do piso, a mobilização vai cobrar a aprovação da emenda que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação, a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE), que tramita no Congresso Nacional, a valorização dos funcionários das escolas e mudanças na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

A paralisação de três dias tem início com uma série de atividades promovidas pelos sindicatos estaduais e municipais. No Rio Grande do Sul, por exemplo, os professores agendaram uma passeada da sede do sindicato, na avenida Alberto Bins, até o palácio do governo estadual no começo da tarde para pressionar o governador Tarso Genro (PT) a cumprir com a Lei do Piso. Na quarta-feira haverá uma grande mobilização em Brasília, com a presença de professores de todo o Brasil em uma marcha pela educação e reuniões com parlamentares e governantes. Na quinta-feira ainda estão previstas assembleias dos sindicatos.

Fonte: Terra
http://www.todospelaeducacao.org.br

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Cinco mil pessoas participam da Marcha em Defesa da Educação em Natal

A Marcha em Defesa da Educação realizada nesta quarta-feira (24) em Natal foi mais que uma caminhada. Uma multidão foi às ruas dá um recado aos governantes e cobrar que a educação seja tratada com respeito e como prioridade.

Profissionais da educação, estudantes, pais e a sociedade em geral pediram 100% dos impostos oriundos dos royalties do petróleo, metade dos impostos do pré-sal e 10% do PIB aplicados na educação, além da aprovação imediata do Plano Nacional de Educação. Essas reivindicações são os pontos principais que levaram à Greve Nacional da Educação por três dias.

A mobilização foi para chamar a atenção do Congresso Nacional, do Ministério da Educação, do Governo do Estado, da Assembléia Legislativa, de prefeitos e vereadores para que a educação não seja tratada com indiferença.

O Rio Grande do Norte parou. Em todo estado a categoria participou de inúmeras atividades. Audiências públicas, palestras, atos públicos e manifestações culturais com a participação de diferentes setores sociais aconteceram em diversos municípios.

A Marcha em Natal reuniu representantes de Afonso Bezerra, Apodi, Assú, Boa Saúde, Caiçara do Rio dos Ventos, Campestre, Campo Grande, Ceará Mirim, Currais Novos, Fernando Pedroza, Ielmo Marinho, João Câmara, Lages, Lagoa Danta, Lagoa de Pedra, Lagoa de Velhos, Lagoa Salgada, Maxaranguape, Montanhas, Nízia Floresta, Nova Cruz, Novo Cruz, Parnamirim, Pau dos Ferros, Pedro Avelino, Rio do Fogo, Santa Cruz, São José do Mipibu, São Pedro, São Tomé, Sítio Novo, Tibau do Sul, Umarizal e Vera Cruz.

Os prefeitos de Serra Caiada, Touros, Arês e Canguaretama reconheceram a importância da mobilização da categoria e cederam transporte para que estudantes e profissionais viessem à capital somar na luta pela promoção da educação pública. A Direção do SINTE/RN parabeniza os gestores que compreendem a luta da sociedade e que não tiveram dúvida de que é o momento de unir forças para pressionar o Congresso Nacional na aprovação da pauta reivindicada pelo povo brasileiro através da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e dos sindicatos.

Os estudantes, através dos grêmios estudantis, deram às ruas o colorido e o vigor da juventude em luta. Levantar o pé do asfalto com palavras de ordem reafirmando a pauta de reivindicação e o apoio à luta coordenada pelo Sindicato.

“Foi uma atividade muito bonita e intensa. Agradecemos à banda marcial da Escola Estadual Jean Mermoz, à banda Zumbi dos Palmares da Escola Municipal Celestino Pimentel que deram o suporte cultural ao longo da Marcha, aos funcionários do SINTE/RN pela logística, às entidades e centrais sindicais e à sociedade que acenou, vibrou, buzinou e mandou seu abraço apoiando a luta e a defesa da educação pública”, comemorou a coordenadora geral Fátima Cardoso.

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