quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ESCOLAS PÚBLICAS


Nove em cada dez alunos do 9º ano de escolas públicas não sabem fazer contas com centavos

Nove em cada dez alunos de escolas públicas brasileiras do 9º ano (antiga 8ª série) não sabem, por exemplo, fazer contas com centavos. Essa é uma das conclusões de um estudo feito com exclusividade para o UOL Educação com as notas da Prova Brasil de 2009. O exame serve para avaliar a proficiência dos estudantes e é utilizado no cálculo do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Mais de 80% dos estudantes brasileiros estão em unidades da rede pública.

De acordo com o estudo, feito pelo economista Ernesto Faria, 89,4% dos alunos do último ano do ensino fundamental tiveram desempenho “abaixo do básico” e “básico” na disciplina. Isso quer dizer que tiraram notas menores que 300 na prova –em uma escala que chega a 425 em matemática e a 350 em português.

Tirar menos que 300 significa, segundo um documento do MEC (Ministério da Educação) que divide as notas em faixas, que o estudante não consegue fazer operações de adição, subtração, divisão ou multiplicação que envolvam centavos em unidades monetárias, resolver problemas com porcentagens ou reconhecer um círculo e uma circunferência.


As classificações são usadas pelo movimento Todos pela Educação e por alguns Estados para “categorizar” o conhecimento estudantil e têm quatro níveis: “abaixo do básico”, “básico”, “adequado” e “avançado”. Um estudante no nível “básico”, por exemplo, tem domínio mínimo do conteúdo que deveria saber; um do “adequado”, por sua vez, tem domínio pleno.

No caso de matemática, no 9º ano do fundamental, “abaixo do básico” significa uma nota entre 125 e 225; “básico”, entre 225 e 300; “adequado”, entre 300 e 350; “avançado”, entre 350 e 500. Esses números variam com a disciplina e a série.
A situação é um pouco melhor em português: 77,6% dos estudantes do 9º ano das escolas públicas de todo o país não têm o conhecimento adequado para o nível em que estão. Esses alunos tiraram nota menor que 275 e não conseguem, por exemplo, reconhecer “posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou tema”, de acordo com o documento do MEC.

Uol Notícias
Rafael Targino
Em São Paulo

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