quinta-feira, 9 de maio de 2013

EDUCAÇÃO NADA INCLUSIVA

Apenas 25% das escolas públicas estão aptas a receber este público, que é 22% da população

Das 645 Escolas públicas do Distrito Federal, apenas 25% possuem adaptações para Alunos com deficiência. E a triste realidade não para por aí. Hoje, existem somente 13 instituições educacionais para este público em toda a capital, segundo dados da Secretaria de Educação (SEDF). São quase 15 mil estudantes com deficiência matriculados na rede pública.

Os números podem explicar outro cenário desolador. Dentre as pessoas com deficiência de 15 anos ou mais, 40% não completaram o Ensino fundamental. Os índices, divulgados pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), revelam a ausência do governo, uma vez que 22% dosmoradores da cidade possuem algum tipo de limitação, ou seja, mais de 500 mil. Entre os principais problemas apontados no estudo estão a falta de vias de acesso, como rampas, e a ausência de pisos táteis e banheiros adequados aos deficientes.

Na 612 Sul, por exemplo, no Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais ainda faltam rampas de acesso em frente à Escola. Os cegos representam 60% dos deficientes do DF. Para ajudar os Alunos cadeirantes e cegos, o sargento da PM Raimundo Vila Nova leva os Alunos à parada de ônibus e ajuda no embarque e na subida nas calçadas. “Aqui até é mais tranquilo porque a Escola é voltada para essas pessoas. Porém, eles enfrentam ainda o desrespeito dos motoristas de ônibus, que não param nos pontos”, apontou ele.

FALHAS 
Professora, Kelvia Fernandes, 40, conhece bem as falhas no Ensino para deficientes. Hoje com 17 anos, seu filho Lucas é cadeirante e tem limitações de aprendizado. “A rede de Ensino não está preparada para lidar com esses Alunos. A questão da acessibilidade ainda é um problema. Não adianta só colocar uma rampa na porta. A acessibilidade vai desde o tratamento do porteiro até a merendeira”, apontou. A pedagoga conta que os problemas de aprendizagem do filho começaram quando ele começou a frequentar uma Escola regular. “Os Professores não estavam preparados”, diz. Hoje, ele estuda em uma classe especial, no CE 4 do Guará.

Pense nisso
Sob o discurso de uma Educação inclusiva, a política de inserção dos Alunos com deficiência nas Escolas regulares é bonita no papel. O problema está na execução. Quando chegam às salas de aula, esses estudantes encontram Escolas despreparadas para recebê-los, o que dificulta a aprendizagem e até as relações interpessoais. Está passando da hora de se repensar nisso.

Fonte: Jornal de Brasília (DF)

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