quarta-feira, 22 de maio de 2013

ESTUDANTES MEDALHISTAS E MESTRA GANHAM HOMENAGEM

22 alunos de Paulista, cidadezinha paraibana com 12 mil habitantes, foram premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas

Capiberibe (2º à esq.) conduz a audiência que homenageou Alunos de Escola pública premiados na competição (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)13 estudantes de Escola municipal de Paulista (PB) receberam medalha na última edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Com aulas práticas, Professora desperta interesse de Alunos

No ano passado, 22 Alunos de Paulista, cidadezinha paraibana com 12 mil habitantes, foram premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas — 5 medalhas de ouro, 2 de prata, 3 de bronze e 12 menções honrosas. O caso chamou a atenção para os métodos de Jonilda Alves Ferreira. Ontem, os estudantes, que têm entre 11 e 13 anos, e a Professora foram homenageados pela Comissão de Educação (CE).

— Jonilda promoveu em sua cidade uma revolução silenciosa no Ensino de matemática, em meio a uma região afetada pela seca — disse Vital do Rêgo (PMDB-PB). Vital propôs a homenagem com João Capiberibe (PSB-AP), que presidiu a audiência.

Dos 22 Alunos premiados, 13 estudam na Escola Municipal Cândido de Assis Queiroga, onde a Professora Jonilda leciona. Ela conta que, sempre que possível, dá “aulas práticas” para envolver os estudantes. Leva-os, por exemplo, à ­pizzaria para ensinar frações ou ao posto de gasolina para explicar os números decimais e a regra de três. Nas aulas de Geometria, ela os faz medir a área e o perímetro da Escola.
— Eu os coloco em ­situações nas quais vivenciam a ­matemática — explica.

Mônica Gardelli Franco, diretora de Formulação de Conteúdos Educacionais da Secretaria de Educação básica do Ministério da Educação (MEC), diz que Jonilda “deu concretude a uma disciplina que, em geral, é ensinada de forma muito abstrata e que, por isso, muitas vezes acaba não fazendo sentido no cotidiano”.

Realizada pelo MEC e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas é executada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa).

Claudio Landim, coordenador-geral da olimpíada, afirma que um dos objetivos da competição é “detectar Alunos com talento para a matemática e permitir que eles tenham uma boa formação nessa área”.

Entre os exemplos, está o de Tábata Amaral, de São Paulo. Após obter medalha de prata em 2005 e de ouro em 2006, ela ganhou bolsa de estudos de uma Escola particular, participou de competições semelhantes no exterior e hoje estuda na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Neste ano, 47 mil Escolas públicas se inscreveram. Ao todo, mais de 18 milhões de Alunos vão participar.



“Professora é exemplo para o país”, afirma Cícero
Cícero Lucena (PSDB-PB) disse que a conquista da Professora Jonilda Alves Ferreira e dos Alunos dela deve provocar uma reflexão sobre a Educação no Brasil.

O senador contou que a Escola fica em uma região sofrida, por causa da seca e da falta de investimentos. No entanto, disse, a Professora e os Alunos superaram as dificuldades “com garra, esforço e competência” e se destacaram nacionalmente.

Ele acrescentou que “esses pequenos bravos” concorreram com Alunos de todo o país, inclusive com aqueles que estudam em centros mais avançados. Para Cícero, a vitória mostra uma importante lição sobre o avanço da qualidade da Educação.

— As iniciativas pedagógicas da Professora mostram que é possível fazer muito mais pelas crianças do Brasil. Os legisladores e a sociedade precisam refletir sobre essa conquista — disse.

Cícero afirmou que é possível avançar na qualidade do Ensino usando a criatividade. Ele leu um texto da Professora Jonilda em que ela afirma que “só desperta paixão de aprender quem tem paixão de ensinar”.
— Peço a Deus que existam cada vez mais Jonildas por este Brasil afora — disse.

Fonte: Jornal do Senado (DF)

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