quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ELES SÃO ACIMA DA MÉDIA

No DF há 1,5 mil alunos com altas habilidades na rede pública

Uma turma composta por 47 Alunos com altas habilidades na área de Artes Visuais do Condomínio Pôr-do-Sol, em Ceilândia, é exemplo de superação. Eles foram descobertos por familiares e Professores e, agora, aprimoram suas habilidades natas. Várias crianças carentes já estão, inclusive, vivendo de seus próprios talentos.

E mais: 16 deles estão participando de uma mostra de artes visuais e todos frequentemente concorrem a prêmios, por meio dos trabalhos confeccionados em sala de aula. Assim como eles, existem outros tantos superdotados no DF. Eles precisam, apenas, serem descobertos. A Professora de artes plásticas Sandra Regina Machado se empenha em reconhecer a habilidade de crianças e adolescentes em idade Escolar. Ela faz parte da equipe de profissionais do Atendimento Educacional Especializado em Altas Habilidades/Superdotação da Secretaria de Educação do DF (SEDF).

HABILIDADES
O atendimento de artes visuais da Professora acontece no Centro de Ensino fundamental (CEF) 32 de Ceilândia e envolve Alunos em faixa etária de sete a 18 anos. Para participar, não precisa ser necessariamente Aluno da rede pública. “O candidato deve ter predisposição para as artes. Geralmente, eles são trazidos por outras pessoas que percebem seus talentos. A partir daí, passam por um período de observação e depois prosseguem matriculados em caráter efetivo”, explica a Professora. O projeto tem dado tão certo que a turma frequentemente participa de concursos, passeios culturais e exposições. “Aqui, eles desenvolvem técnicas porque a ideia é aperfeiçoar as habilidades. Eles participarão de um concurso intitulado “Brincando com Artes”, da Codevasf. Há sete anos, a Escola participa, e sempre com destaque. Eles também já participaram de premiações no Museu da mprensa”, conta, orgulhosamente, a Professora que é artista plástica.

CAÇULA
Ana Clara Ribeiro, 7 anos, é a ca- çula da turma. Ela cursa o 2° ano e lembra que começou a se destacar aos quatro anos. “Eu ficava treinando na minha casa”, relata, contando ainda que gosta de ler, de escrever, de pintar e de matemática.

Sinais aparecem muito cedo
O superdotado pode estar em qualquer lugar. Segundo a Professora do Instituto de Psicologia do Departamento Escolar da Universidade de Brasília (UnB) e PHD na área de Altas Habilidades, Ângela Virgolim, algumas características são mais presentes nas pessoas com altas habilidades. “Ainda bebê, ele dá sinais de curiosidade, tem a percepção apurada, anda e lê mais rápido do que a média. Até mesmo a linguagem é desenvolvida com vocabulários ricos. E na medida em que vai crescendo, se percebem os destaques em certas áreas”, diz. No DF, há 1,5 mil estudantes da rede pública de Educação com altas habilidades. O coordenador de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação, Antônio Leitão, afirma que a pasta faz um trabalho suplementar atualmente em 12 regionais de Ensino.

Discriminação nas escolas ainda existe
Atualmente, não existe uma concordância entre os estudiosos sobre o que seria superdotação ou altas habilidades. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que cerca de 3,5% a 5% de toda a população mundial possua alguma categoria de alta habilidade. De acordo com a Professora Ângela Virgolim, muitos destes estudantes sofrem discriminação nas Escolas. “Superdotado traz um peso na palavra devido ao sufixo ‘super’, que remete a uma ideia de que a pessoa é excelente em tudo que faz. Isso é um mito.

Hoje, se trabalha com as habilidades que são melhores desenvolvidas, como as artes, esportes, entre outros. Entendemos a inteligência em diversas formas”, explica. Para a psicóloga, é essencial que o governo trabalhe em mais políticas públicas para este público. “Muitos pensam que eles podem se virar sozinhos, já que sabem de tudo. Vemos a exclusão do Aluno, as dificuldades emocionais e sociais. Faltam recursos. A Escola e a sociedade não entendem as necessidades, e muitas vezes os pais é que vêm pedir atendimento”, observa a Professora, PHD na área de Altas Habilidades.

Fonte: Jornal de Brasília (DF)

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