quinta-feira, 3 de outubro de 2013

PAÍS PRECISA DE PROFESSORES, MAS MATRÍCULAS EM LICENCIATURAS NÃO CRESCEM

Dados do Censo da Educação Superior mostram que percentual em 2012 ficou em 19,41%. Preocupados com a situação, MEC lança programa de estímulo nesta quarta

Em números absolutos, a quantidade de estudantes matriculada em cursos para a formação de professores – as licenciaturas – é maior a cada ano. No entanto, esse crescimento não acompanha a evolução de matrículas em outros cursos de graduação. O percentual de alunos das licenciaturas está estagnado e, em 2012, foi o menor dos últimos 11 anos: 19,41%.

Os dados do Censo da Educação Superior 2012, divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Educação, mostram que 1.366.559 brasileiros estavam matriculados em licenciaturas. Ao todo, 7.037.688 cursavam alguma graduação. Em 2011, o número de universitários em cursos que formam professores era 1.356.329. Em 2010, 1.354.989.

Apesar de não ter se afastado dos 20% nos últimos anos, a proporção de universitários em licenciaturas já foi maior. Em 2003, 22,48% dos estudantes cursavam esse tipo de graduação, o percentual mais alto desde 2001. Em 2008, caiu para 19,96%, chegou a 21,24% em 2010 e voltou a diminuir em 2011, passando para 20,12%.

Pouco mais de um terço (33%) dos estudantes brasileiros de cursos de licenciaturas não estão próximos às salas de aulas físicas das instituições do país. Há 449.966 alunos de educação a distância no Brasil.

Preocupado com o cenário nada animador diante do déficit de professores na educação básica – que chega a 170 mil na rede pública, segundo o ministro Aloizio Mercadante – o Ministério da Educação vai lançar, nesta quarta-feira, um programa para estimular jovens de ensino médio a procurarem os cursos da área de exatas, especialmente os que formam docentes.

Nomeado de “Quero ser cientista, quero ser professor”, o programa atenderá 30 mil alunos, que desenvolverão pesquisas em universidades federais e ganharão bolsas de estudo de R$ 150. “A área tecnológica é que mais cresceu nos últimos anos, que é importante para o desenvolvimento do país. Mas precisamos estimular as licenciaturas”, afirmou o ministro.

Sem garantias

Mas estimular os jovens a escolherem as licenciaturas – no caso do programa, especialmente os da área de exatas, Física, Química, Biologia e Matemática – não será suficiente para garantir a formação de professores. Convencê-los a ingressar nessas graduações e fazê-los se formar será outro desafio que o governo terá de enfrentar.

De acordo com o censo, o número de ingressantes nas licenciaturas aumentou em termos absolutos e diminuiu em percentual. Em 2006, 22,2% dos 1.043.308 ingressantes no ensino superior optaram por cursos de licenciatura. Em 2012, caiu para 17,87% (491 mil de 2,7 milhões de alunos).

A situação não é diferente entre os que estão se formando. Em 2001, 106 mil universitários concluíram uma licenciatura. Eles representavam 26,97% dos 396 mil concluintes daquele ano. Em 2006, caiu para 24,77% do total de concluintes (188 mil de 762 mil) e, em 2012, chegou a 21,31% (223.892 alunos do universo de 1.050.413 concluintes).

Fonte: iG

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