quarta-feira, 6 de junho de 2012

Opinião: A sensibilidade pedagógica

"O professor deve centrar sua prática num modelo que propicie ao aluno o desenvolvimento de sua criticidade e sensibilidade frente às letras", afirmam Rafaela de Oliveira Falcão e Maria da Glória Barbosa Matoso

A aprendizagem da leitura e da escrita constitui uma ferramenta indispensável para a inserção social. Não nos referimos àquela aprendizagem mecânica, que permite somente a decodificação e reprodução de símbolos, como apregoou por muito tempo a pedagogia tradicional, mas, sobretudo, referimo-nos à apropriação do conhecimento que permita uma leitura dinâmica e sistêmica de mundo, que humanize o sujeito inserindo-o na sociedade como autor de sua própria história.
O Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa em Educação (Inep) mostra que Alunos de 5ª ano do Ensino fundamental não possuem habilidades cognitivas na leitura e escrita. Mas, por que existem tantas dificuldades na aquisição da leitura e da escrita por parte dos Alunos em sua tenra idade? Idade esta propícia ao ato de aprender.
Mesmo diante desta realidade, é possível observar que quando uma criança ingressa na Escola, já possui as habilidades linguísticas adequadas para o processo de desenvolvimento da leitura e da escrita, pois são as mesmas habilidades de compreensão da fala. Uma criança não aprende a falar, porque um adulto a Ensinou de maneira sistemática. Entretanto, desenvolve a fala observando a fala do adulto, interagindo com ele e buscando atender suas necessidades a partir dessa comunicação.
Desta forma, para que uma criança aprenda a ler e escrever, não é necessário um árduo esforço, basta inserir esse aprendizado em seu cotidiano de uma forma natural. É neste sentido que o adulto, sobretudo, o Professor, deve agir de modo consciente e com uma sensibilidade e bom senso na prática Docente do cotidiano.
Sendo assim,é importante mencionar a importância do papel do Professor nesse processo, que deve centrar sua prática num modelo que propicie ao Aluno o desenvolvimento de sua criticidade e sensibilidade frente às letras. Não basta apenas decodificar, mas é preciso compreender, contextualizar, aplicar esta leitura de forma significativa, tomá-la como um meio de interpretar o mundo e interagir nele.
Somente assim, a leitura e a escrita serão apresentadas à criança como um instrumento rico de expressão, de diversão, de instrução que, contextualizado a sua realidade, irá proporcionar segurança para romper com os conflitos próprios desta aprendizagem. Transformando esse momento, no momento de aprendizado consciente, crítico, reflexivo e com um potencial criativo tão inerente a criança nesta fase de seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. 

Fonte: O Povo (CE)
*Rafaela de Oliveira Falcão e Maria da Glória Barbosa Matoso.

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