segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Pnad mostra que governo precisa formular políticas para adolescentes

Avaliação é da presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar

O governo ainda precisa desenvolver políticas mais específicas para os adolescentes, de forma que eles permaneçam mais tempo na escola e ingressem, posteriormente, no mercado de trabalho. A avaliação é da presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar. Para ela, esse é o desafio para o governo apontado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada nesta sexta-feira.
Escola em tempo integral é desafio das políticas públicas, diz presidente do IBGE
“O grande desafio está no desenvolvimento de políticas para a população adolescente, de 15 a 17 anos, que ainda precisa de incentivos, de políticas mais específicas para que a permanência na escola ocorra de fato”, afirmou Wasmália.
Dados da Pnad mostram que, em 2011, havia no país cerca de 3,7 milhões de trabalhadores de cinco a 17 anos de idade. O resultado mostra redução de 597 mil crianças e adolescentes no trabalho. Segundo a pesquisa, no ano passado, 89 mil crianças de cinco a nove anos de idade trabalhavam no país, ao passo que, nas faixas etárias de 10 a 13 anos e de 14 a 17, havia 615 mil e 3 milhões de jovens trabalhando, respectivamente.
A Pnad informa ainda que, em 2011, em média, os trabalhadores infantis entre 5 e 17 anos tinham jornada de 27,4 horas de trabalho por semana, com renda mensal domiciliar per capita de R$ 452. Do total de trabalhadores nesta faixa etária, 80,4% eram escolarizados; e 37,9% não recebiam remuneração. Entre as crianças trabalhadoras de 5 a 13 anos, 63,5% estavam na zona rural.
“A população jovem é muito estimulada, pelo aquecimento da economia, a buscar trabalho. Ela tem acesso a trabalho que remunera melhor agora do que em outros anos. É preciso ter uma mudança quase que cultural. Os adolescentes têm de trocar a renda de hoje por uma renda maior no futuro, por meio da educação”, disse a presidente do IBGE.

Fonte: Valor Econômico (SP)

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